Pela primeira vez, o papa Francisco pediu perdão ontem pelos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica. No mês passado, ele nomeou uma comissão de alto nível para atacar o problema.
"Eu se sinto compelido a atacar pessoalmente o mal cometido por padres, poucos se compararmos com o número total de sacerdotes, e de pedir perdão pessoalmente pelo mal que eles fizeram ao abusar sexualmente de menores", declarou o papa diante do Conselho Católico Internacional para a Criança, noticia a agência Reuters.
Francisco acrescentou: "A Igreja está consciente dos danos pessoais e morais causados por esses agentes da Igreja. Não vamos dar um passo atrás na maneira como lidamos com este problema e nas sanções que devem ser impostas. Ao contrário, temos de ser ainda mais duros."
Nas últimas décadas, o Vaticano foi acusado de conivência, de não tomar imediatamente as medidas necessárias para investigar padres, curas e bispos pedófilos e entregá-los à Justiça. Entre as reformas prometidas por Francisco, está a linha dura contra a pedofilia. Mas não se discute, pelo menos não na cúpula da Igreja, o fim do celibato, que permitiria aos padres e bispos ter uma vida sexual normal.
Francisco é um conservador e reformista moderado. Quer moralizar a Igreja e aproximá-la do homem comum, quer uma Igreja mais franciscana, mas está longe de mexer nos grandes tabus que impedem uma verdadeira modernização do catolicismo, enquanto crescem as igrejas evangélicas pentecostais de inspiração americana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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