segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ucrânia admite realizar referendo sobre autonomia regional

Sob nova intervenção militar da Rússia, com milicianos a mando do Kremlin ocupando prédios públicos em 14 cidades da Ucrânia, o presidente provisório do país, Olexander Turchinov, admitiu hoje realizar um referendo sobre autonomia regional coincidindo com as eleições parlamentares e presidencial de 25 de maio de 2014.

Diante de um discurso feroz do embaixador russo Vitali Churkin numa reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tudo indica que a Rússia prepara uma invasão à ex-república soviética, se o governo ucraniano lançar uma grande operação para desalojar os rebeldes.

Em sua nova guerrinha fria contra o Ocidente, durante o fim de semana, um avião de guerra russo sobrevoou várias vezes a baixa altitude um navio da Marinha dos Estados Unidos que está em águas internacionais do Mar Negro. O piloto não respondeu às tentativas de contato. O Departamento da Defesa dos EUA descreveu a ação como "provocativa e antiprofissional".

Hoje, a Rússia cobrou explicações dos EUA sobre notícias provavelmente fabricadas pelos meios de comunicação dóceis ao Kremlin de que o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) visitou Kiev no fim de semana. Faz parte da guerra de propaganda para justificar a intervenção militar em andamento.

Tam bém hoje, os EUA acertaram um empréstimo de US$ 1 bilhão ao governo provisório da Ucrânia. A Casa Branca revelou que o presidente Barack Obama deve discutir a crise por telefone com o presidente Vladimir Putin.

É cada vez mais evidente que a Rússia quer impedir a realização de eleições livres que legitimariam a mudança de governo na Ucrânia depois da fuga do país, em fevereiro, do presidente Viktor Yanukovich, acusado pela morte de mais de 100 participantes nas manifestações de protesto realizadas naquele mês. 

Qualquer exemplo de democracia na extinta União Soviética é uma ameaça ao autoritarismo de Putin dentro da própria Rússia. O governo provisório da Ucrânia já manifestou a intenção de aderir à União Europeia, minando o projeto de Putin de recriar a União Soviética como União Eurasiana. 

É contra tudo isso que Putin luta, contra a democracia, a liberdade e a integração da Ucrânia à Europa moderna e desenvolvida.

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