segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Último ditador da Europa é reeleito em estilo soviético

O ditador da ex-república soviética da Bielorrússia, Alexander Lukachenko, considerado o último stalinista da Europa, no poder desde 1994, venceu a eleição presidencial de domingo com 83,5% dos votos, conquistando um quinto mandato de cinco anos.

Como seu aliado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, Lukachenko é um típico homem da antiga União Soviética. Putin subiu como agente do Comitê de Defesa do Estado (KGB), a temida polícia política soviética.

Lukachenko, hoje com 61 anos, foi diretor de uma fazenda coletiva e agente do KGB encarregado do patrulhamento de fronteiras. Também serviu no Exército Vermelho. Como deputado do Parlamento da Bielorrússia, foi o único a votar contra a independência do país. Agora, obteve sua maior votação.

Em segundo lugar, ficou a oposicionista Tatiana Korotkevich, com 4,4%, seguida pelo governista Serguei Gaidukevich, com 3,3%. Os brancos e nulos bateram os adversários do ditador.

Aliada de Moscou, a Bielorrússia formava com Rússia e Ucrânia o núcleo central eslavo da extinta URSS. Lukachenko chegou a propor uma união com a Rússia. Mantém a dependência política e financeira, mas fez gesto de abertura à União Europeia neste momento de grave crise na economia russa.

A UE está pronta a suspender sanções econômicas, financeiras e proibições de viagem dependendo de um relatório sobre a lisura das eleições a ser apresentado nesta segunda-feira pela Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Depois de votar ontem, Lukachenko declarou que a Bielorrússia não precisa de uma base aérea da Rússia: "Não precisamos de bases. A questão não está nas bases. Vamos nos erguer e nos unir ao povo russo e a qualquer que nos defenda na Bielorrússia até a morte, como já aconteceu", disse o ditador, lembrando a Segunda Guerra Mundial.

"A Rússia é um país fraternal e o mais próximo de nós, não se deve duvidar disso", acrescentou Lukachenko. Sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, preferiu a neutralidade para "não alimentar as chamas. Queremos uma vida pacífica".

Depois da eleição anterior, em 2010, milhares saíram às ruas para protestar e enfrentar a polícia de choque. Ontem, cerca de 200 pessoas se reuniram, mas pouco depois se dispersaram.

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