Para estimular o crescimento da segunda maior economia do mundo, o Banco Popular da China anunciou hoje o sexto corte na sua taxa básica de juros desde novembro de 2014. O depósito obrigatório que os bancos têm de fazer no banco central também foi reduzido.
A taxa básica para empréstimos do BPC aos bancos caiu em 0,25 ponto percentual para 4,35% ao ano e a taxa paga pelos depósitos dos bancos no BPC em 0,25 para 1,5% ao ano.
O volume de depósitos que os bancos precisam manter como garantia no BPC baixou 0,5 ponto percentual. Para os grandes bancos, ficou em 17,5%.
As medidas entram em vigor neste sábado. Visam a conter a desaceleração do crescimento da economia chinesa. Oficialmente, o país cresceu no terceiro trimestre de 2015 num ritmo anual de 6,9%, um pouco abaixo da meta de 7% ao ano.
Foi a menor expansão desde 2009, mas ficou só 0,1 abaixo da meta oficial. No ano passado, a China cresceu 7,3%, quando a meta era 7,4%. Nos dois primeiros trimestres de 2015, o avanço teria sido de 7%.
Isso levantou suspeitas de que o regime comunista chinês esteja manipulando as estatísticas oficiais. Se a queda foi tão pequena e a economia está praticamente na meta, por que seriam necessários tantos cortes de juros, além da valorização da moeda chinesa em agosto? O mercado tem a impressão de que o governo está escondendo algo.
Com a crise econômico-financeira mundial dos últimos anos e seu impacto sobre o comércio internacional, há um consenso de que a China não pode continuar crescendo a taxas de 10% ao ano ou mais que marcaram o extraordinário desenvolvimento do país nas últimas três décadas e meia. O governo tenta reorientar a economia do investimento e da exportação para o consumo interno.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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