O fim da trégua foi uma decisão tomada depois de um ataque aéreo que matou ontem 26 guerrilheiros da 29ª Frente das FARC, em Guapi, no Departamento de Cauca, que fica num dos dois vales centrais da Colômbia.
Com a morte de 11 soldados colombianos na localidade de Buenos Aires, em Cauca, numa emboscada da guerra, o presidente Juan Manuel Santos autorizou em 15 de abril o reinício dos bombardeios às FARC, que estavam suspensos desde 10 de março de 2015.
Se as FARC vão mesmo romper a trégua e retomar as operações militares ainda é uma incógnita. Além das forças de segurança, seus principais alvos devem ser oleodutos situados nas regiões produtoras de petróleo da Colômbia, nos departamentos de Arauca, Nariño, Putumayo e Santander.
Apesar de ataques esporádicos contra soldados e policiais, a violência política diminuiu muito. De 20 de dezembro de 2014 a 20 de maio de 2015, houve apenas 22 ações das FARC, 85% menos do que no mesmo período no ano passado.
Mesmo que a guerrilha esquerdista retome a luta armada, é improvável que isso venha a acabar com as negociações de paz realizadas na capital cubana. Há questões difíceis como anistia ampla, geral e irrestrita ou se os rebeldes serão processados por abusos e violações.
O líder do segundo maior grupo guerrilheiro colombiano, o Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolás Rodríguez Bautista, declarou que não faz sentido abandonar a luta e ser processado por isso.
A decisão de acabar com o cessar-fogo é mais uma jogada no xadrez político do processo de paz. Desde a ascensão do presidente Álvaro Uribe, em 2002, a guerrilha sofreu perdas pesadas que a levaram à mesa de negociações.
A paz permitiria ao governo colombiano concentrar esforços na luta contra a criminalidade.
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