segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Irã condena correspondente do jornal The Washington Post

A República Islâmica do Irã condenou hoje o chefe do escritório do jornal The Washington Post em Teerã, Jason Rezaian, acusado de espionagem e de fazer propaganda contra o regime fundamentalista, mas não esclareceu por qual acusação ele foi considerado culpado.

O veredito foi amplamente repudiado por parentes, amigos e colegas de Rezaian. A televisão estatal e a agência de notícias Estudantes Iranianos citaram como fonte Gholam Hossein Mohseni-Ejei, porta-voz do Tribunal Revolucionário de Teerã, um linha dura que criticou o ministro do Exterior, Mohamed Javad Zarif por apertar a mão do presidente Barack Obama.

Filho de um emigrante iraniano que chegou aos Estados Unidos em 1959, Rezaian nasceu no Marin County, na Califórnia, e tem dupla nacionalidade. Foi morar no Irã, onde trabalhava para a imprensa dos EUA. Estava no Post desde 2012.

Em 22 de julho de 2014, a polícia invadiu sua casa e prendeu Rezaian e sua mulher, levando-os para uma prisão onde são detidos intelectuais e dissidentes do regime dos aiatolás. A mulher foi solta dois meses depois, mediante pagamento de fiança.

Seu processo se enquadra na resistência de setores mais conservadores do regime fundamentalista iraniano em relação aos EUA. Faz parte do plano de sabotagem do acordo nuclear firmado pelo Irã com as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas para desarmar o programa nuclear do país e evitar que faça a bomba atômica.

Em 20 de abril de 2015, Rezaian foi formalmente acusado de espionagem e "propaganda contra a ordem estabelecida". Hoje, o porta-voz do Tribunal Revolucionário não deu mais detalhes sobre a condenação.

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