Sob fortes críticas por não cumprir uma ordem de prisão contra o ditador do Sudão, Omar Bachir, acusado de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, o governo da África do Sul prepara a retirada do país do Tribunal Penal Internacional, declarou à agência Reuters um vice-ministro sul-africano.
Vinte e um anos depois do fim da ditadura da minoria branca, os críticos do Congresso Nacional Africano (CNA), o partido de Nelson Mandela, afirmam que, se a maioria negra estivesse lutando contra o apartheid em outro país, o atual governo sul-africano não a apoiaria. É notória a cumplicidade com ditadores como Robert Mugabe, do vizinho Zimbábue.
Em junho deste ano, a Suprema Corte da África do Sul autorizou a prisão do ditador sudanês, que participava de uma reunião da União Africana no país. O governo do presidente Jacob Zuma simplesmente ignorou a decisão da Justiça.
Diante de pressões para se explicar, na semana passada, a África do Sul pediu mais tempo ao TPI para se justificar, mas estaria decidida a se retirar. Grande esperança para ajudar a democratizar a África, o governo sul-africano decepciona mais uma vez.
Vários países do continente podem seguir o exemplo. Seus líderes exigem imunidade enquanto estiverem no poder. Em reunião extraordinária da UA realizada em outubro de 2013, eles resolveram lutar contra o TPI e sua importância global.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
Parece que o judiciário não aprende mesmo. os poderes devem ser independentes, principalmente, quanto a política externa. já imaginou um tribunal mandar prender Putin, pela ´apropriação´da Criméia? ou um Obama? um míssil balístico leva 20 minutos para alcançar seu alvo, com 10 ogivas nucleares na cabeça. não dá tempo sequer para pedir desculpas!!!!
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