Um avião de passageiros da Rússia caiu hoje na Península do Sinai, no Egito, com 224 pessoas a abordo. Não há sobreviventes. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante afirmou ter derrubado o avião. O governo russo negou.
Até agora, os Estados Unidos afirmam não ver indícios de ação terrorista.
Na dúvida, várias companhias aéreas do Ocidente desviaram seus voos para evitar a Península do Sinai, onde há vários grupos jihadistas em atividade, a ponto dos EUA examinarem a possibilidade de se retirar da missão que fiscaliza o acordo de paz entre o Egito e Israel.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 31 de outubro de 2015
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Colômbia aceita contraproposta de trégua das FARC
O presidente Juan Manuel Santos aceitou ontem uma contraproposta das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para iniciar um cessar-fogo em 16 de dezembro de 2015, em vez de 1º de janeiro, com sugeriu inicialmente o chefe de governo, noticiou ontem a Rádio Caracol.
Santos pediu às FARC que concentrem suas forças em áreas específicas para garantir que não haja novos choques com as tropas governamentais.
Depois de três anos de negociações de paz em Cuba, o governo colombiano e as FARC anunciaram em setembro um acordo provisório prometendo chegar a um acordo de paz definitivo até março de 2016, encerrando uma guerra civil de 52 anos que matou mais de 220 mil pessoas. A trégua é um passo importante nesta direção.
Santos pediu às FARC que concentrem suas forças em áreas específicas para garantir que não haja novos choques com as tropas governamentais.
Depois de três anos de negociações de paz em Cuba, o governo colombiano e as FARC anunciaram em setembro um acordo provisório prometendo chegar a um acordo de paz definitivo até março de 2016, encerrando uma guerra civil de 52 anos que matou mais de 220 mil pessoas. A trégua é um passo importante nesta direção.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Governo ganha eleição presidencial na Tanzânia
Com 58% dos votos, o candidato do Partido da Revolução, no poder desde 1962, John Magufuli, ganhou a eleição presidencial do domingo passado na Tanzânia, um país da África Oriental, informou hoje a agência Reuters.
Depois de dois mandatos, o presidente Jakaya Kikwete não poderia concorrer a uma segunda reeleição. O partido oposicionista Chadema, de centro-direita, protestou contra o resultado oficial.
A incerteza no período pré-eleitoral retardou investimentos no crescente setor de hidrocarbonetos.
Depois de dois mandatos, o presidente Jakaya Kikwete não poderia concorrer a uma segunda reeleição. O partido oposicionista Chadema, de centro-direita, protestou contra o resultado oficial.
A incerteza no período pré-eleitoral retardou investimentos no crescente setor de hidrocarbonetos.
Presidente da Colômbia propõe cessar-fogo a partir de janeiro
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, propôs ontem um cessar-fogo bilateral com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), noticiou a rádio RCN. Como precondição, Santos exige que a guerrilha chegue até 31 de dezembro a um acordo sobre compensação das vítimas da guerra civil.
Depois de mais de 500 mil mortes desde 1948 e de mais de 220 mil desde que as FARC entraram na luta armada, em 1964, a Colômbia está mais perto do que nunca de um acordo de paz. Nas negociações de paz realizadas em Havana, a capital de Cuba, as duas partes anunciaram no mês passado um acordo para criar um tribunal especial para crimes cometidos na guerra civil e prometeram chegar a um acordo definitivo até março de 2016.
Uma trégua definitiva seria um passo fundamental para o fim da longa guerra civil colombiana.
Depois de mais de 500 mil mortes desde 1948 e de mais de 220 mil desde que as FARC entraram na luta armada, em 1964, a Colômbia está mais perto do que nunca de um acordo de paz. Nas negociações de paz realizadas em Havana, a capital de Cuba, as duas partes anunciaram no mês passado um acordo para criar um tribunal especial para crimes cometidos na guerra civil e prometeram chegar a um acordo definitivo até março de 2016.
Uma trégua definitiva seria um passo fundamental para o fim da longa guerra civil colombiana.
Ex-candidato a vice-presidente é eleito presidente da Câmara nos EUA
O deputado conservador Paul Ryan, candidato a vice-presidente em 2010, um dos líderes do movimento radical de direita Festa do Chá, foi eleito hoje presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Ryan recebeu 236 votos contra 184 para a deputada Nancy Pelosi, que presidiu a Câmara quando o Partido Democrata tinha maioria. Três democratas não votaram nela. Nove republicanos votaram no deputado Daniel Webster.
Ao aceitar a candidatura depois de alguma relutância, Ryan exigiu o fim das divisões da bancada do Partido Republicano, de 247 deputados, que infernizou a vida de John Boehner até ele decidir deixar a Presidência da Câmara.
Segundo homem na linha de sucessão do presidente, o presidente da Câmara é hoje o cargo mais importante ocupado pela oposição republicana.
O novo presidente da Câmara defende uma ampla reforma do sistema de impostos, é contra o programa para universalizar o acesso à saúde do governo Barack Obama e gostaria de revisar profundamente os programas federais de combate à pobreza. É casado, pai de três filhos e gosta de correr maratonas.
"Ele usa a palavra pobreza e faz com que todos pensem que é um cara legal", criticou a deputada democrata Marcia Fudge. "Sua posição é que o governo federal permite que as pessoas continuem na miséria. Então, quer acabar com todos os programas para que os pobres descobram outras saídas."
A Convenção da Liberdade na Câmara, um grupo de 40 radicais de direita, pressiona Ryan a dar mais poder ao baixo clero. Esse grupo derrubou Boehner e vetou a candidatura do líder da maioria republicana, deputado Kevin McCarthy. O novo presidente prometeu só levar à votação em plenário projetos que tenham maioria dentro da bancada republicana.
Ryan recebeu 236 votos contra 184 para a deputada Nancy Pelosi, que presidiu a Câmara quando o Partido Democrata tinha maioria. Três democratas não votaram nela. Nove republicanos votaram no deputado Daniel Webster.
Ao aceitar a candidatura depois de alguma relutância, Ryan exigiu o fim das divisões da bancada do Partido Republicano, de 247 deputados, que infernizou a vida de John Boehner até ele decidir deixar a Presidência da Câmara.
Segundo homem na linha de sucessão do presidente, o presidente da Câmara é hoje o cargo mais importante ocupado pela oposição republicana.
O novo presidente da Câmara defende uma ampla reforma do sistema de impostos, é contra o programa para universalizar o acesso à saúde do governo Barack Obama e gostaria de revisar profundamente os programas federais de combate à pobreza. É casado, pai de três filhos e gosta de correr maratonas.
"Ele usa a palavra pobreza e faz com que todos pensem que é um cara legal", criticou a deputada democrata Marcia Fudge. "Sua posição é que o governo federal permite que as pessoas continuem na miséria. Então, quer acabar com todos os programas para que os pobres descobram outras saídas."
A Convenção da Liberdade na Câmara, um grupo de 40 radicais de direita, pressiona Ryan a dar mais poder ao baixo clero. Esse grupo derrubou Boehner e vetou a candidatura do líder da maioria republicana, deputado Kevin McCarthy. O novo presidente prometeu só levar à votação em plenário projetos que tenham maioria dentro da bancada republicana.
Economia dos EUA sofre forte desaceleração no terceiro trimestre
Sob pressão do menor crescimento da economia mundial e do comércio internacional, o ritmo de expansão dos Estados Unidos caiu de 3,9% para 1,5% ao ano de julho a setembro de 2015, em linha com a expectativa dos economistas, indicou a primeira estimativa do produto interno bruto do terceiro trimestre, divulgada hoje pelo Departamento do Comércio.
O consumo avançou com força. Teve uma alta de 3,2% no trimestre, em contraste com 3,6% no trimestre anterior. Mas as empresas preferiram esvaziar os estoques e as prateleiras antes de fazer novas encomendas à indústria. Essa foi a principal causa interna da desaceleração, prevista . Tirou 1,44 ponto percentual do PIB.
As exportações cresceram 1,9% e as importações, 1,8%.
O consumo avançou com força. Teve uma alta de 3,2% no trimestre, em contraste com 3,6% no trimestre anterior. Mas as empresas preferiram esvaziar os estoques e as prateleiras antes de fazer novas encomendas à indústria. Essa foi a principal causa interna da desaceleração, prevista . Tirou 1,44 ponto percentual do PIB.
As exportações cresceram 1,9% e as importações, 1,8%.
EUA e China discutem alívio de tensão no Mar do Sul da China
Líderes militares dos Estados Unidos e da China vão se reunir em Beijim no início de novembro de 2015 para discutir o relaxamento de tensões no Mar do Leste da China, revelaram fontes diplomáticas citadas pelo jornal japonês Asahi Shimbun.
O chefe da delegação americana será o almirante Harry Harris, comandante do Comando do Pacífico das Forças Armadas dos EUA.
A proposta é discutir a cooperação entre as duas grandes potências tendo em vista especialmente as disputas territoriais da China com os países vizinhos no Mar do Sul da China, onde o regime comunista chinês está aterrando recifes para construir ilhas artificial onde construiu até pistas de pouso para aviões de guerra.
Os EUA não têm posição, mas exigem que as disputas com Brunei, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã sejam resolvidas diplomaticamente, com respeito pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
Para reforçar sua posição, há dois dias um contratorpedeiro americano passou a menos de 12 milhas náuticas do recife de Subi, que não pode ser considerado uma ilha com base na lei internacional.
O chefe da delegação americana será o almirante Harry Harris, comandante do Comando do Pacífico das Forças Armadas dos EUA.
A proposta é discutir a cooperação entre as duas grandes potências tendo em vista especialmente as disputas territoriais da China com os países vizinhos no Mar do Sul da China, onde o regime comunista chinês está aterrando recifes para construir ilhas artificial onde construiu até pistas de pouso para aviões de guerra.
Os EUA não têm posição, mas exigem que as disputas com Brunei, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã sejam resolvidas diplomaticamente, com respeito pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
Para reforçar sua posição, há dois dias um contratorpedeiro americano passou a menos de 12 milhas náuticas do recife de Subi, que não pode ser considerado uma ilha com base na lei internacional.
China acaba com a política do filho único
Para combater o rápido envelhecimento da população, o regime comunista da China anunciou hoje o fim da política do filho único, adotada em 1979 para evitar uma explosão demográfica. A partir de agora, todo casal terá direito a ter dois filhos, revelou a agência oficial de notícias Nova China.
A medida foi tomada durante uma reunião plenária de quatro dias do Comitê Central do Partido Comunista que termina hoje à noite. Não foi divulgada a data em que entra em vigor.
Depois da vitória da revolução comunista, em 1º de outubro de 1949, o Grande Timoneiro Mao Tsé-tung incentivou o controle da natalidade para fortalecer o regime e usar sua massa humana com objetivos estratégicos. A China já tinha mais de 500 milhões de habitantes.
Quando Deng Xiaoping lançou as reformas para modernizar o país e abrir sua economia ao comércio internacional, temia que a explosão demográfica atrapalhasse sua estratégia de desenvolvimento. Adotou então o que o jornal inglês Financial Times descreveu hoje como "uma das experiências sociais mais draconianas da história moderna".
Há dois anos, o governo chinês relaxou a política, permitindo que casais onde pelo menos um dos cônjuges fosse filho único tenham dois filhos. Antes, os dois membros do casal precisavam ser filhos únicos para poderem ter dois filhos.
Em zonas rurais, a política do filho único foi flexibilizada quando o primeiro filho era menina ou deficiente para evitar o infanticídio de meninas. No interior da China, o filho homem é mais valorizado.
A medida foi tomada durante uma reunião plenária de quatro dias do Comitê Central do Partido Comunista que termina hoje à noite. Não foi divulgada a data em que entra em vigor.
Depois da vitória da revolução comunista, em 1º de outubro de 1949, o Grande Timoneiro Mao Tsé-tung incentivou o controle da natalidade para fortalecer o regime e usar sua massa humana com objetivos estratégicos. A China já tinha mais de 500 milhões de habitantes.
Quando Deng Xiaoping lançou as reformas para modernizar o país e abrir sua economia ao comércio internacional, temia que a explosão demográfica atrapalhasse sua estratégia de desenvolvimento. Adotou então o que o jornal inglês Financial Times descreveu hoje como "uma das experiências sociais mais draconianas da história moderna".
Há dois anos, o governo chinês relaxou a política, permitindo que casais onde pelo menos um dos cônjuges fosse filho único tenham dois filhos. Antes, os dois membros do casal precisavam ser filhos únicos para poderem ter dois filhos.
Em zonas rurais, a política do filho único foi flexibilizada quando o primeiro filho era menina ou deficiente para evitar o infanticídio de meninas. No interior da China, o filho homem é mais valorizado.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Presidente da Costa do Marfim é reeleito
Com 84% dos votos, o presidente Alassane Ouattara foi eleito no domingo para um segundo mandato de cinco anos na Costa do Marfim, um país da África Ocidental. O resultado já esperado foi anunciado hoje pelo conselho nacional eleitoral.
Cerca de 55% dos eleitores inscritos participaram da votação. A eleição pacífica e transparente por observadores internacionais, mas dois candidatos de oposição denunciaram irregularidades.
Cerca de 55% dos eleitores inscritos participaram da votação. A eleição pacífica e transparente por observadores internacionais, mas dois candidatos de oposição denunciaram irregularidades.
ONU tenta reativar processo de paz no Oriente Médio
Um anteprojeto de resolução apresentado pela Nova Zelândia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas propõe o congelamento da expansão das colônias israelenses nos territórios árabes ocupados em troca da desistência da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de processar Israel no Tribunal Penal Internacional, informa o jornal liberal israelense Haaretz.
A Nova Zelândia, membro temporário do Conselho de Segurança, pretendia fazer a proposta meses atrás, mas a adiou a pedido dos Estados Unidos. Agora, com a violência crescente no Monte do Templo e na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, é o momento adequado.
O anteprojeto afirma que o Conselho de Segurança considera inaceitável a longa estagnação de um ano e cinco meses no processo de paz entre israelenses e palestinos, e apela a ambos os lados a "tomar as medidas necessárias para reconstruir a confiança e preparar o reinício das negociações".
A proposta sugere medidas para reabrir o caminho para as negociações:
• desistir de ações e declarações capazes de prejudicar a confiança mútua ou predeterminar o resultado das negociações, inclusive a expansão dos assentamentos e a demolição de casas de palestinos nos territórios ocupados;
• evitar atos de provocação, especialmente ameaças para mudar o status quo do Monte do Templo;
• evitar a apresentação de denúncias contra Israel no TPI ou para mudar a situação dos territórios na Corte Internacional de Justiça; e
• não levantar suspeitas sobre a sinceridade ou o compromisso com a paz das duas partes e seus líderes.
A Nova Zelândia, membro temporário do Conselho de Segurança, pretendia fazer a proposta meses atrás, mas a adiou a pedido dos Estados Unidos. Agora, com a violência crescente no Monte do Templo e na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, é o momento adequado.
O anteprojeto afirma que o Conselho de Segurança considera inaceitável a longa estagnação de um ano e cinco meses no processo de paz entre israelenses e palestinos, e apela a ambos os lados a "tomar as medidas necessárias para reconstruir a confiança e preparar o reinício das negociações".
A proposta sugere medidas para reabrir o caminho para as negociações:
• desistir de ações e declarações capazes de prejudicar a confiança mútua ou predeterminar o resultado das negociações, inclusive a expansão dos assentamentos e a demolição de casas de palestinos nos territórios ocupados;
• evitar atos de provocação, especialmente ameaças para mudar o status quo do Monte do Templo;
• evitar a apresentação de denúncias contra Israel no TPI ou para mudar a situação dos territórios na Corte Internacional de Justiça; e
• não levantar suspeitas sobre a sinceridade ou o compromisso com a paz das duas partes e seus líderes.
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Fed sinaliza que pode aumentar juros em dezembro
O Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed) decidiu hoje manter inalteradas suas taxas básicas de juros, praticamente zeradas desde dezembro de 2008 para combater a Grande Recessão, mas admitiu a possibilidade de um aumento na última reunião de 2015, em dezembro.
No final de um encontro de dois dias, o comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos declarou que nas últimas semanas ficou menos preocupado com a turbulência nos mercados financeiros e na incerteza econômica no exterior.
O Fed reconhece uma desaceleração no ritmo de contratações no mercado de trabalho americano, mas observou ganhos sólidos no investimento e no consumo doméstico.
No final de um encontro de dois dias, o comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos declarou que nas últimas semanas ficou menos preocupado com a turbulência nos mercados financeiros e na incerteza econômica no exterior.
O Fed reconhece uma desaceleração no ritmo de contratações no mercado de trabalho americano, mas observou ganhos sólidos no investimento e no consumo doméstico.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
China protesta contra passagem de navio dos EUA por mar disputado
A China convocou hoje o embaixador dos Estados Unidos em Beijim e protestou contra a passagem de um contratorpedeiro americano a 12 milhas náuticas (22,22 km) de distância de recifes das Ilhas Spratly, disputadas pelo regime comunista chinês com países vizinhos no Mar do Sul da China.
O navio de guerra USS Lassen, com mísseis a bordo, enviou um sinal claro de que os EUA não concordam com as demonstrações de força da China para intimidar Brunei, as Filipinas, a Malásia, Taiwan e o Vietnã. A China reagiu denunciando uma violação de suas águas territoriais.
Oficialmente os EUA não têm posição sobre a disputa territorial, mas querem uma solução diplomática com com base na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar. O contratorpedeiro também passou perto da ilhas, ilhotas e recifes ocupados pelas Filipinas e o Vietnã para o ato ser apresentado pelos americanos como uma defesa do direito de livre navegação.
A China está construindo ilhas artificiais e já fez até pistas de pouso para aviões de guerra nos recifes da região em disputa, contrariando o direito internacional. Sua reivindicação se baseia em mapas antigos não reconhecidos pelos outros países.
O arquipélago das Ilhas Spratly reúne mais de 750 ilhas, ilhotas, atóis, caios e recifes. O recife de Subi foi escolhido pela Marinha dos EUA justamente para chamar a atenção sobre uma violação da Convenção do Mar.
A lei internacional dá a uma ilha um mar territorial num raio de 12 milhas náuticas da costa e uma zona econômica exclusiva a até 200 km da costa. Para ser definido como ilha, um pedaço de terra precisa ficar acima da maré alta e ser habitável ou economicamente viável.
Com dragagens e aterros, a China tenta converter recifes em ilhas artificiais para justificar a reivindicação de soberania. Se não forem ilhas naturais, os acidentes geográficos só geram direito de uma zona de segurança de 500 metros de raio. Assim, o navio de guerra americano teria direito de passagem.
Em 2013, a China expandiu sua Zona de Identificação de Defesa Aérea no Mar do Leste da China, onde disputa as ilhas Senkaku com o Japão. Isso significa que aviões de outros países precisariam se identificar e pedir passagem pelo espaço aéreo chinês. Na época, os EUA mandaram dois bombardeiros B-52 para afirmar que se tratava de um espaço aéreo internacional.
Nos dois casos, os EUA não deslocaram grandes forças. Em 1996, a China ameaçou fazer testes de mísseis para intimidar Taiwan antes de uma eleição presidencial em que o favorito era um partido a favor da independência. O governo Bill Clinton mandou dois grupos navais liderados por porta-aviões para o Estreito de Taiwan, humilhando o governo chinês.
Desde então, a China fortaleceu sua Marinha de Guerra com porta-aviões e mísseis capazes de destruir satélites e porta-aviões inimigos para abalar a superioridade aeronaval dos EUA no Oceano Pacífico.
Mesmo assim, sob pressão dos aliados, os EUA decidiram voltar a patrulhar o Mar do Sul da China. Se houver mais incursões, o regime comunista chinês promete respostas mais concretas.
Em abril de 2001, no início do governo George W. Bush, um avião de caça chinês se chocou com um avião-espião dos EUA, que foi obrigado a fazer um pouso de emergência na China, onde a tripulação foi brevemente detida. O avião chinês caiu.
O protocolo da aviação exige que o avião mais rápido tome medidas para para evitar uma colisão com aviões maiores e mais lentos.
O navio de guerra USS Lassen, com mísseis a bordo, enviou um sinal claro de que os EUA não concordam com as demonstrações de força da China para intimidar Brunei, as Filipinas, a Malásia, Taiwan e o Vietnã. A China reagiu denunciando uma violação de suas águas territoriais.
Oficialmente os EUA não têm posição sobre a disputa territorial, mas querem uma solução diplomática com com base na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar. O contratorpedeiro também passou perto da ilhas, ilhotas e recifes ocupados pelas Filipinas e o Vietnã para o ato ser apresentado pelos americanos como uma defesa do direito de livre navegação.
A China está construindo ilhas artificiais e já fez até pistas de pouso para aviões de guerra nos recifes da região em disputa, contrariando o direito internacional. Sua reivindicação se baseia em mapas antigos não reconhecidos pelos outros países.
O arquipélago das Ilhas Spratly reúne mais de 750 ilhas, ilhotas, atóis, caios e recifes. O recife de Subi foi escolhido pela Marinha dos EUA justamente para chamar a atenção sobre uma violação da Convenção do Mar.
A lei internacional dá a uma ilha um mar territorial num raio de 12 milhas náuticas da costa e uma zona econômica exclusiva a até 200 km da costa. Para ser definido como ilha, um pedaço de terra precisa ficar acima da maré alta e ser habitável ou economicamente viável.
Com dragagens e aterros, a China tenta converter recifes em ilhas artificiais para justificar a reivindicação de soberania. Se não forem ilhas naturais, os acidentes geográficos só geram direito de uma zona de segurança de 500 metros de raio. Assim, o navio de guerra americano teria direito de passagem.
Em 2013, a China expandiu sua Zona de Identificação de Defesa Aérea no Mar do Leste da China, onde disputa as ilhas Senkaku com o Japão. Isso significa que aviões de outros países precisariam se identificar e pedir passagem pelo espaço aéreo chinês. Na época, os EUA mandaram dois bombardeiros B-52 para afirmar que se tratava de um espaço aéreo internacional.
Nos dois casos, os EUA não deslocaram grandes forças. Em 1996, a China ameaçou fazer testes de mísseis para intimidar Taiwan antes de uma eleição presidencial em que o favorito era um partido a favor da independência. O governo Bill Clinton mandou dois grupos navais liderados por porta-aviões para o Estreito de Taiwan, humilhando o governo chinês.
Desde então, a China fortaleceu sua Marinha de Guerra com porta-aviões e mísseis capazes de destruir satélites e porta-aviões inimigos para abalar a superioridade aeronaval dos EUA no Oceano Pacífico.
Mesmo assim, sob pressão dos aliados, os EUA decidiram voltar a patrulhar o Mar do Sul da China. Se houver mais incursões, o regime comunista chinês promete respostas mais concretas.
Em abril de 2001, no início do governo George W. Bush, um avião de caça chinês se chocou com um avião-espião dos EUA, que foi obrigado a fazer um pouso de emergência na China, onde a tripulação foi brevemente detida. O avião chinês caiu.
O protocolo da aviação exige que o avião mais rápido tome medidas para para evitar uma colisão com aviões maiores e mais lentos.
ELN mata soldados e policial na Colômbia
O Exército de Libertação Nacional (ELN) matou 11 soldados do Exército da Colômbia e um policial numa zona rural de Güicán, no Departamento de Boyacá, noticiou hoje o jornal colombiano El Heraldo. Três outros soldados foram feridos e seis pessoas estão desaparecidas, revelou o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas.
Em resposta, o presidente Juan Manuel Santos ordenou ao Exército que intensifique as operações contra o ELN. Até agora, o segundo maior grupo guerrilheiro colombiano reluta em negociar a paz com o governo. Espera a conclusão de um acordo entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), prevista para março de 2016.
Mais de 500 mil pessoas foram mortas na Colômbia desde o assassinato do candidato liberal à Presidência do país Jorge Eliécer Gaitán em Bogotá em 9 de abril de 1948. Agora, esta longa guerra civil está mais perto do fim.
Em resposta, o presidente Juan Manuel Santos ordenou ao Exército que intensifique as operações contra o ELN. Até agora, o segundo maior grupo guerrilheiro colombiano reluta em negociar a paz com o governo. Espera a conclusão de um acordo entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), prevista para março de 2016.
Mais de 500 mil pessoas foram mortas na Colômbia desde o assassinato do candidato liberal à Presidência do país Jorge Eliécer Gaitán em Bogotá em 9 de abril de 1948. Agora, esta longa guerra civil está mais perto do fim.
Músico luso-angolano Luaty Beirão encerra greve de fome
Depois de 36 dias, o músico luso-angolano Luaty Beirão encerrou ontem uma greve de fome de protesto contra sua prisão preventiva. Ele e outros 15 ativistas angolanos estão presos desde junho sob a acusação de conspirar para derrubar a ditadura de Angola, informa o boletim de notícias Portugal Digital.
Muito fraco, Beirão foi internado numa clínica de Luanda, a capital angolana, sob custódia policial. Em carta divulgada hoje, o artista afirma que a greve de fome mostrou ao mundo a violação das liberdades democráticas em Angola. "Caiu a máscara" do governo, diz Luaty Beirão, prometendo continuar a luta.
"Quando falou comigo na segunda-feira, ele já encarava essa possibilidade de terminar a greve de greve. Era mais do que provável. De certo modo, rendia-se aos apelos dos colegadas e nomeadamente o último, feito pela esposa, por causa da filha", declarou o advogado Luís Nascimento.
Seu objetivo imediato era denunciar o excesso da prisão preventiva, exigindo o direito de responder ao processo em liberdade, como prevê a lei angolana. A próxima audiência do julgamento está marcada para 16 de novembro.
Luaty Beirão, de origem portuguesa, nasceu em Luanda em 19 de novembro de 1981, filho da terceira geração de angolanos. Estudou engenharia na Inglaterra e economia na França. Em 2003, participou dos protestos contra a invasão do Iraque, despertando sua consciência política.
Aos 13 anos, começou a rabiscar as primeiras letras de música. Hoje é um hip-hopper e a consciência política de Angola, onde o mesmo partido, o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA) está no poder desde a independência de Portugal, em 1975.
O embaixador angolano em Lisboa, Marcos Barrica, acusou Portugal de usar o caso Luaty Beirão para demonizar seu pai. Ele denunciou "uma campanh apara denegrir a imagem de Angola e abafar as conquistas alcançadas ao longo dos 40 anos de independência".
Muito fraco, Beirão foi internado numa clínica de Luanda, a capital angolana, sob custódia policial. Em carta divulgada hoje, o artista afirma que a greve de fome mostrou ao mundo a violação das liberdades democráticas em Angola. "Caiu a máscara" do governo, diz Luaty Beirão, prometendo continuar a luta.
"Quando falou comigo na segunda-feira, ele já encarava essa possibilidade de terminar a greve de greve. Era mais do que provável. De certo modo, rendia-se aos apelos dos colegadas e nomeadamente o último, feito pela esposa, por causa da filha", declarou o advogado Luís Nascimento.
Seu objetivo imediato era denunciar o excesso da prisão preventiva, exigindo o direito de responder ao processo em liberdade, como prevê a lei angolana. A próxima audiência do julgamento está marcada para 16 de novembro.
Luaty Beirão, de origem portuguesa, nasceu em Luanda em 19 de novembro de 1981, filho da terceira geração de angolanos. Estudou engenharia na Inglaterra e economia na França. Em 2003, participou dos protestos contra a invasão do Iraque, despertando sua consciência política.
Aos 13 anos, começou a rabiscar as primeiras letras de música. Hoje é um hip-hopper e a consciência política de Angola, onde o mesmo partido, o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA) está no poder desde a independência de Portugal, em 1975.
O embaixador angolano em Lisboa, Marcos Barrica, acusou Portugal de usar o caso Luaty Beirão para demonizar seu pai. Ele denunciou "uma campanh apara denegrir a imagem de Angola e abafar as conquistas alcançadas ao longo dos 40 anos de independência".
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Carnes vermelhas e processadas causam câncer, alerta OMS
A consumo de carnes processadas, como linguiça, salsicha, salame e bacon, aumenta significativamente o risco de câncer de intestino grosso e as carnes vermelhas são uma causa provável da doença, advertiu hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), informa a agência Reuters.
Em documento divulgado nesta segunda-feira, a Agência Internacional para Pesquisas sobre o Câncer colocou as carnes processadas no grupo 1 da lista de agentes carcinogênicos, ao lado do tabaco, do álcool e do amianto. A carne fresca está no grupo 2A, no qual neste ano entrou o glifosato, substância usada em herbicidas.
O consumo de 50 gramas por dia de carnes processadas eleva em 18% o risco de câncer no intestino grosso, afirmou a agência da OMS depois de 22 especialistas examinarem 800 pesquisas sobre o assunto durante reunião realizada em Paris. Também foi analisada a relação entre carnes processadas e câncer no estômago, mas não foram encontradas provas conclusivas de uma relação causal.
A indústria da carne reagiu alegando que seu consumo fornece proteínas, vitaminas e minerais essenciais à saúde. "O relatório desafia o senso comum", alegou o Instituto Norte-Americano da Carne.
"Sabemos há algum tempo de uma provável ligação entre carnes vermelhas e processadas e o câncer de intestino grosso", comentou o professor Tim Key, da Universidade de Oxford, na Inglaterra. "Comer bacon de vez em quando não vai fazer muito mal. Ter uma dieta saudável é acima de tudo uma questão de moderação."
Pela estimativa do Projeto Peso Global das Doenças, cerca de 34 mil mortes de câncer por ano podem ser atribuídas a dietas ricas em carnes processadas. O tabaco causa 1 milhão de mortes por ano e o álcool, 600 mil.
Em documento divulgado nesta segunda-feira, a Agência Internacional para Pesquisas sobre o Câncer colocou as carnes processadas no grupo 1 da lista de agentes carcinogênicos, ao lado do tabaco, do álcool e do amianto. A carne fresca está no grupo 2A, no qual neste ano entrou o glifosato, substância usada em herbicidas.
O consumo de 50 gramas por dia de carnes processadas eleva em 18% o risco de câncer no intestino grosso, afirmou a agência da OMS depois de 22 especialistas examinarem 800 pesquisas sobre o assunto durante reunião realizada em Paris. Também foi analisada a relação entre carnes processadas e câncer no estômago, mas não foram encontradas provas conclusivas de uma relação causal.
A indústria da carne reagiu alegando que seu consumo fornece proteínas, vitaminas e minerais essenciais à saúde. "O relatório desafia o senso comum", alegou o Instituto Norte-Americano da Carne.
"Sabemos há algum tempo de uma provável ligação entre carnes vermelhas e processadas e o câncer de intestino grosso", comentou o professor Tim Key, da Universidade de Oxford, na Inglaterra. "Comer bacon de vez em quando não vai fazer muito mal. Ter uma dieta saudável é acima de tudo uma questão de moderação."
Pela estimativa do Projeto Peso Global das Doenças, cerca de 34 mil mortes de câncer por ano podem ser atribuídas a dietas ricas em carnes processadas. O tabaco causa 1 milhão de mortes por ano e o álcool, 600 mil.
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Prefeito e governador de Buenos Aires vão ao segundo turno na Argentina
Ao contrário do que previam as pesquisas de opinião, o candidato oficial Daniel Scioli, o governador da província de Buenos Aires, ficou longe de vencer a eleição presidencial da Argentina no primeiro turno. Terá de disputar o segundo turno com o prefeito da capital, Mauricio Macri, em 22 de novembro.
Com 95,16%% das urnas apuradas, Scioli tem uma pequena vantagem. Soma 8.771.832 votos (36,63%) contra 8.273.582 (34,55%) de Macri, enquanto o deputado Sergio Massa confirma a posição de terceira força com 5.099.903 (21,3%), o que o qualifica como fiel da balança no segundo turno.
Será a primeira vez que uma eleição presidencial argentina será decidida na segunda votação. O segundo turno foi introduzido na eleição de 1995, junto com o direito à reeleição. Carlos Menem ganhou no primeiro turno. O mesmo aconteceu com Fernando de la Rúa em 1999. Na eleição de 2003, Carlos Menem desistiu do segundo turno, dando a vitória a Néstor Kirchner, que tivera apenas 22% no primeiro turno.
O resultado de hoje é uma derrota para a Frente para a Vitória, aliança liderada pela presidente Cristina Kirchner, que sonhava com uma vitória no primeiro turno. Só a uma da madrugada, com 80% dos votos apurados, Scioli ultrapassou Macri.
A FPV também perde a eleição para governador da província de Buenos Aires. María Eugenia Vidal, da aliança Cambiemos (Mudemos), liderada por Macri, obteve cerca de 40% dos votos contra 35% do ministro-chefe do Gabinete, equivalente ao chefe da Casa Civil no Brasil, Aníbal Fernández.
No Luna Park, em Buenos Aires onde o caudilho Juan Domingo Perón conheceu María Eva Duarte, a Evita, para formar o casal mítico da política argentina, hoje sede da campanha kirchnerista, o ambiente era de consternação.
Scioli foi convocou a militância para a batalha do segundo turno defendo as estatizações de empresas da era Kirchner: "Se fosse com Macri, não teríamos AUH, YPF, Aerolíneas Argentinas nem a recuperação da ANSES"(Administração Nacional de Seguridade Social).
Ao lado de Diego Maradona, o candidato ofical acrescentou: "Como dizia Perón, todos unidos triunfaremos. Creio além do mais, como dizia Alfonsín, que com a democracia se cura, se come e se educa. E como Néstor, que as convicções não se deixam no palácio. E como Cristina, que a Pátria é o outro."
Macri declarou: "O que aconteceu hoje muda a política neste país." Ele agradeceu o voto útil "àqueles que votaram em mim mesmo achando que eu não era o melhor candidato". E manifestou a esperança de que será capaz de catalisar a oposição e receber no segundo turno a maioria dos votos de Massa e dos candidatos menos votados para construir a "Argentina que sonhamos".
Com 95,16%% das urnas apuradas, Scioli tem uma pequena vantagem. Soma 8.771.832 votos (36,63%) contra 8.273.582 (34,55%) de Macri, enquanto o deputado Sergio Massa confirma a posição de terceira força com 5.099.903 (21,3%), o que o qualifica como fiel da balança no segundo turno.
Será a primeira vez que uma eleição presidencial argentina será decidida na segunda votação. O segundo turno foi introduzido na eleição de 1995, junto com o direito à reeleição. Carlos Menem ganhou no primeiro turno. O mesmo aconteceu com Fernando de la Rúa em 1999. Na eleição de 2003, Carlos Menem desistiu do segundo turno, dando a vitória a Néstor Kirchner, que tivera apenas 22% no primeiro turno.
O resultado de hoje é uma derrota para a Frente para a Vitória, aliança liderada pela presidente Cristina Kirchner, que sonhava com uma vitória no primeiro turno. Só a uma da madrugada, com 80% dos votos apurados, Scioli ultrapassou Macri.
A FPV também perde a eleição para governador da província de Buenos Aires. María Eugenia Vidal, da aliança Cambiemos (Mudemos), liderada por Macri, obteve cerca de 40% dos votos contra 35% do ministro-chefe do Gabinete, equivalente ao chefe da Casa Civil no Brasil, Aníbal Fernández.
No Luna Park, em Buenos Aires onde o caudilho Juan Domingo Perón conheceu María Eva Duarte, a Evita, para formar o casal mítico da política argentina, hoje sede da campanha kirchnerista, o ambiente era de consternação.
Scioli foi convocou a militância para a batalha do segundo turno defendo as estatizações de empresas da era Kirchner: "Se fosse com Macri, não teríamos AUH, YPF, Aerolíneas Argentinas nem a recuperação da ANSES"(Administração Nacional de Seguridade Social).
Ao lado de Diego Maradona, o candidato ofical acrescentou: "Como dizia Perón, todos unidos triunfaremos. Creio além do mais, como dizia Alfonsín, que com a democracia se cura, se come e se educa. E como Néstor, que as convicções não se deixam no palácio. E como Cristina, que a Pátria é o outro."
Macri declarou: "O que aconteceu hoje muda a política neste país." Ele agradeceu o voto útil "àqueles que votaram em mim mesmo achando que eu não era o melhor candidato". E manifestou a esperança de que será capaz de catalisar a oposição e receber no segundo turno a maioria dos votos de Massa e dos candidatos menos votados para construir a "Argentina que sonhamos".
Humorista Jimmy Morales é eleito presidente da Guatemala
Com 95% dos votos apurados, o humorista Jimmy Morales foi eleito ontem presidente da Guatemala no segundo turno com 2,676 milhões de votos (69%) contra 1,2 milhão (31%) para a ex-primeira-dama Sandra Torres de Colom, informa o jornal guatemalteco Prensa Libre.
Morales, candidato da Frente de Convergência Nacional (FCN), partido fundado por militares temerosos de processos por violação de direitos humanos durante a longa guerra civil guatemalteca (1960-96), superou a tradição de que o segundo colocado ganha a eleição presidencial seguinte.
Administrador de empresas, ator e humorista, Morales era ignorado nas discussões políticas até poucos meses atrás.
"Reconheço o triunfo do candidato Morales e agradeço ao milhão de cidadãos que votaram em mim", declarou Sandra Torres, da União Nacional da Esperança (UNE).
Morales, candidato da Frente de Convergência Nacional (FCN), partido fundado por militares temerosos de processos por violação de direitos humanos durante a longa guerra civil guatemalteca (1960-96), superou a tradição de que o segundo colocado ganha a eleição presidencial seguinte.
Administrador de empresas, ator e humorista, Morales era ignorado nas discussões políticas até poucos meses atrás.
"Reconheço o triunfo do candidato Morales e agradeço ao milhão de cidadãos que votaram em mim", declarou Sandra Torres, da União Nacional da Esperança (UNE).
domingo, 25 de outubro de 2015
Blair admite que Estado Islâmico nasceu da invasão do Iraque
Em entrevista à televisão americana CNN, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair admitiu erros de planejamento na invasão do Iraque de 2003 e na administração do país depois da queda de Saddam Hussein, assumindo responsabilidade parcial pelo surgimento da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Mas defendeu a derrubada do ditador iraquiano.
Blair não reconheceu que a invasão do Iraque foi baseada numa manipulação de informes de inteligência por ele e pelo então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Alegou que ambos receberam relatórios errados dos serviços secretos ampliando a dimensão dos supostos programas de armas de destruição em massa do Iraque.
O ex-primeiro-ministro lembrou que Saddam atacou seu próprio povo e também o Irã com armas químicas e usou a Primavera Árabe, uma revolta contra ditadores do Norte da África e do Oriente Médio em 2011, como exemplo para argumentar em texto para a CNN que as ditaduras não tinham mais condições de controlar "populações jovens alienadas desprovidas de direitos".
Se Saddam ainda estivesse no poder, raciocinou Blair, diante da Primavera Árabe, provavelmente teria reagido como o ditador da Síria, Bachar Assad, que atacou seu próprio povo, iniciando uma guerra civil responsável por 250 mil mortes.
A alienação da minoria árabe sunita, que estava no poder com Saddam, está na origem do Estado Islâmico. Seu precursor foi o grupo jihadista Jamaat al-Tawhid wa al-Jihad, que já estava lá antes da invasão americana de março de 2003. Foi a milícia responsável pelo ataque contra o escritório das Nações Unidas em que morreu o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, em agosto de 2003.
Depois de oito meses de negociações com Ossama ben Laden, em setembro de 2004, o grupo passou a se chamar Al Caeda no Iraque. Dois anos depois, se transformaria no Estado Islâmico do Iraque.
Em seu texto, Blair afirma que, "em 2009, Al Caeda e outros grupos jihadistas estavam amplamente batidos no Iraque e foi na Síria, depois de 2011, que o EI ganhou proeminência e se tornou a ameaça que é hoje."
Mais bem-sucedido líder do Partido Trabalhista britânico, Blair ganhou três eleições e governou o Reino Unido de 1997 a 2007. Caiu por participar da guerra de Bush contra Saddam em que ambos são acusados de crimes de guerra.
Blair não reconheceu que a invasão do Iraque foi baseada numa manipulação de informes de inteligência por ele e pelo então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Alegou que ambos receberam relatórios errados dos serviços secretos ampliando a dimensão dos supostos programas de armas de destruição em massa do Iraque.
O ex-primeiro-ministro lembrou que Saddam atacou seu próprio povo e também o Irã com armas químicas e usou a Primavera Árabe, uma revolta contra ditadores do Norte da África e do Oriente Médio em 2011, como exemplo para argumentar em texto para a CNN que as ditaduras não tinham mais condições de controlar "populações jovens alienadas desprovidas de direitos".
Se Saddam ainda estivesse no poder, raciocinou Blair, diante da Primavera Árabe, provavelmente teria reagido como o ditador da Síria, Bachar Assad, que atacou seu próprio povo, iniciando uma guerra civil responsável por 250 mil mortes.
A alienação da minoria árabe sunita, que estava no poder com Saddam, está na origem do Estado Islâmico. Seu precursor foi o grupo jihadista Jamaat al-Tawhid wa al-Jihad, que já estava lá antes da invasão americana de março de 2003. Foi a milícia responsável pelo ataque contra o escritório das Nações Unidas em que morreu o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, em agosto de 2003.
Depois de oito meses de negociações com Ossama ben Laden, em setembro de 2004, o grupo passou a se chamar Al Caeda no Iraque. Dois anos depois, se transformaria no Estado Islâmico do Iraque.
Em seu texto, Blair afirma que, "em 2009, Al Caeda e outros grupos jihadistas estavam amplamente batidos no Iraque e foi na Síria, depois de 2011, que o EI ganhou proeminência e se tornou a ameaça que é hoje."
Mais bem-sucedido líder do Partido Trabalhista britânico, Blair ganhou três eleições e governou o Reino Unido de 1997 a 2007. Caiu por participar da guerra de Bush contra Saddam em que ambos são acusados de crimes de guerra.
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URSS temia ataque nuclear de surpresa em 1983
Com o discurso agressivo do presidente Ronald Reagan chamando a União Soviética de "império do mal" e a instalação de mísseis nucleares de curto alcance na Europa Ocidental, o Kremlin temia um ataque nuclear dos Estados Unidos durante manobras militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de novembro de 1983, revelam documentos sigilosos desclassificados neste mês pelo governo americano, revela o jornal The Washington Post.
"Em 1983, inadvertidamente, deixamos as relações com a URSS por um fio", concluiu o documento ultrassecreto agora liberado.
O mundo vivia o momento mais tenso da chamada Segunda Guerra Fria, iniciada com a invasão soviética no Afeganistão, em dezembro de 1979, depois de anos de distensão com as visitas do presidente Richard Nixon à China e à URSS em 1972.
A eleição do conservador Reagan para a Casa Branca em 1980 acirrou os ânimos. Reagan prometeu não ceder mais nem um centímetro de território ao comunismo. Invadiu a pequena ilha de Granada, no Mar do Caribe, e hostilizava Cuba e a Revolução Sandinista na Nicarágua.
Em 23 de março de 1983, o presidente americano anunciou o lançamento do programa Guerra nas Estrelas, um sistema de defesa para derrubar mísseis inimigos disparados contra os EUA. Isso era proibido pelo Tratado de Mísseis Antibalísticos, mais conhecido como MAD (loucura ou destruição mutuamente assegurada, em inglês) e daria uma vantagem importante aos EUA.
Desde os anos 1970s, os soviéticos temiam a superioridade americana em tecnologia de informação. Sabiam que não teriam recursos para competir numa nova fase da corrida armamentista.
Em 1º de setembro de 1983, um caça soviético derrubou um Boeing 747 da companhia sul-coreana Korean Air que ia para os EUA via polo norte com um deputado americano a bordo.
Dois meses depois, a OTAN começava a instalar os mísseis Pershing II. A operação Arco Hábil mobilizou tropas da aliança atlântica do Reino Unido à Turquia. As manobras militares da OTAN eram realizadas todos os anos, simulando uma guerra nuclear. Naquele ano, havia uma novidade: os aviões levariam mísseis ocos, sem ogivas nucleares.
O alarma na URSS era enorme e os EUA não perceberam, concluiu o documento O Temor de Guerra Soviético, de 109 páginas, de 15 de fevereiro de 1990, desclassificado neste mês a pedido do Arquivo de Segurança Nacional, uma organização não governamental ligada à Universidade George Washington.
A Força Aérea do Pacto de Varsóvia na Alemanha Oriental e na Polônia foi colocada em estado de alerta e realizou 36 voos de reconhecimento, enquanto os agentes secretos dos países do bloco soviético procuravam no mundo inteiro indícios de preparação para uma guerra atômica. De 4 a 10 de novembro, a URSS e aliados só realizaram voos de reconhecimento. Todos os aviões de combate estavam de prontidão.
Alguns detalhes da paranoia e da preparação soviética para a guerra total foram revelados pela defecção do agente duplo Oleg Gordievsky, um oficial do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a polícia política soviética, que fugiu para o Reino Unido em 1985.
Yuri Andropov, o diretor do KGB que seria dirigente supremo da URSS de 1982 a 1984, era um dos mais assustados. Em 1981, Andropov declarou numa conferência do KGB que o governo Reagan estava se preparando para uma guerra nuclear e poderia lançar um primeiro ataque.
Essas preocupações foram ampliadas por um sistema de análise de informações do serviço secreto soviético baseado num modelo de computação que media mudanças na "correlação de forças" entre as duas superpotências. Seu objetivo era avaliar quando "a deterioração do poder soviético poderia tentar os EUA a lançar um primeiro ataque".
O ideal, na visão dos estrategistas soviéticos, é que o país tivesse 70% do poderio americano ou pelo menos 60%. Todo mês o Politburo do Comitê Central do Partido Comunista recebia relatórios desse computador.
Quando o poderio soviético declinou para 45%, por mais absurdo que pareça confiar num modelo matemático, os hierarcas do Kremlin tinham um elemento racional para comprovar o desequilíbrio estratégico. Em janeiro de 1983, quando Andropov chegou ao poder supremo, o KGB acrescentou um quinto nível de alerta máximo para "ataques inimigos de surpresa usando armas de destruição em massa em progresso".
Em 8 de março de 1983, Reagan qualificou a URSS como o "império do mal". Os dirigentes soviéticos levaram a sério. No verão daquele ano no Hemisfério Norte, começaram a avisar a população sobre a localização de abrigos nucleares. Várias vezes por dia a rádio e a televisão alertavam para o risco de uma guerra nuclear.
Depois do abate do Jumbo sul-coreano e da instalação da mísseis da OTAN na Europa, no fim de 1983, o 4º Esquadrão da Força Aérea da URSS, estacionado na Polônia, recebeu ordens para tirar os mísseis nucleares do arsenal e instalá-los nos aviões bombardeiros.
A mobilização não foi total. Havia dúvidas do lado soviético, mas seus estrategistas estavam convencidos de que um ataque começaria sob o disfarce de treinamento militar.
Reagan, o grande provocador, só soube do temor soviético de uma guerra nuclear iminente em memorando da CIA (Agência Central de Inteligência) de junho de 1984.
Em 11 de março de 1985, com as mortes de Andropov e de seu sucessor, Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev ascendia ao cargo de secretário-geral do PCUS. Com sua abertura democrática (glasnost) e reforma econômica (perestroika), a URSS se aproximou do Ocidente.
Gorbachev negociou com Reagan um tratado para remoção dos mísseis nucleares de curto e médio alcances da Europa, o primeiro reduzindo os arsenais nucleares das superpotências. Foi assinado na Casa Branca em 8 de dezembro de 1987.
A burocracia soviética se mostrou irreformável e a URSS acabou em 1991, depois do fracasso de um golpe da linha-dura contra Gorbachev. Agora, em sua tentativa de fazer uma guerrinha fria com o Ocidente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, outro ex-oficial do KGB, quer anular esse e outros acordos de desarmamento nuclear.
"Em 1983, inadvertidamente, deixamos as relações com a URSS por um fio", concluiu o documento ultrassecreto agora liberado.
O mundo vivia o momento mais tenso da chamada Segunda Guerra Fria, iniciada com a invasão soviética no Afeganistão, em dezembro de 1979, depois de anos de distensão com as visitas do presidente Richard Nixon à China e à URSS em 1972.
A eleição do conservador Reagan para a Casa Branca em 1980 acirrou os ânimos. Reagan prometeu não ceder mais nem um centímetro de território ao comunismo. Invadiu a pequena ilha de Granada, no Mar do Caribe, e hostilizava Cuba e a Revolução Sandinista na Nicarágua.
Em 23 de março de 1983, o presidente americano anunciou o lançamento do programa Guerra nas Estrelas, um sistema de defesa para derrubar mísseis inimigos disparados contra os EUA. Isso era proibido pelo Tratado de Mísseis Antibalísticos, mais conhecido como MAD (loucura ou destruição mutuamente assegurada, em inglês) e daria uma vantagem importante aos EUA.
Desde os anos 1970s, os soviéticos temiam a superioridade americana em tecnologia de informação. Sabiam que não teriam recursos para competir numa nova fase da corrida armamentista.
Em 1º de setembro de 1983, um caça soviético derrubou um Boeing 747 da companhia sul-coreana Korean Air que ia para os EUA via polo norte com um deputado americano a bordo.
Dois meses depois, a OTAN começava a instalar os mísseis Pershing II. A operação Arco Hábil mobilizou tropas da aliança atlântica do Reino Unido à Turquia. As manobras militares da OTAN eram realizadas todos os anos, simulando uma guerra nuclear. Naquele ano, havia uma novidade: os aviões levariam mísseis ocos, sem ogivas nucleares.
O alarma na URSS era enorme e os EUA não perceberam, concluiu o documento O Temor de Guerra Soviético, de 109 páginas, de 15 de fevereiro de 1990, desclassificado neste mês a pedido do Arquivo de Segurança Nacional, uma organização não governamental ligada à Universidade George Washington.
A Força Aérea do Pacto de Varsóvia na Alemanha Oriental e na Polônia foi colocada em estado de alerta e realizou 36 voos de reconhecimento, enquanto os agentes secretos dos países do bloco soviético procuravam no mundo inteiro indícios de preparação para uma guerra atômica. De 4 a 10 de novembro, a URSS e aliados só realizaram voos de reconhecimento. Todos os aviões de combate estavam de prontidão.
Alguns detalhes da paranoia e da preparação soviética para a guerra total foram revelados pela defecção do agente duplo Oleg Gordievsky, um oficial do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a polícia política soviética, que fugiu para o Reino Unido em 1985.
Yuri Andropov, o diretor do KGB que seria dirigente supremo da URSS de 1982 a 1984, era um dos mais assustados. Em 1981, Andropov declarou numa conferência do KGB que o governo Reagan estava se preparando para uma guerra nuclear e poderia lançar um primeiro ataque.
Essas preocupações foram ampliadas por um sistema de análise de informações do serviço secreto soviético baseado num modelo de computação que media mudanças na "correlação de forças" entre as duas superpotências. Seu objetivo era avaliar quando "a deterioração do poder soviético poderia tentar os EUA a lançar um primeiro ataque".
O ideal, na visão dos estrategistas soviéticos, é que o país tivesse 70% do poderio americano ou pelo menos 60%. Todo mês o Politburo do Comitê Central do Partido Comunista recebia relatórios desse computador.
Quando o poderio soviético declinou para 45%, por mais absurdo que pareça confiar num modelo matemático, os hierarcas do Kremlin tinham um elemento racional para comprovar o desequilíbrio estratégico. Em janeiro de 1983, quando Andropov chegou ao poder supremo, o KGB acrescentou um quinto nível de alerta máximo para "ataques inimigos de surpresa usando armas de destruição em massa em progresso".
Em 8 de março de 1983, Reagan qualificou a URSS como o "império do mal". Os dirigentes soviéticos levaram a sério. No verão daquele ano no Hemisfério Norte, começaram a avisar a população sobre a localização de abrigos nucleares. Várias vezes por dia a rádio e a televisão alertavam para o risco de uma guerra nuclear.
Depois do abate do Jumbo sul-coreano e da instalação da mísseis da OTAN na Europa, no fim de 1983, o 4º Esquadrão da Força Aérea da URSS, estacionado na Polônia, recebeu ordens para tirar os mísseis nucleares do arsenal e instalá-los nos aviões bombardeiros.
A mobilização não foi total. Havia dúvidas do lado soviético, mas seus estrategistas estavam convencidos de que um ataque começaria sob o disfarce de treinamento militar.
Reagan, o grande provocador, só soube do temor soviético de uma guerra nuclear iminente em memorando da CIA (Agência Central de Inteligência) de junho de 1984.
Em 11 de março de 1985, com as mortes de Andropov e de seu sucessor, Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbachev ascendia ao cargo de secretário-geral do PCUS. Com sua abertura democrática (glasnost) e reforma econômica (perestroika), a URSS se aproximou do Ocidente.
Gorbachev negociou com Reagan um tratado para remoção dos mísseis nucleares de curto e médio alcances da Europa, o primeiro reduzindo os arsenais nucleares das superpotências. Foi assinado na Casa Branca em 8 de dezembro de 1987.
A burocracia soviética se mostrou irreformável e a URSS acabou em 1991, depois do fracasso de um golpe da linha-dura contra Gorbachev. Agora, em sua tentativa de fazer uma guerrinha fria com o Ocidente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, outro ex-oficial do KGB, quer anular esse e outros acordos de desarmamento nuclear.
Direita conservadora vence eleições na Polônia
Sob o impacto da crise dos refugiados, o partido conservador Lei e Justiça, nacionalista, católico e antieuropeu, venceu hoje as eleições parlamentares com 39,1% dos votos e terá maioria absoluta de 242 dos 460 deputados da Assembleia Nacional da Polônia.
A primeira-ministra demissionária, Ewa Kopacz, reconheceu a derrota de seu partido, a Plataforma Cívica, que estava no poder há oito anos e teve apenas 23,4% dos votos conquistando 133 cadeiras.
O partido Lei e Justiça é liderado pelo ex-primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, mas deve indicar Beata Szydlo para próxima primeira-ministra. Quer fortalecer os poderes do presidente e do chefe de governo, criando um regime mais centralizado. Também quer aumentar a influência do Executivo sobre o Judiciário, os meios de comunicação e os serviços secretos.
Em política social, os conservadores prometeram programas com custo estimado em 9 a 14 bilhões de euros (R$ 38,5 bi a R$ 60 bi), inclusive medicamentos grátis para maiores de 75 anos, uma bolsa-família de 500 zlótis (pouco menos de R$ 500) por crianças e a redução da idade mínima para aposentadoria para 60 anos para mulheres e de 65 anos para homens. Hoje é de 65 para mulheres e de 67 para homens.
Uma das causas da derrota do governo foi a crise dos refugiados das guerras na África e no Oriente Médio que chegam em massa à União Europeia. Os antigos países comunistas da Europa Oriental, que ainda não atingiram o nível de desenvolvimento da Europa Ocidental, são contra a política de portas abertas da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, e a divisão dos refugiados entre os 28 países-membros do bloco.
Eurocético até onde isso é possível num país que se beneficiou extraordinariamente da adesão à UE, o novo governo vai explorar a crise dos refugiados prometendo repolonizar o país. Isso significa desde atrair de volta os poloneses que emigraram para a Europa mais rica a sobretaxar setores dominados pelo capital estrangeiro como bancos e supermercados.
Depois de oito anos em que a Plataforma Cívica reaproximou a Polônia da Alemanha e fortaleceu a identidade europeia do país, sob a liderança do ex-primeiro-ministro Donald Tusk, a situação está mudando.
Sem cogitar a saída da UE como os conservadores eurofóbicos do Reino Unido, o novo governo pode se aliar ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban. Kaczynski elogia o nacionalismo econômico húngaro, mas desaprova as tentativas de Orban de se aproximar da Rússia de Vladimir Putin, vista hoje como a grande inimiga da Polônia, especialmente depois da intervenção militar na vizinha Ucrânia.
Na política externa, o partido Lei de Justiça deve reaproximar o país dos Estados Unidos, pedindo reforço na presença militar americana em território japonês, se opor a qualquer nova transferência de poderes para a UE e não se comprometer com metas para corte das emissões de gás carbônico na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, marcada para dezembro de 2015 em Paris. A indústria do carvão ainda é a mais forte do setor de energia na Polônia.
A primeira-ministra demissionária, Ewa Kopacz, reconheceu a derrota de seu partido, a Plataforma Cívica, que estava no poder há oito anos e teve apenas 23,4% dos votos conquistando 133 cadeiras.
O partido Lei e Justiça é liderado pelo ex-primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, mas deve indicar Beata Szydlo para próxima primeira-ministra. Quer fortalecer os poderes do presidente e do chefe de governo, criando um regime mais centralizado. Também quer aumentar a influência do Executivo sobre o Judiciário, os meios de comunicação e os serviços secretos.
Em política social, os conservadores prometeram programas com custo estimado em 9 a 14 bilhões de euros (R$ 38,5 bi a R$ 60 bi), inclusive medicamentos grátis para maiores de 75 anos, uma bolsa-família de 500 zlótis (pouco menos de R$ 500) por crianças e a redução da idade mínima para aposentadoria para 60 anos para mulheres e de 65 anos para homens. Hoje é de 65 para mulheres e de 67 para homens.
Uma das causas da derrota do governo foi a crise dos refugiados das guerras na África e no Oriente Médio que chegam em massa à União Europeia. Os antigos países comunistas da Europa Oriental, que ainda não atingiram o nível de desenvolvimento da Europa Ocidental, são contra a política de portas abertas da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, e a divisão dos refugiados entre os 28 países-membros do bloco.
Eurocético até onde isso é possível num país que se beneficiou extraordinariamente da adesão à UE, o novo governo vai explorar a crise dos refugiados prometendo repolonizar o país. Isso significa desde atrair de volta os poloneses que emigraram para a Europa mais rica a sobretaxar setores dominados pelo capital estrangeiro como bancos e supermercados.
Depois de oito anos em que a Plataforma Cívica reaproximou a Polônia da Alemanha e fortaleceu a identidade europeia do país, sob a liderança do ex-primeiro-ministro Donald Tusk, a situação está mudando.
Sem cogitar a saída da UE como os conservadores eurofóbicos do Reino Unido, o novo governo pode se aliar ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban. Kaczynski elogia o nacionalismo econômico húngaro, mas desaprova as tentativas de Orban de se aproximar da Rússia de Vladimir Putin, vista hoje como a grande inimiga da Polônia, especialmente depois da intervenção militar na vizinha Ucrânia.
Na política externa, o partido Lei de Justiça deve reaproximar o país dos Estados Unidos, pedindo reforço na presença militar americana em território japonês, se opor a qualquer nova transferência de poderes para a UE e não se comprometer com metas para corte das emissões de gás carbônico na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, marcada para dezembro de 2015 em Paris. A indústria do carvão ainda é a mais forte do setor de energia na Polônia.
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Tanzânia vota na eleição mais disputada da história do país
A Tanzânia, país mais populoso do Leste da África, vota hoje na eleição presidencial mais disputada de sua história. Há um pequeno favoritismo para John Magufuli, do Chama Cha Mapinduzi (Partido da Revolução), o partido que está há mais tempo no poder na África, desde a independência de Tanganica, em 1962, passando pela fusão com Zanzibar, em 1977.
Mesmo com a introdução da democracia, em 1992, o CCM ganhou todas as eleições presidenciais e parlamentares. Agora, está sendo ameaçado por um de seus antigos líderes, o ex-primeiro-ministro Edward Lowassa, informa o boletim de notícias sul-africana News24.
"Quero levar o país ao desenvolvimento e bem-estar social", prometeu Magufuli, de 55 anos, num de seus últimos comícios. "Todos merecem uma vida melhor, independentemente de inclinações políticas."
Lowassa, de 62 anos, chefe de governo de 2005 a 2008, quando caiu diante de denúncias de corrupção, foi no início do ano para o Chadema (Chama cha Demokrasia na Maendeleo, Partido da Democracia e do Congresso). Aposta no desgaste do partido governista: "Vamos tirar o CCM do governo, um regime que faliu a nação nos 54 anos em que está no poder."
Chefe da missão de observadores da Comunidade (ex-Britânica) das Nações, o ex-presidente da Nigéria Goodluck Jonathan, deu um recado claro aos dois candidatos: "Se perder, aceite a derrota."
Os resultados saem durante a semana. Zanzibar deve encerrar a apuração amanhã.
Mesmo com a introdução da democracia, em 1992, o CCM ganhou todas as eleições presidenciais e parlamentares. Agora, está sendo ameaçado por um de seus antigos líderes, o ex-primeiro-ministro Edward Lowassa, informa o boletim de notícias sul-africana News24.
"Quero levar o país ao desenvolvimento e bem-estar social", prometeu Magufuli, de 55 anos, num de seus últimos comícios. "Todos merecem uma vida melhor, independentemente de inclinações políticas."
Lowassa, de 62 anos, chefe de governo de 2005 a 2008, quando caiu diante de denúncias de corrupção, foi no início do ano para o Chadema (Chama cha Demokrasia na Maendeleo, Partido da Democracia e do Congresso). Aposta no desgaste do partido governista: "Vamos tirar o CCM do governo, um regime que faliu a nação nos 54 anos em que está no poder."
Chefe da missão de observadores da Comunidade (ex-Britânica) das Nações, o ex-presidente da Nigéria Goodluck Jonathan, deu um recado claro aos dois candidatos: "Se perder, aceite a derrota."
Os resultados saem durante a semana. Zanzibar deve encerrar a apuração amanhã.
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Eleições marcam o fim da era Kirchner na Argentina
A
Argentina vota hoje em eleições presidencial e parlamentares que devem marcar o
fim da era Kirchner, iniciada em 2003, com a eleição de Néstor Kirchner em meio
à pior crise econômica da história de um país moderno.
Além do presidente, serão eleitos 130 deputados (metade da Câmara), 24 senadores (um terço do Senado) e 43 parlamentares do Parlasul, o Parlamento do Mercosul.
Além do presidente, serão eleitos 130 deputados (metade da Câmara), 24 senadores (um terço do Senado) e 43 parlamentares do Parlasul, o Parlamento do Mercosul.
O
candidato oficial, Daniel Scioli, governador da provincial de Buenos Aires, é o
favorito. Pode ganhar no primeiro turno se obtiver 45% dos votos válidos ou 40%
e uma vantagem de dez pontos sobre o segundo colocado.
Nas
últimas pesquisas, Scioli tem de 38% a 41% votos. Em segundo lugar, está o
prefeito de Buenos Aires e ex-presidente do Boca Juniors, Mauricio Macri, de
centro-direita, herdeiro político do menemismo, com 27% a 31%.
O
terceiro colocado é o deputado Sergio Massa, ex-ministro-chefe da Casa Civil do
governo Cristina Kirchner com 20% a 23% das preferências. Se houver segundo
turno, previsto para 22 de novembro, seu cacife aumenta.
Para
o Brasil, mais importante é a recuperação econômica da Argentina, o que deve
acontecer com qualquer governo, dado o desastre das políticas econômicas do
kirchnerismo. Os controles de preços que faziam sentido depois do colapso da
dolarização da era Carlos Menem, em 2001, prejudicam a economia do país desde o
agravamento da crise financeira internacional, no primeiro ano do primeiro
governo de Cristina Kirchner.
Diante
da crise, além de manipular os índices de inflação desde a primeira campanha presidencial
de Cristina, em 2007, o governo aumentou sua política de confrontação com
setores empresariais e os credores internacionais, elevou os impostos sobre
exportações de grãos causando uma greve de produtores rurais, atacou a imprensa
crítica do governo, comprou uma nova briga com credores que não aceitaram a
renegociação da dívida, controlou o câmbio e as exportações.
Com sua confrontação também com as potências ocidentais, terminou por apelar para a China, o que abala as pretensões do Brasil à liderança regional à medida que diminui a hegemonia dos EUA sobre a América Latina. Melhorar as relações com os EUA será prioridade do novo presidente argentino, seja quem for.
A presença dos três principais candidatos na festa de aniversário do jornal oposicionista Perfil é um sinal do fim da guerra dos Kirchner contra a grande imprensa argentina. O Clarín, maior jornal do país, apoiou Néstor Kirchner e a reconstrução do país depois do colapso da dolarização. Passou para a oposição em 2008, durante a paralisação dos produtores rurais.
Para enfrentar a mídia de oposição, o governo Cristina Kirchner aprovou a Lei de Meios de Comunicação. Apesar dos inegáveis méritos de regulamentar o setor para combater monopólios, a lei virou um instrumento para perseguir críticos do regime e sufocar empresas, muitas vendidas a aliados do kirchnerismo. Os três candidatos querem paz também nesta frente de luta do kirchnerismo.
Com sua confrontação também com as potências ocidentais, terminou por apelar para a China, o que abala as pretensões do Brasil à liderança regional à medida que diminui a hegemonia dos EUA sobre a América Latina. Melhorar as relações com os EUA será prioridade do novo presidente argentino, seja quem for.
A presença dos três principais candidatos na festa de aniversário do jornal oposicionista Perfil é um sinal do fim da guerra dos Kirchner contra a grande imprensa argentina. O Clarín, maior jornal do país, apoiou Néstor Kirchner e a reconstrução do país depois do colapso da dolarização. Passou para a oposição em 2008, durante a paralisação dos produtores rurais.
Para enfrentar a mídia de oposição, o governo Cristina Kirchner aprovou a Lei de Meios de Comunicação. Apesar dos inegáveis méritos de regulamentar o setor para combater monopólios, a lei virou um instrumento para perseguir críticos do regime e sufocar empresas, muitas vendidas a aliados do kirchnerismo. Os três candidatos querem paz também nesta frente de luta do kirchnerismo.
Scioli,
vice de Kirchner no primeiro mandato, não era o favorito de Cristina, mas sim o
candidato mais elegível da coalizão governista. Representa ao mesmo tempo o
desejo do eleitorado argentino de acabar com a política de confronto permanente
de Néstor e Cristina Kirchner sem um corte radical dos subsídios que garantem
certa proteção social num país empobrecido.
Por
outro lado, como o peronismo é uma força política que historicamente foi da
extrema direita à extrema esquerda, um grande saco de gastos onde tudo
cabe, até o americanismo de Menem, totalmente contrário ao que dizia o general
Juan Domingo Perón, quando um novo presidente chega à Casa Rosada trata de
assumir o controle do movimento, muitas vezes se livrando de quem os levou até
lá.
Néstor
Kirchner concorreu como candidato da esquerda peronista, indicado por Eduardo
Duhalde, vice de Menem no primeiro governo que foi derrotado pelo radical
Fernando de La Rúa em 1999 e assumiu a Presidência no auge da crise. Ao chegar ao poder, e especialmente
depois de renegociar a dívida, tratou de descartar Duhalde. Em 2005, Cristina
concorreu à senadora pela provincial de Buenos Aires contra Hilda Chiche Duarte, numa guerra de
primeiras-damas.
Talvez
Scioli não tenha uma base suficientemente forte no peronismo para desafiar
Cristina, mas certamente não está lá simplesmente para esquentar a cadeira para
a chefe como pretende a presidente das Mães da Praça de Maio, Estela Carlotto,
eternamente grata aos Kirchner por botar na cadeia os torturadores e assassinos
da última ditadura militar e por recuperar seu próprio neto.
Ao
manipular a inflação, Cristina perdeu o apoio dos sindicatos, principal base política do peronismo. A partir daí, Scioli pode
criar sua base. É certo que tentará compor com os setores empresariais para
destravar a economia argentina e levar o país de volta do reino desencantado do
kirchnerismo à realidade.
Como
observa o ex-secretário de Comércio Dante Sica, qualquer que seja o presidente
terá de fazer um ajuste fiscal forte para conter a inflação, cortar subsídios e
liberar preços.
Embora
não seja tratado pela imprensa brasileira como peronista, o empresário Mauricio Macri, ex-presidente do Boca, é um herdeiro do peronismo de direita e do
menemismo. Sua ênfase será na normalização da economia, no controle da
inflação, na retomada do crescimento e na reabertura da economia.
A
exemplo de Menem, sua política econômica deve ser mais orientada para os EUA,
mas ele não ignora a importância econômica do Brasil e da China. Sua eleição
ajudaria a resgatar o papel do Mercosul em negociações de liberalização
comercial, se o regime chavisa da Venezuela permitisse.
O
terceiro colocado nas pesquisas, Sérgio Massa, foi ministro de Cristina.
Representa uma esperança de renovação do peronismo. Mesmo que feche com Macri
caso haja segundo turno, dificilmente conseguiria transferir uma quantidade de
votos suficientes para superar Scioli, que pode ganhar no primeiro turno.
O
governo Dilma Rousseff aposta na vitória de Scioli por afinidade ideológica com o
kirchnerismo, mas o protecionismo de Cristina e suas concessões à China não
ajudaram as relações bilaterais. Quem quer que seja eleito não pode continuar a
estratégia populista de Cristina.
Uma coisa é certa: o vencedor será um peronista, de direita ou de esquerda. O movimento ganhou nove das 11 eleições que disputou. Perdeu para Raúl Alfonsín e De la Rúa, ambos da União Cívica Radical, que deixaram seus governos antes do fim em meio a crises econômicas gravíssimas, tornando o partido inelegível.
Uma coisa é certa: o vencedor será um peronista, de direita ou de esquerda. O movimento ganhou nove das 11 eleições que disputou. Perdeu para Raúl Alfonsín e De la Rúa, ambos da União Cívica Radical, que deixaram seus governos antes do fim em meio a crises econômicas gravíssimas, tornando o partido inelegível.
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Humorista deve vencer segundo turno na Guatemala
O humorista Jimmy Morales, da Frente de Convergência Nacional (FCN) é o favorito no segundo turno da eleição presidencial na Guatemala com cerca de 60% das preferências na média das pesquisas de opinião contra 20% a 30% para a ex-primeira-dama Sandra Torres de Colom. A votação vai até 18 horas (22h em Brasília).
Depois da prisão por corrupção da vice-presidente Roxana Baldetti, em maio de 2015, e do impeachment e prisão do presidente Otto Pérez Molina, em setembro, Morales cresceu como um candidato contra os políticos tradicionais. Mas seu partido foi fundado por militares temerosos dos processos sobre violações dos direitos humanos durante a longa guerra civil guatemalteca (1960-96).
Antes da prisão de Pérez Molina, o favorito era o empresário Manuel Baldizón, derrotado no segundo turno em 2011, que acabou sendo superado por Sandra Colom por pequena margem.
Mais de 200 mil pessoas foram mortas no sangrento mais conflito da Guerra Fria na América Latina. A crise começou em 1954 com o golpe militar contra o presidente Jacobo Árbenz, que desapropriou as terras da companhia bananeira americana United Fruit. Foi a primeira queda de um governo democrático articulada pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) no continente durante a Guerra Fria.
Os maiores desafios ao país mais populoso e mais rico da América Latina são a corrupção e a violência, heranças malditas da impunidade da guerra civil agravadas pela presença cada vez maior das gangues do tráfico de drogas para os Estados Unidos.
Desde 2007, a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, criada pelas Nações Unidas, apoia a ação da Polícia Nacional e do Ministério Público para desarmar e desmantelar grupos armados irregulares, muitos oriundos da guerra civil, que viraram gangues do crime organizado. É contra essa ameaça que ex-repressores fundaram a FCN e conseguiram eleger Morales.
Depois da prisão por corrupção da vice-presidente Roxana Baldetti, em maio de 2015, e do impeachment e prisão do presidente Otto Pérez Molina, em setembro, Morales cresceu como um candidato contra os políticos tradicionais. Mas seu partido foi fundado por militares temerosos dos processos sobre violações dos direitos humanos durante a longa guerra civil guatemalteca (1960-96).
Antes da prisão de Pérez Molina, o favorito era o empresário Manuel Baldizón, derrotado no segundo turno em 2011, que acabou sendo superado por Sandra Colom por pequena margem.
Mais de 200 mil pessoas foram mortas no sangrento mais conflito da Guerra Fria na América Latina. A crise começou em 1954 com o golpe militar contra o presidente Jacobo Árbenz, que desapropriou as terras da companhia bananeira americana United Fruit. Foi a primeira queda de um governo democrático articulada pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) no continente durante a Guerra Fria.
Os maiores desafios ao país mais populoso e mais rico da América Latina são a corrupção e a violência, heranças malditas da impunidade da guerra civil agravadas pela presença cada vez maior das gangues do tráfico de drogas para os Estados Unidos.
Desde 2007, a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, criada pelas Nações Unidas, apoia a ação da Polícia Nacional e do Ministério Público para desarmar e desmantelar grupos armados irregulares, muitos oriundos da guerra civil, que viraram gangues do crime organizado. É contra essa ameaça que ex-repressores fundaram a FCN e conseguiram eleger Morales.
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Partido conservador é favorito em eleições na Polônia
Os poloneses votam hoje para eleger um novo Parlamento e um novo governo. Depois de oito anos de governos da Plataforma Cívica, liberal de centro-direita, o partido conservador Lei e Justiça é favorito e deve voltar ao poder.
As pesquisas de opinião dão ampla vantagem aos conservadores. Em maio, eles recuperaram a Presidência com a eleição de Andrzej Duda.
Único país da União Europeia que conseguiu manter o crescimento durante a Grande Recessão, a Polônia avança a taxas duas vezes maiores do que a média do continente, mas a concentração da riqueza e a desigualdade ajudaram a oposição.
Em política externa, quem quer que vença, a Polônia deve manter o apoio a uma atitude mais dura da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a intervenção da Rússia na Ucrânia e as tentativas de Moscou de desestabilizar outras ex-repúblicas soviéticas.
As pesquisas de opinião dão ampla vantagem aos conservadores. Em maio, eles recuperaram a Presidência com a eleição de Andrzej Duda.
Único país da União Europeia que conseguiu manter o crescimento durante a Grande Recessão, a Polônia avança a taxas duas vezes maiores do que a média do continente, mas a concentração da riqueza e a desigualdade ajudaram a oposição.
Em política externa, quem quer que vença, a Polônia deve manter o apoio a uma atitude mais dura da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a intervenção da Rússia na Ucrânia e as tentativas de Moscou de desestabilizar outras ex-repúblicas soviéticas.
sábado, 24 de outubro de 2015
Estado Islâmico reivindica autoria de atentado em Bangladesh
A milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiu a responsabilidade por um atentado a bomba contra um santuário xiita em Daca, a capital de Bangladesh, acusando-o no Twitter de "politeísta", noticiou a agência Reuters. Um menino morreu e 80 pessoas saíram feridas.
O alvo do ataque foi o santuário de Hossaini Dalan, que fica no bairro de Mughal, durante a procissão do Dia da Achura, a data mais importante do calendário xiita. É um festival do sacrifício, a celebração religiosa do martírio do imã Hussein ibn Ali, neto do profeta Maomé, na Batalha de Carbalá, hoje parte do Iraque, em 10 de outubro de 680 depois de Cristo. Neste dia, alguns xiitas se autoflagelam até sangrar.
Três suspeitos foram detidos para interrogatório, revelou o inspetor Mohammad Murad. A polícia suspeita que a bomba fosse de fabricação caseira. Pode ter sido uma ação de uma pequena célula da extremistas muçulmanos sunitas sem ligação direta com o comando central do EI. Mas o grupo jihadista se infiltrou no Afeganistão e tenta penetrar no Sul da Ásia, que também a Índia, o Paquistão e o Sri Lanka.
Nos últimos dois anos, houve ataques em Bangladesh contra sufis, hindus e cristãos. Esse foi o primeiro contra xiitas. Cerca de 20 mil xiitas que estavam concentrados perto do santuário continuaram a procissão.
O alvo do ataque foi o santuário de Hossaini Dalan, que fica no bairro de Mughal, durante a procissão do Dia da Achura, a data mais importante do calendário xiita. É um festival do sacrifício, a celebração religiosa do martírio do imã Hussein ibn Ali, neto do profeta Maomé, na Batalha de Carbalá, hoje parte do Iraque, em 10 de outubro de 680 depois de Cristo. Neste dia, alguns xiitas se autoflagelam até sangrar.
Três suspeitos foram detidos para interrogatório, revelou o inspetor Mohammad Murad. A polícia suspeita que a bomba fosse de fabricação caseira. Pode ter sido uma ação de uma pequena célula da extremistas muçulmanos sunitas sem ligação direta com o comando central do EI. Mas o grupo jihadista se infiltrou no Afeganistão e tenta penetrar no Sul da Ásia, que também a Índia, o Paquistão e o Sri Lanka.
Nos últimos dois anos, houve ataques em Bangladesh contra sufis, hindus e cristãos. Esse foi o primeiro contra xiitas. Cerca de 20 mil xiitas que estavam concentrados perto do santuário continuaram a procissão.
Estado Islâmico bloqueia estrada para Alepo
Milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiram hoje o controle da principal linha de suprimento às áreas da cidade de Alepo dominadas por forças leais à ditadura de Bachar Assad, informou a agência Reuters. O ataque começou ontem com a explosão de dois carros-bomba no Sudeste da cidade, que era a capital econômica do país antes da guerra civil.
O regime sírio não comentou. Com a cobertura de bombardeios aéreos da Rússia, as forças de Assad e milícias aliadas tentam romper o cerco do Estado Islâmico à base aérea de Kweiras. O bloqueio à linha de suprimento é a reação da organização terrorista.
Desde 30 de setembro, a Rússia intervém militarmente com ataques aéreos para sustentar Assad diante da desintegração do Exército da Síria. Seu objetivo é fortalecer o regime e enfraquecer outros grupos que podem participar de negociações de paz, o que não é o caso do Estado Islâmico. A ofensiva rumo a Alepo é a principal ação terrestre desde a intervenção russa.
O regime sírio não comentou. Com a cobertura de bombardeios aéreos da Rússia, as forças de Assad e milícias aliadas tentam romper o cerco do Estado Islâmico à base aérea de Kweiras. O bloqueio à linha de suprimento é a reação da organização terrorista.
Desde 30 de setembro, a Rússia intervém militarmente com ataques aéreos para sustentar Assad diante da desintegração do Exército da Síria. Seu objetivo é fortalecer o regime e enfraquecer outros grupos que podem participar de negociações de paz, o que não é o caso do Estado Islâmico. A ofensiva rumo a Alepo é a principal ação terrestre desde a intervenção russa.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Estado Islâmico ganha US$ 50 milhões por mês com petróleo
Apesar das intervenções militares dos Estados Unidos e da Rússia, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante está faturando US$ 50 milhões por mês com a venda de petróleo bruto dos campos das regiões que ocupa no Iraque e na Síria, admitiram funcionários americanos e iraquianos citados anonimamente pela agência Reuters.
A milícia usa o dinheiro para financiar a guerra, reconstruir a infraestrutura, comprar equipamentos e contratar especialistas capazes de manter o setor de energia funcionando. Está sendo muito mais difícil sufocar o grupo financeiramente como foi feito com a rede terrorista Al Caeda depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Os EUA pressionam os países vizinhos, principalmente a Turquia, para combater a venda de petróleo e o fluxo de equipamentos de extração, refino e transporte nas terras do califado.
Por causa da natureza clandestina do negócio, o Estado Islâmico vende petróleo por preços que variam de US$ 10 a US$ 35 por barril, afirmam agentes secretos iraquianos. O preço na Bolsa Mercantil de Nova York está no momento em US$ 44,60.
Além da renda do petróleo, o grupo roubou uma grande quantidade de dinheiro ao tomar bancos, prédios públicos e bases militares nos territórios ocupados. Também vende no mercado parte dos tesouros históricos e culturais.
A milícia usa o dinheiro para financiar a guerra, reconstruir a infraestrutura, comprar equipamentos e contratar especialistas capazes de manter o setor de energia funcionando. Está sendo muito mais difícil sufocar o grupo financeiramente como foi feito com a rede terrorista Al Caeda depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Os EUA pressionam os países vizinhos, principalmente a Turquia, para combater a venda de petróleo e o fluxo de equipamentos de extração, refino e transporte nas terras do califado.
Por causa da natureza clandestina do negócio, o Estado Islâmico vende petróleo por preços que variam de US$ 10 a US$ 35 por barril, afirmam agentes secretos iraquianos. O preço na Bolsa Mercantil de Nova York está no momento em US$ 44,60.
Além da renda do petróleo, o grupo roubou uma grande quantidade de dinheiro ao tomar bancos, prédios públicos e bases militares nos territórios ocupados. Também vende no mercado parte dos tesouros históricos e culturais.
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Desemprego na Espanha cai ao menor nível em quatro anos
A taxa de desemprego na Espanha caiu no terceiro trimestre de 2015 ao menor nível em quatro anos. De julho a setembro, no auge da temporada de turismo, baixou de 22,4% para 21,2%, informou ontem o Instituto Nacional de Estatísticas.
É uma nota notícia para o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy. O índice de desemprego na Espanha chegou ao pico de 26,9% no início de 2013, em meio à crise das dívidas públicas dos países da periferia da Zona do Euro.
O país realiza eleições gerais em 20 de dezembro e a campanha de Rajoy se baseia na defesa das políticas econômicas de austeridade adotadas para enfrentar a crise, teriam permitido a volta do crescimento econômico.
É uma nota notícia para o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy. O índice de desemprego na Espanha chegou ao pico de 26,9% no início de 2013, em meio à crise das dívidas públicas dos países da periferia da Zona do Euro.
O país realiza eleições gerais em 20 de dezembro e a campanha de Rajoy se baseia na defesa das políticas econômicas de austeridade adotadas para enfrentar a crise, teriam permitido a volta do crescimento econômico.
Boko Haram ataca mais duas mesquitas na Nigéria
Muitos fiéis foram mortos e vários outros feridos com a explosão de uma bomba em uma mesquita na cidade de Yola, capital do estado de Adamawa, no Nordeste da Nigéria, horas depois de um duplo atentado suicida contra uma mesquita em Maiduguri, capital do estado de Borno.
Ao menos 18 pessoas foram mortas e outras dezenas feridas em Maiduguri. Em Yola, foram pelo menos 30 mortos e mais de 100 feridos.
Ninguém reivindicou a autoria dos ataques. As maiores suspeitas recaem sobre a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que agora se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental.
Só o Estado Islâmico do Iraque e do Levante cometeu mais atentados terroristas suicidas em 2015 do que o Boko Haram e nenhum grupo usou mais mulheres-bomba do que o Boko Haram até hoje. Neste ano, foram 53, depois de oito no ano passado, num total de 61. No mesmo período, houve 86 explosões de homens-bomba da milícia.
Com a posse do ex-ditador e ex-general Muhammadu Buhari como presidente da Nigéria em 29 de maio, o Exército intensificou o combate à milícia jihadista. Depois de perder o controle de quase todos os territórios conquistados, o Boko Haram passou a apelar para o terrorismo suicida e para mulheres, menos sujeitas a revistas corporais do que os homens.
As mulheres-bomba foram usadas pelo Partido Social Nacionalista Sírio, comunista, e pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) no Líbano nos anos 1980s para lutar contra invasão israelense e a intervenção militar dos Estados Unidos e da França.
Longe do Oriente Médio, os Tigres da Libertação do Ilam Tamil, que lutavam contra a dominação da maioria cingalesa no Sri Lanka, usaram 46 mulheres-bomba dos anos 1990s até sua dissolução, em 2009. Uma das vítimas foi o primeiro-ministro da Índia Rajiv Gandhi, assassinado em 1991. Era o grupo que mais tinha apelado para atentados terroristas suicidas femininos antes do Boko Haram.
No fim dos anos 1990s, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), comunista, usou mulheres suicidas na luta contra a Turquia para criar um Estado nacional curdo.
Durante a segunda intifada, a revolta contra a ocupação israelense deflagrada em 2000, grupos palestinos recorreram ao terrorismo suicida. Quando Israel reforçou a segurança, as milícias palestinas apelaram para mulheres.
Outra onda de mulheres-bomba foi usada pelos chechenos em sua guerra contra a Rússia. De 2000 a 2004, as chamadas viúvas negras, mulheres de homens mortos na luta, atacaram alvos na Chechênia, inclusive o presidente da República, e civis na Rússia.
A rede terrorista Al Caeda no Iraque, que depois virou Estado Islâmico do Iraque e Estado Islâmico do Iraque e do Levante, passou a usar mulheres-bomba a partir do fim de 2005. Em novembro daquele ano, atacou três hotéis de empresas ocidentais em Amã, na Jordânia.
O Boko Haram aderiu à luta armada em 2009 e começou a usar mulheres-bomba em 2014. Até hoje, foram 61.
Ao menos 18 pessoas foram mortas e outras dezenas feridas em Maiduguri. Em Yola, foram pelo menos 30 mortos e mais de 100 feridos.
Ninguém reivindicou a autoria dos ataques. As maiores suspeitas recaem sobre a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que agora se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental.
Só o Estado Islâmico do Iraque e do Levante cometeu mais atentados terroristas suicidas em 2015 do que o Boko Haram e nenhum grupo usou mais mulheres-bomba do que o Boko Haram até hoje. Neste ano, foram 53, depois de oito no ano passado, num total de 61. No mesmo período, houve 86 explosões de homens-bomba da milícia.
Com a posse do ex-ditador e ex-general Muhammadu Buhari como presidente da Nigéria em 29 de maio, o Exército intensificou o combate à milícia jihadista. Depois de perder o controle de quase todos os territórios conquistados, o Boko Haram passou a apelar para o terrorismo suicida e para mulheres, menos sujeitas a revistas corporais do que os homens.
As mulheres-bomba foram usadas pelo Partido Social Nacionalista Sírio, comunista, e pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) no Líbano nos anos 1980s para lutar contra invasão israelense e a intervenção militar dos Estados Unidos e da França.
Longe do Oriente Médio, os Tigres da Libertação do Ilam Tamil, que lutavam contra a dominação da maioria cingalesa no Sri Lanka, usaram 46 mulheres-bomba dos anos 1990s até sua dissolução, em 2009. Uma das vítimas foi o primeiro-ministro da Índia Rajiv Gandhi, assassinado em 1991. Era o grupo que mais tinha apelado para atentados terroristas suicidas femininos antes do Boko Haram.
No fim dos anos 1990s, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), comunista, usou mulheres suicidas na luta contra a Turquia para criar um Estado nacional curdo.
Durante a segunda intifada, a revolta contra a ocupação israelense deflagrada em 2000, grupos palestinos recorreram ao terrorismo suicida. Quando Israel reforçou a segurança, as milícias palestinas apelaram para mulheres.
Outra onda de mulheres-bomba foi usada pelos chechenos em sua guerra contra a Rússia. De 2000 a 2004, as chamadas viúvas negras, mulheres de homens mortos na luta, atacaram alvos na Chechênia, inclusive o presidente da República, e civis na Rússia.
A rede terrorista Al Caeda no Iraque, que depois virou Estado Islâmico do Iraque e Estado Islâmico do Iraque e do Levante, passou a usar mulheres-bomba a partir do fim de 2005. Em novembro daquele ano, atacou três hotéis de empresas ocidentais em Amã, na Jordânia.
O Boko Haram aderiu à luta armada em 2009 e começou a usar mulheres-bomba em 2014. Até hoje, foram 61.
Banco central da China reduz juros pela sexta vez num ano
Para estimular o crescimento da segunda maior economia do mundo, o Banco Popular da China anunciou hoje o sexto corte na sua taxa básica de juros desde novembro de 2014. O depósito obrigatório que os bancos têm de fazer no banco central também foi reduzido.
A taxa básica para empréstimos do BPC aos bancos caiu em 0,25 ponto percentual para 4,35% ao ano e a taxa paga pelos depósitos dos bancos no BPC em 0,25 para 1,5% ao ano.
O volume de depósitos que os bancos precisam manter como garantia no BPC baixou 0,5 ponto percentual. Para os grandes bancos, ficou em 17,5%.
As medidas entram em vigor neste sábado. Visam a conter a desaceleração do crescimento da economia chinesa. Oficialmente, o país cresceu no terceiro trimestre de 2015 num ritmo anual de 6,9%, um pouco abaixo da meta de 7% ao ano.
Foi a menor expansão desde 2009, mas ficou só 0,1 abaixo da meta oficial. No ano passado, a China cresceu 7,3%, quando a meta era 7,4%. Nos dois primeiros trimestres de 2015, o avanço teria sido de 7%.
Isso levantou suspeitas de que o regime comunista chinês esteja manipulando as estatísticas oficiais. Se a queda foi tão pequena e a economia está praticamente na meta, por que seriam necessários tantos cortes de juros, além da valorização da moeda chinesa em agosto? O mercado tem a impressão de que o governo está escondendo algo.
Com a crise econômico-financeira mundial dos últimos anos e seu impacto sobre o comércio internacional, há um consenso de que a China não pode continuar crescendo a taxas de 10% ao ano ou mais que marcaram o extraordinário desenvolvimento do país nas últimas três décadas e meia. O governo tenta reorientar a economia do investimento e da exportação para o consumo interno.
A taxa básica para empréstimos do BPC aos bancos caiu em 0,25 ponto percentual para 4,35% ao ano e a taxa paga pelos depósitos dos bancos no BPC em 0,25 para 1,5% ao ano.
O volume de depósitos que os bancos precisam manter como garantia no BPC baixou 0,5 ponto percentual. Para os grandes bancos, ficou em 17,5%.
As medidas entram em vigor neste sábado. Visam a conter a desaceleração do crescimento da economia chinesa. Oficialmente, o país cresceu no terceiro trimestre de 2015 num ritmo anual de 6,9%, um pouco abaixo da meta de 7% ao ano.
Foi a menor expansão desde 2009, mas ficou só 0,1 abaixo da meta oficial. No ano passado, a China cresceu 7,3%, quando a meta era 7,4%. Nos dois primeiros trimestres de 2015, o avanço teria sido de 7%.
Isso levantou suspeitas de que o regime comunista chinês esteja manipulando as estatísticas oficiais. Se a queda foi tão pequena e a economia está praticamente na meta, por que seriam necessários tantos cortes de juros, além da valorização da moeda chinesa em agosto? O mercado tem a impressão de que o governo está escondendo algo.
Com a crise econômico-financeira mundial dos últimos anos e seu impacto sobre o comércio internacional, há um consenso de que a China não pode continuar crescendo a taxas de 10% ao ano ou mais que marcaram o extraordinário desenvolvimento do país nas últimas três décadas e meia. O governo tenta reorientar a economia do investimento e da exportação para o consumo interno.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Comandos dos EUA libertam 70 guerrilheiros curdos no Iraque
Em uma operação noturna, forças de operações especiais dos Estados Unidos resgataram 70 guerrilheiros curdos capturados pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no Norte do Iraque, reportou a agência Reuters. Um soldado americano e pelo menos 15 jihadistas foram mortos.
Foi a primeira morte de um americano em combate na guerra contra o Estado Islâmico e a primeira em ação no Iraque desde 2011. Pelo menos 30 militares dos participaram da operação conjunta com os peshmerga (guerrilheiros curdos) na cidade de Hawija, na província de Kirkuk.
A ação foi deflagrada porque os curdos estariam prestes a ser mortos pelo EI, declarou um oficial dos EUA. A prisão atacada era uma espécie de quartel-general da milícia na cidade, noticiou o jornal The Wall Street Journal.
Desde agosto de 2014, a Força Aérea dos EUA bombardeia alvos do EI no Iraque e na Síria, mas o presidente Barack Obama afirmou que não enviaria tropas terrestres, somente assessores para treinar as forças de segurança do Iraque e aliados como os curdos.
O plano para treinar e armar rebeldes na Síria foi abandonado diante da intervenção militar da Rússia, que começou alvejando os aliados de Washington.
Foi a primeira morte de um americano em combate na guerra contra o Estado Islâmico e a primeira em ação no Iraque desde 2011. Pelo menos 30 militares dos participaram da operação conjunta com os peshmerga (guerrilheiros curdos) na cidade de Hawija, na província de Kirkuk.
A ação foi deflagrada porque os curdos estariam prestes a ser mortos pelo EI, declarou um oficial dos EUA. A prisão atacada era uma espécie de quartel-general da milícia na cidade, noticiou o jornal The Wall Street Journal.
Desde agosto de 2014, a Força Aérea dos EUA bombardeia alvos do EI no Iraque e na Síria, mas o presidente Barack Obama afirmou que não enviaria tropas terrestres, somente assessores para treinar as forças de segurança do Iraque e aliados como os curdos.
O plano para treinar e armar rebeldes na Síria foi abandonado diante da intervenção militar da Rússia, que começou alvejando os aliados de Washington.
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Netanyahu responsabiliza múfti de Jerusalém pelo Holocausto
O primeiro-ministro linha-dura de Israel, Benjamin Netanyahu, está sendo acusado de absolver Adolf Hitler pelo tentativa de exterminar os judeus durante a Segunda Guerra Mundial ao botar o culpa do Holocausto no então patriarca muçulmano de Jerusalém.
Durante discurso no 37º Congresso Mundial Sionista na terça-feira, o chefe de governo israelense acusou o múfti de Jerusalém, Haji Amin al-Husseini, de incitar o líder nazista: "Hitler não queria exterminar os judeus naquela época. Queria deportar os judeus. Haji Amin al-Husseini foi até Hitler e disse: 'Se você os expulsar, eles irão para o Oriente Médio.' Então, o que faço com eles, perguntou Hitler. 'Queime-os'", teria recomendado o clérigo muçulmano.
A indignação nas redes sociais de Israel foi generalizada.
O encontro de Hitler com o múfti ocorreu em 1941, antes que a cúpula nazista adotasse a Solução Final de exterminar o povo judeu, na Conferência de Wannsee, em 20 de janeiro de 1942. Mas o racismo e o antissemitismo do líder nazista eram evidentes desde a publicação do livro Minha Luta por Hitler em 1925.
Durante discurso no 37º Congresso Mundial Sionista na terça-feira, o chefe de governo israelense acusou o múfti de Jerusalém, Haji Amin al-Husseini, de incitar o líder nazista: "Hitler não queria exterminar os judeus naquela época. Queria deportar os judeus. Haji Amin al-Husseini foi até Hitler e disse: 'Se você os expulsar, eles irão para o Oriente Médio.' Então, o que faço com eles, perguntou Hitler. 'Queime-os'", teria recomendado o clérigo muçulmano.
A indignação nas redes sociais de Israel foi generalizada.
O encontro de Hitler com o múfti ocorreu em 1941, antes que a cúpula nazista adotasse a Solução Final de exterminar o povo judeu, na Conferência de Wannsee, em 20 de janeiro de 1942. Mas o racismo e o antissemitismo do líder nazista eram evidentes desde a publicação do livro Minha Luta por Hitler em 1925.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Vice de Obama não será candidato à Casa Branca
O caminho está aberto para a candidatura da ex-secretária de Estado e ex-primeira dama Hillary à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata em 2016 com o anúncio do vice-presidente Joe Biden de que não vai concorrer.
Nos jardins da Casa Branca, ao lado da mulher, Jill Biden, e do presidente Barack Obama, Joe Biden alegou razões pessoais e familiares para se poupar do desgate de uma campanha presidencial depois de meses de especulação sobre uma possível candidatura.
Na maioria das pesquisas de opinião, Biden aparecia em segundo lugar entre os aspirantes democratas, nada mau para uma candidatura não declarada. "Acho que nosso tempo passou", admitiu o vice-presidente.
Se entrasse na corrida dificilmente conseguiria superar Hillary, que está se articulando há muito tempo e já arrecadou muito dinheiro para a campanha. Suas críticas seriam usadas pela oposição na reta final da campanha, depois das eleições primárias e das convenções que vão indicar os candidatos oficiais. Biden ainda teria a missão de defender o governo Obama da feroz oposição republicana.
Do outro lado, mais de dez aspirantes disputam a candidatura do Partido Republicano e os que não são políticos, o bilionário Donald Trump e o cirurgião aposentado Ben Carson estão à frente dos políticos tradicionais como Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes.
Enquanto os republicanos são sangrar nas primárias, Hillary marcha soberana para ser a candidata democrata.
Nos jardins da Casa Branca, ao lado da mulher, Jill Biden, e do presidente Barack Obama, Joe Biden alegou razões pessoais e familiares para se poupar do desgate de uma campanha presidencial depois de meses de especulação sobre uma possível candidatura.
Na maioria das pesquisas de opinião, Biden aparecia em segundo lugar entre os aspirantes democratas, nada mau para uma candidatura não declarada. "Acho que nosso tempo passou", admitiu o vice-presidente.
Se entrasse na corrida dificilmente conseguiria superar Hillary, que está se articulando há muito tempo e já arrecadou muito dinheiro para a campanha. Suas críticas seriam usadas pela oposição na reta final da campanha, depois das eleições primárias e das convenções que vão indicar os candidatos oficiais. Biden ainda teria a missão de defender o governo Obama da feroz oposição republicana.
Do outro lado, mais de dez aspirantes disputam a candidatura do Partido Republicano e os que não são políticos, o bilionário Donald Trump e o cirurgião aposentado Ben Carson estão à frente dos políticos tradicionais como Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes.
Enquanto os republicanos são sangrar nas primárias, Hillary marcha soberana para ser a candidata democrata.
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Supremo líder do Irã aprova acordo nuclear
O Supremo Líder da Revolução Islâmica do Irã, aiatolá Ali Khamenei, aprovou hoje o acordo nuclear firmado com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha, informou a agência Reuters.
Em carta ao presidente Hassan Rouhani, responsável pelas negociações, Khamenei advertiu sobre o que considera pontos fracos do acordo e cobrou o fim das sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia para impedir o Irã de fabricar armas atômicas. Mas as potências ocidentais avisaram que isso pode levar meses.
Em carta ao presidente Hassan Rouhani, responsável pelas negociações, Khamenei advertiu sobre o que considera pontos fracos do acordo e cobrou o fim das sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia para impedir o Irã de fabricar armas atômicas. Mas as potências ocidentais avisaram que isso pode levar meses.
Rússia mata comandante rebelde aliado aos EUA na Síria
Os bombardeios da Força Aérea da Rússia na província de Lataquia, na Síria, mataram no domingo um alto comandante do Exército da Síria Livre, um grupo rebelde apoiado pelos Estados Unidos, noticiou ontem a agência Reuters citando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental com sede em Londres que monitora a guerra civil no país.
O ataque foi na região de Jabal Akrade, controlada pela 1ª Divisão Costeira do ESL, que confirmou a morte do ex-capitão do Exército sírio Basil Zamo.
Em outro bombardeio russo, ao sul de Alepo, que antes da guerra civil era a capital econômica da Síria, foi morto o comandante das Brigadas Nour al-din al-Zinki, outro entre os milhares de grupos armados rebeldes em ação na Síria.
Como a Rússia apoia a ditadura de Bachar Assad, a milícia fundamentalista libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Irã na guerra civil síria, a facção xiita, a Arábia Saudita, a Turquia e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico devem aumentar o apoio aos grupos rebeldes sunitas para tentar contrabalançar a intervenção russa.
Durante o Grande Prêmio de Fórmula-1 de Rússia, realizado em Sóchi, o presidente Vladimir Putin teve uma discussão dura com o segundo príncipe herdeiro e ministro da Defesa saudita, Mohamed ben Salman, e o comandante supremo das Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed ben Sayed al-Nuhayyan.
Os países do Conselho de Cooperação do Golfo estão desapontados com a falta de um apoio decidido dos EUA a grupos rebeldes e determinados a combater a expansão da influência iraniana no Oriente Médio. Putin os advertiu a não entregar aos rebeldes mísseis antiaéreos capazes de abater aviões russos.
O ataque foi na região de Jabal Akrade, controlada pela 1ª Divisão Costeira do ESL, que confirmou a morte do ex-capitão do Exército sírio Basil Zamo.
Em outro bombardeio russo, ao sul de Alepo, que antes da guerra civil era a capital econômica da Síria, foi morto o comandante das Brigadas Nour al-din al-Zinki, outro entre os milhares de grupos armados rebeldes em ação na Síria.
Como a Rússia apoia a ditadura de Bachar Assad, a milícia fundamentalista libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Irã na guerra civil síria, a facção xiita, a Arábia Saudita, a Turquia e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico devem aumentar o apoio aos grupos rebeldes sunitas para tentar contrabalançar a intervenção russa.
Durante o Grande Prêmio de Fórmula-1 de Rússia, realizado em Sóchi, o presidente Vladimir Putin teve uma discussão dura com o segundo príncipe herdeiro e ministro da Defesa saudita, Mohamed ben Salman, e o comandante supremo das Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed ben Sayed al-Nuhayyan.
Os países do Conselho de Cooperação do Golfo estão desapontados com a falta de um apoio decidido dos EUA a grupos rebeldes e determinados a combater a expansão da influência iraniana no Oriente Médio. Putin os advertiu a não entregar aos rebeldes mísseis antiaéreos capazes de abater aviões russos.
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Maduro prorroga estado de emergência na fronteira com a Colômbia
Em decreto publicado hoje no Diário Oficial da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro prorrogou por 60 dias o estado de emergência em várias cidades da fronteira com a Colômbia no estado de Táchira sob o pretexto de combater o contrabando e outros crimes.
Os municípios incluem Bolívar, Capacho Novo, Capacho Velho, Pedro María Urena e Rafael Urdanetta.
O estado de emergência foi imposto em 21 de agosto, depois de um incidente em que quatro soldados venezuelanos foram feridos. Com o subsídio que faz a gasolina custar centavos de dólar e o controle de preços, as mercadorias venezuelanas são muito mais baratas do que do outro lado da fronteira, estimulando o contrabando.
Já o conflito com a Colômbia, aliada dos Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas e aos grupos guerrilheiros de esquerda, faz parte das jogadas políticas do regime chavista desde a ascensão ao poder de Hugo Chávez, em 1999.
Com a crise econômica, recessão de 10%, desabastecimento generalizado e inflação rondando os 200% ao ano, as pesquisas preveem uma derrota fragorosa do governo nas eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015. Desde já, Maduro e o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) acusam os inimigos internos e externos, inclusive a Colômbia.
A última de Maduro foi pedir a abertura de processo contra o presidente do grupo Polar, dono de redes de supermercados, porque em conversa telefônica grampeada com o economista Ricardo Hausmann, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, disse que a Venezuela deveria pedir um empréstimo de emergência de US$ 15 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A escuta telefônica é ilegal e discutir opções para sair do caos econômico está longe de ser golpismo.
Os municípios incluem Bolívar, Capacho Novo, Capacho Velho, Pedro María Urena e Rafael Urdanetta.
O estado de emergência foi imposto em 21 de agosto, depois de um incidente em que quatro soldados venezuelanos foram feridos. Com o subsídio que faz a gasolina custar centavos de dólar e o controle de preços, as mercadorias venezuelanas são muito mais baratas do que do outro lado da fronteira, estimulando o contrabando.
Já o conflito com a Colômbia, aliada dos Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas e aos grupos guerrilheiros de esquerda, faz parte das jogadas políticas do regime chavista desde a ascensão ao poder de Hugo Chávez, em 1999.
Com a crise econômica, recessão de 10%, desabastecimento generalizado e inflação rondando os 200% ao ano, as pesquisas preveem uma derrota fragorosa do governo nas eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015. Desde já, Maduro e o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) acusam os inimigos internos e externos, inclusive a Colômbia.
A última de Maduro foi pedir a abertura de processo contra o presidente do grupo Polar, dono de redes de supermercados, porque em conversa telefônica grampeada com o economista Ricardo Hausmann, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, disse que a Venezuela deveria pedir um empréstimo de emergência de US$ 15 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A escuta telefônica é ilegal e discutir opções para sair do caos econômico está longe de ser golpismo.
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UE admite desarmar milícias da Líbia se houver acordo de paz
A União Europeia pode ajudar a Líbia a fortalecer suas fronteiras e desarmar as milícias se houver um acordo para formar um governo de união nacional, noticiou hoje a agência Reuters citando um documento interno do bloco europeu.
O texto preparado pela comissária de Relações Exteriores da UE, a ex-chanceler italiana Federica Mogherini, foi enviada aos países-membros ontem em preparação para uma reunião realizada hoje em Bruxelas, na Bélgica.
A Líbia vive em estado de anarquia desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em agosto de 2011, com milícias rivais disputando o poder. A UE é a principal mediadora do diálogo entre as diferentes facções, mas enfrenta sérios problemas internos como as crises econômica e de refugiados para investir o tempo e o dinheiro necessários para reconstruir as instituições estatais líbias.
Kadafi caiu cinco meses depois de uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para impedir o massacre de civis em caso de vitória do ditador. Mas a ONU não enviou uma missão de paz para promover a reconciliação nacional.
O resultado foi a anarquia generalizada. A produção de petróleo, maior riqueza do país, desabou. Há dois governos paralelos disputando o poder. A Líbia se tornou ponto de partida para embarcações precárias que levam refugiados e imigrantes ilegais para a Europa. E a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante se infiltrou no país.
O texto preparado pela comissária de Relações Exteriores da UE, a ex-chanceler italiana Federica Mogherini, foi enviada aos países-membros ontem em preparação para uma reunião realizada hoje em Bruxelas, na Bélgica.
A Líbia vive em estado de anarquia desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em agosto de 2011, com milícias rivais disputando o poder. A UE é a principal mediadora do diálogo entre as diferentes facções, mas enfrenta sérios problemas internos como as crises econômica e de refugiados para investir o tempo e o dinheiro necessários para reconstruir as instituições estatais líbias.
Kadafi caiu cinco meses depois de uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para impedir o massacre de civis em caso de vitória do ditador. Mas a ONU não enviou uma missão de paz para promover a reconciliação nacional.
O resultado foi a anarquia generalizada. A produção de petróleo, maior riqueza do país, desabou. Há dois governos paralelos disputando o poder. A Líbia se tornou ponto de partida para embarcações precárias que levam refugiados e imigrantes ilegais para a Europa. E a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante se infiltrou no país.
Turquia já aceita transição na Síria com Assad
A Turquia está pronta para aceitar a manutenção do ditador Bachar Assad no poder na Síria durante um período de transição de seis meses, admitiram hoje dois altos funcionários do governo turco citados anonimamente pela agência de notícias Reuters.
De acordo com um deles, a Turquia concordaria com o plano desde que o afastamento de Assad depois seja definitivo. Os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido também admitem esta possibilidade.
A guerra civil na Síria criou sérios problemas para a Turquia com a entrada no país de 2,5 milhões de refugiados, mas o presidente Recep Tayyip Erdogan vê na queda de Assad uma chance para aumentar a influência turca no Oriente Médio.
Erdogan aproveitou um atentado terrorista que matou 33 pessoas em Suruç em 20 de julho para intervir diretamente na Síria a pretexto de combater a milícia Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mas ataca principalmente os curdos para inviabilizar a criação de um Curdistão independente. Ele chegou a defender a imposição de uma zona de exclusão aérea e de uma "zona de segurança" dentro do território sírio para enviar os refugiados.
Com a intervenção militar da Rússia no conflito sírio desde 30 de setembro, a zona de proibição de voo ficou inviável. O presidente russo, Vladimir Putin, alega que Assad é o governante legítimo da Síria e deve ser apoiado para um combate efetivo ao terrorismo. Mas a Rússia também entrou na guerra sob a alegação de combater o Estado Islâmico, mas ataca todos os grupos de oposição.
A estratégia de Putin é reduzir o conflito a uma guerra entre o regime de Assad e o Estado Islâmico para forçar os EUA, a Europa e seus aliados no Oriente Médio a aceitar a manutenção do ditador no poder.
De acordo com um deles, a Turquia concordaria com o plano desde que o afastamento de Assad depois seja definitivo. Os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido também admitem esta possibilidade.
A guerra civil na Síria criou sérios problemas para a Turquia com a entrada no país de 2,5 milhões de refugiados, mas o presidente Recep Tayyip Erdogan vê na queda de Assad uma chance para aumentar a influência turca no Oriente Médio.
Erdogan aproveitou um atentado terrorista que matou 33 pessoas em Suruç em 20 de julho para intervir diretamente na Síria a pretexto de combater a milícia Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mas ataca principalmente os curdos para inviabilizar a criação de um Curdistão independente. Ele chegou a defender a imposição de uma zona de exclusão aérea e de uma "zona de segurança" dentro do território sírio para enviar os refugiados.
Com a intervenção militar da Rússia no conflito sírio desde 30 de setembro, a zona de proibição de voo ficou inviável. O presidente russo, Vladimir Putin, alega que Assad é o governante legítimo da Síria e deve ser apoiado para um combate efetivo ao terrorismo. Mas a Rússia também entrou na guerra sob a alegação de combater o Estado Islâmico, mas ataca todos os grupos de oposição.
A estratégia de Putin é reduzir o conflito a uma guerra entre o regime de Assad e o Estado Islâmico para forçar os EUA, a Europa e seus aliados no Oriente Médio a aceitar a manutenção do ditador no poder.
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Governo conservador perde eleições no Canadá
Depois de quase dez anos, o primeiro-ministro conservador Stephen Harper vai devolver o poder ao Partido Liberal. O novo chefe de governo do Canadá será Justin Trudeau, filho do falecido primeiro-ministro Pierre Elliot Trudeau, que governou o país durante 15 anos.
Os primeiros resultados das eleições parlamentares de segunda-feira nos estados mais populosos, Quebec e Ontário, e na costa do Oceano Atlântico, deram uma ampla vantagem aos liberais projetando sua vitória. A dúvida é se o PL terá maioria absoluta ou se terá de fazer uma coalizão com o Partido Nova Democracia, de esquerda, que em agosto era o favorito nas pesquisas.
Apesar de ter nos Estados Unidos seu maior parceiro comercial, o Canadá resistiu bem no primeiro momento à Grande Recessão de 2008-9, o que garantiu maioria absoluta a Harper nas eleições de 2011. Mas sofre com a desaceleração do crescimento da China, que reduziu os preços dos produtos primários exportados pelos canadenses.
Trudeau, de 43 anos, foi a jovem novidade destas eleições. Suportou as acusações de inexperiência feitas por Harper e aproveitou o desejo de mudança de 70% do eleitorado. Prometeu legalizar a maconha e tirar a Força Aérea do Canadá da guerra contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Ele será presidente do Grupo dos Sete (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e terá como desafio aprovar a Parceria Transpacífica (TTP).
Os primeiros resultados das eleições parlamentares de segunda-feira nos estados mais populosos, Quebec e Ontário, e na costa do Oceano Atlântico, deram uma ampla vantagem aos liberais projetando sua vitória. A dúvida é se o PL terá maioria absoluta ou se terá de fazer uma coalizão com o Partido Nova Democracia, de esquerda, que em agosto era o favorito nas pesquisas.
Apesar de ter nos Estados Unidos seu maior parceiro comercial, o Canadá resistiu bem no primeiro momento à Grande Recessão de 2008-9, o que garantiu maioria absoluta a Harper nas eleições de 2011. Mas sofre com a desaceleração do crescimento da China, que reduziu os preços dos produtos primários exportados pelos canadenses.
Trudeau, de 43 anos, foi a jovem novidade destas eleições. Suportou as acusações de inexperiência feitas por Harper e aproveitou o desejo de mudança de 70% do eleitorado. Prometeu legalizar a maconha e tirar a Força Aérea do Canadá da guerra contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Ele será presidente do Grupo dos Sete (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e terá como desafio aprovar a Parceria Transpacífica (TTP).
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Campanha anticorrupção da China chega ao Diário do Povo
A campanha anticorrupção lançada pelo secretário-geral do Partido Comunista e presidente da China, Xi Jinping, para consolidar o poder chegou ao Diário do Povo, jornal oficial do PC, acusado de aceitar suborno para esconder notícias e usar informações para fazer chantagem, revelou hoje o jornal inglês Financial Times.
Nos últimos dois anos, além de expurgar adversários políticos do novo dirigente supremo da ditadura militar chinesa, a campanha anticorrupção prendeu jornalistas, advogados, intelectuais e ativistas dos direitos humanos.
"Alguns escritórios locais usavam os recursos do partido para lucrar através de acordos de cooperação. Algumas subsidiárias tinham esquemas para pagar por notícias, pela publicação ou não, e para fazer chantagem", denunciou o relatório da investigação no Diário do Povo.
As acusações oficiais contrastam com o tratamento dado na China a jornalistas independentes que criticam o regime. Um repórter do jornal Diário da Metrópole do Sul foi preso por acusar um guru com ligações perigosas com políticos, empresários e celebridades, embora suas alegações contra Wang Lin tenham sido provadas na Justiça.
Para o editor-chefe do Diário Povo, Yang Zhengwu, "esta investigação será um momento da virada" para o jornal. Ele promete uma gestão mais moderna e eficiente, e maior consciência política de repórteres e editores. Mas os escândalos de corrupção na China só costumam virar notícia quando o governo quer.
Os casos denunciados por jornalistas independentes são censurados. "Eles não querem que a mídia se antecipe a eles. Não querem ser pegos com a guarda baixa", observa Ivy Zhang, professora de jornalismo na Universidade de Nottingham em Ningbo.
Raramente os grandes jornais, a rádio e a televisão estatais divulgam denúncias de corrupção contra altos funcionários que circulam em memorandos internos do partido. Isso abre a possibilidade de subornos e chantagem para que as más notícias não cheguem ao grande público.
"Eles fazem relatórios interno que vão para a maioria das autoridades importantes, mas não deixam a sociedade e o público saberem. Acreditamos que dar ciência ao público desses fatos é a melhor maneira", declarou ao FT Liu Hu, um jornalista investigativo que acaba de passar um ano na cadeia por denunciar a compra de minas a preços inflados pela empresa China Recursos.
O presidente da empresa, Song Lin, foi preso. Li foi solto em agosto do ano passado depois de pagar fiança.
As acusações do regime comunista contra jornalistas vão de extorsão a difamação e "publicação ilegal", se contrariarem interesses poderosos ou forem pegos no fogo cruzado da luta interna das diferentes facções do PC.
"O Comitê Central para Inspeções Disciplinares e a polícia podem investigar a corrupção. A população não tem esse direito", lamenta outro jornalista preso pelo mesmo motivo.
Nos últimos dois anos, além de expurgar adversários políticos do novo dirigente supremo da ditadura militar chinesa, a campanha anticorrupção prendeu jornalistas, advogados, intelectuais e ativistas dos direitos humanos.
"Alguns escritórios locais usavam os recursos do partido para lucrar através de acordos de cooperação. Algumas subsidiárias tinham esquemas para pagar por notícias, pela publicação ou não, e para fazer chantagem", denunciou o relatório da investigação no Diário do Povo.
As acusações oficiais contrastam com o tratamento dado na China a jornalistas independentes que criticam o regime. Um repórter do jornal Diário da Metrópole do Sul foi preso por acusar um guru com ligações perigosas com políticos, empresários e celebridades, embora suas alegações contra Wang Lin tenham sido provadas na Justiça.
Para o editor-chefe do Diário Povo, Yang Zhengwu, "esta investigação será um momento da virada" para o jornal. Ele promete uma gestão mais moderna e eficiente, e maior consciência política de repórteres e editores. Mas os escândalos de corrupção na China só costumam virar notícia quando o governo quer.
Os casos denunciados por jornalistas independentes são censurados. "Eles não querem que a mídia se antecipe a eles. Não querem ser pegos com a guarda baixa", observa Ivy Zhang, professora de jornalismo na Universidade de Nottingham em Ningbo.
Raramente os grandes jornais, a rádio e a televisão estatais divulgam denúncias de corrupção contra altos funcionários que circulam em memorandos internos do partido. Isso abre a possibilidade de subornos e chantagem para que as más notícias não cheguem ao grande público.
"Eles fazem relatórios interno que vão para a maioria das autoridades importantes, mas não deixam a sociedade e o público saberem. Acreditamos que dar ciência ao público desses fatos é a melhor maneira", declarou ao FT Liu Hu, um jornalista investigativo que acaba de passar um ano na cadeia por denunciar a compra de minas a preços inflados pela empresa China Recursos.
O presidente da empresa, Song Lin, foi preso. Li foi solto em agosto do ano passado depois de pagar fiança.
As acusações do regime comunista contra jornalistas vão de extorsão a difamação e "publicação ilegal", se contrariarem interesses poderosos ou forem pegos no fogo cruzado da luta interna das diferentes facções do PC.
"O Comitê Central para Inspeções Disciplinares e a polícia podem investigar a corrupção. A população não tem esse direito", lamenta outro jornalista preso pelo mesmo motivo.
China cresce em ritmo de 6,9% ao ano
Com a desaceleração da economia mundial e do comércio internacional, a economia da China registrou no terceiro trimestre de 2015 seu menor crescimento desde o primeiro trimestre de 2009, no auge da Grande Recessão. O governo chinês anunciou hoje uma expansão em ritmo de 6,9% ao ano.
É cada vez mais improvável que a meta de crescimento de 7% neste ano seja atingida, se os dados do Birô Nacional de Estatísticas oficiais forem confiáveis, o que muito analistas duvidam. Se a economia estivesse mesmo perto da meta, não precisaria de tantos estímulos.
"De modo geral, é um grande desapontamento", lamentou Klaus Baader, economia do banco francês Société Générale. "O investimento caiu significativamente, apesar dos esforços do governo para estimular a economia. Parecem não ser suficientes." Ele prevê alta de 6,8% no último trimestre do ano.
O terceiro trimestre foi marcado por uma forte intervenção governamental para sustentar as bolsas de valores, que caíram 29% no período, e por uma série de desvalorizações inesperadas da moeda chinesa, o iuane, observou o jornal The New York Times. No primeiro e no segundo trimestres, a economia avançou em ritmo de 7% ao ano, abaixo dos 7,3% registrados em 2014.
Ao participar hoje de um evento para promover o empreendedorismo em Beijim, o primeiro-ministro Li Keqiang, principal responsável pela economia, alegou que, "embora sejam 6,9%, é uma taxa de crescimento de cerca de 7%".
Li afirmou que o mercado de trabalho está melhorando e que a inovação está ajudando a reestruturar a segunda maior economia do mundo, com uma geração de riqueza anual de mais de US$ 11 trilhões.
Li afirmou que o mercado de trabalho está melhorando e que a inovação está ajudando a reestruturar a segunda maior economia do mundo, com uma geração de riqueza anual de mais de US$ 11 trilhões.
Nos últimos sete anos, a China foi responsável por um terço do crescimento econômico mundial. Ao rebaixar neste mês de 3,3% para 3,1% sua previsão de crescimento para a economia mundial em 2015, o Fundo Monetário Internacional (FMI) citou entre as razões a China, assim como a fraca recuperação na Europa e no Japão e a recessão em grandes emergentes como Rússia em Brasil.
A presidente do banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, também citou a China para justificar a manutenção das taxas básicas de juros em praticamente zero.
Os grandes exportadores de produtos primários da América Latina, inclusive o Brasil, da África e do Oriente Médio sofrem diretamente com a desaceleração chinesa, que afeta o preço de suas exportações.
Diante da crise deflagrada apelo colapso do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, o regime comunista da China lançou um plano de estímulo de US$ 600 bilhões que manteve a bonança entre os emergentes e aqueceu o mercado imobiliário chinês.
Um dos problemas gerados foi uma bolha no mercado imobiliário que deve tirar 1,5 ponto percentual da taxa de crescimento do ano pelas previsões do banco suíço UBS. Os compradores de imóveis estão adiando o negócio à espera de uma queda maior nos preços. A alta no investimento imobiliário nos primeiros nove meses do ano foi de 2,6%, a menor desde 2009.
A produção industrial cresceu 5,7% nos últimos 12 meses, indicando o que talvez se torne o novo padrão normal para as taxas de crescimento da China. O investimento em capital fixo também ficou aquém da expectativa, em 10,3%, o menor índice em 15 anos. Há excesso de capacidade instalada e empresas endividadas.
As vendas no varejo tiveram alta de 10,9% num ano e o setor de serviços de 8,4%, garantindo o crescimento robusto.
Os economistas esperam uma nova queda na taxa básica de juros e uma redução na percentagem dos depósitos que os bancos são obrigados a deixar no Banco Popular da China como reserva, duas medidas destinadas a aumentar o investimento e o consumo.
Mais preocupado em consolidar sua liderança sobre o Partido Comunista, o presidente Xi Jinping pode até afastar o primeiro-ministro Li Keqiang, um protegido do antecessor de Xi, Hu Jintao, especula a revista inglesa The Economist.
O extraordinário crescimento chinês das últimas três décadas legitimou o poder absoluto do partido. Enquanto está enriquecendo, a população vai se revoltar. Quando a crise vier, o monopólio do PC será questionado além das academias. Toda crise econômica é uma crise política em potencial.
A presidente do banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, também citou a China para justificar a manutenção das taxas básicas de juros em praticamente zero.
Os grandes exportadores de produtos primários da América Latina, inclusive o Brasil, da África e do Oriente Médio sofrem diretamente com a desaceleração chinesa, que afeta o preço de suas exportações.
Diante da crise deflagrada apelo colapso do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, o regime comunista da China lançou um plano de estímulo de US$ 600 bilhões que manteve a bonança entre os emergentes e aqueceu o mercado imobiliário chinês.
Um dos problemas gerados foi uma bolha no mercado imobiliário que deve tirar 1,5 ponto percentual da taxa de crescimento do ano pelas previsões do banco suíço UBS. Os compradores de imóveis estão adiando o negócio à espera de uma queda maior nos preços. A alta no investimento imobiliário nos primeiros nove meses do ano foi de 2,6%, a menor desde 2009.
A produção industrial cresceu 5,7% nos últimos 12 meses, indicando o que talvez se torne o novo padrão normal para as taxas de crescimento da China. O investimento em capital fixo também ficou aquém da expectativa, em 10,3%, o menor índice em 15 anos. Há excesso de capacidade instalada e empresas endividadas.
As vendas no varejo tiveram alta de 10,9% num ano e o setor de serviços de 8,4%, garantindo o crescimento robusto.
Os economistas esperam uma nova queda na taxa básica de juros e uma redução na percentagem dos depósitos que os bancos são obrigados a deixar no Banco Popular da China como reserva, duas medidas destinadas a aumentar o investimento e o consumo.
Mais preocupado em consolidar sua liderança sobre o Partido Comunista, o presidente Xi Jinping pode até afastar o primeiro-ministro Li Keqiang, um protegido do antecessor de Xi, Hu Jintao, especula a revista inglesa The Economist.
O extraordinário crescimento chinês das últimas três décadas legitimou o poder absoluto do partido. Enquanto está enriquecendo, a população vai se revoltar. Quando a crise vier, o monopólio do PC será questionado além das academias. Toda crise econômica é uma crise política em potencial.
domingo, 18 de outubro de 2015
Colômbia e FARC anunciam acordo sobre desaparecidos
O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) chegaram a um acordo sobre medidas para encontrar os cerca de 50 mil desaparecidos durante a guerra civil entre ambos, noticiou a televisão pública britânica BBC.
Com o apoio da Cruz Vermelha Internacional, uma unidade especializada vai procurar os enterrados em covas rasas e cemitérios clandestinos e tentar descobrir se há sobreviventes. Será um processo doloroso para as famílias das vítimas.
No mês passado, o governo da Colômbia e as FARC anunciaram um acordo para criar um tribunal especial para julgar os crimes de guerra e contra a humanidade que não serão cobertos por uma anistia e prometeram chegar a uma paz definitiva até março de 2016. Em 1º de outubro, as FARC suspendeu o treinamento de seus guerrilheiros.
Desde que as FARC nasceram, como braço armado do Partido Comunista Colombiano (PCC), em 1964, cerca de 220 mil pessoas foram mortas e 5 milhões fugiram de casa. O total de vítimas passa de 7 milhões. Depois de várias derrotas militares no governo Álvaro Uribe (2002-2010), as FARC aceitaram negociar a paz com o presidente Juan Manuel Santos. Pela primeira vez desde 1948, a Colômbia pode ter paz.
Com o apoio da Cruz Vermelha Internacional, uma unidade especializada vai procurar os enterrados em covas rasas e cemitérios clandestinos e tentar descobrir se há sobreviventes. Será um processo doloroso para as famílias das vítimas.
No mês passado, o governo da Colômbia e as FARC anunciaram um acordo para criar um tribunal especial para julgar os crimes de guerra e contra a humanidade que não serão cobertos por uma anistia e prometeram chegar a uma paz definitiva até março de 2016. Em 1º de outubro, as FARC suspendeu o treinamento de seus guerrilheiros.
Desde que as FARC nasceram, como braço armado do Partido Comunista Colombiano (PCC), em 1964, cerca de 220 mil pessoas foram mortas e 5 milhões fugiram de casa. O total de vítimas passa de 7 milhões. Depois de várias derrotas militares no governo Álvaro Uribe (2002-2010), as FARC aceitaram negociar a paz com o presidente Juan Manuel Santos. Pela primeira vez desde 1948, a Colômbia pode ter paz.
Milhares de imigrantes entram na Eslovênia
Cerca de 4 mil imigrantes cruzaram ontem a fronteira da Croácia com a Eslovênia depois que a Hungria fechou a sua, informou a televisão pública britânica BBC, citando como fonte o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
A Eslovênia prometeu limitar o ingresso a um máximo de 2,5 mil refugiados por dia, mas a Croácia pediu que aceite o dobro desse número. Ambas são ex-repúblicas da extinta Iugoslávia.
O primeiro-ministro esloveno, Miro Cerar, disse que só vai receber migrantes enquanto a Alemanha e a Áustria mantiverem suas fronteiras abertas para recebê-los em caráter definitivo. A Hungria fechou a fronteira há dois dias, na noite de sexta-feira, alegando razões de segurança.
A Eslovênia prometeu limitar o ingresso a um máximo de 2,5 mil refugiados por dia, mas a Croácia pediu que aceite o dobro desse número. Ambas são ex-repúblicas da extinta Iugoslávia.
O primeiro-ministro esloveno, Miro Cerar, disse que só vai receber migrantes enquanto a Alemanha e a Áustria mantiverem suas fronteiras abertas para recebê-los em caráter definitivo. A Hungria fechou a fronteira há dois dias, na noite de sexta-feira, alegando razões de segurança.
Egito elege primeira Assembleia Nacional depois do golpe
O Egito começou a votar hoje numa eleição em duas fazes que vai até 2 de dezembro escolher uma Assembleia Nacional pela primeira vez desde o golpe militar de 3 de julho de 2013, que derrubou o presidente Mohamed Mursi e acabou com a Primavera Árabe.
A maioria dos mais de 5 mil candidatos apoia o ditador Abdel Fattah al-Sissi, que deve ter maioria confortável no Parlamento.
Dos 596 deputados, 448 serão eleitos em candidaturas individuais, 120 através de listas partidárias com cotas para jovens, mulheres, cristãos e trabalhadores, e 28 serão nomeados pelo marechal Al-Sissi.
Depois da queda de Mursi, seu movimento político, a Irmandade Muçulmana, mais antigo grupo fundamentalista muçulmano do mundo, foi declarada terrorista e ilegal. Vários militantes foram condenados à morte, inclusive Mursi, mas as sentenças não foram executadas e a expectativa é que sejam convertidas em prisão perpétua.
Vários grupos liberais e de esquerda que haviam apoiado a revolução contra a ditadura de Hosni Mubarak em 2011 passaram a ser igualmente reprimidos. O regime militar se parece cada vez mais com o antigo regime anterior à Primavera Árabe.
Com 82 milhões de habitantes, dos quais 7,7 milhões vivem no Cairo, o Egito é o maior país do mundo árabe. Cerca de 22% estão abaixo da linha de pobreza. A renda média por habitante em 2013 era de US$ 6,6 mil. A taxa de desemprego está hoje em 13,4%.
A maioria dos mais de 5 mil candidatos apoia o ditador Abdel Fattah al-Sissi, que deve ter maioria confortável no Parlamento.
Dos 596 deputados, 448 serão eleitos em candidaturas individuais, 120 através de listas partidárias com cotas para jovens, mulheres, cristãos e trabalhadores, e 28 serão nomeados pelo marechal Al-Sissi.
Depois da queda de Mursi, seu movimento político, a Irmandade Muçulmana, mais antigo grupo fundamentalista muçulmano do mundo, foi declarada terrorista e ilegal. Vários militantes foram condenados à morte, inclusive Mursi, mas as sentenças não foram executadas e a expectativa é que sejam convertidas em prisão perpétua.
Vários grupos liberais e de esquerda que haviam apoiado a revolução contra a ditadura de Hosni Mubarak em 2011 passaram a ser igualmente reprimidos. O regime militar se parece cada vez mais com o antigo regime anterior à Primavera Árabe.
Com 82 milhões de habitantes, dos quais 7,7 milhões vivem no Cairo, o Egito é o maior país do mundo árabe. Cerca de 22% estão abaixo da linha de pobreza. A renda média por habitante em 2013 era de US$ 6,6 mil. A taxa de desemprego está hoje em 13,4%.
sábado, 17 de outubro de 2015
Exército da Síria e Hesbolá tomam três vilas na ofensiva para Alepo
Com o apoio dos bombardeios aéreos da Rússia, o Exército da Síria e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) tomaram três vilas ao sul da cidade de Alepo numa ofensiva lançada ontem para tentar retomar a segunda cidade mais importante do país, informou a agência Reuters.
As forças leais à ditadura de Bachar Assad avançam rumo à base aérea de Kweires, que está cercada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante e outros grupos rebeldes. No momento, Alepo está dividida em enclaves rebeldes e governistas.
Desde 30 de setembro, a Força Aérea da Rússia realizou 669 missões contra 456 alvos. Ontem, atacou 49 alvos em Alepo, Damasco, Hama, Idlibe e Latakia. Em entrevista à televisão russa, o primeiro-ministro Dimitri Medvedev declarou que o objetivo da intervenção militar é enfraquecer o Estado Islâmico e não sustentar o regime de Assad.
A realidade indica exatamente o contrário. Não é prioridade russa atacar o Estado Islâmico. A intervenção visa a enfraquecer todos os grupos que sejam alternativa a Assad num futuro arranjo de poder na Síria. Os ataques se concentram no Oeste e Noroeste do país, na estrada que liga Damasco a Hama e Alepo e ao Mar Mediterrâneo.
Como o Estado Islâmico e a rede terrorista Al Caeda não participarão das negociações de paz, a estratégia de Vladimir Putin é transformar a guerra civil síria num conflito entre a ditadura de Assad e o Estado Islâmico, não deixando alternativa aos Estados Unidos e à Europa a não ser ficar do lado do atual desgoverno, principal responsável por uma guerra civil que matou 250 mil cidadãos.
As forças leais à ditadura de Bachar Assad avançam rumo à base aérea de Kweires, que está cercada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante e outros grupos rebeldes. No momento, Alepo está dividida em enclaves rebeldes e governistas.
Desde 30 de setembro, a Força Aérea da Rússia realizou 669 missões contra 456 alvos. Ontem, atacou 49 alvos em Alepo, Damasco, Hama, Idlibe e Latakia. Em entrevista à televisão russa, o primeiro-ministro Dimitri Medvedev declarou que o objetivo da intervenção militar é enfraquecer o Estado Islâmico e não sustentar o regime de Assad.
A realidade indica exatamente o contrário. Não é prioridade russa atacar o Estado Islâmico. A intervenção visa a enfraquecer todos os grupos que sejam alternativa a Assad num futuro arranjo de poder na Síria. Os ataques se concentram no Oeste e Noroeste do país, na estrada que liga Damasco a Hama e Alepo e ao Mar Mediterrâneo.
Como o Estado Islâmico e a rede terrorista Al Caeda não participarão das negociações de paz, a estratégia de Vladimir Putin é transformar a guerra civil síria num conflito entre a ditadura de Assad e o Estado Islâmico, não deixando alternativa aos Estados Unidos e à Europa a não ser ficar do lado do atual desgoverno, principal responsável por uma guerra civil que matou 250 mil cidadãos.
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Mulheres-bomba matam 35 pessoas no Nordeste da Nigéria
Pelo menos 35 pessoas foram mortas ontem e hoje em Maiduguri, capital do estado de Borno, no Nordeste da Nigéria, em atentados terroristas suicidas cometidos por quatro mulheres, reportou a agência Reuters.
Duas mulheres-bomba se detonaram ontem perto de uma mesquita nos arredores da cidade, matando 29 pessoas. Outras seis foram mortas hoje perto dali.
Ninguém reivindicou a autoria do atentado. Borno é o berço da milícia extremista muçulmana Boko Haram, que agora se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental.
O novo presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, empossado em 29 de maio, colocou o combate ao terrorismo como uma das prioridades de seu governo. A milícia tem feito menos ações de guerrilha e apela aos ataques suicidas.
Duas mulheres-bomba se detonaram ontem perto de uma mesquita nos arredores da cidade, matando 29 pessoas. Outras seis foram mortas hoje perto dali.
Ninguém reivindicou a autoria do atentado. Borno é o berço da milícia extremista muçulmana Boko Haram, que agora se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental.
O novo presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, empossado em 29 de maio, colocou o combate ao terrorismo como uma das prioridades de seu governo. A milícia tem feito menos ações de guerrilha e apela aos ataques suicidas.
Deflação volta a assombrar a Zona do Euro
O índice de preços ao consumidor nos 19 países da União Europeia que adotam o euro como moeda caiu para -0,1% ao ano em setembro de 2015 depois de registrar uma alta anual de 0,1% em agosto. Na UE como um todo, também foi de -0,1% depois de ficar em zero em agosto, informou hoje o Eurostat, o escritório oficial de estatísticas do bloco europeu.
A deflação foi maior em Chipre (-1,9%), na Romênia(-1,5%) e na Espanha (-1,1%). A inflação foi maior em Malta (1,6%), na Bélgica, em Portugal e na Suécia (0,9%).
Os índices que mais pesaram na alta foram de cafés e restaurantes (0,12%), legumes (0,11%) e tabaco (0,8%). A pressão para baixo veio de transportes (-0,71%), combustíveis líquidos (-0,25%) e leite, queijos e ovos (0,06%).
A deflação ou queda de preços tem um efeito negativo sobre a economia. Se os preços tendem a cair, os consumidores adiam suas compras, o comércio faz menos encomendas à indústria e a produção industrial diminui.
Um dos fatores fundamentais para a deflação é a baixa nos preços do petróleo desde junho de 2014. Com a volta do Irã ao mercado internacional em 2016 por causa do acordo nuclear e do fim das sanções internacionais, os preços do petróleo tendem a se manter baixos, afetando a produção de alto custo como as do gás e óleo de xisto nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, o baixo custo da energia foi um dos motores da fraca recuperação da Eurozona.
A deflação foi maior em Chipre (-1,9%), na Romênia(-1,5%) e na Espanha (-1,1%). A inflação foi maior em Malta (1,6%), na Bélgica, em Portugal e na Suécia (0,9%).
Os índices que mais pesaram na alta foram de cafés e restaurantes (0,12%), legumes (0,11%) e tabaco (0,8%). A pressão para baixo veio de transportes (-0,71%), combustíveis líquidos (-0,25%) e leite, queijos e ovos (0,06%).
A deflação ou queda de preços tem um efeito negativo sobre a economia. Se os preços tendem a cair, os consumidores adiam suas compras, o comércio faz menos encomendas à indústria e a produção industrial diminui.
Um dos fatores fundamentais para a deflação é a baixa nos preços do petróleo desde junho de 2014. Com a volta do Irã ao mercado internacional em 2016 por causa do acordo nuclear e do fim das sanções internacionais, os preços do petróleo tendem a se manter baixos, afetando a produção de alto custo como as do gás e óleo de xisto nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, o baixo custo da energia foi um dos motores da fraca recuperação da Eurozona.
Governo da Síria lança ofensiva para retomar Alepo
Com a cobertura da Força Aérea da Rússia, o Exército da Síria e milícias aliadas atacaram hoje posições rebeldes ao sul de Alepo, a segunda cidade mais importante do país, noticiou a agência Reuters citando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição que monitora a guerra civil síria.
Violentos combates foram registrados perto de Jebel Azã, a menos de 15 quilômetros de Alepo, nas imediações da principal estrada para Damasco, a capital síria.
A ditadura de Bachar Assad tem o apoio de centenas de combatentes do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus). Os rebeldes têm uma forte desvantagem por falta de armas de defesa antiaérea para contra-atacar a avião de guerra da Rússia. A Arábia Saudita ficou de fornecer mísseis antiaéreos e mísseis antitanques americanos aos rebeldes que apoia.
Violentos combates foram registrados perto de Jebel Azã, a menos de 15 quilômetros de Alepo, nas imediações da principal estrada para Damasco, a capital síria.
A ditadura de Bachar Assad tem o apoio de centenas de combatentes do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus). Os rebeldes têm uma forte desvantagem por falta de armas de defesa antiaérea para contra-atacar a avião de guerra da Rússia. A Arábia Saudita ficou de fornecer mísseis antiaéreos e mísseis antitanques americanos aos rebeldes que apoia.
Israel rejeita presença de força internacional em Jerusalém
Em declaração no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o embaixador de Israel, David Roet, considerou inadmissível a intervenção de uma força internacional no Monte do Templo, foco de uma rebelião palestina em que pelo menos sete israelenses e 30 palestinos foram mortos desde o início de outubro de 2015.
"Permitam-me ser muito claro: Israel não vai aceitar nenhuma presença internacional no Monte do Templo", afirmou o embaixador israelense na ONU. "Uma presença deste tipo seria uma mudança no status quo."
O Monte do Templo é considerado o lugar mais sagrado para os judeus. Lá fica o Muro das Lamentações, a única parede restante do Templo de Jerusalém. Para os muçulmanos, é a Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, de onde o profeta Maomé teria ascendido aos céus.
Quando Israel ocupou a Cisjordânia e o setor oriental de Jerusalém, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a administração das mesquitas ficou a cargo da Jordânia e os judeus ficaram proibidos de rezar na esplanada.
Desde então, o governo israelense declarou que Jerusalém é a capital indivisível de Israel, uma anexação ilegal à luz do direito internacional, e progressivamente amplia as colônias destinadas a tornar a ocupação irreversível.
Diante da determinação da direita israelense de não devolver os territórios ocupados, os palestinos passaram a temer pelo futuro da esplanada. Na atual revolta, jovens árabes esfaqueiam israelenses, especialmente em Jerusalém e Telavive, as principais cidades de Israel, na chamada Intifada das Facas.
"Permitam-me ser muito claro: Israel não vai aceitar nenhuma presença internacional no Monte do Templo", afirmou o embaixador israelense na ONU. "Uma presença deste tipo seria uma mudança no status quo."
O Monte do Templo é considerado o lugar mais sagrado para os judeus. Lá fica o Muro das Lamentações, a única parede restante do Templo de Jerusalém. Para os muçulmanos, é a Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, de onde o profeta Maomé teria ascendido aos céus.
Quando Israel ocupou a Cisjordânia e o setor oriental de Jerusalém, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a administração das mesquitas ficou a cargo da Jordânia e os judeus ficaram proibidos de rezar na esplanada.
Desde então, o governo israelense declarou que Jerusalém é a capital indivisível de Israel, uma anexação ilegal à luz do direito internacional, e progressivamente amplia as colônias destinadas a tornar a ocupação irreversível.
Diante da determinação da direita israelense de não devolver os territórios ocupados, os palestinos passaram a temer pelo futuro da esplanada. Na atual revolta, jovens árabes esfaqueiam israelenses, especialmente em Jerusalém e Telavive, as principais cidades de Israel, na chamada Intifada das Facas.
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Jordânia tenta organizar encontro entre Israel e Autoridade Palestina
A Jordânia se ofereceu para sediar um encontro trilateral entre o governo de Israel, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e o secretário de Estado americano, John Kerry, para tentar aliviar a tensão deflagrada por uma rebelião generalizada de jovens palestinos contra a ocupação israelense, que já dura mais de 48 anos, noticiou o jornal The Jordan Times.
Pelo menos sete israelenses e 30 palestinos foram mortos numa onda de violência que começou no início deste mês com ataques de jovens árabes contra judeus. Alguns observadores, inclusive o jornal francês Le Monde, falam uma terceira intifada, a Intifada das Facas.
Hoje os palestinos tocaram fogo num santuário judaico na cidade de Nablus, a Tumba do Patriarca José, e convocaram protestos generalizados.
A revolta é resultado de uma estagnação no processo de paz. O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, se nega a negociar enquanto Israel não congelar a ampliação das colônias judaicas ilegais instaladas nos territórios ocupados violando o direito internacional. O governo linha-dura de Israel, onde vários partidos se negam a devolver a Cisjordânia, alega então que os palestinos não querem negociar.
Na prática, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que chegou a declarar na campanha que se fosse reeleito jamais permitiria criação de um Estado Nacional palestino, está preocupado com o programa nuclear do Irã e o crescimento de grupos terroristas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Não vê nos palestinos uma ameaça à segurança de Israel. Mas o clima de anarquia deflagrado pela revolta generalizada favorece a adesão de jovens sem esperança a milícias extremistas.
A causa imediata da revolta é a disputa por um lugar considerado sagrado para o islamismo e o judaísmo, que os judeus chamam de Monte do Templo e os muçulmanos de Esplanada das Mesquitas. De um lado, o Muro das Lamentações, o muro ocidental do antigo Templo de Jerusalém, é o local mais sagrado para os judeus.
Subindo ao alto do monte, fica a Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, de onde o profeta Maomé teria ascendido ao céu. Quando Israel ocupou a Cisjordânia, inclusive o setor oriental (árabe) de Jerusalém, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, deixou a administração das mesquitas a cargo da Jordânia. Pelo acordo, os judeus podem visitar a esplanada, mas não fazer orações.
Hoje a direita israelense, cada vez mais determinada a não devolver a Cisjordânia ocupada, desafia essa regra. O sonho dos fundamentalistas judaicos é reconstruir o Templo de Jerusalém, o que obrigaria a derrubar ao menos parte das mesquitas. É um barril de pólvora.
Pelo menos sete israelenses e 30 palestinos foram mortos numa onda de violência que começou no início deste mês com ataques de jovens árabes contra judeus. Alguns observadores, inclusive o jornal francês Le Monde, falam uma terceira intifada, a Intifada das Facas.
Hoje os palestinos tocaram fogo num santuário judaico na cidade de Nablus, a Tumba do Patriarca José, e convocaram protestos generalizados.
A revolta é resultado de uma estagnação no processo de paz. O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, se nega a negociar enquanto Israel não congelar a ampliação das colônias judaicas ilegais instaladas nos territórios ocupados violando o direito internacional. O governo linha-dura de Israel, onde vários partidos se negam a devolver a Cisjordânia, alega então que os palestinos não querem negociar.
Na prática, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que chegou a declarar na campanha que se fosse reeleito jamais permitiria criação de um Estado Nacional palestino, está preocupado com o programa nuclear do Irã e o crescimento de grupos terroristas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Não vê nos palestinos uma ameaça à segurança de Israel. Mas o clima de anarquia deflagrado pela revolta generalizada favorece a adesão de jovens sem esperança a milícias extremistas.
A causa imediata da revolta é a disputa por um lugar considerado sagrado para o islamismo e o judaísmo, que os judeus chamam de Monte do Templo e os muçulmanos de Esplanada das Mesquitas. De um lado, o Muro das Lamentações, o muro ocidental do antigo Templo de Jerusalém, é o local mais sagrado para os judeus.
Subindo ao alto do monte, fica a Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, de onde o profeta Maomé teria ascendido ao céu. Quando Israel ocupou a Cisjordânia, inclusive o setor oriental (árabe) de Jerusalém, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, deixou a administração das mesquitas a cargo da Jordânia. Pelo acordo, os judeus podem visitar a esplanada, mas não fazer orações.
Hoje a direita israelense, cada vez mais determinada a não devolver a Cisjordânia ocupada, desafia essa regra. O sonho dos fundamentalistas judaicos é reconstruir o Templo de Jerusalém, o que obrigaria a derrubar ao menos parte das mesquitas. É um barril de pólvora.
Afeganistão aprova extensão da intervenção militar dos EUA
O presidente Achraf Ghani elogiou hoje a decisão dos Estados Unidos de manter 5,5 mil soldados no Afeganistão depois do fim de 2016, informou a Agência France Presse (AFP), embora seja um sinal evidente de fraqueza de seu governo.
Depois de concluir que as forças de segurança afegãs são incapazes de proteger o país, o presidente Barack Obama prometeu ontem manter 9,8 mil militares americanos no Afeganistão até o fim do próximo e 5,5 mil em 2017, quando termina seu mandato. Pelo plano anterior, ficariam apenas mil soldados para defender a embaixada dos EUA e colaborar no treinamento das forças locais.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também aprovou a decisão. A breve queda da cidade de Kunduz, no Norte do Afeganistão, diante uma ofensiva da Milícia dos Talebã (Estudantes) e da presença cada vez maior do Estado Islâmico do Iraque e do Levante mudaram a estratégia de Obama.
Como os jihadistas ficaram empolgados com a perspectiva de uma retirada das forças internacionais, o presidente americano deixou claro que a intervenção continua até que haja um acordo de paz entre o governo e os Talebã.
Também pesou o avanço do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Obama se elegeu prometendo acabar com as duas guerras iniciadas por seu antecessor, George Walker Bush. Em 2011, concluiu a retirada americana do Iraque, deixando apenas um pequeno contingente para defender a embaixada dos EUA.
A ofensiva do EI em junho de 2014, quando tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, e proclamou a fundação de um califado, e a degola de reféns americanos provocaram a mudança de posição de Obama. Assim, o presidente vai deixar a Casa Branca em janeiro de 2017 sem cumprir a promessa.
Depois de concluir que as forças de segurança afegãs são incapazes de proteger o país, o presidente Barack Obama prometeu ontem manter 9,8 mil militares americanos no Afeganistão até o fim do próximo e 5,5 mil em 2017, quando termina seu mandato. Pelo plano anterior, ficariam apenas mil soldados para defender a embaixada dos EUA e colaborar no treinamento das forças locais.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também aprovou a decisão. A breve queda da cidade de Kunduz, no Norte do Afeganistão, diante uma ofensiva da Milícia dos Talebã (Estudantes) e da presença cada vez maior do Estado Islâmico do Iraque e do Levante mudaram a estratégia de Obama.
Como os jihadistas ficaram empolgados com a perspectiva de uma retirada das forças internacionais, o presidente americano deixou claro que a intervenção continua até que haja um acordo de paz entre o governo e os Talebã.
Também pesou o avanço do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Obama se elegeu prometendo acabar com as duas guerras iniciadas por seu antecessor, George Walker Bush. Em 2011, concluiu a retirada americana do Iraque, deixando apenas um pequeno contingente para defender a embaixada dos EUA.
A ofensiva do EI em junho de 2014, quando tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, e proclamou a fundação de um califado, e a degola de reféns americanos provocaram a mudança de posição de Obama. Assim, o presidente vai deixar a Casa Branca em janeiro de 2017 sem cumprir a promessa.
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quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Preços ao consumidor têm maior queda em oito meses nos EUA
Sob pressão da gasolina, o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos registrou em setembro a maior queda em oito meses. Ficou em -0,2% em setembro depois de uma baixa de 0,1% em agosto. A taxa anual está inalterada há quatro meses em 0,2% ao ano, mas os economistas não temem a deflação porque o núcleo do índice está em alta.
A inflação é um dos elementos centrais na decisão do Comitê do Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central americano, mas seus membros se baseiam no núcleo do índice, expurgados os preços mais voláteis de energia e alimentos. Com a queda nos preços internacionais do petróleo desde junho de 2014, há uma pressão deflacionária no mundo inteiro.
Em setembro de 2015, o núcleo da inflação nos últimos 12 meses ficou em 1,9%, um pouco acima do 1,8% de agosto. Está perto da meta informal perseguida pelo Fed, de 1% a 2% ao ano. No mês passado, os preços da gasolina caíram 9% nos EUA depois de uma redução de 4,1% em agosto. Os preços dos alimentos subiram 0,4%, a maior alta desde maio. Os aluguéis de imóveis ficaram 0,4% mais caros após avançarem 0,3% em agosto.
Pelas últimas declarações dos diretores do Fed, a taxa básica de juros, praticamente zerada desde dezembro de 2008, não será elevada em outubro e talvez nem na última reunião do ano, em dezembro.
Além do núcleo da inflação se aproximar da meta, joga a favor de uma alta nos juros, o que não acontece desde 2006, a queda no número de novos pedidos de seguro-desemprego, que baixou na semana passada para o menor nível em 42 anos.
A inflação é um dos elementos centrais na decisão do Comitê do Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central americano, mas seus membros se baseiam no núcleo do índice, expurgados os preços mais voláteis de energia e alimentos. Com a queda nos preços internacionais do petróleo desde junho de 2014, há uma pressão deflacionária no mundo inteiro.
Em setembro de 2015, o núcleo da inflação nos últimos 12 meses ficou em 1,9%, um pouco acima do 1,8% de agosto. Está perto da meta informal perseguida pelo Fed, de 1% a 2% ao ano. No mês passado, os preços da gasolina caíram 9% nos EUA depois de uma redução de 4,1% em agosto. Os preços dos alimentos subiram 0,4%, a maior alta desde maio. Os aluguéis de imóveis ficaram 0,4% mais caros após avançarem 0,3% em agosto.
Pelas últimas declarações dos diretores do Fed, a taxa básica de juros, praticamente zerada desde dezembro de 2008, não será elevada em outubro e talvez nem na última reunião do ano, em dezembro.
Além do núcleo da inflação se aproximar da meta, joga a favor de uma alta nos juros, o que não acontece desde 2006, a queda no número de novos pedidos de seguro-desemprego, que baixou na semana passada para o menor nível em 42 anos.
EUA enviam 300 soldados para luta contra Boko Haram em Camarões
O presidente Barack Obama anunciou ontem o envio de 300 militares dos Estados Unidos para a República de Camarões, na África Ocidental, com a missão de realizar operações de espionagem, vigilância e reconhecimento na guerra contra a milícia extremista muçulmana Boko Haram.
A decisão foi tomada por causa do aumento da área de atuação do grupo terrorista nigeriano, que também ameaça países vizinhos como Camarões, Chade e Níger. No domingo passado, dois atentados cometidos por mulheres-bomba mataram nove pessoas e feriram outras 29 no Norte de Camarões.
Só nos últimos quatro meses, houve 15 atentados suicidas naquela região do país, observou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, enquanto o Conselho de Segurança condenava os ataques.
Em outra ação atribuída ao Boko Haram, que significa repúdio à educação ocidental, homens-bomba atacaram um mercado de peixe e um campo de refugiados na cidade de Baga Sola, matando 41 pessoas e ferindo outras 50.
Desde a posse do novo presidente Muhammadu Buhari, um ex-ditador e ex-general, a Nigéria intensificou a ofensiva contra o Boko Haram, que agora se apresenta como a província do Estado Islâmico na África Ocidental.
A decisão foi tomada por causa do aumento da área de atuação do grupo terrorista nigeriano, que também ameaça países vizinhos como Camarões, Chade e Níger. No domingo passado, dois atentados cometidos por mulheres-bomba mataram nove pessoas e feriram outras 29 no Norte de Camarões.
Só nos últimos quatro meses, houve 15 atentados suicidas naquela região do país, observou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, enquanto o Conselho de Segurança condenava os ataques.
Em outra ação atribuída ao Boko Haram, que significa repúdio à educação ocidental, homens-bomba atacaram um mercado de peixe e um campo de refugiados na cidade de Baga Sola, matando 41 pessoas e ferindo outras 50.
Desde a posse do novo presidente Muhammadu Buhari, um ex-ditador e ex-general, a Nigéria intensificou a ofensiva contra o Boko Haram, que agora se apresenta como a província do Estado Islâmico na África Ocidental.
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Terrorismo
Obama adia retirada dos EUA do Afeganistão
Diante dos avanços recentes da milícia dos Talebã (Estudantes) e da infiltração da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no país, o presidente Barack Obama decidiu adiar a retirada das forças dos Estados Unidos do Afeganistão.
Os 9,8 mil soldados americanos presentes hoje no país serão mantidos em 2016. Ao sair da Casa Branca, em janeiro de 2017, Obama vai deixar 5,5 mil militares na Guerra do Afeganistão, que já é a mais longa da história dos EUA, a um custo estimado em US$ 14,6 bilhões por ano.
"As forças afegãs ainda não são fortes como precisam ser", admitiu o presidente hoje de manhã em declaração citada pelo jornal The Washington Post. "Enquanto isso, os Talebã obtiveram vitórias, especialmente em zonas rurais, e ainda podem lançar ataques mortais contra cidades, inclusive Cabul."
Desde sua primeira campanha eleitoral para presidente, em 2008, Obama promete retirar as forças americanas do Afeganistão e do Iraque. O anúncio de hoje significa que desistiu.
Com a ofensiva do Estado Islâmico no Iraque de junho do ano passado, desde agosto de 2014, a Força Aérea dos EUA lidera uma coalizão que bombardeia posições do grupo jihadista. Os EUA aumentaram sua presença militar no Iraque, que tinha sido reduzida a um pequeno contingente destinado apenas a proteger a embaixada.
Em maio de 2014, Obama anunciou a retirada dos EUA do Afeganistão até o fim de 2015. A partir daí, ficariam no país apenas mil soldados para proteger a embaixada americana e colaborar no treinamento das forças de segurança afegãs.
A manutenção das tropas americanas é um atestado claro de que os EUA não confiam na capacidade do governo do Afeganistão de garantir a segurança no país e evitar a retomada do poder por extremistas muçulmanos.
Obama deixou claro que os EUA só vão sair totalmente do Afeganistão "quando houver um acordo político", um acordo de paz entre o governo e os Talebã. O anúncio da morte do mulá Omar, fundador da milícia, alimentou as esperanças de negociações, mas o novo líder, mulá Akhtar Mansur, precisa se firmar atacando.
Desde o início do verão no Hemisfério Norte, os Talebã lançaram ataques em várias regiões do Afeganistão e hoje controlam mais território do que em qualquer outro momento desde que foram derrubados pela invasão americana de outubro de 2001 para vingar os responsáveis pelos atentados de 11 de setembro.
No fim de julho, os Talebã tomaram vários distritos da província de Fariabe, no Norte do Afeganistão, junto à fronteira com a ex-república soviética do Turcomenistão. Também lançaram um ataque em várias frentes contra Kunduz, uma capital de província do Nordeste afegão, que chegaram a controlar por quatro dias antes de serem expulsos com o apoio da Força Aérea dos EUA que bombardeou um hospital da organização não governamental Médicos sem Fronteiras, matando 22 pessoas. Os MSF denunciaram o ataque como crime de guerra.
Desde julho, vários distritos da província de Baghlã, no Nordeste, caíram em mãos dos jihadistas. A rede Hakkani, ligada ao Exército do Paquistão, lançou vários ataques contra bases militares na capital, Cabul, e na província de Khost.
Entre julho e setembro, extremistas leais ao Estado Islâmico reivindicaram o controle sobre sete distritos da província de Nagahar, que fica junto à fronteira paquistanesa, no Leste do Afeganistão. Em agosto, os Talebã ocuparam dois distritos da província de Helmand, no Sul do país.
Os 9,8 mil soldados americanos presentes hoje no país serão mantidos em 2016. Ao sair da Casa Branca, em janeiro de 2017, Obama vai deixar 5,5 mil militares na Guerra do Afeganistão, que já é a mais longa da história dos EUA, a um custo estimado em US$ 14,6 bilhões por ano.
"As forças afegãs ainda não são fortes como precisam ser", admitiu o presidente hoje de manhã em declaração citada pelo jornal The Washington Post. "Enquanto isso, os Talebã obtiveram vitórias, especialmente em zonas rurais, e ainda podem lançar ataques mortais contra cidades, inclusive Cabul."
Desde sua primeira campanha eleitoral para presidente, em 2008, Obama promete retirar as forças americanas do Afeganistão e do Iraque. O anúncio de hoje significa que desistiu.
Com a ofensiva do Estado Islâmico no Iraque de junho do ano passado, desde agosto de 2014, a Força Aérea dos EUA lidera uma coalizão que bombardeia posições do grupo jihadista. Os EUA aumentaram sua presença militar no Iraque, que tinha sido reduzida a um pequeno contingente destinado apenas a proteger a embaixada.
Em maio de 2014, Obama anunciou a retirada dos EUA do Afeganistão até o fim de 2015. A partir daí, ficariam no país apenas mil soldados para proteger a embaixada americana e colaborar no treinamento das forças de segurança afegãs.
A manutenção das tropas americanas é um atestado claro de que os EUA não confiam na capacidade do governo do Afeganistão de garantir a segurança no país e evitar a retomada do poder por extremistas muçulmanos.
Obama deixou claro que os EUA só vão sair totalmente do Afeganistão "quando houver um acordo político", um acordo de paz entre o governo e os Talebã. O anúncio da morte do mulá Omar, fundador da milícia, alimentou as esperanças de negociações, mas o novo líder, mulá Akhtar Mansur, precisa se firmar atacando.
Desde o início do verão no Hemisfério Norte, os Talebã lançaram ataques em várias regiões do Afeganistão e hoje controlam mais território do que em qualquer outro momento desde que foram derrubados pela invasão americana de outubro de 2001 para vingar os responsáveis pelos atentados de 11 de setembro.
No fim de julho, os Talebã tomaram vários distritos da província de Fariabe, no Norte do Afeganistão, junto à fronteira com a ex-república soviética do Turcomenistão. Também lançaram um ataque em várias frentes contra Kunduz, uma capital de província do Nordeste afegão, que chegaram a controlar por quatro dias antes de serem expulsos com o apoio da Força Aérea dos EUA que bombardeou um hospital da organização não governamental Médicos sem Fronteiras, matando 22 pessoas. Os MSF denunciaram o ataque como crime de guerra.
Desde julho, vários distritos da província de Baghlã, no Nordeste, caíram em mãos dos jihadistas. A rede Hakkani, ligada ao Exército do Paquistão, lançou vários ataques contra bases militares na capital, Cabul, e na província de Khost.
Entre julho e setembro, extremistas leais ao Estado Islâmico reivindicaram o controle sobre sete distritos da província de Nagahar, que fica junto à fronteira paquistanesa, no Leste do Afeganistão. Em agosto, os Talebã ocuparam dois distritos da província de Helmand, no Sul do país.
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