Numa avaliação pessimista, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) acredita que os preços do petróleo vão ficar abaixo de US$ 100 por barril nos próximos dez anos e analisa a possibilidade de cortar a produção para pressionar a alta, revela o rascunho de um relatório sobre a futura estratégia do cartel, informa o jornal The Wall Street Journal.
Na hipótese mais otimista, o cartel prevê que os preços do barril estejam em torno de US$ 76 em 2015, refletindo a preocupação dos países exportadores com o aumento da produção dos Estados Unidos e da exploração de óleo e gás natural do xisto betuminoso. Na pior das hipóteses, o barril custaria menos de US$ 40 daqui dez anos.
"Um preço de US$ 100 não está em nenhuma das hipóteses", observou um delegado que participou de um debate sobre a futura estratégia da OPEP em Viena na semana passada. É um problema a mais para o Brasil, que precisa de uma cotação em torno dos US$ 75 para ter lucro na exploração do petróleo na camada pré-sal.
Vários países exportadores em crise por causa de queda de 50% nos preços nos últimos 11 meses, entre eles Argélia, Irã e Venezuela, pressionaram a OPEP a restabelecer cotas de produção, abolidas em dezembro de 2011.
Os preços caíram de US$ 115 em junho de 2014 para menos de US$ 50 em janeiro de 2015. No momento, oscilam em torno de US$ 65. Pelos cálculos dos estrategistas da OPEP, só dois países-membros - o Catar e o Kuwait - podem financiar seus orçamentos com o barril a US$ 76. A Argélia precisa de um barril a US$ 130 e a Venezuela acima disso.
Por enquanto, a Arábia Saudita e o Iraque aumentam a produção para garantir suas fatias do mercado e o Irã deve fazer o mesmo se chegar a um acordo com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e as sanções internacionais a seu programa nuclear forem suspensas.
Se os limites de produção foram reimpostos, a produção da OPEP vai cair para 32% do total mundial. Já foi superior a 50%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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