Em carta aos líderes de 18 países da Europa, o presidente Vladimir Putin ameaçou ontem cortar por falta de pagamento de US$ 2 bilhões o suprimento de gás da Ucrânia, por onde passam 15% do gás importado pela União Europeia.
A Rússia fornece 30% do gás consumido pela UE. Alguns países, como as repúblicas soviéticas do Mar Báltico (Estônia, Letônia e Lituânia) e a Suécia, são 100% dependentes do gás russo.
Outros, especialmente o Reino Unido, que tem suas próprias reservas no Mar do Norte, não compra nada da Rússia, mas o centro financeiro de Londres recebe com prazer as fortunas e investimentos dos bilionários russos. Nos dois casos, sanções econômicas teriam um forte impacto.
A nova cartada de Putin vem no momento em que rebeldes pró-Rússia ocupam prédios públicos em duas cidades do Leste da Ucrânia, onde a maioria é étnica e culturalmente russa, e 40 mil soldados russos estão estacionados do outro lado da fronteira. Só precisam de uma ordem do Kremlin para entrar em ação.
Na carta, Putin joga o problema para a UE e convoca consultas dos "ministros de energia, economia e finanças para acertar ações conjuntas capazes de estabilizar a economia da Ucrânia e garantir o fornecimento e o trânsito de gás natural da Rússia."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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