sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Geração de empregos nos EUA decepciona

A economia dos Estados Unidos gerou 142 mil empregos a mais do que fechou em setembro, abaixo da expectativa dos economistas, que era de 201 mil vagas, revelou hoje o relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho. 

O índice de desemprego, medido em outra pesquisa, ficou em 5,1%. O índice de desemprego amplo, que inclui desempregados, trabalhadores em meio turno e os que desistiram de procurar emprego, caiu de 10,3% para 10%.

O saldo de empregos gerados em agosto foi reduzido de 173 para 136 mil postos de trabalho e o de julho de 245 para 233 mil. Para os analistas, é o impacto da desaceleração da economia mundial, especialmente da China, e da alta do dólar sobre os EUA.

"É um indício de que a fraqueza da economia global está desaguando nas praias dos EUA", observou o economia James Marple, da empresa TD Economics, em nota a clientes. "É mais do que suficiente para manter o Fed [Reserva Federal, o banco central do país] fora do jogo em outubro."

Na análise do relatório, o mercado de trabalho esfriou no último verão no Hemisfério Norte depois de uma forte recuperação durante um ano e meio. Nos últimos três meses, o saldo médio foi de 167 mil empregos. Desde o início do ano, a média mensal ficou em 198 mil vagas, bem menos do que a média do ano passado, de 260 mil.

Outro motivo de preocupação: o setor privado foi responsável por apenas 118 mil vagas. O setor de saúde contratou mais 34 mil trabalhadores e o varejo, 24 mil.

A taxa de desemprego caiu praticamente pela metade, de 10% em outubro de 2009, no auge do impacto da Grande Recessão sobre o mercado de trabalho, para 5,1%. O saldo de empregos foi positivo em setembro pelo 60º mês consecutivo e os salários cresceram num ritmo anual de 2,2%, abaixo do 2,4% de agosto, sem causar pressão inflacionária.

Com a valorização do dólar, a indústria de transformação avançou em setembro no ritmo mais fraco em mais de dois anos. Muitos economistas preveem uma forte desaceleração do crescimento, de 3,9% ao ano no segundo trimestre para 1% a 2%.

O mercado ainda aposta numa alta de juros neste ano. A taxa básica não sobe desde 2006 e está praticamente zerada desde dezembro de 2008.

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