quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Suécia pode ser primeiro país a abandonar o dinheiro de papel

A Suécia está em condições de se tornar o primeiro país a acabar com o papel moeda por causa do amplo uso da tecnologia digital e de ações contra o crime organizado e o terrorismo, indica uma pesquisa do Instituto Real de Tecnologia, com sede em Estocolmo.

"O dinheiro é um importante meio de pagamento em muitos países, mas isso não acontece mais aqui na Suécia", declarou o pesquisador de gestão em alta tecnologia Niklas Arvidsson, observando que o uso generalizado de um sistema de pagamentos digital chamado Swish está substituindo o papel moeda. "Usamos pouco dinheiro e cada vez menos."

Num país em que cartões de crédito e débito são usados mesmo em pequenas compras, a quantidade de dinheiro em circulação está hoje em 80 bilhões de coroas suecas, cerca de 8 bilhões de euros ou R$ 35 bilhões. Seis anos atrás, eram 106 bilhões de coroas.

"Desta quantia, só 40% a 60% estão em circulação", acrescentou o pesquisador. O resto está guardado em casa, em cofres bancários ou no mercado negro.

O Swish é um sistema de pagamentos diretos em tempo real via aplicativo usado em transações entre indivíduos desenvolvido em conjunto por bancos da Suécia e da Dinamarca.

"Com a forte penetração da tecnologia da informação, os serviços financeiros da Suécia se tornaram mais competitivos. O sucesso depende da tradição do consumidor sueco de aceitar sistemas de pagamento eletrônico, comentou Arvidsson.

A Suécia já tem agências bancárias com 100% dos serviços digitalizados que não aceitam dinheiro em espécie, notou o pesquisador. "Nas agências que ainda aceitam notas e moedas, o cliente deve explicar a origem do dinheiro de acordo com leis para combater o terrorismo, o crime organizado e a lavagem de dinheiro."

Em casos suspeitos, os funcionários do banco devem encaminhar relatório à polícia.

O último desafio é convencer as pessoas idosas, especialmente das zonas rurais, a aderir os sistema de pagamentos de última geração. Quem depende de dinheiro, como os excluídos como os sem-teto e os imigrantes ilegais, ficará ainda mais dependente do poder público.

Nenhum comentário: