Com a ditadura e as denúncias de corrupção e extravagâncias
da corte, o rei e seu filho mais velho, Luís Felipe, foram assassinados a tiros
por anarquistas nas ruas de Lisboa em 1º de fevereiro de 1908.
Aos 18 anos, o filho mais novo de Carlos ascendeu ao trono
como Manuel II (1908-10) e tentou formar um governo com o apoio dos dois
principais partidos, renegeradores e progressistas. Mas seus líderes não
apareceram no encontro marcado.
A vitória dos republicanos nas eleições gerais de 10 de
agosto de 1910 selou a sorte da monarquia portuguesa. Em 5 de outubro de 1910, o palácio é
bombardeado e o rei Dom Manuel II parte para o exílio. Começava a república.
Em 1915-17 e 1925-26, Portugal teve um presidente nascido no
Brasil, Bernardino Luís Machado.
DITADURA
Depois de anos de greves, conflitos trabalhistas, levantes,
agitação social, assassinatos políticos e crises financeiras, problemas que se
aprofundaram durante a Primeira Guerra Mundial, o Exército tomou o poder num
golpe em 1926.
O regime militar nomeou em 1928 para ministro das Finanças
um professor da Universidade de Coimbra, António de Oliveira Salazar, promovido
a primeiro-ministro em 1932.
SALAZARISMO
Em 1933, Salazar implantou o Estado Novo, um regime
autoritário de caráter fascista, com censura, polícia política, partido únido e
sindicatos atrelados ao Estado.
Portugal apoiou o generalíssimo Francisco Franco contra os
republicanos na Guerra Civil Espanhola (1936-39), mas ficou neutro na Segunda
Guerra Mundial, apesar de simpatizar com o Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
Na Guerra Fria, foi um dos fundadores da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar antissoviética liderada
pelos Estados Unidos, em 1949, mas só aderiu às Nações Unidas em 1955.
Afastado por motivo de doença em 1968, Salazar foi
substituído por Marcelo Caetano, ex-ministro das Colônias, que legalizou alguns
partidos de oposição, mas não conseguiu acabar com as guerras coloniais nem
vencer a crise econômica.
Portugal crescera de 5% a 7% de 1960 até a crise deflagrada
pelo embargo à venda de petróleo árabe ao Ocidente, em 1973, que ajudou a
acabar com a ditadura lá e aqui.
GUERRAS COLONIAIS
A recusa da ditadura portuguesa de negociar a independência
das últimas colônias levou a revoltas em Angola (1961), Guiné-Bissau (1963) e Moçambique
(1964).
Quando um dos mais importantes oficiais generais das Forças
Armadas de Portugal, general António de Spínola declarou que uma solução
militar era impossível, em seu livro Portugal
e o Futuro, foi afastado.
REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
O decorrente mal-estar entre os jovens oficiais e a crise
econômica levaram à Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974. A resistência
foi mínima, mas houve quatro mortes em Lisboa.
Durante um ano e meio, houve um período de grande agitação
social, política e militar conhecido como “processo revolucionário em curso”,
com greves, manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e
confrontos armados.
Quando o general Spínola renunciou em setembro de 1974, o
Movimento das Forças Armadas assumiu diretamente o poder, sob forte
influência do Partido Comunista Português. O governo estatiza bancos e
fábricas, e promove a reforma agrária. Mais de 500 mil pessoas fogem de
Portugal.
Esse período terminou com o golpe fracassado de 25 de novembro de 1975,
uma tentativa de setores radicais de esquerda de tomar o poder abortada pelo
general Ramalho Eanes, que se tornaria em 1976 o primeiro presidente de
Portugal eleito pelo sufrágio universal.
Em 1975, Portugal concedeu independência a suas colônias
africanas, que entraramm em guerras civis, e ao Timor Leste, que foi ocupado pela
Indonésia no contexto da Guerra Fria até 1999. Os EUA temiam que virasse uma
Cuba do Sudeste Asiático.
No segundo aniversário da Revolução dos Cravos, em 25 de
abril de 1976, entrou em vigor a Constituição democrática, já reformada
sete vezes.
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