domingo, 4 de outubro de 2015

Direita vence eleições e pode ter maioria absoluta em Portugal

A coligação Portugal à Frente, do primeiro-ministro conservador Pedro Passos Coelho, venceu as eleições parlamentares deste domingo em Portugal e pode conquistar a maioria absoluta na Assembleia da República, informa o jornal Público.

De acordo com a pesquisa de boca de urna da empresa Intercampus, a aliança entre o Partido Social-Democrata (PSD) e o Centro Democrático-Social (CDS) obteve de 36,8% a 41,6% e deve eleger de 106 a 118 deputados, o que lhe daria a maioria absoluta no parlamento.

Sob a liderança de António Costa, o Partido Socialista (PS) conquistou entre 29,5% a 33,9% dos votos e deve ter de 77 a 89 deputados.

A grande surpresa foi o Bloco de Esquerda (BE), que pode chegar a 12% e eleger de 15 a 23 deputados, superando a Coligação Democrática Unitária (CDU), formada pelo Partido Comunista Português (PCP) e os Verdes. A CDU deve ter no máximo 10% dos votos e de 12 a 20 deputados.

Quarenta anos depois das eleições para a Assembleia Constituinte que consolidaram a transição de Portugal para a democracia, os portugueses elegeram o 15º parlamento. A abstenção foi de 44,7%.

O grande tema da campanha foi o programa de austeridade fiscal imposto pelos sócios da Zona do Euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de um empréstimo de 78 bilhões de euros.

Com déficit orçamentário de 9,4% do produto interno bruto, em setembro de 2010, o então primeiro-ministro socialista José Sócrates, hoje preso por corrupção, anunciou um plano de ajuste fiscal com aumentos de impostos e cortes de salários do setor público.

Em maio de 2011, com Sócrates demissionário, foi anunciado o acordo com os credores. Desde então, Portugal voltou a crescer. O último trimestre de contração foi o primeiro de 2014. No momento, avança num ritmo de 1,5% ao ano.

O PIB projetado para 2015 é de 229,6 bilhões de euros (R$ 1,014 trilhão), abaixo do recorde de 262 bilhões de euros, em 2009.

A taxa de desemprego caiu do pico de 17,5% em 2013 para 11,9% em julho deste ano, mas ainda não voltou aos índices pré-crise.

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