Sob pressão da gasolina, o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos registrou em setembro a maior queda em oito meses. Ficou em -0,2% em setembro depois de uma baixa de 0,1% em agosto. A taxa anual está inalterada há quatro meses em 0,2% ao ano, mas os economistas não temem a deflação porque o núcleo do índice está em alta.
A inflação é um dos elementos centrais na decisão do Comitê do Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central americano, mas seus membros se baseiam no núcleo do índice, expurgados os preços mais voláteis de energia e alimentos. Com a queda nos preços internacionais do petróleo desde junho de 2014, há uma pressão deflacionária no mundo inteiro.
Em setembro de 2015, o núcleo da inflação nos últimos 12 meses ficou em 1,9%, um pouco acima do 1,8% de agosto. Está perto da meta informal perseguida pelo Fed, de 1% a 2% ao ano. No mês passado, os preços da gasolina caíram 9% nos EUA depois de uma redução de 4,1% em agosto. Os preços dos alimentos subiram 0,4%, a maior alta desde maio. Os aluguéis de imóveis ficaram 0,4% mais caros após avançarem 0,3% em agosto.
Pelas últimas declarações dos diretores do Fed, a taxa básica de juros, praticamente zerada desde dezembro de 2008, não será elevada em outubro e talvez nem na última reunião do ano, em dezembro.
Além do núcleo da inflação se aproximar da meta, joga a favor de uma alta nos juros, o que não acontece desde 2006, a queda no número de novos pedidos de seguro-desemprego, que baixou na semana passada para o menor nível em 42 anos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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