O braço armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) pretende manter a trégua na guerra civil contra o governo da Turquia em homenagem à memória dos mortos no duplo atentado suicida de sábado em Ancara, declarou hoje Murat Karayilan, um alto comandante do grupo, informou a agência Reuters citando a agência de notícias local Firat.
Em transmissão de rádio, Karayilan orientou os milicianos do PKK a só atacar se forem atacados pelas forças de segurança turcas. O governante Partido da Justica e do Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002 alienou o eleitorado curdo antes das eleições parlamentares de 1º de novembro ao romper a trégua, atacar o PKK e tentar associá-lo ao Partido Democrático Popular (HDP), curdo moderado.
Com a acusação de terrorismo contra o HDP, o governo turco tenta deslegitimar o partido de esquerda, que obteve 11% dos votos nas eleições de junho, superando a cláusula de barreira para entrar pela primeira vez na Assembleia Nacional. Isso tirou a maioria do AKP e levou o governo a convocar novas eleições em que tenta recuperar a maioria.
Um ataque terrorista contra curdos que se preparavam para ajudar a construir regiões curdas arrasadas na guerra civil da Síria matou 33 pessoas em Suruç em 20 de julho. O governo culpou a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e Levante e usou o atentado como pretexto para intervir no conflito sírio. Mas, em vez de bombardear o Estado Islâmico, ataca mais os curdos para impedir a união da região autônoma curda do Norte do Iraque com áreas curdas da Síria e qualquer tentativa de fundar o Curdistão independente.
A manifestação Paz Estabilidade e Trabalho, atacada no sábado, quando pelo menos 97 pessoas foram mortas, era organizada por vários grupos de esquerda, inclusiva o HDP.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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