O humorista Jimmy Morales, da Frente de Convergência Nacional (FCN) é o favorito no segundo turno da eleição presidencial na Guatemala com cerca de 60% das preferências na média das pesquisas de opinião contra 20% a 30% para a ex-primeira-dama Sandra Torres de Colom. A votação vai até 18 horas (22h em Brasília).
Depois da prisão por corrupção da vice-presidente Roxana Baldetti, em maio de 2015, e do impeachment e prisão do presidente Otto Pérez Molina, em setembro, Morales cresceu como um candidato contra os políticos tradicionais. Mas seu partido foi fundado por militares temerosos dos processos sobre violações dos direitos humanos durante a longa guerra civil guatemalteca (1960-96).
Antes da prisão de Pérez Molina, o favorito era o empresário Manuel Baldizón, derrotado no segundo turno em 2011, que acabou sendo superado por Sandra Colom por pequena margem.
Mais de 200 mil pessoas foram mortas no sangrento mais conflito da Guerra Fria na América Latina. A crise começou em 1954 com o golpe militar contra o presidente Jacobo Árbenz, que desapropriou as terras da companhia bananeira americana United Fruit. Foi a primeira queda de um governo democrático articulada pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) no continente durante a Guerra Fria.
Os maiores desafios ao país mais populoso e mais rico da América Latina são a corrupção e a violência, heranças malditas da impunidade da guerra civil agravadas pela presença cada vez maior das gangues do tráfico de drogas para os Estados Unidos.
Desde 2007, a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, criada pelas Nações Unidas, apoia a ação da Polícia Nacional e do Ministério Público para desarmar e desmantelar grupos armados irregulares, muitos oriundos da guerra civil, que viraram gangues do crime organizado. É contra essa ameaça que ex-repressores fundaram a FCN e conseguiram eleger Morales.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 25 de outubro de 2015
Humorista deve vencer segundo turno na Guatemala
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