quarta-feira, 30 de abril de 2014

Economia dos EUA congela no início de 2014

Sob o impacto do inverno rigoroso, a economia dos Estados Unidos ficou praticamente estagnada no primeiro trimestre de 2014, crescendo num ritmo de apenas 0,1%. Foi o segundo pior resultado desde o fim da recessão, no terceiro trimestre de 2009. Os economistas ouvidos pelo jornal The Wall St. Journal previam 1,1%.

Quase cinco anos depois, esta é a recuperação mais fraca da história moderna dos EUA. A Reserva Federal (Fed), o banco central americano, declarou que "a atividade econômica se acelerou recentemente, depois de ter se reduzido nitidamente durante o inverno, em parte por causa das condições climáticas adversas".

Os investimentos e a demanda reprimidos nos primeiros três meses podem deslanchar nos próximos meses, retomando o ritmo de crescimento de 3,4% registrado no segundo semestre de 2013. A empresa de consultoria e recursos humanos ADP, maior processadora de folhas de pagamento do país, estimou que o setor privado tenha contratado 220 mil pessoas a mais do que demitiu em abril.

Apesar do mau resultado do produto interno bruto a Bolsa de Valores de Nova York avançou 0,3%, fechando no nível recorde de 16.580 pontos.

Rússia censura blogueiros e Internet

O Parlamento da Rússia aprovou três leis que censuram a divulgação de notícias na rede mundial de computadores, especialmente blogueiros, provocando críticas de vários setores da sociedade, especialmente de empresas de alta tecnologia e de ativistas que lutam pela democracia no reino de Vladimir Putin.

É mais uma ofensiva do Kremlin, no momento em que a virtual intervenção militar da Rússia na Ucrânia gera protestos e críticas sufocados pelo delírio de grandeza nacionalista pela anexação da Ucrânia. A nova regulamentação entra em vigor em agosto.

"Será mais um passo para aumentar o controle do governo sobre a Internet", lamenta um porta-voz do Yandex, maior sítio de busca russo. "Vai ter um impacto negativo sobre o setor." A empresa antecipou o fechamento de um serviç de avaliação de blogues "por causa das recentes iniciativas legislativas".

As novas leis impõem um controle estrito sobre a divulgação de informação e nos sistemas de pagamento via Internet. Endurecem as punições por extremismo e terrorismo. A maior preocupação é com uma lei que equipara os blogueiros a empresas de comunicação, submetendo-os à mesma regulamentação e às mesmas responsabilidade legais, como pagar pesadas indenizações a quem se sinta ofendido.

Quem tiver 3 mil ou mais páginas lidas por dia terá de revelar a identidade, revisar o conteúdo para ter a certeza de que os fatos estão corretos, não disseminar informações extremistas nem que violem a privacidade dos cidadãos, e respeitar o período de silêncio antes das eleições.

Os grupos de defesa dos direitos humanos não acreditam que os blogueiros críticos ao governo tenham condições financeiras para enfrentar processos.

"Hoje a Internet é a última ilha de livre expressão na Rússia", lamenta Hugh Williamson, diretor da organização não governamental Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos) para a Europa e Ásia Central. "Esta regulamentação draconiana tem como objetivo controlá-la."

Há pouco tempo, Putin disse que a Internet era "um projeto especial" da CIA (Agência Central de Inteligência) e "é o que está se tornando". As declarações foram interpretadas como uma ameaça de bloquear o acesso à Internet na Rússia e criar sua própria rede, a exemplo do que faz a China.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Reino Unido cresce no ritmo mais forte desde 2007

O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte avançou 0,8% no primeiro trimestre de 2014, um pouco acima do 0,7% do fim de 2013. Em comparação com o mesmo período no ano passado, a expansão foi de 3,1%, o ritmo de crescimento mais forte desde o fim de 2007, informou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas.

Em 31 de março de 2014, a economia britânica era 0,6% menor do que o pico, atingido no primeiro trimestre de 2008. No trimestre passado, houve alta de 0,9% no setor de serviços, 0,8% na produção industrial e de 0,3% na construção civil, enquanto a agricultura recuou 0,7%.

Durante a Grande Recessão de 2008-9, o Reino Unido encolhera 7,2%.

China deve ultrapassar economia dos EUA em 2014

Os Estados Unidos podem perder a posição de maior economia do mundo, que ocupam desde 1872. Pelo critério de paridade do poder de compra, a China pode superá-lo ainda em 2014, previu hoje o Programa de Comparação Internacional do Banco Mundial, a mais ampla pesquisa sobre o que o dinheiro pode comprar ao redor do mundo.

A expectativa era de que a ultrapassagem só ocorresse em 2019. Pelos cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o produto interno bruto da China em 2012 foi de US$ 8,2 trilhões, pouco mais da metade dos US$ 16,2 trilhões dos EUA.

Em 2005, o Programa de Comparação Internacional estimava que a economia chinesa equivalia a 43% da economia americana. Uma revisão na metodologia mudou a situação. Pelos novos critérios, em 2011, a China chegou a 87% da economia dos EUA.

Como o FMI calcula que a China cresça 24% de 2011 a 2014, enquanto os EUA devem avançar apenas 7,6% no mesmo período, as projeções indicam que a os chineses passarão à frente ainda neste ano, observa o jornal inglês Financial Times.

Pela nova metodologia, a Índia pula para o terceiro lugar.

Dirigente racista é banido do basquete nos EUA

A Associação Nacional de Basquete dos Estados Unidos (NBA) multou hoje em US$ 2,5 milhões e baniu por toda a vida o dono do clube Los Angeles Clippers, Donald Sterling, por causa de declarações racistas. Ele nunca mais poderá entrar no ginásio de esportes do clube.

Ao anunciar a punição, o diretor da NBA Adam Silver considerou as declarações "profundamente ofensivas e danosas". Ele prometeu pressionar Sterling a vender o clube.

Sterling criticou sua namorada por divulgar na Internet uma foto dela ao lado de Erwin Magic Johnson, um dos maiores ídolos da história do esporte:

- Não quero que você se aproxime de negros - disse Sterling.

- Mas você trabalha com eles - respondeu a namorada.

- Eu sou eu e você é você. Você deve parecer uma jovem branca ou latina - insistiu o dirigente racista.

- Eu sou de origem mexicana e negra. Sou mestiça.

Quando o escândalo veio à tona, os jogadores do LA Clippers jogaram suas camisetas no chão da quadra. Johnson, Michael Jordan e outros grandes astros do basquete americano, o diretor negro Spike Lee e o presidente Barack Obama protestaram.

Obama declarou que o racismo é uma questão de ignorância.

NOTA: está aí um bom exemplo para os dirigentes do futebol mundial. O racismo só será banido do esporte com punições rigorosas.

EUA ampliam sanções à Rússia

Os Estados Unidos anunciaram ontem a imposição de sanções a mais sete altos funcionários e a 17 empresas da Rússia, alegando que a intervenção na Ucrânia é "indiscutível". Ontem, milicianos atiraram pelas costas no prefeito de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana.

Depois de acusar a Rússia de não cumprir o acordo feito em 17 de abril de 2014 em Genebra, na Suíça, para "desescalar" a crise, o governo Barack Obama congelou os bens de 17 bancos, empresas de energia, construtoras e outras empresas, e de sete pessoas do círculo íntimo do presidente Vladimir Putin, anunciou em Washington o Departamento do Tesouro dos EUA.

Ao escolher os alvos das sanções, o governo americano deixou clara a intenção de atingir Putin e cercar os possíveis sócios dos negócios internacionais do homem-forte do Kremlin.

Os indivíduos sancionados são:
• Oleg Belavantsev, enviado especial à Crimeia desde a anexação da península, em 21 de março de 2014.

• Serguei Chemezov, diretor-geral nomeado por Putin da empresa estatal para promover o desenvolvimento, a fabricação e a exportação de produtos russos de alta tecnologia Rostec, que não foi atingida. É amigo de Putin desde os anos 1980s, quando os dois moravam no mesmo edifício de apartamentos na extinta Alemanha Oriental.

• Dimitri Kozak, vice-primeiro-ministro da Federação Russa.

• Ievgueni Murov, general-de-exército, diretor do Serviço de Proteção Federal desde 2000, trabalha no serviço secreto desde 1971.

• Alexei Puchkov, vice-presidente da Duma do Estado (Câmara) desde 2011.

• Igor Sechin, diretor-geral e presidente do Conselho de Administração da Rosneft, a maior companhia petrolífera russa, uma das maiores empresas cotadas em bolsa. Foi secretário-geral da Casa Civil de Putin (2004-8) e vice-presidente da Federação Russa (2008-12).

• Viacheslav Volodin, primeiro-secretário da Casa Cil do governo Putin.

Na opinião da maioria dos analistas, para mudar o comportamento imperialista da Rússia em relação à Ucrânia serão necessárias muito mais sanções financeiras, econômicas e comerciais, combinadas com uma pressão militar, como pedem quatro senadores da oposição republicana nos EUA, entre eles o ex-candidato a presidente John McCain, em artigo no Estado de S. Paulo de hoje.

A União Europeia reluta em ampliar as sanções por causa do impacto na sua própria economia, que importa um terço do gás e do petróleo que consome do maior país do continentes.

Vários países europeus são dependentes das exportações de gás da Rússia para seu suprimento, especialmente a Eslováquia (98%), Lituânia (92%), Polônia (91%), Bulgária (90%), Hungria (86%) e Finlândia (76%).

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ditadura militar do Egito condena 638 islamitas à morte

A ditadura surgida do golpe militar de 2 de junho de 2013 bate seu próprio recorde: acaba de sentenciar à pena de morte 683 partidários da Irmandade Muçulmana, do presidente deposto Mohamed Mursi, inclusive seu líder máximo, Mohamed Badie. Há uma expectativa de que a maioria seja comutada para prisão perpétua.

Na opinião do vice-primeiro-ministro da Turquia, Bulent Arinc, a decisão "envergonha" o governo egípcio e as potências mundiais que o apoiam. Foi uma referência indireta aos Estados Unidos, que acabam de anunciar a venda de helicópteros de combate Apache ao Egito, sob o pretexto de equipar o país para "combater o terrorismo" e proteger as fronteiras, especialmente na Península do Sinai.

Os EUA pediram o fim dos processos e condenações em massa. A Turquia apoiava o governo de Mohamed Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente da história do Egito.

Um julgamento anterior com 529 sentenças de morte tinha sido declarado pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional como o maior caso de condenação coletiva à morte registrada pela história. A ditadura militar egípcia acaba de bater seu próprio recorde, mas 492 dessas 529 penas de morte foram transformadas em prisão perpétua.

Depois do golpe, a Justiça do Egito ilegalizou a Irmandade Muçulmana, declarando-a uma organização "terrorista". Em realidade, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, fundado em 1928 por Hassan al-Bana, abandonou a luta armada nos anos 60. Mas vários grupos dissidentes jihadistas brotaram da Irmandade, como a Jihad Islâmica, responsável pelo assassinato do presidente Anuar Sadat, em 6 de outubro de 1981.

Milicianos russos tomam TV e apresentam reféns

Os milicianos russos que declararam a independência da República Popular de Donetsk, no Leste da Ucrânia, tomaram ontem uma emissora estatal de televisão e mostraram ao mundo soldados ucranianos feridos capturados e os observadores internacionais da Organização sobre Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) feitos reféns.

Com total desfaçatez, os rebeldes russos acusaram os diplomatas estrangeiros de serem espiões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Um sueco foi libertado por motivo de saúde.

A TV estatal ucraniana passou a transmitir a programação do canal russo Rossiya 24.

domingo, 27 de abril de 2014

Papa Francisco canoniza João XXIII e João Paulo II

Diante de mais de um milhão de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, em Roma, e do papa emérito Bento XVI, o papa Francisco declarou santos hoje seus antecessores João XXIII e João Paulo II, considerados os dois pontífices mais importantes do século 20.

"Ao convocar o Concílio Vaticano II, João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, se deixou conduzir e foi um pastor para a Igreja. Este foi o grande serviço à Igreja", afirmou o papa. "João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e modernizar a Igreja segundo sua fisionomia originária."

João XXIII foi o reformista que autorizou a missa nas línguas nacionais e trouxe a Igreja Católica para o século 20. O papa Francisco fez questão de canonizá-lo para não santificar apenas o conservador João Paulo II, o papa peregrino que lutou contra o comunismo e a Teologia da Libertação, foi extremamente popular, mas evitou a opção preferencial pelos pobres, agora retomada.

Na história da Igreja, 27 de abril de 2014 será conhecido como o Dia dos Quatro Papas.

Presidente palestino denuncia o Holocausto

Em um gesto de reconciliação com Israel, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, fará hoje uma declaração denunciando o Holocausto do povo judeu na Segunda Guerra Mundial como o "crime mais abominável da era moderna", informa neste domingo o jornal liberal israelense Haaretz.

A mensagem será divulgada em árabe e inglês na véspera do dia em que Israel homenageia os 6 milhões de judeus mortos pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Israel rompeu na semana passada as negociações de paz no Oriente Médio, em reação ao acordo entre os dois maiores partidos palestinos, a Fatah (Luta) e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), para formar um governo de união nacional, descrito pelo governo linha-dura israelense como "um governo do terror".

No sábado, Abbas declarou que o governo de união nacional está disposto a reconhecer Israel e renunciar ao uso da força para chegar a um acordo de paz definitivo, com a criação de um Estado nacional palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com capital no setor oriental de Jerusalém.

Primeiro-ministro da Coreia do Sul pede demissão

Diante da trágica morte de mais de 300 pessoas no naufrágio do ferryboat Sewol, em 16 de abril de 2014, o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Chung Hong Won, pediu demissão hoje. A presidente Park Geun Hye aceitou o pedido.

Na semana passada, a presidente considerou criminosa a conduta do capitão e dos demais tripulantes. Eles não deram ordem para evacuar o navio. Mandaram os passageiros, na maioria estudantes secundaristas que participavam de uma excursão à ilha de Jeju, ficar onde estavam. Os mergulhadores encontraram vários corpos com sinais de que lutaram desesperadamente para fugir no último momento.

O capitão e os tripulantes também estiveram entre os primeiros a deixar o navio, que estaria sendo pilotado por um terceiro sem experiência de navegação em mar agitado. Só três barcos salva-vidas funcionaram.

Uma inspeção feita hoje em outro ferryboat da mesma empresa constatou problemas para prender os veículos transportados, falta de coletes salva-vidas e barcos salva-vidas defeituosos, uma negligência que pode ter sido a causa do acidente.

A Coreia do Sul talvez tenha sido o único país que venceu o subdesenvolvimento no século 20. A China estava a caminho, mas ainda tem grandes populações pobres. Mas a segurança do transporte naval na Coreia do Sul não mostra o mesmo nível de desenvolvimento da economia sul-coreana, competitiva em setores de ponta como automóveis e eletroeletrônica.

sábado, 26 de abril de 2014

Governo de união palestino vai reconhecer Israel

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou hoje que o acordo de reconciliação para formar um governo de união nacional inclui o reconhecimento de Israel e a aceitação dos dos acordos anteriores entre árabes e israelenses. Israel rompeu negociações com os palestinos, acusando Abbas de ter feito uma opção pelo terrorismo.

Durante uma reunião do Conselho da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), na presença de um representante do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Abbas prometeu formar um governo independente e tecnocrático, sem políticos do Hamas e da Fatah (Luta), o maior partido da OLP.

"Ao mesmo tempo, eu reconheço Israel e o governo reconhece Israel. Eu rejeito a violência e o governo rejeita a violência. Eu reconheço a legitimidade dos acordos internacionais e o governo também. O governo têm os mesmos compromissos que eu tenho. Ninguém pode alegar que este é um governo do terror", afirmou o líder palestino, repudiando as acusações do governo linha-dura de Israel.

Abbas está pronto a prorrogar o prazo das negociações para criar um Estado nacional palestino, mas diz que jamais reconhecerá Israel como um "Estado judaico", como exige o governo Benjamin Netanyahu.

Eleição presidencial no Afeganistão terá segundo turno

O ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah ficou em primeiro lugar na eleição presidencial de 5 de abril de 2014 no Afeganistão, mas obteve apenas 45% dos votos. Sem maioria absoluta, terá de disputar um segundo turno contra o ex-ministro das Finanças Achraf Ghani Ahmadzai.

O resultado preliminar oficial sai em 14 de maio, depois de um primeiro exame das denúncias de irregularidades. A segunda votação está prevista para 28 de maio.

Para a empresa americana de estudos estratégicos e militares Stratfor, o combate à milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) exige cooperação e coordenação diplomática e militar. Isso será mais difícil com Abdullah e Ahmadzai, que o Paquistão considera mais hostis do que o atual governo, de Hamid Karzai, que é da etnia pachtun, maioria relativa nos dois países.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Portugal: da ditadura salazarista à democracia

Em crise, humilhado pelo Império Britânico ao tentar anexar a Rodésia a suas possessões africanas em Angola e Moçambique, para enfrentar uma série de greves e revoltas, em 1906, o rei Carlos I (1889-1908) nomeou João Franco primeiro-ministro de Portugal com poderes ditatoriais.

Com a ditadura e as denúncias de corrupção e extravagâncias da corte, o rei e seu filho mais velho, Luís Felipe, foram assassinados a tiros por anarquistas nas ruas de Lisboa em 1º de fevereiro de 1908.

Aos 18 anos, o filho mais novo de Carlos ascendeu ao trono como Manuel II (1908-10) e tentou formar um governo com o apoio dos dois principais partidos, renegeradores e progressistas. Mas seus líderes não apareceram no encontro marcado.

A vitória dos republicanos nas eleições gerais de 10 de agosto de 1910 selou a sorte da monarquia portuguesa. Em 5 de outubro de 1910, o palácio é bombardeado e o rei Dom Manuel II parte para o exílio. Começava a república.

Em 1915-17 e 1925-26, Portugal teve um presidente nascido no Brasil, Bernardino Luís Machado.

DITADURA
Depois de anos de greves, conflitos trabalhistas, levantes, agitação social, assassinatos políticos e crises financeiras, problemas que se aprofundaram durante a Primeira Guerra Mundial, o Exército tomou o poder num golpe em 1926.

O regime militar nomeou em 1928 para ministro das Finanças um professor da Universidade de Coimbra, António de Oliveira Salazar, promovido a primeiro-ministro em 1932.

SALAZARISMO
Em 1933, Salazar implantou o Estado Novo, um regime autoritário de caráter fascista, com censura, polícia política, partido únido e sindicatos atrelados ao Estado.

Portugal apoiou o generalíssimo Francisco Franco contra os republicanos na Guerra Civil Espanhola (1936-39), mas ficou neutro na Segunda Guerra Mundial, apesar de simpatizar com o Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

Na Guerra Fria, foi um dos fundadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar antissoviética liderada pelos Estados Unidos, em 1949, mas só aderiu às Nações Unidas em 1955.

Afastado por motivo de doença em 1968, Salazar foi substituído por Marcelo Caetano, ex-ministro das Colônias, que legalizou alguns partidos de oposição, mas não conseguiu acabar com as guerras coloniais nem vencer a crise econômica.

Portugal crescera de 5% a 7% de 1960 até a crise deflagrada pelo embargo à venda de petróleo árabe ao Ocidente, em 1973, que ajudou a acabar com a ditadura lá e aqui.

GUERRAS COLONIAIS
A recusa da ditadura portuguesa de negociar a independência das últimas colônias levou a revoltas em Angola (1961), Guiné-Bissau (1963) e Moçambique (1964).

Quando um dos mais importantes oficiais generais das Forças Armadas de Portugal, general António de Spínola declarou que uma solução militar era impossível, em seu livro Portugal e o Futuro, foi afastado.

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
O decorrente mal-estar entre os jovens oficiais e a crise econômica levaram à Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974. A resistência foi mínima, mas houve quatro mortes em Lisboa.

Durante um ano e meio, houve um período de grande agitação social, política e militar conhecido como “processo revolucionário em curso”, com greves, manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos armados.

Quando o general Spínola renunciou em setembro de 1974, o Movimento das Forças Armadas assumiu diretamente o poder, sob forte influência do Partido Comunista Português. O governo estatiza bancos e fábricas, e promove a reforma agrária. Mais de 500 mil pessoas fogem de Portugal.

Esse período terminou com o golpe fracassado de 25 de novembro de 1975, uma tentativa de setores radicais de esquerda de tomar o poder abortada pelo general Ramalho Eanes, que se tornaria em 1976 o primeiro presidente de Portugal eleito pelo sufrágio universal.

Em 1975, Portugal concedeu independência a suas colônias africanas, que entraramm em guerras civis, e ao Timor Leste, que foi ocupado pela Indonésia no contexto da Guerra Fria até 1999. Os EUA temiam que virasse uma Cuba do Sudeste Asiático.

No segundo aniversário da Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1976, entrou em vigor a Constituição democrática, já reformada sete vezes.

Portugal festeja 40 anos da Revolução dos Cravos

No aniversário de 40 anos da Revolução dos Cravos, que acabou com o fascismo e o colonialismo em Portugal, o presidente conservador Aníbal Cavaco Silva fez um apelo à união nacional: "É difícil compreender que numa democracia consolidada agentes políticos responsáveis não consigam alcançar entendimentos sobre questões essenciais."

Durante sessão solene na Assembleia da República, o presidente acrescentou: "Sempre que estivemos unidos, estivemos mais próximos dos ideiais de abril. Não é por acaso que o espírito de compromisso e de entendimento entre as diferentes forças políticas está na base das regras do sistema democrático consagradas na nossa Constituição."

Mas o líder do Partido Socialista, o maior da oposição, deputado António José Seguro, advertiu que o Estado do bem-estar social criado pela revolução de 25 de abril de 1974 "está ameaçado" pela profunda crise econômica que abala Portugal desde 2011. O desemprego chegou a 17,5% em fevereiro de 2013. Em 1º de abril de 2014, estava em 15,3%, informa o Banco Central Europeu.

"Se em abril [de 1974] tínhamos um amigo em cada esquia, hoje temos duas pessoas sem trabalho", declarou o deputado José Luís Ferreira, do partido ecologista Os Verdes. Já o líder comunista, Jerónimo de Sousa, entende que, "mesmo quando tudo parece ameaçado e perdido, é na luta que temos a convicção inabalável de que nada está perdido para todo o sempre, de que é possível um país melhor."

S&P rebaixa crédito da Rússia para um grau acima de lixo

Com a grande fuga de capital no primeiro trimestre por causa das sanções contra a intervenção militar na Ucrânia, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou hoje a nota de crédito da dívida pública da Rússia de BBB para BBB-, um nível acima de lixo, com tendência de queda.

Depois da notícia, a Bolsa de Valores de Moscou caiu 1,5%. O rublo perdeu mais 0,6% do valor, sendo cotado a 35,977 por dólar.

"Na nossa visão, a tensa situação geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia a pode levar a significativas saídas de capital doméstico e internacional da economia russa, e assim minar as perspectivas de crescimento, que já eram fracas", justificou em nota a S&P.

Quando os títulos da dívida de um país são rebaixados para a categoria de lixo ou "papéis podres", são considerados de alto risco, especulativos, e não podem ser comprados por fundos de pensão ou previdência privada.

Um novo rebaixamento, para lixo, é improvável por causa do baixo endividamento da Rússia, observou Tim Ash, economista do Standard Bank. "Mas, se a situação na Ucrânia se deteriorar ainda mais, e houver uma fuga de capitais constante e maior pressão sobre a bolsa e o rublo, seria possível."

No primeiro trimestre, a fuga de capitais causou um déficit em conta corrente duas vezes maior do que o saldo comercial russo.

Durante visita ao Japão ontem, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ameaça impor novas sanções se a Rússia desrespeitar ainda mais a soberania ucrianiana. O secretário de Estado americano, John Kerry, acusou a Rússia de não cumprir o acordo feito em Genebra, na Suíça, em 17 de abril de 2014, para "desescalar" a crise.

O presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro do Exterior, Serguei Lavrov, acusaram a Ucrânia de "usar o Exército para atacar o seu próprio povo", sugerindo que a Rússia está pronta para intervir e defendê-lo. Putin falou em "crimes graves". Lavrov alegou que "um ataque contra um russo é um ataque contra a Federação Russa. Ambos buscam pretextos para justificar uma invasão.

Ordens de bens duráveis têm forte alta nos EUA

As encomendas de bens duráveis, com pelo menos três anos de uso, à indústria dos Estados Unidos cresceram 2,6% em março de 2014, superando a expectiva dos analistas e apontando uma aceleração do crescimento no segundo trimestre, anunciou ontem o Departamento do Comércio.

Os EUA cresceram num ritmo de 2,6% ao ano no último trimestre de 2013. Com o rigoroso inverno, as estimativas para o primeiro trimestre deste ano ficam em torno de 1,5% ao ano.

Entre os dados positivos, destaca-se o aumento de 2,2% as ordens de bens de capital (máquinas de produção) de fora do setor de defesa, um indicador de maior investimento de empresas.

As encomendas de computadores e produtos eletrônicos registraram a maior alta desde novembro de 2010.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Militares da Bolívia marcham contra baixos salários

Numa onda de transportes sem precedentes, militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea da Bolívia protestaram hoje pelo terceiro dia consecutivo nas ruas de La Paz exigindo aumentos salariais e benefícios sociais. O movimento ainda é pequeno, mas revela desunião e insatisfação nas Forças Armadas seis meses antes da eleição presidencial de outubro de 2014.

Várias centenas de militares fizeram as primeiras marchas no dia 22 de abril em La Paz e Santa Cruz de la Sierra, e grupos menores nos departamentos (equivalentes aos estados no Brasil) de Beni, Chuquisaca, Potosí, Oruro e Tarija.

Os manifestantes exigem a reabilitação de quatro oficiais removidos de seus postos há três por liderar o movimento por salários maiores e melhoria nas condições de habitação, assistência médica, além de oportunidades para estudar e ascender dentro da carreira militar. Também querem uma lei para proibir a discriminação racial nas Forças Armadas da Bolívia.

A Bolívia tem uma história trágica marcada por 192 tentativas de golpe de Estado. Depois do sangrento golpe de 1982, naquele mesmo ano, com a redemocratização do país, foi eleito Hernán Siles Suazo, que não conseguiu completar o mandato por causa da quarta maior hiperinflação da história, de 27.000% ao ano.

No início do século 21, o esgotamento das políticas econômicas liberais usadas para controlar a inflação, que não produziram o desenvolvimento social prometido, levaram a uma onda de manifestações de protesto e à queda, em 2003, do presidente Gonzalo Sánchez de Losada, acusado de fazer um acordo com o Chile para vender gás boliviano para os Estados Unidos. O Chile é o inimigo histórico que tomou a saída da Bolívia para o mar, na Guerra do Pacífico (1879-83).

Desde então, o país viveu uma era de instabilidade até a eleição, em dezembro de 2005, de Evo Morales, o primeiro indígena a governar um país da América Latina desde Benito Juárez, no México (1858-64).

Aliado do então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Morales estatizou o petróleo e o gás natural bolivianos, chegando a ocupar militarmente instalações da Petrobrás para isso, sem maior reação do governo brasileiro. Sem a riqueza do petróleo da Venezuela, Evo faz uma política econômica austera para manter o equilíbrio das contas públicas. Os militares estão cobrando sua parte.

Diante da repressão ao movimento, os manifestantes exigem a demissão do ministro da Defesa e dos comandantes das três armadas e a abertura de uma negociação direta com o presidente. Não há nenhum sinal de ameaça imediata a Morales, mas ele terá de dar uma resposta antes da eleição de outubro, quando será candidato à reeleição. Até agora, o governo se nega a iniciar um diálogo.

Obama reafirma compromisso com segurança do Japão

No início de uma visita à Ásia, o presidente Barack Obama reafirmou hoje diante do primeiro-ministro Shinzo Abe o compromisso dos Estados Unidos de garantir a segurança do Japão, inclusive das ilhas Senkaku, disputadas pela China, que as chama de Diaoyu, mas negou ter traçado qualquer limite. Ao contrário, pediu diálogo pacífico em torno do problema.

Durante a entrevista, Obama voltou a ameaçar a Rússia com mais sanções, caso o Kremlin mantenha sua intervenção militar no Leste da Ucrânia. O presidente americano lamentou que a Rússia não tenha feito nada para "desescalar" o conflito.

Ao contrário, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou o governo provisório de cometer "crimes graves" ao tentar desalojar os manifestantes aliados de Moscou de prédios públicos de várias cidades ucranianas, mas um sinal de que a Rússia está pronta para atacar com os 40 mil soldados recentemente estacionados junto à fronteira da Ucrânia.

Israel rompe negociações com os palestinos

Sob a alegação de que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) é um grupo terrorista, o governo linha-dura de Israel rompeu hoje as negociações de paz com a Autoridade Nacional Palestina. Ontem, o Hamas e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) anunciaram um acordo de conciliação para formar um governo de união nacional depois de sete anos de conflito.

Por unanimidade, os ministros do chamado gabinete de segurança de Israel decidiram suspender o processo de paz, reiniciado há nove meses por iniciativa dos Estados Unidos, noticia o jornal The Washington Post.

O Hamas não reconhece o direito de existência de Israel nem os acordos de paz de Oslo, na Noruega, e só admite fazer isso no fim de negociações para criar um Estado nacional palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com capital no setor árabe de Jerusalém.

A União Europeia e os Estados Unidos também consideram o Hamas terrorista.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

EUA entregam helicópteros de combate ao Egito

Como o governo resultando do golpe militar de 3 de julho de 2013 manteve o acordo de paz com Israel, os Estados Unidos decidiram levantar a suspensão da entrega de 10 helicópteros de combate Apache ao Egito, anunciou o Pentágono.

A rigor, a lei americana proíbe a ajuda a regimes nascidos de Egito enfrenta uma rebelião da Irmandade Muçulmana, proibida e perseguida desde o golpe.

De acordo com o Departamento da Defesa dos EUA, os helicópteros serão usados em operações "antiterroristas" na Península do Sinai para "conter os extremistas que ameaçam a segurança do Egito, de Israel e dos EUA".

Eurozona consolida recuperação econômica

Apesar do endividamente elevado (veja logo abaixo), a recuperação da União Europeia se consolida. "A Zona do Euro entra no segundo trimestre de 2014 com bases sólidas", afirma Chris Williamson, economista-chefe da empresa de análises e consultoria econômica Markit.

"O crescimento se acelerou em abril, registrando o ritmo mais forte em três anos", acrescentou o analista. "Os últimos dados da pesquisa para o índice dos gerentes de compras permitem prever um crescimento de 0,5% no segundo trimestre depois de uma alta de 0,4% no primeiro trimestre."

Como maior economia do continente e quarta do mundo, "a Alemanha, com um crescimento de 0,7% no trimestre, continua sendo o principal motor da recuperação, enquanto a economia francesa se estabiliza", observa Williamson.

"As melhores notícias vêm provavelmente das economias secundárias da Eurozona, que apresentaram suas taxas de crescimento mais fortes desde o início de 2011, testemunho de uma intensificação da retomada nos países da periferia."

Déficits caem mas dívidas sobem na UE

Os déficits públicos dos países da União Europeia diminuíram em em 2013, enquanto as dívidas públicas aumentaram, indicam os dados divulgados hoje pelo Eurostat, o escritório oficial de estatísticas do bloco europeu.

Na Zona do Euro, a relação entre a dívida pública e o produto interno bruto caiu de 3,7% em 2012 para 3%, o limite máximo autorizado pelo Pacto de Estabilidade que sustenta a moeda comum europeia. Na UE como um todo, de 28 países, a queda foi de 3,9% para 3,3%.

Já a razão entre a dívida pública e o PIB subiu no ano passado de 90,7% para 92,6% na Eurozona e de 85,2% para 87,1% em toda a UE. A dívida total da Eurozona soma 8,89 trilhões de euros e na UE, 11,386 trilhões de euros.

Só um país teve saldo positivo nas contas públicas, Luxemburgo (0,1%). A Alemanha equilibrou receita e despesa. A Estônia (-0,2%), a Dinamarca (-0,8%), a Letônia (-1%) e a Suécia (-1,1%) ficaram perto do equilíbrio.

Dez países tiveram déficits superiores a 3% do PIB: Eslovênia (-14,7%), Grécia (12,7%), Irlanda (-7,2%), Espanha (-7,1%), Reino Unido (-5,8%), Chipre (-5,4%), Croácia e Portugal (ambos com -4,9%), França e Polônia (ambas com 4,3%). Em entrevista ao jornal Le Monde, o novo ministro da Economia francês, Michel Sapin, prometeu cortar o déficit para a meta de 3% do PIB em 2015.

As menores dívidas públicas em relação aos PIBs foram da Estônia (10%), Bulgária (18,9%), Luxemburgo (23,1%), Letônia (38,1%), Romênia (38,4%), Lituânia (39,4%) e Suécia (40,6%).

Em 16 países, as dívidas governamentais superam os 60% do PIB, limite recomendado pelo Pacto de Estabilidade. As dívidas percentualmente mais elevadas, acima de todo o valor produzido pelo país num ano, são da Grécia (175,1%), Itália (132,6%), Portugal (129%), Irlanda (123,7%), Chipre (111,7%) e Bélgica (101,5%).

Hamas e OLP fazem acordo de reconciliação

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fizeram um acordo na madrugada de hoje para "formar um governo de reconciliação nacional dentro de cinco semanas". Deve ser um governo tecnocrático.

A reconciliação vem num momento crucial para as negociações sobre a paz no Oriente Médio.

O governo de Israel já alegou que não pode fazer a paz com um povo dividido porque parte continuaria sendo sua inimiga. Hoje, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, "tem de escolher entre o Hamas e a paz".

Mais linha-dura ainda, o ministro do Exterior, Avigdor Lieberman, declarou o fim do processo de paz, acusando o acordo entre os dois grandes partidos do movimento nacional palestino de criar "um governo de unidade no terror. A assinatura de um acordo entre a Fatah e o Hamas é uma assinatura pelo fim das negociações entre Israel e a Autoridade Palestina."

O ministro da Economia, Naftali Bennett, insistiu na expressão "governo da unidade no terror": "O Hamas vai continuar assassinando israelenses e Abbas vai continuar exigindo a libertação dos companheiros."

Assim, o governo israelense joga para dividir o inimigo e sabotar a iniciativa dos Estados Unidos.

terça-feira, 22 de abril de 2014

EUA bombardeiam Al Caeda no Iêmen

As imagens divulgadas na Internet de uma grande reunião de guerrilheiros da rede terrorista Al Caeda no Iêmen provocou a ira dos Estados Unidos. Três bombardeios de drones americanos contra centros de treinamento da rede mataram pelo menos 55 militantes no último fim de semana.

Foi o maior dos 11 ataques de drones dos EUA no Iêmen neste ano. Os principais alvos dos americanos eram o chefe d'al Caeda na Península Arábica, Nasser al-Wuhaichi, e o maior especialista em fabricação de bombas do grupo, Ibrahim al-Assiri.

Durante o governo George W. Bush (2001-9), houve apenas um ataque de drones no Iêmen, com seis mortes. Desde a posse de Obama, foram 92 ataques de drones e 15 com outros armamentos como mísseis de cruzeiro.

Pelos cálculos da New American Foundation, os ataques dos EUA ao Iêmen mataram entre 753 e 965 pessoas, na maioria jihadistas, mas também 81 civis.

Especialistas em terrorismo advertem que os drones não são uma "bala mágica" capaz de erradicar o terrorismo no Iêmen. Sem combate à miséria no país mais pobre do mundo árabe e a capacitação das forças de segurança, o problema não será resolvido e vai aumentar o sentimento antiamericano, fonte de recrutamento de novos terroristas.

Pais acusam Boko Haram de manter 234 meninas reféns

Oito dias depois de um ataque de extremistas muçulmanos na cidade de Chibok, no Nordeste da Nigéria, os pais acusam o grupo Boko Haram de manter 234 meninas como reféns. O governo afirma que pelo menos 45 estudantes fugiram ou foram resgatadas.

O ataque foi um novo golpe na imagem do Exército da Nigéria, que chegou a anunciar que todas as meninas, menos oito, haviam se libertado. A guerrilha jihadista estaria ganhando a guerra da propaganda, submetendo os militares a sucessivas humilhações.

Em Abuja, o porta-voz do Ministério da Defesa declarou que "a operação está em andamento e vamos continuar enviando tropas."

Desde o ínicio do ano, cerca de 1,5 mil pessoas morreram na insurgência do Boko Haram, que na língua hauçá significa "a educação ocidental é pecado". Em cinco anos, são mais de 3,5 mil mortos.

Famílias do voo MH370 rejeitam certidões de óbito

Os parentes dos passageiros do Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido desde 8 de março de 2014 repudiaram hoje a iniciativa do governo da Malásia de emitir certidões de óbito e pagar indenizações como se todos os 227 passageiros e os 12 tripulantes estejam mortos, como acreditam todos os especialistas.

"Nós, as famílias do voo MH370, entendemos que, enquanto não houver provas conclusivas de que o avião caiu e não há sobreviventes, eles não têm o direito de tentar resolver o caso emitindo certidões de óbito e pagando indenizações", declarou em nota o grupo das Famílias Unidas do Voo MH370. A maioria das vítimas (154) era da China.

Depois de captar sinais que seriam da caixa-preta com as gravações de bordo, nos últimos dias nada foi ouvido pelos sistemas de rastreamento. Há o temor de que as baterias já estejam descarregadas. As operações de busca, realizadas no Oceano Índico a mais de mil quilômetros a oeste da Austrália, foram suspensas hoje por causa de um ciclone subtropical.

Coreia do Sul resgatou 103 corpos do naufrágio

Pelo menos 103 corpos foram retirados do mar desde o naufrágio de um ferryboat na semana passada na Coreia do Sul. Ainda há 199 desaparecidos. A chance de encontrar mais sobreviventes é praticamente nula.

A presidente Park Geon Hye acusou ontem o capitão do navio e três tripulantes de "assassinato", mas há críticas à reação do governo, que teria demorado em mobilizar navios para salvar os náufragos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Síria convoca eleição presidencial para 3 de junho

Apesar do repúdio internacional por causa da guerra civil que assola a Síria, a ditadura de Bachar Assad convocou uma eleição presidencial para 3 de junho de 2014. A expectativa é que ele seja reeleito para um terceiro mandato.

De amanhã até 1º de maio, os interessados podem se inscrever.

Mais de 150 mil pessoas foram mortas desde 15 de março de 2011, quando começou a guerra civil na Síria, com a violenta reação do regime às manifestações inicialmente pacíficas pela democracia inspiradas pela Primavera Árabe e o sucesso das revoluções na Tunísia e no Egito.

Irã mudou liderança da agência de energia atômica

O regime fundamentalista do Irã mudou a direção da Organização de Energia Atômica para afastar os funcionários que se opõem às negociações com os Estados Unidos.

domingo, 20 de abril de 2014

Presidente sul-coreana acusa tripulação de assassinato

A presidente da Coreia do Sul, Park Geun Hye, considerou assassinato a ação do comandante e da tripulação no naufrágio de um navio carregado de estudantes secundaristas, informou hoje a rede de televisão americana CNN. Quatro pessoas foram presas.

Com mais corpos resgatados do casco do ferryboat naufragado na semana passada quando ia do porto de Inchon para a ilha de Jeju, sobe para 64 o total de mortos no acidente; 238 pessoas ainda estão desaparecidas. A esperança de encontrar mais gente viva é mínima.

A gravação dos momentos que antecederam o naufrágio revela caos e confusão na cabine de comando. No primeiro momento, os passageiros foram aconselhados a ficar onde estavam. Só meia hora depois o capitão ordenou a evacuação do ferryboat. Como o barco virou rapidamente, a recomendação acabou aumentando o número de mortos.

Papa pede paz na Síria, Ucrânia, Venezuela, Nigéria e Iraque

No sermão da missa do domingo de Páscoa no Vaticano, o papa Francisco pediu paz, reconciliação e orações pelos povos em guerra, citando especificamente a Síria, a República Centro-Africana, a Ucrânia, a Venezuela, a Nigéria e o Iraque.

O papa também fez um apelo a árabes e israelenses para que retomem as negociações sobre a paz no Oriente Médio.

Alemanha estuda legalização da maconha

Diante de uma petição assinada por mais de 100 professores de direito, dois partidos políticos da Alemanha, Os Verdes e A Esquerda, querem criar uma comissão na Câmara Federal para examinar a possibilidade de legalizar a produção e consumo da droga, informa o jornal inglês The Times na edição desta segunda-feira.

As bancadas desses dois partidos têm votos suficientes para formar a comissão, mas precisam do apoio dos dois grandes partidos da coalizão de governo, a União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD), do ministro do Exterior Frank-Walter Steinmeier.

Dois estados dos Estados Unidos, Colorado e Washington, legalizaram o uso recreativo da droga, mas o único país que liberou o consumo nacionalmente foi o Uruguai.

Hollande acusa Síria de usar armas químicas

A França tem informações seguras de que a ditadura de Bachar Assad continua usando armas químicas na guerra civil da Síria, declarou hoje em entrevista de rádio o presidente François Hollande, admitindo que não há provas definitivas.

Os indícios são de novos ataques químicos no Noroeste da Síria, perto da fronteira com o Líbano, revelou o ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, menos violentos do que em 21 de agosto de 2013 na periferia de Damasco, a capital do país, mas ainda assim mortíferos.

Na época, os Estados Unidos ameaçaram bombardear posições do governo sírio. Em setembro de 2012, o presidente Barack Obama havia advertido Assad a não usar armas químicas.

Com mediação da Rússia, aliada de Assad, a Síria concordou em desativar as fábricas e entregar seu arsenal químico para destruição pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ). Na semana passada, a OPAQ informou que a Síria já entregou quase dois terços das armas químicas declaradas.

Como o conflito ainda está indefinido, com vantagem para o governo no momento, armas poderosas podem fazer a diferença no campo de batalha.

sábado, 19 de abril de 2014

Mortes confirmadas em naufrágio na Coreia do Sul são 36

Com mais corpos resgatados do casco do navio afundado, o total de mortos no naufrágio de um ferryboat na Coreia do Sul subiu hoje para 36 pessoas; 266 ainda estão desaparecidas.

88 meninas raptadas estão desaparecidas na Nigéria

Quarenta e uma meninas sequestradas pelo grupo extremista muçulmano Boko Haram numa escola do ensino médio da cidade de Chibok, no estado de Borno, no Nordeste da Nigéria, conseguiram escapar, mas 88 ainda estão desaparecidas, informa hoje o jornal inglês The Guardian.

Algumas conseguiram saltar do caminhão que as levava logo depois do sequestro. Outras fugiram para a Floresta de Sembisa, que fica perto da escola atacada.

Mais de 3,5 mil pessoas foram mortas desde 2009 na insurgência do grupo jihadista Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é pecaminosa", sendo 1,5 mil só neste ano.

Os rebeldes se beneficiam da divisão da Nigéria entre o Norte majoritariamente muçulmano e o Sul cristão e animista. Como o atual presidente Goodluck Jonathan é cristão, sulista e candidato à reeleição, políticos do Norte seriam coniventes com a ofensiva para desestabilizar o presidente e facilitar a eleição de um nortista muçulmano.

EUA liberam US$ 450 milhões após Irã diluir urânio

Os Estados Unidos vão liberar US$ 450 milhões de fundos iranianos congelados depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que o urânio diluiu 75% do urânio enriquecido a um teor de 20%, noticiou a televisão pública britânica BBC.

A medida faz parte do acordo preliminar entre as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia), a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear e dar um prazo de seis meses para um acordo definitivo.

As negociações reaproximam os EUA e o Irã, rompidos desde a Revolução Islâmica, em 1979.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Síria usa fome como arma de guerra

A ditadura de Bachar Assad está usando a comida como arma de guerra, impedindo o fornecimento a regiões dominadas pelos rebeldes para causar fome nas populações locais, revelam documentos das Nações Unidas divulgados pela revista americana Foreign Policy.

Com a fome, há um êxodo rumo às áreas controladas pelo governo, as únicas onde há garantia de conseguir alimentos. Isso expõe mais os rebeldes às ofensivas governamentais.

Um relatório do Programa Mundial de Alimentos indica que a ONU conseguiu distribuir comida para 415 mil pessoas que vivem em áreas de risco. Em toda a Síria, 4,1 milhões de pessoas receberam ajuda de alimentos em março, mais do que os 3,7 milhões de fevereiro.

A estimativa da ONU é que 9,3 milhões de sírios precisem de ajuda de emergência.

Coreia do Sul prende capitão do navio afundado

Sob a acusação de negligência e de abandonar o navio durante a operação de resgate dos passageiros e tripulantes, a Coreia do Sul prendeu hoje o capitão do ferryboat que naufragou há dois dias quando ia para a ilha de Jeju com mais de 500 pessoas a bordo, na maioria estudantes secundaristas.

O capitão Lee Joon Seok não estava na cabine de comando no momento do acidente e teria sido um dos primeiros a sair do barco. Uma regra básica da navegação é que o capitão é sempre o último a deixar o navio.

Até o momento, foram confirmadas 29 mortes e o resgate de 179 náufragos; 273 pessoas ainda estão desaparecidas. O subdiretor da escola, que foi salvo, se suicidou hoje.

Bouteflika é eleito para quarto mandato na Argélia

Com 81,5% dos votos válidos, o presidente Abdelaziz Bouteflika foi reeleito hoje presidente da Argélia por um quarto mandato consecutivo, anunciaram hoje as autoridades eleitorais. A abstenção foi de 48,3%.

Um dos líderes da Frente de Libertação Nacional que derrotou a França na guerra da independência, Bouteflika foi ministro do Exterior de 1963 a 1979. Voltou ao poder como presidente em 27 de abril de 1999, em plena guerra civil do regime contra os extremistas muçulmanos.

Cerca de 100 mil pessoas morreram na Guerra Civil Argeliana (1991-2002) deflagrada pelo cancelamento do segundo turno das eleições parlamentares de 1991, que caminhavam para a vitória do grupo fundamentalista muçulmano Frente Islâmica de Salvação (FIS). O conflito foi brutal, marcado por degolas e atrocidades cometidas por ambos os lados.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Acordo tenta reduzir tensão na Ucrânia

No fim de uma reunião em Genebra, na Suíça, os Estados Unidos, a Rússia, a Ucrânia e a União Europeia pediram a "todas as partes que evitem ações violentas, atos de intimidação e provocações". na Ucrânia.

"Todos os grupos armados ilegais devem ser desarmados, todos os prédios ocupados ilegalmente devem ser restituídos a seus proprietários legítimos", diz o comunicado final do encontro. A Ucrânia prometeu discutir uma reforma constitucional para dar mais autonomia às regiões.

É pouco provável que o protoditador russo, Vladimir Putin, cumpra o acordo. Ele insiste em que a Ucrânia está à beira da guerra civil e se reserva o direito de intervir a pretexto de proteger os russos moradores no país vizinho.

Durante programa de televisão em que respondeu a perguntas feitas pelos telespectadores por telefone, Putin acusou o governo provisório da Ucrânia, que não reconhece, de cometer "sérios crimes" ao usar a força contra manifestantes que lutam por autonomia. Ele alegou que a Rússia está agora, depois de anexar a Crimeia, num nível mais próximo do Ocidente.

"O fator força sempre existiu nas relações internacionais e sempre vai existir", declarou o homem-forte do Kremlin. "Por causa do uso da força temos de desenvolver uma série de regras que deem aos países uma oportunidade justa. Vamos lembrar o que aconteceu no Iraque quando alguém quis criar um mundo unipolar", acrescentou, alfinetando os EUA.

Putin negou que a Rússia esteja se isolando: "Os EUA definitivamente são líderes e por um momento pareciam os únicos, mas agora parece diferente." Ele afirmou que a Rússia e a China são "aliados naturais" que atingiram "níveis sem precedentes" de confiança e cooperação.

Mesmo dizendo não ter a intenção de fazer um acordo militar co a China, deixou claro que considera o eixo Moscou-Beijim um fator importante para equilibrar a influência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Escritor colombiano García Márquez morre aos 87 anos

O escritor colombiano Gabriel García Márquez, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1982, morreu hoje aos 87 anos na Cidade do México depois de uma longa batalha contra um câncer com metástases no fígado, nos gânglios e nos pulmões.

Um dos maiores nomes da literatura na América Latina, mestre do realismo fantástico, escreveu Cem Anos de Solidão, Ninguém Escreve ao Coronel, O Outono do Patriarca, O Amor nos Tempos do Colera, Crônica de uma Morte Anunciada, Notícia de um Sequestro e Minhas Tristes Putas.

García Márquez é o escritor mais popular em espanhol desde Miguel de Cervantes, que publicou Dom Quixote em 1604. Seu maior sucesso, Cem Anos de Solidão, lançado em 1957, vendeu mais de 50 milhões de cópias em 25 idiomas. Amigo pessoal de Fidel Castro, ele se tornou um dos grandes ídolos da esquerda latino-americana.

A Bíblia é o único livro em espanhol que vende mais do que ele. O jornal inglês The Guardian também o destaca como um dos mestres do Novo Jornalismo, ao lado de escritores americanos famosos como Norman Mailer e Tom Wolfe, ao usar recursos literários como diálogos e descrições detalhadas em grandes reportagens.

Doente e cansado, com problemas de memória, García Márquez não dava entrevistas há alguns anos.

Ex-jogador português faz 'guerra santa' na Síria

O ex-jogador do Arsenal, de Londres, que largou tudo para entrar numa "guerra santa" islâmica na Síria foi identificado como o português Celso Rodrigues da Costa, revela o jornal inglês The Guardian. Há duas semanas, ele apareceu num vídeo divulgado na Internet convocando para a jihad.

As primeiras suspeitas da mídia britânica foram de que seria Lassane Diarra, que jogou pela França, o Arsenal, o Chelsea e o Portsmouth. Diarra foi obrigado a desmentir. Disse que nunca esteve na Síria.

Celso Rodrigues da Costa fez sua convocação à luta pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, um dos ramos da rede terrorista Al Caeda na guerra civil da Síria.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Criação de empresas cai 1,5% na França

O número de novas empresas abertas na França em março de 2014 caiu 1,5% em relação ao mês anterior, mas ficou quase estável na comparação anual (-0,1%), anunciou hoje o Insee (Instituto de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).

Em mais da metade dos casos (50,9%), as novas empresas são iniciativas de profissionais interessados em assumir o controle sobre seu trabalho, as chamadas eupresas.

Desemprego no Reino Unido cai para 6,9%

Com a forte recuperação econômica do Reino Unido, caiu de 7,2% em janeiro para 6,9% em fevereiro, o menor em cinco anos, revelou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas.

O total de pessoas à procura de emprego caiu de 3,326 milhões para 3,243 milhões. A taxa de 7% foi fixada pelo Banco da Inglaterra como limite abaixo do qual o Comitê de Política Monetária voltaria a discutir aumentos nas taxas de juros.

Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que o Reino Unido terá o maior crescimento entre os países ricos do Grupo dos Sete (maiores potências indústrias menos a China), de 2,9%.

Miami vai discutir construção de estádio por Beckham

A Prefeitura Municipal de Miami Beach, na Flórida, nos Estados Unidos, está convocando a população para discutir em encontro aberto a proposta de construção de um estádio perto do porto da cidade no próximo dia 26 de abril por iniciativa do ex-jogador de futebol inglês David Beckham, que está organizando um clube.

O encontro, a ser realizado na Câmara Municipal, que em princípio se opôs ao local da obra.

Por acaso aqui no Brasil a sociedade foi convidada para opinar sobre os estádios da Copa. Pelo contrário. Muitas favelas foram removidas. É a diferença entre a verdadeira democracia e o autoritarismo.

Itália enfrenta "êxodo bíblico" no mar

Desde outubro de 2013, a Itália resgatou 18.546 imigrantes ilegais que tentavam entrar na União Europeia pelo Mar Mediterrâneo, revelou em 10 de abril de 2014 o comandante da Marinha italiana, almirante Giuseppe di Giorgi. Foram usados navios, submarinos, helicópteros, barcos anfíbios, drones.

Por causa da guerra civil na Síria, da instabilidade causada pelas revoltas da Primavera Árabe no Egito, na Líbia e na Tunísia e dos conflitos e da miséria na África subsaariana, 42.925 conseguiram fazer a travessia e entrar na Itália no ano passado.

"É um êxodo de proporções bíblicas", observou o comandante. "Mandá-los de volta não faz parte da nossa missão."

Nigéria não salva meninas raptadas pelo Boko Haram

Só oito das 129 estudantes sequestradas pelo grupo terrorista muçulmano Boko Haram não foram resgatadas, informou há pouco o Exército da Nigéria. Esta notícia foi desmentida um dia depois pelo Ministério da Defesa.

Boko Haram significa "a educação ocidental é pecaminosa". Por isso, faz de ataques a escolas parte de sua luta para impor o direito islâmico ao Norte da Nigéria, o país mais rico e mais populoso da África.

Em desafio às Forças Armadas da Nigéria, os rebeldes jihadistas intensificaram suas ações nos últimos meses. Já são mais de 1,5 mil mortos só em 2014. Desde o surgimento do grupo, o total de mortes passa de 3,5 mil.

Naufrágio deixa 300 desaparecidos na Coreia do Sul

Mais de 300 pessoas, a maioria estudantes do ensino médio que iam para uma colônia de férias, estão desaparecidas desde o naufrágio de um ferryboat que ia do porto de Inchon para a ilha de Jeju, no Sudoeste da Coreia do Sul com 447 pessoas a bordo. Pelo menos 164 náufragos foram resgatados do mar gelado. Seis mortes foram confirmadas.

Hoje à tarde, pelo horário brasileiro, uma mãe contou ter recebido um pedido de ajuda do filho por mensagem de texto de telefone. Várias pessoas estariam presas com vida no casco semissubmerso.

Cerca de 160 mergulhadores da Marinha e da Guarda Costeira da Coreia do Sul participam da operação de resgate, mas o mau tempo e as fortes correntes marinhas prejudicam o trabalho.

"Não podemos esmorecer", declarou a presidente Park Geun Hye. "Temos de fazer o melhor para resgatar cada dos passageiros e estudantes que não conseguiram sair do navio."

Transnístria pede reconhecimento à Rússia

Diante da intervenção militar da Rússia na Ucrânia, a Transnístria, uma região de maioria russa da ex-república soviética da Moldova, pediu às autoridades do Kremlin o reconhecimento de sua independência.

A esperança é que o presidente Vladimir Putin lance uma nova operação militar a pretexto de proteger os russos, como está fazendo na Ucrânia sem admitir publicamente, como se a revolta no Leste do país fosse espontânea. A Transnístria fica do outro lado, faz fronteira com o Oeste da Ucrânia, a região mais ocidentalizada. Mais um enclave russo cercaria a Ucrânia.

Ontem, durante conversas telefônicas com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, Putin alegou que "a Ucrânia está à beira da guerra civil".

Ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, o protoditador pediu que condene o governo provisório da Ucrânia por "desrespeitar os direitos e interesses dos russos". Mais um blefe. Tudo de acordo com seu plano de provocar uma reação armada para justificar uma invasão com os 40 mil soldados russos estacionados do outro lado da fronteira.

Até onde vai Putin? No discurso em que justificou a anexação da Crimeia, o protoditador russo lembrou o fim da União Soviética, que descreve como a "maior catástrofe geopolítica do século 20". Desde então, 25 milhões de russos passaram a ser estrangeiros nos países onde viviam.

Nesta lógica, deveria recriar a URSS. Os russos da Moldova entraram na fila para voltar à pátria-mãe.

China cresce em ritmo de 7,4% ao ano

A China cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2014, projetando um ritmo anual de 7,4%, pouco acima dos 7,3% previstos por economistas ouvidos pelo jornal americano The Wall St. Journal. É o menor índice em um ano e meio.

No último trimestre do ano passado, a segunda economia do mundo tinha avançado num ritmo de 7,7%. A meta oficial para este ano é 7,5%.

Diante da desaceleração do crescimento, o governo chinês anunciou no início de abril algumas medidas de estímulo, como a expansão e modernização da malha ferroviária, base do transporte de massa num país de 1,3 bilhão de habitantes, e a conversão de favelas em bairros.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Berlusconi fará trabalho comunitário como pena

Condenado a um ano de prisão por fraude fiscal, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, de 77 anos, é muito velho para ir para a cadeia pelas leis da Itália. Hoje um tribunal de Milão decidiu que ele vai trabalho comunitário num asilo para idosos "uma vez por semana durante pelo menos quatro horas consecutivas".

Depois de anos usando seu prestígio político para fugir de inúmeros processos por corrupção, Berlusconi foi condenado há oito meses definitivamente por sonegação de impostos e fraude fiscal. Por este motivo, perdeu o cargo de deputado e foi proibido de se candidatar a cargos públicos.

A Fundação Sagrada Família oferece ajuda e exercícios de reabilitação para pessoas "com deficiências psicofísicas e para idosos não autossuficientes". Os velhinhos não gostaram muito da notícia. Alguns prometeram tomar mais cuidado de suas propriedades diante do líder que virou um dos maiores exemplos de político corrupto.

Economia da Rússia se desacelera

O primeiro-ministro Dimitri Medvedev estimou hoje que a Rússia cresceu no primeiro trimestre de 2014 num ritmo de 1% ao ano, abaixo do 1,6% do primeiro trimestre de 2013. Sob o impacto do conflito na Ucrânia, a expectativa é de piorar ainda mais.

"A situação continua a se deteriorar", admitiu o lugar-tenente de Vladimir Putin. Desde o início do ano, calcula-se que US$ 370 bilhões saíram do país.

Depois de ser fortemente abalada pela Grande Depressão, que levou a uma queda de quase 8% no produto interno bruto de 2009, a Rússia cresceu 4,5% em 2010, 4,3% em 2011, 3,4% em 2012 e 1,3% em 2013

Como observou Daniel Grosso no blog americano The Daily Beast, "este é um período benigno para a economia global. Os Estados Unidos, a China e o Japão - as três maiores economias do mundo - estão crescendo. Novos países em desenvolvimento surgem na África. A crise das dívidas públicas na Europa está acabando. Neste ambiente, a única maneira de entrar numa recessão é arquitetanto uma. É precisamente o que Putin está fazendo com a economia da Rússia, de US$ 2 trilhões."

No mesmo cenário begnino, o Brasil corre o risco de estagflação (estagnação econômica e inflação) por causa das políticas econômicas equivocadas do governo Dilma Rousseff.

Índia reconhece transexuais como terceiro sexo

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal de Justiça da Índia decidiu hoje reconhecer os transgêneros como um terceiro sexo. Por "uma questão de direitos humanos", o governo terá de adaptar toda a legislação em vigor para garantir a proteção aos transexuais.

Estima-se que haja 2 milhões de transgêneros na Índia. A partir de agora, em todos os documentos oficiais os indianos terão de opção de colocar masculino, feminino ou terceiro sexo para evitar a humilhação, a marginalização e a violência.

"O reconhecimento das pessoas transgêneras como um terceiro gênero não é uma questão médica ou legal, mas, sim, uma questão de direitos humanos. Os transgêneros também são cidadãos da Índia. O espírito da Constituição tem o sentido de proporcionar oportunidades iguais para todos os cidadãos para realizarem o seu potencial, independentemente de casta, religião ou gênero", declarou na sentença o ministro K. S. Radhakrishnan.

A definição legal de transgênero inclui "todos que se apresentem de uma forma diferente da do sexo com que nascarem".

Turquia apoiou ação rebelde contra Síria

A Turquia colaborou com uma ação dos rebeldes que lutam contra a ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria. O governo turco que eles usassem o território do país para atacar a cidade síria de Kassab, onde a maioria da população é de origem armênia.

Kassab está agora sob o controle de grupos extremistas muçulmanos.

Ministro de Obras é sequestrado no Afeganistão

O ministro de Obras Públicas do Afeganistão, Ahmad Chah, foi sequestrado hoje em Cabul. Quatro homens que estavam no mesmo veículo dispararam contra o carro de Chah quando ele ia para o trabalho.

Até agora, o Ministério do Interior está tratando o caso como crime comum, sem levantar suspeitas de terrorismo.

Consolidar o poder e derrotar a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) serão os maiores desafios do futuro governo. Os primeiros resultados da eleição presidencial de 5 de abril de 2014 indicam que haverá segundo turno em 28 de maio, já que nenhum candidato deve obter mais da metade dos votos válidos.

No momento, com 10% das urnas apuradas, o ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah lidera com 42% dos votos válidos, seguido pelo ex-reitor da Universidade de Cabul Mohamed Achraf Ghani Ahmadzai, com 36,7%. A contagem inicial deve ser concluída em 24 de abril. O resultado oficial sai em 14 de maio.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ucrânia admite realizar referendo sobre autonomia regional

Sob nova intervenção militar da Rússia, com milicianos a mando do Kremlin ocupando prédios públicos em 14 cidades da Ucrânia, o presidente provisório do país, Olexander Turchinov, admitiu hoje realizar um referendo sobre autonomia regional coincidindo com as eleições parlamentares e presidencial de 25 de maio de 2014.

Diante de um discurso feroz do embaixador russo Vitali Churkin numa reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tudo indica que a Rússia prepara uma invasão à ex-república soviética, se o governo ucraniano lançar uma grande operação para desalojar os rebeldes.

Em sua nova guerrinha fria contra o Ocidente, durante o fim de semana, um avião de guerra russo sobrevoou várias vezes a baixa altitude um navio da Marinha dos Estados Unidos que está em águas internacionais do Mar Negro. O piloto não respondeu às tentativas de contato. O Departamento da Defesa dos EUA descreveu a ação como "provocativa e antiprofissional".

Hoje, a Rússia cobrou explicações dos EUA sobre notícias provavelmente fabricadas pelos meios de comunicação dóceis ao Kremlin de que o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) visitou Kiev no fim de semana. Faz parte da guerra de propaganda para justificar a intervenção militar em andamento.

Tam bém hoje, os EUA acertaram um empréstimo de US$ 1 bilhão ao governo provisório da Ucrânia. A Casa Branca revelou que o presidente Barack Obama deve discutir a crise por telefone com o presidente Vladimir Putin.

É cada vez mais evidente que a Rússia quer impedir a realização de eleições livres que legitimariam a mudança de governo na Ucrânia depois da fuga do país, em fevereiro, do presidente Viktor Yanukovich, acusado pela morte de mais de 100 participantes nas manifestações de protesto realizadas naquele mês. 

Qualquer exemplo de democracia na extinta União Soviética é uma ameaça ao autoritarismo de Putin dentro da própria Rússia. O governo provisório da Ucrânia já manifestou a intenção de aderir à União Europeia, minando o projeto de Putin de recriar a União Soviética como União Eurasiana. 

É contra tudo isso que Putin luta, contra a democracia, a liberdade e a integração da Ucrânia à Europa moderna e desenvolvida.

Produção industrial da Eurozona cresce 0,2%

Depois de ficar estável em janeiro, a produção das fábricas da Zona do Euro avançou 0,2% em fevereiro de 2014. Na União Europeia toda, a alta foi de 0,4%. Na comparação anual, o crescimento foi de 1,7% na Eurozona e de 2,1% no bloco inteiro, revelou hoje o Eurostat, escritório oficial de estatísticas da UE.

A maior expansão foi registrada em Malta (5,4%), na Irlanda (5%) e na Lituânia (2,5%), enquanto a indústria da Croácia (-2,8%), Estônia (-2,2%) e Romênia (-1,3%).

Brasil gasta menos e América Central se reforça

A América Latina, o subcontinente com os maiores índices de homicídio do mundo, onde o risco de guerra entre os países é menor, os orçamentos de defesa aumentaram 2,2% em 2013 e 61% nos últimos 10 anos. O maior impacto vem da guerra contras as máfias do tráfico de drogas, observa o Instituto de Pesquisas sobre a Paz Internacional de Estocolmo (Sipri).

Na América do Sul, o avanço de 1,6% foi pequeno por causa de uma redução de 3,9% nas despesas militares do Brasil, que têm as maiores Forças Armadas da região, para US$ 31,5 bilhões. O Paraguai liderou o crescimento com alta de 33%, seguido pela Colômbia, que negocia a paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Diante da guerra do México contra as drogas, as gangues de traficantes migraram para a América Central, onde houve significativas altas nos orçamentos militares em Honduras (22%), na Nicarágua (18%) e na Guatemala (11%). O México gastou mais 5,1%.

Mundo gastou US$ 1,75 trilhão em armas em 2013

Com a redução dos orçamentos de defesa no Ocidente, sobretudo nos Estados Unidos, os gastos militares caíram pelo segundo ano consecutivo, desta vez em 1,9%, para US$ 1,75 trilhão, revelou hoje o Sipri (Instituto de Pesquisas da Paz Internacional de Estocolmo). Mas estão subindo no resto do mundo. O Brasil caiu do 10º para o 12º lugar, com US$ 31,5 bilhões.

Depois de sair do Iraque no fim de 2011 e de preparar a retirada do Afeganistão, os EUA cortaram o orçamento do Pentágono em 7,8%, mas ainda lideram as despesas militares por grande margem, com US$ 640 bilhões, 37% do total. Logo atrás, vem China, Rússia e Arábia Saudita, parte de um grupo de 23 países que dobraram os gastos com defesa nos últimos 10 anos.

Na Ásia e na Oceania, o gasto total subiu 3,6% para US$ 407 bilhões. Com alta de 7,4% para US$ 188 bilhões e de 170% nos últimos 10 anos, a China foi responsável por quase todo o aumento regional. Isso assusta os países vizinhos, que tendem a se reforçar, sobretudo o Japão, inimigo histórico, onde o primeiro-ministro Shinzo Abe tenta revogar o artigo 9 da Constituição imposta pelos EUA em 1947, depois da Segunda Guerra Mundial, que impede o país de realizar operações militares no exterior.

A Rússia, que no momento intervém militarmente na Ucrânia, teve despesas militares de US$ 88 bilhões, com aumento de 108% em 10 anos e de 4,8% no ano passado. Pela primeira vez desde 2003, gastou uma porcentagem maior do PIB em defesa (4,1%) do que os EUA (3,8%).

O Plano Estatal de Armamentos prevê um investimento de US$ 708 bilhões de 2011 a 2020 para substituir 70% do arsenal russo por equipamentos novos e modernos como parte do delírio de grandeza do protoditador Vladimir Putin de restaurar parte do poder imperial soviético.

No Oriente Médio, onde se trava a guerra civil na Síria, o conflito armado mais grave hoje no mundo, os orçamentos aumentaram 4% em 2013, chegando a US$ 150 bilhões. Como o Catar, os Emirados Árabes Unidos, o Irã e a Síria não divulgaram suas cifras, a estimativa pode estar incorreta. O maior aumento na região foi de 27% no Iraque, que reconstroi suas Forças Armadas, destruídas pela invasão americana de 2003.

Assustada com o programa nuclear do Irã e especialmente com a reaproximação da república islâmica com os EUA, a Arábia Saudita gastou US$ 67 bilhões, 14% a mais, superando o Japão, o Reino Unido e a França em 2013 para ficar em quarto lugar.

Por causa das ameaças regionais, a Turquia e a Coreia do Sul também se reforçaram, enquanto Brasil, França, Reino Unido, Itália, Austrália e Canadá, além dos EUA, gastaram menos em armas.

Na América Latina, o subcontinente mais violento do mundo em criminalidade, houve um aumento de 2,2% em 2013 e de 61% nos últimos 10 anos.

Atentado terrorista mata 71 na capital da Nigéria

Um duplo atentado terrorista num terminal de ônibus matou pelo menos 71 pessoas e feriu outras 124 hoje de manhã em Abuja, a capital de Nigéria. A imprensa local fala em 150 mortes. O principal suspeito é o grupo extremista muçulmano Boko Haram, que luta para impor o direito islâmico ao país mais populoso da África.

Foi o primeiro atentado em dois anos em Abuja. No fim de semana, o grupo jihadista, cujo nome significa "educação ocidental é pecado", assumiu a responsabilidade por 60 mortes no estado de Borno.

Se a autoria dos jihadistas for confirmada, será um duro golpe na credibilidade das Forças Armadas da Nigéria, que diziam garantir a segurança nas grandes cidades, limitando as ações terroristas a zonas rurais dos estados do Nordeste do país.

domingo, 13 de abril de 2014

Rússia acusa Ucrânia pelo conflito que fomenta

Com um festival da acusações falsas durante uma sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o embaixador da Rússia, Vitali Churkin, falou hoje como se justificasse uma invasão iminente. Além de negar legitimidade ao governo revolucionário da Ucrânia, o governo russo acusa radicais nazistas e antissemitas de perseguir os russos.

"A Ucrânia está em guerra com seu próprio povo", vociferou o embaixador russo. Moscou tem 40 mil soldados estacionados do outro lado da fronteira prontos para invadir a ex-república soviética. Como no auge da Guerra Fria, Churkin acusou o governo ucraniano de fazer exatamente o que os milicianos russos estão fazendo.

Na sua trulência verbal, o representante da Rússia não deixou nenhum espaço para uma negociação diplomática.

Neste momento, a embaixadora da ex-república soviética da Lituânia, que hoje percente à União Europeia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), defende a soberania nacional contra a agressão da Rússia. Ela condenou os grupos separatistas e pediu a retirada das tropas russas concentradas na fronteira ucraniana.

Em seguida, a embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Power, lembrou que a Rússia prometeu não ocupar mais território da Ucrânia, mas está repetindo o que fez na Crimeia. "Vocês não precisam acreditar em mim", argumentou a embaixadora. "Há inúmeros registros em vídeo da ação dos paramilitares."

Os EUA reafirmaram seu apoio à Ucrânia: "O futuro da Ucrânia deve ser decidido pelos ucranianos. Os EUA darão uma ajuda de US$ 1 bilhão. O vice-presidente Joe Biden vai a Kiev nesta semana. Os EUA apoiam a realização de eleições livres e democráticas em 25 de maio", acrescentou a embaixadora

Depois, o Reino Unido manifestou sua preocupação, citando mais uma vez os vídeos disponíveis de homens fortemente armados, de uniforme militar, sem insígnia nem identificação. Citou ainda que o referendo que anexou a Crimeia à Rússia foi considerado ilegal e ilegítimo diante do direito internacional.

O embaixador britânico, Mark Lyall Grant, também repudiou a concentração de tropas russas junto da fronteira da Ucrânia e negou legitimidade aos movimentos separatistas do Leste da Ucrânia, alegando que foram maquinados na Rússia.

"Os ucranianos devem decidir seu próprio destino. O governo a ser eleito em 25 de maio poderá discutir a redistribuição de poder entre as regiões, mas é uma decisão que cabe ao povo ucraniano", reiterou o embaixador britânico.

A França também destacou que o grau de profissionalismo e o equipamento que os milicianos russos demonstram não se compram em lojas comuns. Seu embaixador condenou a Rússia por aumentar o preço do gás e reter produtos nas fronteiras, "tentando sufocar um país que chama de irmão".

Neste contexto, a França apoio o direito da Ucrânia de defender seu território. Defende um diálogo construtivo. "O futuro da Ucrânia precisa ser decidido pelos ucranianos. Nossa mensagem é clara: precisamos de eleições livres e limpas sob supervisão internacional. A Rússia precisa colaborar para desescalar a tensão. Como membro do Conselho de Segurança, tem o compromisso de manter a paz e ajudar a Ucrânia a reencontrar a estabilidade. Espero que seja capaz de chegar a um acordo no dia 18 no encontro com os EUA, a UE e a Ucrânia, em Genebra."

Como um dos representantes da África no Conselho de Segurança, Ruanda considerou a situação "alarmante".

Boeing da Malásia foi pilotado como avião caça

O Boeing 777 do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido desde 8 de março de 2014 com 239 pessoas a bordo, foi pilotado como um avião de caça. Para não ser detectado pelos radares, subiu até perto de 14 mil metros de altitude e depois voou em alta velocidade a apenas 1,5 mil metros do solo, informaram investigadores malasianos citados anonimamente pelo jornal inglês The Sunday Times.

A alegação alimenta a hipótese de que o avião tenha sido desviado da rota Kuala Lumpur-Beijim por alguém da tripulação, com capacidade técnica para controlar a aeronave, informou o jornal International Business Times.

Como o jornal local New Straits Times noticiou que o copiloto, Farik Abdul Hamid, tentou usar o telefone celular depois que o Boeing foi desviado da rota. Uma das possibilidades é que o piloto Zaharie Ahmad Shah tenha se trancado na cabine depois de uma saída do copiloto, que então teria tentado avisar as autoridades.

ONU faz reunião de emergência sobre Ucrânia

Diante da rebelião fomentada pela Rússia no Leste da Ucrânia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para esta noite, enquanto o presidente interino Olexander Turchinov anuncia uma operação em grande escala para desalojar milicianos de vários prédios públicos ocupados.

Bielorrússia rejeita federalização da Ucrânia

De olho no seu país, o ditador da Bielorrússia, Alexander Lukachenko, no poder há 20 anos, um dos maiores aliados de Moscou, rejeitou hoje a pressão da Rússia pela federalização da Ucrânia.

Em entrevista à televisão russa NTV, Lukachenko declarou que a federalização dividiria o país e destruiria o Estado ucraniano. A exemplo da Ucrânia, depois do fim da União Soviética, a Bielorrússia entregou à Rússia as armas nucleares instaladas em seu território.

A Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia formavam o núcleo central eslavo da URSS. O país de Lenin, Trotski e Stalin, pátria do comunismo internacional, desapareceu quando essas três repúblicas assinaram o Acordo de Minsk, em 8 de dezembro de 1991, rechaçando a proposta de confederação feita pelo último líder soviético, Mikhail Gorbachev.

Qualquer tentativa do homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin, de recriar a URSS através da União Eurasiana será capenga sem esses três países.

Tiroteio mata um e fere cinco na Ucrânia

Pelo menos um policial morreu e outros cinco saíram feridos de uma tentativa das forças especiais da Ucrânia de retomar um prédio ocupado por milicianos pró-Rússia na cidade da Sloviansk descritos pelo governo provisório ucraniano como terroristas.

Há o temor de que o presidente russo, Vladimir Putin, aproveite a oportunidade para invadir e anexar o Leste da Ucrânia, a exemplo do que fez no mês passado com a região da Crimeia.

sábado, 12 de abril de 2014

Ucrânia suspende pagamento de gás natural russo

A empresa estatal ucraniana Naftogaz suspendeu hoje os pagamentos devidos à estatal russa Gazprom, no total de US$ 2,2 bilhões, até a redefinição dos preços nas negociações entre os dois países.

No conflito que levou a Rússia a anexar a Crimeia, o presidente Vladimir Putin voltou a usar o gás como arma política, aumentou os preços e ameaçou cortar o fornecimento à Ucrânia, por onde passam 15% do gás natural importado pela União Europeia.

É uma maneira de pressionar a Europa a aceitar as intervenções de Putin na Ucrânia. Mas a UE não pode tolerar as maquinações do protoditador russo e aceitar qualquer status quo para a Ucrânia que não seja de plena independência nacional.

Russos atacam mais uma cidade do Leste da Ucrânia

Com pistolas e fuzis Kalachnikov, pelo menos 20 milicianos financiados e armados pelo Kremlin tomaram a chefiatura de polícia de Slaviansk, no Leste da Ucrânia, a 150 quilômetros da Rússia, aprofundando a crise entre os dois países no momento em que o presidente Vladimir Putin ameaça deflagrar mais uma guerra do gás, cortando o suprimento ao país vizinho, por onde passam 15% do gás importado pela União Europeia.

Os milicianos arriaram a bandeira ucraniana, substituindo-a pela da Rússia e roubaram as armas estocadas. Moradores os ajudaram a armar barricadas antes da chegada de reforços policiais, informou a agência Reuters.

Por telefone, o ministro do Exterior da Ucrânia, Andriy Deschitsia, pediu ao colega russo, Serguei Lavrov, o "fim das provocações". Ontem, Lavrov afirmara que depois de tomar a península da Crimeia, a Rússia não tinha intenções de anexar outras regiões ucranianas.

A crise começou em novembro de 2013, quando o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, cedeu às pressões de Moscou e abandonou as negociações de um acordo de associação com a UE. Em protesto, manifestantes a favor da aproximação com a Europa tomaram a Praça da Independência e enfrentaram a tropa de choque, que matou centenas de pessoas.

Sob pressão, Yanukovich fugiu do país, foi para a Rússia e pediu uma intervenção militar ao Kremlin sob o pretexto de proteger as populações étnica e culturalmente russas. Putin não precisava do sinal de seu vassalo para atacar.

No fim de fevereiro, milicianos russos tomaram a assembleia regional da Crimeia e, sob a mira de fuzis Kalachnikov, instalaram no poder um governo-fantoche pró-Rússia liderado por um mafioso aliado do Kremlin que convocou um plebiscito realizado em 16 de março para a Crimeia sair da Ucrânia e ser anexada à Rússia.

Com a alegação de que o governo provisório da Ucrânia é ilegal, fruto de um "golpe de Estado", Putin rompeu o Memorando de Budapeste, assinado em 1994 para que a Rússia ficasse com todas as armas nucleares da extinta União Soviética.

Os EUA e a UE reagiram impondo sanções a políticos e empresários russos e ucranianos responsáveis pela anexação da Crimeia. Não basta para parar o homem-forte do Kremlin, que vive um breve momento de glória em seus delírios de grandeza de restaurar o poder imperial soviético.

A estratégia russa é clara: boicotar as eleições convocadas para 25 de maio e qualquer tentativa da Ucrânia de entrar para a UE.

Garagem no Sul de Londres vale R$ 2 milhões

Diante da escassez de imóveis e terrenos para comprar, uma garagem de 53 metros quadrados no Sul de Londres foi vendida num leilão por três vezes mais do que o preço pedido inicialmente. Chegou a 550 mil libras, pouco mais de R$ 2 milhões, um recorde para a capital do Reino Unido, revelou hoje o jornal International Business Times.

O imóvel alcançou esse preço elevado apesar de não haver permissão para convertê-lo numa casa. Na média, é 150 mil libras (R$ 555 mil) mais caro do que uma casa no bairro de Camberwell, onde fica.

De acordo com a Royal Institution of Chartered Surveyors, a venda de casas no Reino Unido atingiu em março de 2013 o pico dos últimos seis anos, desde o agravamento da crise financeira internacional e da Grande Recessão, num sinal de que "o país precisa desesperadamente de novas casas".

Pelas projeções do Fundo Monetário Internacional, o Reino Unido vai liderar o crescimento dos países ricos em 2013, com expansão de 2,9%.

Copiloto do voo MH370 teria tentado usar celular a bordo

O copiloto do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido há mais de um mês com 329 pessoas a bordo, tentou usar o telefone celular depois que o Boeing 777 foi desviado da rota Kuala Lumpur-Beijim, suspeitam investigadores citados pelo jornal malasiano New Straits Times, informa a agência de notícias Reuters.

Uma torre de telefonia celular detectou uma tentativa de uso do celular de Farik Abdul Hamid quando o avião estava a cerca de 370 quilômetros a noroeste da costa oeste do estado de Penang, na Malásia. Por volta do mesmo horário, 2h15 de 8 de março de 2014, um radar militar malasiano captou o último sinal do Boeing no ar.

A confiabilidade da informação foi questionada pelo ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein: "Se isto aconteceu, deveríamos ter ficado sabendo antes."

Depois de escrutinar a vida dos 227 passageiros, os investidores acreditam que alguém da tripulação desviou o Boeing, que teria voado mais oito horas até mergulhar no Oceano Índico a cerca de mil km a oeste da costa oeste da Austrália.

Papa Francisco pede desculpas por pedofilia na Igreja

Pela primeira vez, o papa Francisco pediu perdão ontem pelos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica. No mês passado, ele nomeou uma comissão de alto nível para atacar o problema.

"Eu se sinto compelido a atacar pessoalmente o mal cometido por padres, poucos se compararmos com o número total de sacerdotes, e de pedir perdão pessoalmente pelo mal que eles fizeram ao abusar sexualmente de menores", declarou o papa diante do Conselho Católico Internacional para a Criança, noticia a agência Reuters.

Francisco acrescentou: "A Igreja está consciente dos danos pessoais e morais causados por esses agentes da Igreja. Não vamos dar um passo atrás na maneira como lidamos com este problema e nas sanções que devem ser impostas. Ao contrário, temos de ser ainda mais duros."

Nas últimas décadas, o Vaticano foi acusado de conivência, de não tomar imediatamente as medidas necessárias para investigar padres, curas e bispos pedófilos e entregá-los à Justiça. Entre as reformas prometidas por Francisco, está a linha dura contra a pedofilia. Mas não se discute, pelo menos não na cúpula da Igreja, o fim do celibato, que permitiria aos padres e bispos ter uma vida sexual normal.

Francisco é um conservador e reformista moderado. Quer moralizar a Igreja e aproximá-la do homem comum, quer uma Igreja mais franciscana, mas está longe de mexer nos grandes tabus que impedem uma verdadeira modernização do catolicismo, enquanto crescem as igrejas evangélicas pentecostais de inspiração americana.

EUA vetam embaixador do Irã na ONU

Os Estados Unidos negaram ontem visto ao embaixador indicado pelo Irã para chefiar a delegação do país nas Nações Unidas, que têm sede em Nova York, sob a alegação de que Hamid Abutalebi participou da invasão da embaixada americana em Teerã em 4 de novembro de 1979, meses depois da revolução islâmica.

Durante 444 dias, 52 americanos foram mantidos reféns por estudantes radicais da Guarda Revolucionária Iraniana. Abutalebi afirma que era apenas tradutor.

A medida atrapalha as negociações para desarmar o programa nuclear iraniano, que marcam uma reaproximação entre os dois países, rompidos diplomaticamente desde a invasão da embaixada. O Irã considerou o veto uma violação do direito internacional.

Por uma rara unanimidade, o Congresso dos EUA aprovou legislação aprovada às pressas nos últimos dias para impedir a entrada de Abutalebi no país.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Rússia pede neutralidade à Ucrânia

O ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, pediu hoje garantias legais de que a Ucrânia será um país neutro e não se torne membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ele acrescentou que a Rússia está pronta para negociações com os Estados Unidos, a União Europeia e a Ucrânia na próxima semana, e que a dívida ucraniana estará em pauta.

A Ucrânia deve US$ 2,2 bilhões à Gazprom, a empresa estatal russa de gás. Ontem, o presidente Vladimir Putin ameaçou cortar o fornecimento de gás através da Ucrânia. Isso afetaria 18 países da Europa.

Lavrov negou que a Rússia pretenda anexar novas regiões da Ucrânia, a exemplo do que aconteceu com a Crimeia depois de uma intervenção militar e de um referendo realizado às pressas em 16 de março de 2014 sem fiscalização internacional.

Rebeldes acusam Síria de usar armas químicas

Forças leais ao ditador Bachar Assad atacaram hoje o subúrbio de Harasta, em Damasco, com armas químicas, denunciaram oposicionistas à televisão saudita Al Arabiya. A notícia não foi confirmada.

Os Estados Unidos e o Reino Unido estão investigando quatro outras alegações de uso de armas químicas entre janeiro de abril de 2014 pelo governo na guerra civil que matou mais de 150 mil pessoas em três anos.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) advertiu a Síria de que o prazo para entregar todo o arsenal químico para destruição está se esgotando. Até agora, só 54% do que foi declarado foram embarcados em dois navios cargueiros escandinavos para serem eliminados.

Diante da ameaça de um bombardeio punitivo dos Estados Unidos em resposta a um ataque químico contra a periferia de Damasco em 21 de setembro de 2013 com mais de mil mortes, o regime sírio concordou em abandonar as armas químicas num acordo mediado pela Rússia. O prazo final para neutralizar 560 toneladas de armas químicas é 30 de junho, lembra a televisão pública britânica BBC.

Israel impõe sanções aos palestinos

Em protesto contra o pedido de adesão da Autoridade Nacional Palestina a 15 organizações internacionais, o governo de Israel decidiu suspender a transferência dos cerca de US$ 100 milhões que arrecada em impostos nos territórios ocupados, responsável por dois terços do orçamento palestino, informou a televisão pública britânica BBC. O dinheiro será usado para pagar dívidas da ANP com empresas israelenses de serviços públicos.

 Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, aceitou o pedido palestinos para aderir a 13 convenções internacionais, uma tentativa palestina de obter reconhecimento de sua independência nacional.

A retenção dos impostos tinha sido usada por Israel em 2012, quando a Palestina ganhou status de observador na ONU.

Entre os acordos internacionais a que a ANP pediu adesão, estão as Convenções de Genebra sobre os direitos na guerra, que podem ser usadas para processar Israel.

Rússia ameaça cortar o gás da Ucrânia

Em carta aos líderes de 18 países da Europa, o presidente Vladimir Putin ameaçou ontem cortar por falta de pagamento de US$ 2 bilhões o suprimento de gás da Ucrânia, por onde passam 15% do gás importado pela União Europeia.

A Rússia fornece 30% do gás consumido pela UE. Alguns países, como as repúblicas soviéticas do Mar Báltico (Estônia, Letônia e Lituânia) e a Suécia, são 100% dependentes do gás russo.

Outros, especialmente o Reino Unido, que tem suas próprias reservas no Mar do Norte, não compra nada da Rússia, mas o centro financeiro de Londres recebe com prazer as fortunas e investimentos dos bilionários russos. Nos dois casos, sanções econômicas teriam um forte impacto.

A nova cartada de Putin vem no momento em que rebeldes pró-Rússia ocupam prédios públicos em duas cidades do Leste da Ucrânia, onde a maioria é étnica e culturalmente russa, e 40 mil soldados russos estão estacionados do outro lado da fronteira. Só precisam de uma ordem do Kremlin para entrar em ação.

Na carta, Putin joga o problema para a UE e convoca consultas dos "ministros de energia, economia e finanças para acertar ações conjuntas capazes de estabilizar a economia da Ucrânia e garantir o fornecimento e o trânsito de gás natural da Rússia."

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Brasil é responsável por 11,5% dos assassinatos

Dos 437 mil assassinatos registrados no mundo em 2013, 50,1 mil foram cometidos no Brasil, 11,5% do total, revela o Relatório Global de Homicídios, lançado hoje pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNOCD).

Houve uma estabilização no nível de homicídios no Brasil, mas o país ainda está entre os mais perigosos. A mortalidade é maior na Colômbia, Venezuela, Guatemala e África do Sul, com mais de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes.

Com 25 homicídios para cada 100 mil, o Brasil está no segundo grupo, de países com 20 a 30 assassinatos para cada 100 mil, ao lado do México, da Nigéria e da República Democrática do Congo.

Os índices oficiais de homicídios caíram 29% no Rio de Janeiro e 11% em São Paulo, mas cresceram no Norte e no Nordeste do país, com alta alarmante de 150% na Paraíba e de 75% na Bahia. A exceção foi Pernambuco, com queda de 38%. O único estado que se aproxima do nível considerado civilizado, de no máximo 10 mortes para cada 100 mil habitantes, é São Paulo, com 10,8.

A maioria das vítimas (90%) e dos assassinos é do sexo masculino. No Brasil, as mulheres são mortas por maridos, parceiros ou parentes. Na China, na Coreia do Norte e no Japão, elas são mais da metade das vítimas.

Entre os subcontinentes, a América do Sul é o terceiro mais homicida com 23 mortes por 100 mil habitantes, atrás do Sul da África com 30 mortes e a América Central com 26 mortes.

Abbas aceita prorrogar negociação com Israel

Um recuo de ambas as partes dá um novo sopro de vida ao processo de paz no Oriente Médio. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, aceitou prorrogar as negociações além da data-limite de 29 de abril de 2014 e Israel admitiu soltar uma leva de 26 prisioneiros palestinos, se a ANP recuar do pedido de adesão a 15 acordos e organizações internacionais.

Em entrevista a um jornal árabe editado em Londres, Abbas declarou que continuar negociando com Israel é a melhor maneira para criar um Estado nacional palestino com capital no Leste de Jerusalém. Mas um alto dirigente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Wassel Abu-Youssef, disse ao jornal israelense Maariv que a decisão depende de algumas condições impostas a Israel e não foi aprovada coletivamente.

No Cairo, a Liga Árabe deu apoio hoje à continuação do processo de paz.

Rebeldes sírios têm mísseis antitanques dos EUA

Três vídeos divulgados no YouTube no início deste mês de abril de 2014 mostram rebeldes do grupo moderado Harakat Hazm operando mísseis antitanque BGM-71 TOW, de fabricação americana em Hich, no estado de Idlibe, no Norte da Síria.

É a primeira vez que estas armas são vistas no campo de batalha em três anos de guerra civil na Síria, observa o jornal digital americano The Huffington Post.

Em meio a um debate entre o vice-presidente Joe Biden e os generais do Departamento da Defesa sobre até onde os Estados Unidos devem se meter na guerra civil síria, é uma indicação de que o governo Obama começa a armar os rebeldes. Até agora, relutava em entregar-lhes armas avançadas tecnologicamente por medo de que caíssem na mão dos extremistas muçulmanos.

Mísseis antitanque e mísseis antiaéreos são fundamentais para grupos insurgentes neutralizarem a superioridade militar dos governos.