Os Estados Unidos anunciaram ontem a imposição de sanções a mais sete altos funcionários e a 17 empresas da Rússia, alegando que a intervenção na Ucrânia é "indiscutível". Ontem, milicianos atiraram pelas costas no prefeito de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana.
Depois de acusar a Rússia de não cumprir o acordo feito em 17 de abril de 2014 em Genebra, na Suíça, para "desescalar" a crise, o governo Barack Obama congelou os bens de 17 bancos, empresas de energia, construtoras e outras empresas, e de sete pessoas do círculo íntimo do presidente Vladimir Putin, anunciou em Washington o Departamento do Tesouro dos EUA.
Ao escolher os alvos das sanções, o governo americano deixou clara a intenção de atingir Putin e cercar os possíveis sócios dos negócios internacionais do homem-forte do Kremlin.
Os indivíduos sancionados são:
• Oleg Belavantsev, enviado especial à Crimeia desde a anexação da península, em 21 de março de 2014.
• Serguei Chemezov, diretor-geral nomeado por Putin da empresa estatal para promover o desenvolvimento, a fabricação e a exportação de produtos russos de alta tecnologia Rostec, que não foi atingida. É amigo de Putin desde os anos 1980s, quando os dois moravam no mesmo edifício de apartamentos na extinta Alemanha Oriental.
• Dimitri Kozak, vice-primeiro-ministro da Federação Russa.
• Ievgueni Murov, general-de-exército, diretor do Serviço de Proteção Federal desde 2000, trabalha no serviço secreto desde 1971.
• Alexei Puchkov, vice-presidente da Duma do Estado (Câmara) desde 2011.
• Igor Sechin, diretor-geral e presidente do Conselho de Administração da Rosneft, a maior companhia petrolífera russa, uma das maiores empresas cotadas em bolsa. Foi secretário-geral da Casa Civil de Putin (2004-8) e vice-presidente da Federação Russa (2008-12).
• Viacheslav Volodin, primeiro-secretário da Casa Cil do governo Putin.
Na opinião da maioria dos analistas, para mudar o comportamento imperialista da Rússia em relação à Ucrânia serão necessárias muito mais sanções financeiras, econômicas e comerciais, combinadas com uma pressão militar, como pedem quatro senadores da oposição republicana nos EUA, entre eles o ex-candidato a presidente John McCain, em artigo no Estado de S. Paulo de hoje.
A União Europeia reluta em ampliar as sanções por causa do impacto na sua própria economia, que importa um terço do gás e do petróleo que consome do maior país do continentes.
Vários países europeus são dependentes das exportações de gás da Rússia para seu suprimento, especialmente a Eslováquia (98%), Lituânia (92%), Polônia (91%), Bulgária (90%), Hungria (86%) e Finlândia (76%).
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 29 de abril de 2014
EUA ampliam sanções à Rússia
Marcadores:
Alexei Puchkov,
Dimitri Koazk,
empresas,
EUA,
Ievueni Murov,
Igor Sechin,
Oleg Belanvantsev,
Rússia,
sanções econômicas,
Serguei Chemezov,
Viacheslav Volodin
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário