A companhia japonesa Toyota, maior fabricante de automóveis do planeta, convocou hoje os proprietários de 6,39 milhões de veículos defeituosos no mundo inteiro, inclusive no Brasil, para consertá-los. É mais um golpe na reputação de "qualidade total" da empresa, prejudicada pelo esforço para ser a maior do mundo. A Toyota alegou que as falhas não causarem mortes nem ferimentos.
O recolhimento atinge 27 modelos de carros, entre eles Camry, Corolla, Highlander, Matrix, RAV4 e Yaris. O Corolla é fabricado no Brasil desde 1998. O Camry e o RAV4 são importados do Japão. A Toyota do Brasil deve fazer um anúncio oficial nos próximos dias.
Entre os defeitos, estão problemas na ignição, na coluna da direção, nos motores do limpador de parabrisa, nos trilhos dos acentos e nos cabos elétricos que acionam as bolsas infláveis (airbags) para proteção em acidentes. A falha na ignição provocou dois incêndios no Japão, mas a empresa nega ter conhecimento de acidentes causados pelos defeitos.
Há três semanas, a Toyota fez um acordo com o Departamento da Justiça dos Estados Unidos para pagar uma multa de US$ 1,2 bilhão por ter demorado a revelar publicamente e ordenar o recolhimento para reparar defeitos no acelerador capazes de acelerar repentinamente os veículos e causar acidentes.
Agora, o Departamento da Justiça investiga a General Motors, principal concorrente da Toyota, por 13 mortes supostamente ligadas a problemas na ignição, que desligariam o veículo em movimento, bloqueando até mesmo o sistema de freios. Nas últimas semanas, a GM ordenou o recolhimento de 6,3 milhões de veículos.
A Toyota acredita ter tido um lucro líquido recorde para a empresa, de US$ 18,7 bilhões, no ano fiscal japonês encerrado em 31 de março de 2014. Com a notícia do recolhimento, as ações da empresa caíram 3,1% hoje na Bolsa de Valores de Tóquio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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