quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Traficantes tentaram vender material nuclear ao Estado Islâmico

Em associação com autoridades da ex-república soviética da Moldova, a polícia federal dos Estados Unidos (FBI) conseguiu impedir nos últimos cinco anos quatro tentativas de máfias com conexões na Rússia de vender material nuclear para terroristas do Oriente Médio, inclusive o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, revelou a agência Associated Press.

As gangues do crime organizado teriam ligações com o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), herdeiro do Comitê de Defesa do Estado (KGB), a polícia política da União Soviética, principal centro de poder do regime comunista. Vladimir Putin foi diretor do FSB e de lá ascendeu a primeiro-ministro e presidente.

Essas máfias estão usando a pequena e pobre Moldova (Moldávia), que está sob pressão do Kremlin para não se associar à União Europeia, como centro de um mercado negro de material nuclear, inclusive urânio enriquecido no teor necessário para fazer uma bomba atômica.

No caso mais recente, em fevereiro de 2015, um contrabandista tentou vencer uma cápsula de césio como a que provocou o acidente radiológico de Goiânia, em 1987, ao Estado Islâmico.

As autoridades moldovas decidiram denunciar o problema por medo de que se torne ainda pior. Com o atrito entre a Rússia e o Ocidente por causa da intervenção militar na Ucrânia e da anexação da Crimeia, os traficantes têm menos controle para desviar parte do considerável arsenal nuclear soviético, herdado pela Rússia.

"Podemos esperar mais casos como esses", declarou Constantin Malic, um policial moldovo que investigou os quatro casos. "Enquanto os contrabandistas acreditarem que podem ganhar muito dinheiro sem serem presos, vão continuar fazendo isso."

Os casos envolvem encontros em clubes exclusivos, diagramas para fabricar bombas e um policial que tomava várias doses de vodca para tomar coragem para enfrentar os contrabandistas. Informantes e um policial que se fez passar por gângster conseguiram se infiltrar no grupo.

A polícia usou métodos tradicionais de investigação e tecnologias modernas para detectar a radiação e câmeras e microfones camuflados na roupa dos agentes.

No caso mais sério, na primavera de 2011 do Hemisfério Norte, um russo de nome Alexander Agheenco, mais conhecido como O Coronel, que para as autoridades moldovas seria agente do ex-KGB, tentou vender urânio-235 com o teor necessário para uma explosão atômica e instruições para fazer a bomba a um homem do Sudão.

Um traficante disse a um informante infiltrado na gangue em conversa gravada: "Eu quero realmente um comprador islamita porque eles vão bombardear os Estados Unidos." O Coronel escapou e seu intermediário interessado em "aniquilar os EUA" também.

Nenhum comentário: