O Egito começou a votar hoje numa eleição em duas fazes que vai até 2 de dezembro escolher uma Assembleia Nacional pela primeira vez desde o golpe militar de 3 de julho de 2013, que derrubou o presidente Mohamed Mursi e acabou com a Primavera Árabe.
A maioria dos mais de 5 mil candidatos apoia o ditador Abdel Fattah al-Sissi, que deve ter maioria confortável no Parlamento.
Dos 596 deputados, 448 serão eleitos em candidaturas individuais, 120 através de listas partidárias com cotas para jovens, mulheres, cristãos e trabalhadores, e 28 serão nomeados pelo marechal Al-Sissi.
Depois da queda de Mursi, seu movimento político, a Irmandade Muçulmana, mais antigo grupo fundamentalista muçulmano do mundo, foi declarada terrorista e ilegal. Vários militantes foram condenados à morte, inclusive Mursi, mas as sentenças não foram executadas e a expectativa é que sejam convertidas em prisão perpétua.
Vários grupos liberais e de esquerda que haviam apoiado a revolução contra a ditadura de Hosni Mubarak em 2011 passaram a ser igualmente reprimidos. O regime militar se parece cada vez mais com o antigo regime anterior à Primavera Árabe.
Com 82 milhões de habitantes, dos quais 7,7 milhões vivem no Cairo, o Egito é o maior país do mundo árabe. Cerca de 22% estão abaixo da linha de pobreza. A renda média por habitante em 2013 era de US$ 6,6 mil. A taxa de desemprego está hoje em 13,4%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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