Na extensa rememoração dos 50 anos do golpe cívico-militar de 1964 e da ditadura que se manteve por longos e sombrios 21 anos, há um importante aspecto negligenciado: o papel da crise do petróleo de 1973 ao acabar com o modelo econômico da ditadura militar e o milagre brasileiro.
Apesar da violenta repressão do governo do ditador Emilio Garrastazu Médici (1969-74), a imensa maioria do país, especialmente as classes média e alta, navegava faceira com as benesses de um crescimento econômico que chegou a 14% ao ano. Quando faltou gasolina para seus Corcéis e Opalas, e a inflação disparou, passou a votar contra o governo.
Sob a batuta do ministro Delfim Netto, hoje um dos gurus dos governos petistas, e graças às reformas feitas por Roberto Campos e Octavio Gouveia de Bulhões sob o marechal Humberto Castelo Branco, a ditadura criou seu milagre econômico. O modelo combinava matérias-primas e mão de obra baratas, por causa da repressão imposta ao movimento sindical.
Enquanto jovens comunistas se sacrificavam no vale do Rio Araguaia na expectativa de criar uma longa guerra civil no campo, a exemplo do que Mao Tsé-tung fizeram na China, outros sequestravam embaixadores nas grandes cidades para libertar companheiros presos. Mas a maioria festejava o tricampeonato no México e acreditava na propaganda que cantava: "Este é um país que vai pra frente... de uma gente alegre e tão contente."
O Brasil Grande do general Médici se apresentava como "um oásis de paz" num mundo conturbado por guerras e revoluções.
Em 6 de outubro de 1973, na maior empreitada militar árabe da era moderna, mais de 100 mil soldados, mil tanques, 4 mil peças de artilharia e 250 aviões de combate do Egito cruzaram o Canal de Suez na tentativa de retomar a Península do Sinai, conquistada por Israel na Guerra dos Seis Dias, de 5 a 10 de junho de 1967. Para o historiador militar americano Trevor Dupuy, foi "uma das mais memoráveis travessias de água nos anais da guerra".
Ao mesmo tempo, 35 mil soldados e 800 tanques da Síria invadiram as Colinas do Golã. Era o início da Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão). Os árabes aproveitaram um feriado para atacar. Nem Israel nem os EUA acreditavam nos planos de guerra dos presidentes do Egito, Anuar Sadat, e da Síria, Hafez Assad, pai do atual ditador, Bachar Assad.
Na manhã seguinte, Israel tinha perdido 300 tanques. Mas, depois de vencer a batalha do cruzamento do canal e resistir ao primeiro contra-ataque israelense, o Exército do Egito se entrincheirou no Sinai logo após o Canal de Suez e não avançou, como queria a Síria. Naquele momento, sob pressão no Golã, Israel teria dificuldade para descolar aviões e tanques para conter a ofensiva egípcia.
A "pausa operacional" da ofensiva egípcia permitiu a Israel enfrentar separadamente seus dois grandes inimigos. Em 7 de outubro, Sadat enviou mensagem ao secretário de Estado americano, Henry Kissinger, expondo suas condições para a paz: "Não queremos aprofundar o conflito nem ampliar a confrontação". Exigia a devolução do Sinai.
Durante três dias, de 7 a 9 de outubro de 1973, a Força Aérea israelense fez mais de mil missões de combate por dia no Golã. Neutralizou a Força Aérea da Síria e conquistou supremacia aérea. A Síria recuou para as linhas anteriores ao início da guerra.
Só no dia 14, quando a artilharia de Israel ameaçava Damasco, o Egito retomou a ofensiva sobre o Sinai. Com o fracasso, em 16 de outubro, Sadat escreveu uma carta aberta ao presidente americano, Richard Nixon, propondo um cessar-fogo a ser seguido por uma conferência de paz patrocinada pela ONU para Israel devolver os territórios ocupados e reconhecer os direitos do povo palestino.
O recado de Sadat para os EUA e para o aliado Assad era claro: ele não queria mais lutar.
Kissinger, que tinha consolidado o apoio dos EUA a Israel no contexto da Guerra Fria, viu uma oportunidade para enfraquecer o poderio soviético no Oriente Médio.
Uma batalha logística entre as duas superpotências marcou a Guerra do Yom Kippur, em 1973. Os EUA e a União Soviética armaram pontes aéreas militares da história, que levaram milhares de toneladas de equipamentos para as partes em luta. A URSS entregou de 12 a 15 mil toneladas de equipamentos, armas e munições aos árabes e os EUA o dobro disso a Israel. Ao todo, até dezembro de 1973, por mar e ar, os EUA forneceram 90 mil toneladas de armas e equipamentos militares a Israel.
Em 24 de outubro, quando Israel cercou e ameaçava destruir o 3º Exército do Egito no Sinai, a URSS entrou em alerta nuclear e ameaçou entrar na guerra. Foi o único alerta nuclear soviético durante a Guerra Fria. O equilíbrio do terror nuclear entre as superpotências levou a um cessar-fogo em 25 de outubro de 1973. Pelo menos 2.521 israelenses e 8 mil árabes morreram no conflito.
Quatro anos depois, convencido de que era a única maneira de recuperar o Sinai, Sadat rompeu com a URSS, aproximou-se dos EUA e visitou Israel, com quem faria o primeiro acordo de paz de um país árabe com o Estado judaico. Em 1977, a URSS deixava de ser uma superpotência no Oriente Médio, posição que Vladimir Putin tenta restaurar agora apoiando a ditadura de Bachar Assad na guerra civil na Síria.
Sadat pagaria com a vida. Foi assassinado por soldados extremistas muçulmanos durante uma parada militar, em 6 de outubro de 1981, para comemorar o 8º aniversário da Guerra do Yom Kippur.
Humilhados mais uma vez no campo de batalha, sob a liderança do rei Faissal, da Arábia Saudita, em 16 de outubro de 1973, os países árabes exportadores de petróleo aumentaram o preço do barril em 17%, na época para apenas US$ 3,65. No dia seguinte, anunciaram um boicote à venda de petróleo aos EUA e outros países que apoiavam Israel, como Canadá, Holanda, Japão e Reino Unido.
Quando o embargo acabou, em março de 1974, mês da posse do ditador Ernesto Geisel (1974-79), o preço do barril de petróleo tinha quadruplicado para US$ 12. Uma das bases do milagre econômico brasileiro começava a ruir. O Brasil importava 75% do petróleo que consumia.
Logo, vieram aumentos de preços em cascata que levariam à hiperinflação só vencida em 1994 pelo Plano Real, filas nos postos, fechamento de postos de gasolina aos fins de semana, sobretaxas, déficits comerciais crescentes e crises de balanço de pagamentos.
Sob pressão, o general Geisel anunciaria a "distensão lenta, gradual e segura" que culminou com a revogação do Ato Institucional nº 5, em 31 de dezembro de 1978, e a anistia aos presos políticos, exilados e torturadores, em 1979.
Com a crise econômica, a Arena (Aliança Renovadora Nacional), o partido da ditadura, perdeu as eleições para o Senado em 16 dos 22 estados brasileiros em 15 de novembro de 1974. A opinião pública tinha virado contra o regime militar.
Em 1977, o general Geisel fechou o Congresso e decretou o Pacote de Abril. A volta das eleições diretas para governador, prevista para 1978, foi adiada para 1982. Para manter a maioria do governo, surgiu o senador biônico, em vez de ser eleito, nomeado pela ditadura.
Na visão do ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, em artigo na Folha, o Pacote de Abril leva a uma ruptura de setores importantes do empresariado com a ditadura.
A crise do petróleo, que causou uma recessão mundial nos anos 1970s, se agravou com a vitória da Revolução Islâmica o Irã, em 1979, no chamado segundo choque petrolífero, piorando ainda mais a situação econômica dos países dependentes de petróleo importado.
Na América Latina, as dívidas externas cresciam mesmo em países exportadores de petróleo como México e Venezuela, embriagados pelo dinheiro fácil. Com a forte alta de juros nos países ricos para combater a inflação causa pelo aumento nos preços dos combustíveis, vários países latino-americanos quebraram em 1982, entre eles México, Brasil e Argentina.
Assim, o Brasil foi alvo de uma sucessão de crises internacionais. Até hoje a economia brasileira não recuperou os índices de crescimento do pós-guerra até as crises do petróleo, de 7% a 8% ao ano. Em 1978, o produto interno bruto brasileiro era do tamanho do da China, de US$ 200 bilhões.
A crise econômica acabou com o prestígio da ditadura. Quem como eu sonhava em viver um dia num país rico, moderno e democrático acordou do pesadelo da ditadura sob uma crise econômica que obrigava a ligar para o banco várias vezes por dia, ou cada vez que se passava um cheque.
Com o Plano Real e as reformas econômicas da era Fernando Henrique Cardoso e os programas sociais dos governo Lula e Dilma, o Brasil recuperou sua autoestima, mas ainda está longe de definir um modelo econômico capaz de proporcionar desenvolvimento e bem-estar a seus 200 milhões de habitantes. O crescimento baixo e a desindustrialização ameaçam mais uma vez o eterno país do futuro.
No mundo globalizado, é importante aproveitar as oportunidades que o mercado internacional oferece. O extraordinário crescimento chinês foi um impulso fundamental para a aceleração do crescimento sob Lula na década passada. É bom também não esquecer as lições da crise que destruiu o milagre da ditadura.
Ontem como hoje, o Brasil precisa escapar da "armadilha de renda média". Para um país se tornar rico, tem de dar um salto tecnológico e fabricar produtos de alto valor agregado que o resto do mundo queira comprar. No Brasil, os setores de sucesso são o agronegócio e os aviões da Embraer. É muito pouco.
O Brasil precisa de um modelo de desenvolvimento para a revolução da biotecnologia. Como país mais biodiverso do mundo, o Brasil tem o maior banco genético do planeta, a maioria relativa das espécies animais e vegetais. Essa imensa a pouco explorada riqueza natural será transformada em produtos e processos que vão revolucionar a face da Terra muito além do que a revolução da tecnologia da informação fez nas últimas décadas.
É uma nova revolução tecnológica e industrial. O Brasil precisa embarcar neste trem-bala.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 31 de março de 2014
Crise do petróleo derrubou modelo econômico da ditadura
Putin promete a Merkel retirada parcial
Em conversa telefônica com a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, nesta segunda-feira, o presidente Vladimir Putin prometeu retirar parte das tropas da Rússia estacionadas perto da fronteira com a Ucrânia, como pedira na semana passada o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Merkel e Putin discutiram meios para estabilizar a Ucrânia e a região da Transnístria, uma parte da Moldova onde a maioria russa gostaria de se unir a Moscou.
O Ministério da Defesa ucraniano confirmou a retirada progressiva das tropas russas, atribuindo-a a negociações entre os EUA e a Rússia. Há quatro dias, havia pelo menos 100 mil soldados russos perto da fronteira da Ucrânia.
No sábado, durante encontro com o secretário de Estado americano, John Kerry, o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, garantiu não haver "absolutamente nenhuma intenção ou interesse" em invadir a Ucrânia, mas defendeu a adoção do federalismo pelo país vizinho. Isso permitiria a Moscou manter sua influência nas regiões de maioria russa.
Merkel e Putin discutiram meios para estabilizar a Ucrânia e a região da Transnístria, uma parte da Moldova onde a maioria russa gostaria de se unir a Moscou.
O Ministério da Defesa ucraniano confirmou a retirada progressiva das tropas russas, atribuindo-a a negociações entre os EUA e a Rússia. Há quatro dias, havia pelo menos 100 mil soldados russos perto da fronteira da Ucrânia.
No sábado, durante encontro com o secretário de Estado americano, John Kerry, o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, garantiu não haver "absolutamente nenhuma intenção ou interesse" em invadir a Ucrânia, mas defendeu a adoção do federalismo pelo país vizinho. Isso permitiria a Moscou manter sua influência nas regiões de maioria russa.
Aquecimento global ameaça fontes de água e alimentos
O aquecimento global causado pelo aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera ameaça a produção de alimentos e o suprimento de água potável, adverte um novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, do inglês), informa o jornal The New York Times.
Com a alta nos preços, podem surgir novos "bolsões de fome" entre os pobres, que vão pagar o maior preço pela catrástrofe ambiental, observa o jornal inglês The Guardian. O custo total de catástrofes como o tufão que matou 6 mil pessoas no ano passado nas Filipinas chegaria a US$ 100 bilhões por ano. Novas massas de refugiados se moveriam sobre o planeta.
Entre os efeitos do agravamento do efeito estufa, o painel convocado pelas Nações Unidas cita o degelo no Oceano Ártico e a destruição dos recifes de coral. Os desertos tendem a ficar mais secos, e as áreas alagadas, mais alagadas. A produção de grãos, os alimentos básicos da humanidade, seriam reduzidas.
Há duas grandes controvérsias científicas envolvendo a questão. A primeira é se a atividade humana, no caso, a poluição industrial, é a responsável pela mudança do clima. O IPCC afirma que não há mais dúvidas. Há quem discorde, alegando que seria um fenômeno natural.
A segunda questão é sobre o impacto que isso terá sobre a vida humana na Terra, se vale a pena alterar radicalmente o modelo econômico para uma sociedade com baixa queima de produtos do carbono como gás, carvão e petróleo ou se o custo seria alto demais. Neste caso, seria melhor se adaptar a um aumento do calor.
O IPCC está advetindo que o custo de não fazer nada será catastrófico. No momento, as conferências da ONU sobre mudança do clima estão paralisadas pela decisão dos maiores poluidores e maiores potências mundiais, EUA e China, não quererem se submeter a tratados internacionais capazes de afetar suas economias.
No Brasil, por exemplo, saímos de um verão muito quente com pouquíssima chuva no Sudeste, quebra de safras e redução do nível de água nas barragens tanto para geração de energia quanto para consumo doméstico ou industrial. O fantasma do racionamento de energia está de volta e o impacto dos preços na inflação dos alimentos é evidente. São alertas.
Com a alta nos preços, podem surgir novos "bolsões de fome" entre os pobres, que vão pagar o maior preço pela catrástrofe ambiental, observa o jornal inglês The Guardian. O custo total de catástrofes como o tufão que matou 6 mil pessoas no ano passado nas Filipinas chegaria a US$ 100 bilhões por ano. Novas massas de refugiados se moveriam sobre o planeta.
Entre os efeitos do agravamento do efeito estufa, o painel convocado pelas Nações Unidas cita o degelo no Oceano Ártico e a destruição dos recifes de coral. Os desertos tendem a ficar mais secos, e as áreas alagadas, mais alagadas. A produção de grãos, os alimentos básicos da humanidade, seriam reduzidas.
Há duas grandes controvérsias científicas envolvendo a questão. A primeira é se a atividade humana, no caso, a poluição industrial, é a responsável pela mudança do clima. O IPCC afirma que não há mais dúvidas. Há quem discorde, alegando que seria um fenômeno natural.
A segunda questão é sobre o impacto que isso terá sobre a vida humana na Terra, se vale a pena alterar radicalmente o modelo econômico para uma sociedade com baixa queima de produtos do carbono como gás, carvão e petróleo ou se o custo seria alto demais. Neste caso, seria melhor se adaptar a um aumento do calor.
O IPCC está advetindo que o custo de não fazer nada será catastrófico. No momento, as conferências da ONU sobre mudança do clima estão paralisadas pela decisão dos maiores poluidores e maiores potências mundiais, EUA e China, não quererem se submeter a tratados internacionais capazes de afetar suas economias.
No Brasil, por exemplo, saímos de um verão muito quente com pouquíssima chuva no Sudeste, quebra de safras e redução do nível de água nas barragens tanto para geração de energia quanto para consumo doméstico ou industrial. O fantasma do racionamento de energia está de volta e o impacto dos preços na inflação dos alimentos é evidente. São alertas.
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Cai o primeiro-ministro da França
A derrota do Partido Socialista nas eleições municipais derrubou o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault. O novo chefe de governo da França será o até agora ministro do Interior, Manuel Valls, da ala mais conservadora do partido.
Ao anunciar uma ampla reforma ministerial em discurso na televisão, o presidente François Hollande reconheceu o descontentamento do eleitorado francês com a crise econômica, o desemprego e a lentidão nas reformas para recuperar o país.
O presidente tentou reforçar a presença dos ecologistas no governo, mas a líder dos Verdes, Cecile Duflot, nega-se a participar de um ministério chefiado por Valls, que considera muito à direita.
Ao anunciar uma ampla reforma ministerial em discurso na televisão, o presidente François Hollande reconheceu o descontentamento do eleitorado francês com a crise econômica, o desemprego e a lentidão nas reformas para recuperar o país.
O presidente tentou reforçar a presença dos ecologistas no governo, mas a líder dos Verdes, Cecile Duflot, nega-se a participar de um ministério chefiado por Valls, que considera muito à direita.
Coreias do Norte e do Sul trocam tiros no mar
A Coreia do Sul fez hoje pelo 300 disparos de artilharia contra águas territoriais da Coreia do Norte em resposta a um treinamento militar norte-coreano com 500 disparos de munição real. A fronteira entre os dois países, que não assinaram um tratado de paz desde a Guerra da Coreia (1950-53) é uma das mais tensas do mundo.
Desde que perdeu o patrocínio da União Soviética, em 1991, o regime comunista norte-coreano faz uma chantagem atômica com os Estados Unidos e seus aliados na região em busca de alimentos e energia para sua sobrevivência.
Nos últimos dias, diplomatas da Coreia do Norte e do Japão se encontraram na China para tentar desanuviar a tensão bilateral.
Desde que perdeu o patrocínio da União Soviética, em 1991, o regime comunista norte-coreano faz uma chantagem atômica com os Estados Unidos e seus aliados na região em busca de alimentos e energia para sua sobrevivência.
Nos últimos dias, diplomatas da Coreia do Norte e do Japão se encontraram na China para tentar desanuviar a tensão bilateral.
domingo, 30 de março de 2014
Direita vence eleições municipais na França
A União por um Movimento Popular (UMP), de centro-direita, principal partido de oposição foi a grande vencedora do segundo turno das eleições municipais na França, realizado hoje, tomando mais de cem prefeituras do Partido Socialista, do presidente François Hollande.
A Frente Nacional, de extrema direita, conquistou onze prefeituras. Outro grupo de ultradireita, a Liga do Sul, ganhou mais três. Os socialistas mantiveram Paris.
Ao todo, a direita e a extrema direita ficaram com 572 prefeituras, contra 349 para o PS e seus aliados. Em 2008, a esquerda elegera 509 prefeitos contra 433 da direita. Não havia governos municipais de extrema direita.
Agora, a direita recebeu 45,9% dos votos, a esquerda 40,6% e a ultradireita 6,8%. A abstenção ficou em 34,8%
O partido do governo perdeu em 155 cidades de mais de 9 mil habitantes. Enquanto Anne Hidalgo se tornava a primeira mulher eleita para governar Paris, o PS perdia Toulouse, Saint-Etienne, Angers, Reims, Amien, Caen, Montpelier e Grenoble.
Em nome do governo, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault assumiu a responsabilidade pela derrota. Cabe ao presidente Hollande, com a popularidade baixa de apenas 19%, decidir seu futuro. Uma reforma ministerial é iminente.
As eleições municipais foram vistas como um referendo sobre o governo Hollande. É difícil para um socialista promover cortes de gastos públicos, equilibrar o orçamento, reduzir direitos sociais e fazer as reformas necessárias para recuperar a competitividade da França.
A economia francesa é mais engessada por impostos e gastos obrigatórios, provocando, por exemplo, uma fuga em massa de jovens empresários da França para o Reino Unido.
Com a crise e os resultados eleitoral, a UMP volta a se colocar como alternativa de poder na França. A dúvida é vai haver um renascimento do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Ele ainda é o direitista mais bem cotado nas pesquisas de opinião, à frente do atual líder do partido, Jean-François Copé, que sua eleição interna questionada pelo adversário, o ex-primeiro-ministro François Fillon.
Por ironia histórica, o presidente Hollande desmonta o que construiu como líder do PS: uma ampla rede de governos municipais socialistas. Mas talvez o resultado mais significativo destas eleições municipais francesas tenha sido a ascensão da Frente Nacional.
Cada vez mais a ultradireita, que herdou parte do voto operário que um dia foi do Partido Comunista Francês, se estabelece como um grande partido no panorama político do país.
A Frente Nacional, de extrema direita, conquistou onze prefeituras. Outro grupo de ultradireita, a Liga do Sul, ganhou mais três. Os socialistas mantiveram Paris.
Ao todo, a direita e a extrema direita ficaram com 572 prefeituras, contra 349 para o PS e seus aliados. Em 2008, a esquerda elegera 509 prefeitos contra 433 da direita. Não havia governos municipais de extrema direita.
Agora, a direita recebeu 45,9% dos votos, a esquerda 40,6% e a ultradireita 6,8%. A abstenção ficou em 34,8%
O partido do governo perdeu em 155 cidades de mais de 9 mil habitantes. Enquanto Anne Hidalgo se tornava a primeira mulher eleita para governar Paris, o PS perdia Toulouse, Saint-Etienne, Angers, Reims, Amien, Caen, Montpelier e Grenoble.
Em nome do governo, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault assumiu a responsabilidade pela derrota. Cabe ao presidente Hollande, com a popularidade baixa de apenas 19%, decidir seu futuro. Uma reforma ministerial é iminente.
As eleições municipais foram vistas como um referendo sobre o governo Hollande. É difícil para um socialista promover cortes de gastos públicos, equilibrar o orçamento, reduzir direitos sociais e fazer as reformas necessárias para recuperar a competitividade da França.
A economia francesa é mais engessada por impostos e gastos obrigatórios, provocando, por exemplo, uma fuga em massa de jovens empresários da França para o Reino Unido.
Com a crise e os resultados eleitoral, a UMP volta a se colocar como alternativa de poder na França. A dúvida é vai haver um renascimento do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Ele ainda é o direitista mais bem cotado nas pesquisas de opinião, à frente do atual líder do partido, Jean-François Copé, que sua eleição interna questionada pelo adversário, o ex-primeiro-ministro François Fillon.
Por ironia histórica, o presidente Hollande desmonta o que construiu como líder do PS: uma ampla rede de governos municipais socialistas. Mas talvez o resultado mais significativo destas eleições municipais francesas tenha sido a ascensão da Frente Nacional.
Cada vez mais a ultradireita, que herdou parte do voto operário que um dia foi do Partido Comunista Francês, se estabelece como um grande partido no panorama político do país.
Israel solta 400 presos se palestinos ampliarem prazo
Em uma tentativa de salvar as negociações sobre a paz entre israelenses e palestinos, o governo de Israel se ofereceu para libertar mais 400 prisioneiros, se a Autoridade Nacional Palestina concordar em prorrogar o prazo para a conclusão de um acordo de paz definitivo, atualmente marcada para 29 de abril de 2014. Os Estados Unidos apoiam a proposta.
Algumas fontes disseram ao jornal conservador The Times of Israel que Israel estaria adiando a quarta etapa de uma libertação de presos já acertada por suspeita de que a ANP pudesse suspender as negociações unilateralmente em protesto contra novas autorizações de construções que ampliam as colônias na Cisjordânia ocupada e no setor árabe de Jerusalém.
Algumas fontes disseram ao jornal conservador The Times of Israel que Israel estaria adiando a quarta etapa de uma libertação de presos já acertada por suspeita de que a ANP pudesse suspender as negociações unilateralmente em protesto contra novas autorizações de construções que ampliam as colônias na Cisjordânia ocupada e no setor árabe de Jerusalém.
Egito convoca eleição presidencial
A comissão eleitoral do Egito convocou hoje para 26 e 27 de maio de 2014 a primeira eleição presidencial depois do golpe militar de 3 de julho de 2013, que derrubou Mohamed Mursi, do movimento fundamentalista Irmandade Muçulmana, primeiro presidente eleito democraticamente da história do país. O favorito é o líder do golpe, marechal Abdel Fattah al-Sissi.
Ontem, um tribunal egípcio condenou à morte dois partidários da Irmandade, neste caso acusado de atos de violência na cidade de Alexandria durante a reação ao golpe. O movimento foi considerado terrorista e declarado ilegal.
Em outro caso julgado na semana passada, a Justiça do Egito condenou à morte 529 pessoas na cidade de Mínia. A expectativa é que as sentenças sejam revogadas parcialmente. Foi o maior número de condenações à morte num mesmo processo já registrado pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que faz campanha contra a pena de morte.
Al-Sissi deve se apresentar como o homem que tirou o Egito das garras da Irmandade Muçulmana. Tem o apoio da Arábia Saudita, mas o golpe desgastou as relações do país com os Estados Unidos, que dão uma ajuda anual bilionária. Pela lei americana, essa ajuda deveria ter sido suspensa por causa do golpe.
Na prática, o Egito volta a ser uma ditadura militar. É o regime que fez a paz com Israel em 1979. Por isso, recebe ajuda militar de Washington. Um governo da Irmandade Muçulmana, de onde nasceu o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal fundamentalista palestino, fortaleceria o domínio do Hamas sobre a vizinha à Faixa de Gaza, ligada ao Egito por mais de mil túneis clandestinos para burlar o bloqueio israelense.
Ontem, um tribunal egípcio condenou à morte dois partidários da Irmandade, neste caso acusado de atos de violência na cidade de Alexandria durante a reação ao golpe. O movimento foi considerado terrorista e declarado ilegal.
Em outro caso julgado na semana passada, a Justiça do Egito condenou à morte 529 pessoas na cidade de Mínia. A expectativa é que as sentenças sejam revogadas parcialmente. Foi o maior número de condenações à morte num mesmo processo já registrado pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que faz campanha contra a pena de morte.
Al-Sissi deve se apresentar como o homem que tirou o Egito das garras da Irmandade Muçulmana. Tem o apoio da Arábia Saudita, mas o golpe desgastou as relações do país com os Estados Unidos, que dão uma ajuda anual bilionária. Pela lei americana, essa ajuda deveria ter sido suspensa por causa do golpe.
Na prática, o Egito volta a ser uma ditadura militar. É o regime que fez a paz com Israel em 1979. Por isso, recebe ajuda militar de Washington. Um governo da Irmandade Muçulmana, de onde nasceu o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal fundamentalista palestino, fortaleceria o domínio do Hamas sobre a vizinha à Faixa de Gaza, ligada ao Egito por mais de mil túneis clandestinos para burlar o bloqueio israelense.
sábado, 29 de março de 2014
Boxeador será candidato a prefeito de Kiev
O ex-campeão de boxe Vitali Klitschko, um dos líderes da revolta popular que derrubou o presidente Viktor Yanukovich, não será candidato à Presidência da Ucrânia na eleição de 25 de maio de 2014. Ele anunciou hoje apoio ao milionário Pedro Porochenko e deve ser candidato a prefeito da capital, Kiev.
Durante reunião da Aliança Democrática Ucraniana, Klitschko defendeu uma candidatura única como única maneira de vencer a eleição presidencial. Porochenko deve disputar o poder com a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko, libertada pela revolução depois de ficar dois anos e meio presa por corrupção e abuso de poder.
Ambos são olicargas, nome dado aos altos funcionários que fizeram fortuna logo após o fim da União Soviética.
Durante reunião da Aliança Democrática Ucraniana, Klitschko defendeu uma candidatura única como única maneira de vencer a eleição presidencial. Porochenko deve disputar o poder com a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko, libertada pela revolução depois de ficar dois anos e meio presa por corrupção e abuso de poder.
Ambos são olicargas, nome dado aos altos funcionários que fizeram fortuna logo após o fim da União Soviética.
Talebã atacam comissão eleitoral no Afeganistão
No terceiro grande ataque em uma semana contra a eleição presidencial de 5 de abril, rebeldes da milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) atacaram hoje a sede da Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão, em Cabul. Quatro horas depois, as forças de segurança afegã ainda lutavam para controlar a situação.
Por volta do meio-dia pela hora local, houve uma grande explosão seguida por tiroteio e disparos de foguetes. Uma autoridade afirmou que pelo menos três homens-bomba se suicidaram na operação.
Por volta do meio-dia pela hora local, houve uma grande explosão seguida por tiroteio e disparos de foguetes. Uma autoridade afirmou que pelo menos três homens-bomba se suicidaram na operação.
sexta-feira, 28 de março de 2014
Obama tenta reparar relações com Arábia Saudita
Depois de uma aliança de sete décadas em que os Estados Unidos apoiaram um dos regimes mais conservadores do mundo em troca de petróleo e da estabilidade do Oriente Médio, o presidente Barack Obama visita hoje a Arábia Saudita tentando diminuir as divergências entre os dois países.
As diferenças começaram com a Primavera Árabe. Como guardiães das cidades sagradas de Meca e Medina, os sauditas se consideram os únicos intérpretes do Corão, do islamismo e sunismo. São contra a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista do mundo, que ascendeu ao poder no Egito depois da queda de Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.
O problema se agravou quando Obama decidiu não intervir militarmente na guerra civil da Síria nem armar grupos rebeldes por medo de que as armas caiam nas mãos de terroristas muçulmanos e, mais ainda, quando os EUA se reaproximaram do Irã na expectativa de dissuadir a república islâmica de fazer armas nucleares.
Como o Irã, xiita, é considerado hoje o maior inimigo da Arábia Saudita na disputa pela liderança regional no Oriente Médio, a reaproximação Washington-Teerã é vista como uma fratura irreparável na aliança estratégica. Não há muito o que Obama possa dizer para acalmar a situação. Garantias de segurança o xá do Irã também recebeu, do então presidente americano Jimmy Carter, em 1978. Não adiantaram muito na hora da revolução.
As diferenças começaram com a Primavera Árabe. Como guardiães das cidades sagradas de Meca e Medina, os sauditas se consideram os únicos intérpretes do Corão, do islamismo e sunismo. São contra a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista do mundo, que ascendeu ao poder no Egito depois da queda de Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.
O problema se agravou quando Obama decidiu não intervir militarmente na guerra civil da Síria nem armar grupos rebeldes por medo de que as armas caiam nas mãos de terroristas muçulmanos e, mais ainda, quando os EUA se reaproximaram do Irã na expectativa de dissuadir a república islâmica de fazer armas nucleares.
Como o Irã, xiita, é considerado hoje o maior inimigo da Arábia Saudita na disputa pela liderança regional no Oriente Médio, a reaproximação Washington-Teerã é vista como uma fratura irreparável na aliança estratégica. Não há muito o que Obama possa dizer para acalmar a situação. Garantias de segurança o xá do Irã também recebeu, do então presidente americano Jimmy Carter, em 1978. Não adiantaram muito na hora da revolução.
Cuba autoriza investimento de exilados cubanos
Numa iniciativa para combater a longa estagnação econômica da era pós-soviética, a Assembleia Nacional de Cuba deve aprovar amanhã uma nova lei de investimentos que reduz impostos, abre novos setores da economia a estrangeiros e autoriza cubanos residentes no exterior a investir no país.
A nova lei exige aprovação individual de cada projetos, contratação de funcionários através das agências de emprego cubanas e não permite investimentos individuais de cubanos exilados. É mais um passo, embora tímido, para reintroduzir o capitalismo na ilha.
"Por direito ou necessidade, parece que o país está abrindo as portas para nós", declarou o empresário cubano-americano Hugo Cancio em entrevista ao jornal The Miami Herald.
Desde o fim da União Soviética, em 1991, a economia cubana encolheu 35%. Para enfrentar o fim da ajuda de Moscou, o regime comunista de Cuba aprovou em 1995 uma lei para autorizar investimentos estrangeiros em empresas associadas a estatais cubanas onde o sócio estrangeiro teria participação de no máximo 49%, garantindo o controle governamental.
Cuba chegou a ter 400 joint-ventures em 2002. Hoje esse número caiu pela metade, em parte porque a aliança com o regime chavista da Venezuela deu algum fôlego à economia cubana, que receberia subsídios de até US$ 10 bilhões por ano, duas vezes mais do que na era soviética. Nos últimos anos, foi autorizada a abertura de pequenos negócios descritos como "profissionais autônomos", entre eles mecânicos, carpinteiros, eletricistas, cabeleireiros, costureiras, pequenos cafés, bares e restaurantes.
Pela antiga lei, as empresas deveriam pagar um imposto sobre o lucro de 30% e de 20% sobre a folha de pagamento, entre outros impostos. A nova lei reduz a alíquota do imposto sobre o lucro para 15% e elimina os encargos trabalhistas. As máquinas importadas como parte do investimento estarão isentas da impostos, mas projetos de exploração de recursos naturais terão de pagar outras taxas.
A economia cubana cresceu 2,7% no ano passado. Para este ano, expectativa é de um avanço de 2,2%. A exportação de médicos rende ao país US$ 8 bilhões por ano.
A nova lei exige aprovação individual de cada projetos, contratação de funcionários através das agências de emprego cubanas e não permite investimentos individuais de cubanos exilados. É mais um passo, embora tímido, para reintroduzir o capitalismo na ilha.
"Por direito ou necessidade, parece que o país está abrindo as portas para nós", declarou o empresário cubano-americano Hugo Cancio em entrevista ao jornal The Miami Herald.
Desde o fim da União Soviética, em 1991, a economia cubana encolheu 35%. Para enfrentar o fim da ajuda de Moscou, o regime comunista de Cuba aprovou em 1995 uma lei para autorizar investimentos estrangeiros em empresas associadas a estatais cubanas onde o sócio estrangeiro teria participação de no máximo 49%, garantindo o controle governamental.
Cuba chegou a ter 400 joint-ventures em 2002. Hoje esse número caiu pela metade, em parte porque a aliança com o regime chavista da Venezuela deu algum fôlego à economia cubana, que receberia subsídios de até US$ 10 bilhões por ano, duas vezes mais do que na era soviética. Nos últimos anos, foi autorizada a abertura de pequenos negócios descritos como "profissionais autônomos", entre eles mecânicos, carpinteiros, eletricistas, cabeleireiros, costureiras, pequenos cafés, bares e restaurantes.
Pela antiga lei, as empresas deveriam pagar um imposto sobre o lucro de 30% e de 20% sobre a folha de pagamento, entre outros impostos. A nova lei reduz a alíquota do imposto sobre o lucro para 15% e elimina os encargos trabalhistas. As máquinas importadas como parte do investimento estarão isentas da impostos, mas projetos de exploração de recursos naturais terão de pagar outras taxas.
A economia cubana cresceu 2,7% no ano passado. Para este ano, expectativa é de um avanço de 2,2%. A exportação de médicos rende ao país US$ 8 bilhões por ano.
Investigador atribui sumiço do avião ao piloto
O piloto Zaharie Ahmad Shah está sendo considerado o único responsável pelo desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines com 239 pessoas a bordo há 20 dias, afirmou um investigador não identificado citado pelo jornal USA Today. Ele seria a única pessoas a bordo com conhecimento e experiência para deliberadamente desviar o Boeing 777 da rota Kuala Lumpur-Beijim.
No momento, os investigadores estão se concentrando na sua ex-mulher, Faizah Khan, parentes e amigos. Querem descobrir se ele enfrentava algum problema financeiro ou psicológico sério capaz de justificar um ato tresloucado.
A suspeita é que Shah tenha ligação com grupos extremistas. O copiloto Farik Abdul Hamid não teria experiência suficiente para desviar a aeronave.
Shah está sendo descrito como um "partidário fanático" do Partido Justiça Popular, liderado pelo ex-primeiro-ministro Anwar Ibrahim, o maior da oposição à Organização Nacional Malaia Unida (UMNO, do inglês), que governa a Malásia há 56 anos. O voo partiu no dia em que Ibrahim foi condenado a mais cinco anos de prisão por homossexualismo, acusações que seus seguidores denunciam como fraudulentas.
Ibrahim não é um extremista muçulmano. De 1993 a 1998, era o vice e considerado o provável sucessor do primeiro-ministro Mahathir Mohamed, o grande líder autoritário do desenvolvimento e modernização da Malásia.
Hoje cinco dos dez aviões que sobrevoaram a nova área de buscas, mil quilômetros ao norte de onde se procuravam destroços no Sul do Oceano Índico, observaram objetos coloridos. Nenhum foi recolhido do mar até agora.
No momento, os investigadores estão se concentrando na sua ex-mulher, Faizah Khan, parentes e amigos. Querem descobrir se ele enfrentava algum problema financeiro ou psicológico sério capaz de justificar um ato tresloucado.
A suspeita é que Shah tenha ligação com grupos extremistas. O copiloto Farik Abdul Hamid não teria experiência suficiente para desviar a aeronave.
Shah está sendo descrito como um "partidário fanático" do Partido Justiça Popular, liderado pelo ex-primeiro-ministro Anwar Ibrahim, o maior da oposição à Organização Nacional Malaia Unida (UMNO, do inglês), que governa a Malásia há 56 anos. O voo partiu no dia em que Ibrahim foi condenado a mais cinco anos de prisão por homossexualismo, acusações que seus seguidores denunciam como fraudulentas.
Ibrahim não é um extremista muçulmano. De 1993 a 1998, era o vice e considerado o provável sucessor do primeiro-ministro Mahathir Mohamed, o grande líder autoritário do desenvolvimento e modernização da Malásia.
Hoje cinco dos dez aviões que sobrevoaram a nova área de buscas, mil quilômetros ao norte de onde se procuravam destroços no Sul do Oceano Índico, observaram objetos coloridos. Nenhum foi recolhido do mar até agora.
quinta-feira, 27 de março de 2014
EUA cresceram 2,6% ao ano no fim de 2013
Na sua última revisão, o crescimento do produto interno bruto dos Estados Unidos no último trimestre de 2013 ficou em 2,6% ao ano, acima dos 2,4% da estimativa anterior e um pouco abaixo da expectativa dos economistas, que era de 2,7%. No ano como um todo, o avanço foi de 1,9%.
Foi uma desaceleração, comparando-se com os 4,1% do terceiro trimestre, mas há sinais de fortalecimento da recuperação como o aumento do consumo doméstico de 2% de julho a setembro para 3,3% no últimos três meses do ano passado.
O lucro das empresas avançou 1,9% no trimestre, fechando 2013 em 6%. As estatísticas são do Departamento do Comércio dos EUA.
Foi uma desaceleração, comparando-se com os 4,1% do terceiro trimestre, mas há sinais de fortalecimento da recuperação como o aumento do consumo doméstico de 2% de julho a setembro para 3,3% no últimos três meses do ano passado.
O lucro das empresas avançou 1,9% no trimestre, fechando 2013 em 6%. As estatísticas são do Departamento do Comércio dos EUA.
Yulia Timochenko lança candidatura na Ucrânia
A ex-primeira-ministra Yulia Timochenko, libertada pela revolução que derrubou o presidente Viktor Yanukovich em fevereiro de 2014, anunciou hoje sua candidatura à Presidência da Ucrânia nas eleições de 25 de maio, convocadas para reconstituir as instituições democráticas do país.
Oligarca que enriqueceu logo após a queda do comunismo e o fim da União Soviética, Timochenko foi uma das líderes da Revolução Laranja. De 22 de novembro de 2004 a 23 de janeiro de 2005, multidões saíram às ruas de Kiev e outras cidades ucranianas para impedir uma fraude eleitoral arquitetada pela Rússia para eleger Yanukovich. Envenenado, o oposicionista Viktor Yuchenko, teve o rosto desfigurado a cada dia publicamente, mas ganhou o "terceiro turno".
No poder, os líderes da Revolução Laranja se dividiram e mantiveram as mesmas práticas corruptas e viciadas, permitindo a vitória de Yahukovic e seus aliados nas eleições parlamentares de 2007 e na eleição presidencial de 2010, quando Timochenko perdeu por pequena margem no segundo turno.
Em 2011, Timochenko foi condenada e presa por corrupção e abuso de poder num processo denunciado como político pela União Europeia. Os líderes europeus boicotaram os jogos na Ucrânia da Copa Europeia de Seleções de 2012, disputada na Polônia e na Ucrânia.
Ela representa o poder corrupto e oligárquico que é a marca das ex-repúblicas da União Soviética, inclusive da Rússia. Mas líderes importantes da revolução como o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk são do partido da ex-primeira-ministra populista e carismática, usa uma transa sobre a cabeça no estilo da princesa Lea, da série Guerra nas Estrelas. Está em terceiro lugar nas pesquisas, mas tem grandes chances e um histórico de boas relações com a Rússia.
Afinal, a Rússia continua concentrando forças junto à fronteira da Ucrânia. Isso levou deputados republicanos da Comissão das Forças Armadas do Congresso dos Estados Unidos a escrever uma carta ao presidente Barack Obama advertindo-o de que a probabilidade de uma invasão russa ao resto da Ucrânia aumentou nos últimos dias.
Oligarca que enriqueceu logo após a queda do comunismo e o fim da União Soviética, Timochenko foi uma das líderes da Revolução Laranja. De 22 de novembro de 2004 a 23 de janeiro de 2005, multidões saíram às ruas de Kiev e outras cidades ucranianas para impedir uma fraude eleitoral arquitetada pela Rússia para eleger Yanukovich. Envenenado, o oposicionista Viktor Yuchenko, teve o rosto desfigurado a cada dia publicamente, mas ganhou o "terceiro turno".
No poder, os líderes da Revolução Laranja se dividiram e mantiveram as mesmas práticas corruptas e viciadas, permitindo a vitória de Yahukovic e seus aliados nas eleições parlamentares de 2007 e na eleição presidencial de 2010, quando Timochenko perdeu por pequena margem no segundo turno.
Em 2011, Timochenko foi condenada e presa por corrupção e abuso de poder num processo denunciado como político pela União Europeia. Os líderes europeus boicotaram os jogos na Ucrânia da Copa Europeia de Seleções de 2012, disputada na Polônia e na Ucrânia.
Ela representa o poder corrupto e oligárquico que é a marca das ex-repúblicas da União Soviética, inclusive da Rússia. Mas líderes importantes da revolução como o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk são do partido da ex-primeira-ministra populista e carismática, usa uma transa sobre a cabeça no estilo da princesa Lea, da série Guerra nas Estrelas. Está em terceiro lugar nas pesquisas, mas tem grandes chances e um histórico de boas relações com a Rússia.
Afinal, a Rússia continua concentrando forças junto à fronteira da Ucrânia. Isso levou deputados republicanos da Comissão das Forças Armadas do Congresso dos Estados Unidos a escrever uma carta ao presidente Barack Obama advertindo-o de que a probabilidade de uma invasão russa ao resto da Ucrânia aumentou nos últimos dias.
Governo da Turquia agora censura YouTube
Depois de ser obrigado a desbloquear o acesso ao Twitter, o governo da Turquia censurou o YouTube hoje, a apenas três dias das eleições municipais, vistas como um plebiscito sobre o autoritário primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, envolvido em escândalos de corrupção.
Nas últimas semanas, vazaram para as redes sociais gravações de telefonemas de Erdogan com assessores próximos, grandes empresários e com o próprio filho, com quem o primeiro-ministro discutia maneiras de esconder milhões de dólares supostamente oriundos de corrupção.
As últimas gravações revelam um debate interno no governo turco sobre uma possível intervenção na guerra civil da vizinha Síria com tropas e tanques. Erdogan alegou ser uma questão de segurança nacional.
Como o primeiro-ministro está sob investigação, acredita-se que os vazamentos sejam "fogo amigo", gente do próprio governo interessada em abalar Erdogan, envolvido numa disputa de poder com o presidente Abdullah Gul pela liderança do Partido da Justiça e do Desenvolvimento, islamita moderado.
Nas últimas semanas, vazaram para as redes sociais gravações de telefonemas de Erdogan com assessores próximos, grandes empresários e com o próprio filho, com quem o primeiro-ministro discutia maneiras de esconder milhões de dólares supostamente oriundos de corrupção.
As últimas gravações revelam um debate interno no governo turco sobre uma possível intervenção na guerra civil da vizinha Síria com tropas e tanques. Erdogan alegou ser uma questão de segurança nacional.
Como o primeiro-ministro está sob investigação, acredita-se que os vazamentos sejam "fogo amigo", gente do próprio governo interessada em abalar Erdogan, envolvido numa disputa de poder com o presidente Abdullah Gul pela liderança do Partido da Justiça e do Desenvolvimento, islamita moderado.
Alemanha ainda não impõe sanções à Rússia
O Ocidente ainda não conseguiu a união necessária para impor sanções econômicas mais duras à Rússia, como quer o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em resposta à anexação da Crimeia. A chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, afirma ainda estar trabalhando numa solução diplomática.
A Alemanha é o país ocidental com mais negócios e investimentos na Rússia. O comércio bilateral é de quase US$ 80 bilhões por ano. Merkel teme agravar a situação, criando uma hostilidade perigosa perto de suas fronteiras, além das sérias consequências econômicas. Tenta, por exemplo, acalmar a Polônia, que cobra uma atitude mais dura da União Europeia.
Durante vista a Roma, depois de se encontrar com o papa Francisco e com o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, em audiências separadas, Obama reafirmou estar pronto a rever suas posições se a Rússia recuar da anexação da Ucrânia, o que parece impossível.
Em Washington, o Fundo Monetário Internacional aprovou um empréstimo de US$ 18 bilhões à Ucrânia, condicionado a "duras" reformas econômicas.
A Alemanha é o país ocidental com mais negócios e investimentos na Rússia. O comércio bilateral é de quase US$ 80 bilhões por ano. Merkel teme agravar a situação, criando uma hostilidade perigosa perto de suas fronteiras, além das sérias consequências econômicas. Tenta, por exemplo, acalmar a Polônia, que cobra uma atitude mais dura da União Europeia.
Durante vista a Roma, depois de se encontrar com o papa Francisco e com o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, em audiências separadas, Obama reafirmou estar pronto a rever suas posições se a Rússia recuar da anexação da Ucrânia, o que parece impossível.
Em Washington, o Fundo Monetário Internacional aprovou um empréstimo de US$ 18 bilhões à Ucrânia, condicionado a "duras" reformas econômicas.
Satélite tailandês avista 300 objetos no Oceano Índico
Um satélite da Tailândia localizou 300 objetos boiando no Oceano Índico a 2,7 mil quilômetros a leste da cidade de Perth, na Austrália. Podem ser restos do Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Airlines desaparecido há 19 dias, quando ia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Beijim, na China, com 239 pessoas a bordo.
Os objetos têm até 15 metros de comprimento. "Não vamos nos atrever a afirmar que são destroços do avião", declarou um porta-voz tailandês.
Até agora, nenhum destroço do avião foi recolhido. O mau tempo obrigou a suspender as buscas nesta quinta-feira. A área de busca foi passou a ser algumas centenas de quilômetros ao norte.
A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) não encontrou no simulador de voo recolhido na casa do piloto nenhum indício comprometedor.
Os objetos têm até 15 metros de comprimento. "Não vamos nos atrever a afirmar que são destroços do avião", declarou um porta-voz tailandês.
Até agora, nenhum destroço do avião foi recolhido. O mau tempo obrigou a suspender as buscas nesta quinta-feira. A área de busca foi passou a ser algumas centenas de quilômetros ao norte.
A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) não encontrou no simulador de voo recolhido na casa do piloto nenhum indício comprometedor.
Assembleia Geral da ONU condena anexação da Crimeia
Com 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções, inclusive do Brasil, a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou hoje a anexação da Crimeia à Federação Russa.
A resolução tem apenas valor simbólico porque a Rússia tem direito de veto na ONU. Serve como um termômetro da reação internacional à intervenção militar russa na ex-república soviética da Ucrânia e para isolar ainda mais a Rússia, observa o jornal The New York Times.
A Crimeia foi oficialmente anexada à Rússia na semana passada, depois de um referendo convocado às pressas para 16 de março de 2014 e realizado sob a mira de fuzis Kalachnikov russos.
Ao defender a resolução, o ministro do Exterior da Ucrânia, Andriy Deschitsia, alegou que o referendo "não foi válido", descreveu as ações da Rússia como "uma violação direta da Carta da ONU" e apelou a todos os países do mundo para que não reconheçam as novas fronteiras.
Em resposta, a Rússia alegou que a Crimeia tem direito à autodeterminação, outro princípio inscrito na Carta da ONU. A embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Power, contra-argumentou que a coerção não pode ser um meio para atingir a autodeterminação. O resultado seria o caos.
Num dos discursos de maior impacto, o embaixador da Costa Rica, Eduardo Ulibarri, lembrou que o direito internacional é a única força capaz de "defender a soberania" dos países pequenos.
Até agora, só três países reconheceram a anexação da Crimeia: a Síria, a Venezuela e o Afeganistão, onde o presidente Hamid Karzai desafia os EUA para ajudar seu candidato na eleição presidencial de abril de 2014.
A resolução tem apenas valor simbólico porque a Rússia tem direito de veto na ONU. Serve como um termômetro da reação internacional à intervenção militar russa na ex-república soviética da Ucrânia e para isolar ainda mais a Rússia, observa o jornal The New York Times.
A Crimeia foi oficialmente anexada à Rússia na semana passada, depois de um referendo convocado às pressas para 16 de março de 2014 e realizado sob a mira de fuzis Kalachnikov russos.
Ao defender a resolução, o ministro do Exterior da Ucrânia, Andriy Deschitsia, alegou que o referendo "não foi válido", descreveu as ações da Rússia como "uma violação direta da Carta da ONU" e apelou a todos os países do mundo para que não reconheçam as novas fronteiras.
Em resposta, a Rússia alegou que a Crimeia tem direito à autodeterminação, outro princípio inscrito na Carta da ONU. A embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Power, contra-argumentou que a coerção não pode ser um meio para atingir a autodeterminação. O resultado seria o caos.
Num dos discursos de maior impacto, o embaixador da Costa Rica, Eduardo Ulibarri, lembrou que o direito internacional é a única força capaz de "defender a soberania" dos países pequenos.
Até agora, só três países reconheceram a anexação da Crimeia: a Síria, a Venezuela e o Afeganistão, onde o presidente Hamid Karzai desafia os EUA para ajudar seu candidato na eleição presidencial de abril de 2014.
quarta-feira, 26 de março de 2014
Kerry oferece soltar espião de Israel preso nos EUA
Para tentar salvar as negociações de paz entre israelenses e palestinos, em sua última visita ao Oriente Médio, o secretário de Estado americano, John Kerry, ofereceu a libertação do espião israelense Jonathan Pollard, preso nos Estados Unidos, para garantir a nova rodada de libertação de prisioneiros palestinos, informou hoje a Rádio do Exército de Israel.
A notícia não foi confirmada por um porta-voz do Departamento de Estado, que declarou não haver planos para libertar Pollard, o espião israelense condenado à prisão perpétua por roubar segredos de Estado dos EUA nos anos 1980s.
Quando o processo de paz foi retomado, em julho de 2013, Israel concordou em libertar 104 antigos prisioneiros palestinos em quatro etapas. Em troca, esses palestinos se comprometem a não processar o país em tribunais internacionais.
Hoje há uma forte resistência dentro do governo linha-dura de Israel para libertar mais palestinos presos na sua longa guerra contra Israel. Até agora, foram soltos 78. O governo Benjamin Netanyahu advertiu a Autoridade Nacional Palestina que os presos não sairão em 29 de março de 2014, como previsto, se os palestinos não concordarem em prorrogar as negociações além de 29 de abril deste ano.
Israel resiste especialmente a soltar árabes israelenses e residente no setor oriental de Jerusalém. Neste caso, a ANP ameaça recorrer às Nações Unidas e a outras organizações internacionais.
A notícia não foi confirmada por um porta-voz do Departamento de Estado, que declarou não haver planos para libertar Pollard, o espião israelense condenado à prisão perpétua por roubar segredos de Estado dos EUA nos anos 1980s.
Quando o processo de paz foi retomado, em julho de 2013, Israel concordou em libertar 104 antigos prisioneiros palestinos em quatro etapas. Em troca, esses palestinos se comprometem a não processar o país em tribunais internacionais.
Hoje há uma forte resistência dentro do governo linha-dura de Israel para libertar mais palestinos presos na sua longa guerra contra Israel. Até agora, foram soltos 78. O governo Benjamin Netanyahu advertiu a Autoridade Nacional Palestina que os presos não sairão em 29 de março de 2014, como previsto, se os palestinos não concordarem em prorrogar as negociações além de 29 de abril deste ano.
Israel resiste especialmente a soltar árabes israelenses e residente no setor oriental de Jerusalém. Neste caso, a ANP ameaça recorrer às Nações Unidas e a outras organizações internacionais.
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Liga Árabe nunca aceitará Israel como Estado judaico
No fim de uma reunião de dois dias, a Liga Árabe declarou hoje que jamais vai reconhecer Israel como um Estado judaico, uma das exigências do primeiro-ministro conservador Benjamin Netanyahu nas negociações de paz com os palestinos.
Israel quer uma garantia de que seu caráter judaico nunca seja ameaçado por um possível crescimento da população árabe. Os palestinos e a Liga Árabe temem que isso acabe com o "direito de retorno" dos refugiados expulsos das terras onde foi criado o Estado de Israel, em 1948, e até mesmo sirva para justificar o êxodo forçado dos árabes.
A Liga Árabe também denunciou os massacres cometidos pelo governo na guerra civil na Síria e defenderam a realização de negociações para encontrar uma solução política para o conflito que matou mais de 140 mil pessoas nos últimos três anos.
Israel quer uma garantia de que seu caráter judaico nunca seja ameaçado por um possível crescimento da população árabe. Os palestinos e a Liga Árabe temem que isso acabe com o "direito de retorno" dos refugiados expulsos das terras onde foi criado o Estado de Israel, em 1948, e até mesmo sirva para justificar o êxodo forçado dos árabes.
A Liga Árabe também denunciou os massacres cometidos pelo governo na guerra civil na Síria e defenderam a realização de negociações para encontrar uma solução política para o conflito que matou mais de 140 mil pessoas nos últimos três anos.
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Marechal Al-Sissi lança candidatura no Egito
Dois dias depois da condenação à morte de 529 ativistas da Irmandade Muçulmana e horas depois de renunciar aos cargos de ministro da Defesa e comandante supremo das Forças Armadas, o marechal Abdel Fattah al-Sissi, líder do golpe militar de 3 de julho de 2013, anunciou sua candidatura à Presidência do Egito na eleição a ser realizada provavelmente em abril de 2014.
Mais de mil pessoas foram mortas desde o golpe contra o presidente Mohamed Mursi, o único eleito democraticamente até hoje na história do país. Pelo menos parte das condenações à morte em massa deve ser revertida, mas a dureza da sentença aponta para o rigor da era de Gamal Abdel Nasser do que sob a ditadura de Hosni Mubarak, derrubado em fevereiro de 2011.
Enquanto jornalistas da rede de televisão árabe Al Jazira são processados, as vozes dissidentes liberais e socialistas que lutaram contra Mubarak vão sendo sufocadas mais uma vez pelo ressurgimento do Estado policial.
Neste clima de violência e incerteza que vem desde a chamada Primavera Árabe, o marechal Al-Sissi surge como mais um salvador da pátria que livrou o Egito das garras do extremismo muçulmano.
Mais de mil pessoas foram mortas desde o golpe contra o presidente Mohamed Mursi, o único eleito democraticamente até hoje na história do país. Pelo menos parte das condenações à morte em massa deve ser revertida, mas a dureza da sentença aponta para o rigor da era de Gamal Abdel Nasser do que sob a ditadura de Hosni Mubarak, derrubado em fevereiro de 2011.
Enquanto jornalistas da rede de televisão árabe Al Jazira são processados, as vozes dissidentes liberais e socialistas que lutaram contra Mubarak vão sendo sufocadas mais uma vez pelo ressurgimento do Estado policial.
Neste clima de violência e incerteza que vem desde a chamada Primavera Árabe, o marechal Al-Sissi surge como mais um salvador da pátria que livrou o Egito das garras do extremismo muçulmano.
Obama adverte UE a não ceder diante da Rússia
A atitude da Rússia de redesenhar fronteiras internacionais e anexar a região da Crimeia é um alerta ao resto do mundo e às novas gerações de que os direitos e liberdades conquistados nas últimas décadas precisam ser constantemente defendidos, afirmou hoje em Bruxelas, na Bélgica, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao avaliar a crise na ex-república soviética da Ucrânia.
Para Obama, a União Europeia e os EUA estão sendo "testados" pelo expansionismo russo numa luta entre os ideais democráticos e "uma visão antiga e mais tradicional do poder". Precisam evitar a "complacência" diante de violações do direito internacional.
Num longo discurso em que falou das duas guerras mundiais que assolaram a Europa e da paz que o continente vive desde então, o presidente americano respondeu uma a uma às alegações do presidente russo, Vladimir Putin, para justificar a anexação da Crimeia, que tinha o status de república autônoma dentro da Ucrânia.
Obama rejeitou a comparação com a antiga província sérvia do Kossovo, onde houve uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Sérvia liderada por Slobodan Milosevic depois de anos de massacre da população de origem albanesa, seguida de um referendo sobre a independência realizado sob fiscalização internacional, em contraste com a consulta popular realizada às pressas na Ucrânia sob fuzis Kalachnikov.
Até a invasão do Iraque no governo George W. Bush, à qual se opôs, Obama tentou justificar alegando que os EUA não tinham o objetivo de conquistar territórios, como se instalar governos-fantoches não tivesse a mesma marca imperialista.
O presidente declarou que os EUA não querem conflito com a Rússia, mas reafirmou o compromisso de defender os aliados da OTAN, que hoje incluem as ex-repúblicas soviéticas do Mar Báltico, Estônia, Letônia e Lituânia. Lá, a exemplo da Ucrânia, uma parte significativa da população é étnica e culturalmente russa.
Para Obama, a União Europeia e os EUA estão sendo "testados" pelo expansionismo russo numa luta entre os ideais democráticos e "uma visão antiga e mais tradicional do poder". Precisam evitar a "complacência" diante de violações do direito internacional.
Num longo discurso em que falou das duas guerras mundiais que assolaram a Europa e da paz que o continente vive desde então, o presidente americano respondeu uma a uma às alegações do presidente russo, Vladimir Putin, para justificar a anexação da Crimeia, que tinha o status de república autônoma dentro da Ucrânia.
Obama rejeitou a comparação com a antiga província sérvia do Kossovo, onde houve uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Sérvia liderada por Slobodan Milosevic depois de anos de massacre da população de origem albanesa, seguida de um referendo sobre a independência realizado sob fiscalização internacional, em contraste com a consulta popular realizada às pressas na Ucrânia sob fuzis Kalachnikov.
Até a invasão do Iraque no governo George W. Bush, à qual se opôs, Obama tentou justificar alegando que os EUA não tinham o objetivo de conquistar territórios, como se instalar governos-fantoches não tivesse a mesma marca imperialista.
O presidente declarou que os EUA não querem conflito com a Rússia, mas reafirmou o compromisso de defender os aliados da OTAN, que hoje incluem as ex-repúblicas soviéticas do Mar Báltico, Estônia, Letônia e Lituânia. Lá, a exemplo da Ucrânia, uma parte significativa da população é étnica e culturalmente russa.
Justiça da Turquia suspende bloqueio ao Twitter
Um tribunal administrativo de Ancara suspendeu hoje o bloqueio de acesso ao Twitter imposto na semana passada a pedido do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que tenta se safar de um escândalo de corrupção.
Até o presidente turco, Abdullah Gul, que disputa a liderança do partido do governo com Erdogan, criticou a censura. Se dependesse do primeiro-ministro, ela seria mantida até as eleições municipais de 30 de março de 2014.
Até o presidente turco, Abdullah Gul, que disputa a liderança do partido do governo com Erdogan, criticou a censura. Se dependesse do primeiro-ministro, ela seria mantida até as eleições municipais de 30 de março de 2014.
Facebook compra Oculus VR por US$ 2 bilhões
Depois de pagar US$ 19 bilhões pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, o Facebook anuncia agora a compra da Oculus VR, uma empresa de realidade virtual que fabrica óculos digitais para videogames, capazes de incorporar os elementos de um computador, revelou hoje o jornal The Washington Post. É mais um equipamento capaz de revolucionar a tecnologia da informação.
Com a aquisição, o Facebook entre na corrida tecnológica com o Google Glass, uma pequena tela do tamanho de um selo postal ligada a uma armação de óculos que permita gravar vídeos, navegar na rede e ler o correio eletrônico através de uma conexão sem fio com telefone celular.
O Google já fez acordos para que os fabricantes de óculos Ray-Ban e Oakley incorporem a tecnologia a seus produtos.
Com a aquisição, o Facebook entre na corrida tecnológica com o Google Glass, uma pequena tela do tamanho de um selo postal ligada a uma armação de óculos que permita gravar vídeos, navegar na rede e ler o correio eletrônico através de uma conexão sem fio com telefone celular.
O Google já fez acordos para que os fabricantes de óculos Ray-Ban e Oakley incorporem a tecnologia a seus produtos.
EUA condenam genro de Ben Laden por terrorismo
Um júri popular condenou hoje em Nova York o kuwaitiano Suleiman Abu Ghaith, genro do falecido líder terrorista Ossama ben Laden e ex-porta-voz da rede terrorista Al Caeda, por três acusações de conspiração para matar americanos e ajudar terroristas, noticia a agência Reuters.
O pregador de 48 anos é o mais alto dirigente d'al Caeda julgado até hoje pela Justiça dos Estados Unidos. Durante as três semanas de julgamento, ele descreve um encontro com Ben Laden na noite de 11 de setembro de 2001 em cavernas escondidas nas montanhas do Afeganistão.
Diante da confissão do líder terrorista de que Al Caeda tinha sido responsável pelos ataques às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono, nos arredores de Washington, Abu Ghaith, advertiu Ben Laden: "Se isso ficar provado, os EUA não vão descansar enquanto não derrubarem o governo dos Talebã e matarem você."
A promotoria acusou Abu Ghaith de ser o braço direito de Ben Laden e de ter ajudado a recrutar uma nova geração de terroristas com as mensagens da rede glorificando os atentados de 11 de setembro. Ele aparece com Ben Laden num vídeo gravado no dia seguinte com a avaliação sobre o impacto da ação.
Abu Ghaith fugiu para o irã em 2002. Foi preso na Turquia em 2013 e enviado para os EUA. Seu julgamento é mais um para avaliar a possibilidade de fechar o centro de detenção ilegal instalada na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, e levar os prisioneiros para julgamento em território dos EUA.
O pregador de 48 anos é o mais alto dirigente d'al Caeda julgado até hoje pela Justiça dos Estados Unidos. Durante as três semanas de julgamento, ele descreve um encontro com Ben Laden na noite de 11 de setembro de 2001 em cavernas escondidas nas montanhas do Afeganistão.
Diante da confissão do líder terrorista de que Al Caeda tinha sido responsável pelos ataques às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono, nos arredores de Washington, Abu Ghaith, advertiu Ben Laden: "Se isso ficar provado, os EUA não vão descansar enquanto não derrubarem o governo dos Talebã e matarem você."
A promotoria acusou Abu Ghaith de ser o braço direito de Ben Laden e de ter ajudado a recrutar uma nova geração de terroristas com as mensagens da rede glorificando os atentados de 11 de setembro. Ele aparece com Ben Laden num vídeo gravado no dia seguinte com a avaliação sobre o impacto da ação.
Abu Ghaith fugiu para o irã em 2002. Foi preso na Turquia em 2013 e enviado para os EUA. Seu julgamento é mais um para avaliar a possibilidade de fechar o centro de detenção ilegal instalada na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, e levar os prisioneiros para julgamento em território dos EUA.
Imagens mostram 122 objetos que podem ser do avião
Novas imagens de satélites fornecidas pela França revelaram hoje 122 objetos no Oceano Índico que podem ser destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido em 8 de março de 2014 quando ia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Beijim, na China, com 239 pessoas a bordo, anunciou hoje o ministro da Defesa malasiano, Hichamudin Hussein.
As imagens foram feitas no domingo por um satélite francês da empresa Airbus Defence & Space. O ministro disse que um dos objetos tem cerca de 23 metros de cumprimentos. Eles flutuam a 2.557 quilômetros da costa da Austrália.
Com a melhora nas condições atmosféricas, as operações de busca foram retomadas nesta quarta-feira. A área de busca tem agora 1,6 milhão de quilômetros quadrados. Navios de seis países estão participando. Os Estados Unidos mandaram um equipamento de última geração capaz de rastrear submarinos para tentar localizar os restos do avião no fundo do mar.
As imagens foram feitas no domingo por um satélite francês da empresa Airbus Defence & Space. O ministro disse que um dos objetos tem cerca de 23 metros de cumprimentos. Eles flutuam a 2.557 quilômetros da costa da Austrália.
Com a melhora nas condições atmosféricas, as operações de busca foram retomadas nesta quarta-feira. A área de busca tem agora 1,6 milhão de quilômetros quadrados. Navios de seis países estão participando. Os Estados Unidos mandaram um equipamento de última geração capaz de rastrear submarinos para tentar localizar os restos do avião no fundo do mar.
terça-feira, 25 de março de 2014
Obama desqualifica Rússia como "potência regional"
Em meio à guerrinha fria deflagrada pela anexação da Crimeia, o presidente Barack Obama atacou verbalmente a Rússia hoje, descrevendo-a como uma "potência regional" e não a potência mundial dos sonhos do homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin. A maioria dos americanos discorda, observa o jornal The Washington Post.
Durante entrevista coletiva em Haia, ao lado do primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, Obama disparou: "A Rússia é uma potência regional que está ameaçando alguns de seus vizinhos próximos não por causa de sua força, mas por causa de sua fraqueza."
O presidente americano respondia a uma pergunta provocativa sobre uma advertência feita por seu adversário republicano na eleição de 2012. Num debate, Mitt Romney advertiu que a Rússia era o inimigo estratégico número um dos Estados Unidos. Obama não deu importância, considerou uma herança do pensamento conservador do tempo da Guerra Fria.
Mas a ameaça do passado sobrevive na consciência coletiva dos EUA. Uma sondagem recente do Centro de Pesquisas Pew indicou que 26% dos americanos veem a Rússia como "adversária" e outras 43% a consideram um "problema sério". Ou seja, 69% não têm uma boa imagem do inimigo histórico da Guerra Fria.
Quando Obama chama a Rússia de potência regional, sugere que o país não tem recursos econômicos para projetar seu poderio militar para qualquer canto do planeta. A economia russa já estava estagnada e vai sofrer mais ainda com as sanções impostas pelo Ocidente.
Mas a Rússia herdou as armas nucleares da extinga União Soviética, que podem atingir o mundo inteiro, e Putin se dedica a reconstruir as forças convencionais depois da vergonhosa derrota na Primeira Guerra da Chechênia (1994-96), vendendo armas por aí afora para financiar essa modernização. Pela capacidade para criar problemas, não é uma potência para ser ignorada.
Durante entrevista coletiva em Haia, ao lado do primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, Obama disparou: "A Rússia é uma potência regional que está ameaçando alguns de seus vizinhos próximos não por causa de sua força, mas por causa de sua fraqueza."
O presidente americano respondia a uma pergunta provocativa sobre uma advertência feita por seu adversário republicano na eleição de 2012. Num debate, Mitt Romney advertiu que a Rússia era o inimigo estratégico número um dos Estados Unidos. Obama não deu importância, considerou uma herança do pensamento conservador do tempo da Guerra Fria.
Mas a ameaça do passado sobrevive na consciência coletiva dos EUA. Uma sondagem recente do Centro de Pesquisas Pew indicou que 26% dos americanos veem a Rússia como "adversária" e outras 43% a consideram um "problema sério". Ou seja, 69% não têm uma boa imagem do inimigo histórico da Guerra Fria.
Quando Obama chama a Rússia de potência regional, sugere que o país não tem recursos econômicos para projetar seu poderio militar para qualquer canto do planeta. A economia russa já estava estagnada e vai sofrer mais ainda com as sanções impostas pelo Ocidente.
Mas a Rússia herdou as armas nucleares da extinga União Soviética, que podem atingir o mundo inteiro, e Putin se dedica a reconstruir as forças convencionais depois da vergonhosa derrota na Primeira Guerra da Chechênia (1994-96), vendendo armas por aí afora para financiar essa modernização. Pela capacidade para criar problemas, não é uma potência para ser ignorada.
Venezuela prende brigadeiros acusados de golpe
Em meio a uma onda de protestos sem precedentes desde a ascensão do chavismo, em 1998, o presidente Nicolás Maduro anunciou hoje a prisão de três generais-brigadeiros da Força Aérea da Venezuela, acusados de planejar um golpe de Estado, mas não os identificou.
Incompetente e incapaz, em meio a uma crise econômica sem precedentes, com inflação de 60% ao ano, desabastecimento de 28% dos produtos nos supermercados e criminalidade recorde, ao receber uma missão de ministros do Exteriores da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Maduro se declarou vítima de um "golpe de Estado permanente".
Ontem, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, cassou sem mandato nem direito de defesa o mandato da deputada oposicionista María Corina Machado, que se inscreveu para falar na Organização dos Estados Americanos (OEA) através da delegação panamenha. Por ordem de Maduro, a Venezuela rompeu com o Panamá porque este país levou o conflito político venezuelano à OEA.
Hoje María Corina declarou que seu mandato pertence ao povo venezuelano. Ela prometeu continuar lutando até restaurar a democracia na Venezuela.
Incompetente e incapaz, em meio a uma crise econômica sem precedentes, com inflação de 60% ao ano, desabastecimento de 28% dos produtos nos supermercados e criminalidade recorde, ao receber uma missão de ministros do Exteriores da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Maduro se declarou vítima de um "golpe de Estado permanente".
Ontem, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, cassou sem mandato nem direito de defesa o mandato da deputada oposicionista María Corina Machado, que se inscreveu para falar na Organização dos Estados Americanos (OEA) através da delegação panamenha. Por ordem de Maduro, a Venezuela rompeu com o Panamá porque este país levou o conflito político venezuelano à OEA.
Hoje María Corina declarou que seu mandato pertence ao povo venezuelano. Ela prometeu continuar lutando até restaurar a democracia na Venezuela.
S&P rebaixa nota de crédito do Brasil
Por causa do baixo crescimento e da deterioração das contas públicas e da balança comercial, a agência de classficação de risco Standard & Poor's rebaixou ontem a nota de crédito da dívida soberana do Brasil em um grau, de BBB para BBB-, deixando-a apenas um nível acima do limite entre grau de investimento e investimento especulativo.
A S&P ainda manifestou preocupações com a inflação e a crise energética. As empresas estatais Petrobrás e Eletrobrás também foram rebaixados.
Quando os títulos da dívida pública de um país são rebaixados, os juros cobrados para emprestar dinheiro para e o governo e as empresas sobem. Se não tem grau de investimento, os fundos de pensão, que aplicam dinheiro para aposentadoria, são proibidos pelas legislações de vários países de aplicar nesses fundos.
Como observou o economista americano Paul Krugman em palestra recente no Brasil, a situação econômica do país não pode ser comparada com a crise permanente anterior ao Plano Real. O Brasil passou bem pela Grande Recessão de 2008-9. Mas houve uma grande deterioração das expectativas quanto ao futuro imediato da economia brasileira.
Na década passada, embalado pelo extraordinário crescimento da China, no governo Lula, o Brasil cresceu numa taxa média superior a 4% ao ano, aliás, a meta prometida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos primeiros anos do governo Dilma Rousseff.
A revista inglesa The Economist já pediu várias vezes a cabeça do ministro Mantega. Dilma se nega a demiti-lo porque diz não aceitar pressões de uma publicação estrangeira. Na verdade, a verdadeira ministra da Economia é a presidente, que incluiu no seu Currículo Lattes um doutorado que não completou.
Foi Dilma quem decidiu baixar a taxa básica de juros na marra, apesar do risco inflacionário, e ainda disse que estava mais preocupada com o desemprego do que com os preços, mostrando leniência com a inflação. Foi Dilma quem reduziu as tarifas de energia elétrica deixando um rombo de R$ 18 bilhões que será pago pelo consumidor.
Agora, sabemos também que Dilma não se manifestou contra negócios ruinosos da Petrobrás, cujo conselho presidia como ministra-chefe da Casa Civil de Lula. Sob os governos petistas, a Petrobrás e a Eletrobrás perderam US$ 100 bilhões. O país ficou mais pobre. A empresa estatal de petróleo caiu de 12ª para 120ª maior empresa do mundo.
O Brasil não vai tão mal assim, mas as expectativas de desenvolvimento pioraram muito. Bastou boato de que os candidatos da oposição cresceriam na última pesquisa do Ibope para a Bolsa de Valores de São Paulo ter forte alta. Em outras palavras, na visão de empresários e investidores, a crise é Dilma.
Para gerar os empregos necessários para absorver os milhões de jovens que entram a cada ano no mercado de trabalho e resgatar a dívida social com a população carente, o Brasil precisa crescer a taxas de 5% ao ano. Com a economia dilmista, foi continuar se arrastando, perdendo competitividade e se desindustrializando.
Mas, como o povo vota com a mão no bolso, enquanto a maioria da população não sentir os efeitos da crise na inflação, no salário e no emprego, a presidente será favorita à reeleição.
A S&P ainda manifestou preocupações com a inflação e a crise energética. As empresas estatais Petrobrás e Eletrobrás também foram rebaixados.
Quando os títulos da dívida pública de um país são rebaixados, os juros cobrados para emprestar dinheiro para e o governo e as empresas sobem. Se não tem grau de investimento, os fundos de pensão, que aplicam dinheiro para aposentadoria, são proibidos pelas legislações de vários países de aplicar nesses fundos.
Como observou o economista americano Paul Krugman em palestra recente no Brasil, a situação econômica do país não pode ser comparada com a crise permanente anterior ao Plano Real. O Brasil passou bem pela Grande Recessão de 2008-9. Mas houve uma grande deterioração das expectativas quanto ao futuro imediato da economia brasileira.
Na década passada, embalado pelo extraordinário crescimento da China, no governo Lula, o Brasil cresceu numa taxa média superior a 4% ao ano, aliás, a meta prometida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos primeiros anos do governo Dilma Rousseff.
A revista inglesa The Economist já pediu várias vezes a cabeça do ministro Mantega. Dilma se nega a demiti-lo porque diz não aceitar pressões de uma publicação estrangeira. Na verdade, a verdadeira ministra da Economia é a presidente, que incluiu no seu Currículo Lattes um doutorado que não completou.
Foi Dilma quem decidiu baixar a taxa básica de juros na marra, apesar do risco inflacionário, e ainda disse que estava mais preocupada com o desemprego do que com os preços, mostrando leniência com a inflação. Foi Dilma quem reduziu as tarifas de energia elétrica deixando um rombo de R$ 18 bilhões que será pago pelo consumidor.
Agora, sabemos também que Dilma não se manifestou contra negócios ruinosos da Petrobrás, cujo conselho presidia como ministra-chefe da Casa Civil de Lula. Sob os governos petistas, a Petrobrás e a Eletrobrás perderam US$ 100 bilhões. O país ficou mais pobre. A empresa estatal de petróleo caiu de 12ª para 120ª maior empresa do mundo.
O Brasil não vai tão mal assim, mas as expectativas de desenvolvimento pioraram muito. Bastou boato de que os candidatos da oposição cresceriam na última pesquisa do Ibope para a Bolsa de Valores de São Paulo ter forte alta. Em outras palavras, na visão de empresários e investidores, a crise é Dilma.
Para gerar os empregos necessários para absorver os milhões de jovens que entram a cada ano no mercado de trabalho e resgatar a dívida social com a população carente, o Brasil precisa crescer a taxas de 5% ao ano. Com a economia dilmista, foi continuar se arrastando, perdendo competitividade e se desindustrializando.
Mas, como o povo vota com a mão no bolso, enquanto a maioria da população não sentir os efeitos da crise na inflação, no salário e no emprego, a presidente será favorita à reeleição.
segunda-feira, 24 de março de 2014
Obama reforça caçada a Joseph Kony
O presidente Barack Obama mandou quatro aviões militares e mais 150 soldados de elite de forças de operações especiais do Exército dos Estados Unidos, além de tripulações e equipes de manutenção das aeronaves para se juntar à busca pelo senhor da guerra ugandês Joseph Kony, acusado de vários crimes de guerra, inclusive o recrutamento forçado de meninos para a guerra.
A Casa Branca notificou o Congresso no domingo à noite sobre o reforço realizado com base na Lei de Poderes de Guerra. Os aviões Bell Boeing CV-22 Osprey são capazes de aterrissar e decolar na vertical.
A Casa Branca notificou o Congresso no domingo à noite sobre o reforço realizado com base na Lei de Poderes de Guerra. Os aviões Bell Boeing CV-22 Osprey são capazes de aterrissar e decolar na vertical.
EUA enviam localizador de caixa-preta ao Índico
O comando militar dos Estados Unidos no Oceano Pacífico ordenou à Frota do Pacífico que leve um equipamento de localização da caixa-preta com os registros de voo para o área do Oceano Índico onde se acredita que o Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Air desaparecido há 16 dias tenha caído no mar com 239 pessoas a bordo.
Com o localizador TPL-25, a Marinha dos EUA acredita poder achar caixas-pretas a profundidades de até 6,5 mil metros. O voo MH370 é um bom teste.
Com o localizador TPL-25, a Marinha dos EUA acredita poder achar caixas-pretas a profundidades de até 6,5 mil metros. O voo MH370 é um bom teste.
Síria impede ajuda a necessitados
A ditadura de Bachar Assad ignorou as advertências das Nações Unidas e manteve no mês passado o bloqueio a mais de 220 mil civis isolados pela guerra civil que flagela a Síria há três anos, impedindo que recebam comida e medicamentos, informa um relatório entregue sábado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.
O bloqueio à ajuda internacional continua um mês depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou sua primeira resolução relativa à guerra civil síria, exigindo que os combatentes deem acesso imediato aos trabalhadores de agências humanitárias envolvidos em operações de socorro às vítimas. A cada 30, o secretário-geral deve apresentar um relatório sobre a situação ao Conselho de Segurança.
Com o agravamento das divergências entre as grandes potências diante da anexação da Crimeia pela Rússia, a cooperação na questão síria fica ainda mais difícil. Moscou, que apoia Assad, tenta a levar a guerrinha fria indireta que trava com o Ocidente para outros campos de batalha, como a Síria e o Irã.
O bloqueio à ajuda internacional continua um mês depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou sua primeira resolução relativa à guerra civil síria, exigindo que os combatentes deem acesso imediato aos trabalhadores de agências humanitárias envolvidos em operações de socorro às vítimas. A cada 30, o secretário-geral deve apresentar um relatório sobre a situação ao Conselho de Segurança.
Com o agravamento das divergências entre as grandes potências diante da anexação da Crimeia pela Rússia, a cooperação na questão síria fica ainda mais difícil. Moscou, que apoia Assad, tenta a levar a guerrinha fria indireta que trava com o Ocidente para outros campos de batalha, como a Síria e o Irã.
Egito condena à morte 529 da Irmandade Muçulmana
A Justiça do Egito condenou à morte hoje 529 partidários da Irmandade Muçulmana, do presidente deposto Mohamed Mursi, sob a acusação de atacar delegacias de polícia e outros prédios públicos. Dos condenados, só 152 estão presos. Os outros foram declarados foragidos.
É um dos processos mais importantes desde o golpe de 3 de julho de 2013 contra Mursi, o primeiro e único presidente eleito democraticamente da história do Egito. Neste caso, foram julgadas cerca de 1,2 mil pessoas envolvidas em violentos protestos contra o golpe na província de Mínia.
Pela primeira vez, foram proferidas sentenças de morte - o maior número de sentenças fatais num único processo já registrada pela organização não governamental de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, e em tempo recorde, sem respeitar o direito à ampla defesa.
Para o presidente da Comissão de Direitos e Liberdades, Mohamed Lotfy, as condenações são "ridículas e injustificadas" e marcam um "ápice da politização do Poder Judiciário". Alguns advogados de defesa dos réus alegam que não puderam nem sequer ver o processo.
Depois do golpe, a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, foi considerada terrorista e colocada na ilegalidade. Na prática, o golpe recriou a ditadura militar que governou o Egito desde a queda da monarquia, em 1952, até a revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 2011. A atual repressão está mais para a era de Gamal Abdel Nasser do que para a de Mubarak.
É um dos processos mais importantes desde o golpe de 3 de julho de 2013 contra Mursi, o primeiro e único presidente eleito democraticamente da história do Egito. Neste caso, foram julgadas cerca de 1,2 mil pessoas envolvidas em violentos protestos contra o golpe na província de Mínia.
Pela primeira vez, foram proferidas sentenças de morte - o maior número de sentenças fatais num único processo já registrada pela organização não governamental de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, e em tempo recorde, sem respeitar o direito à ampla defesa.
Para o presidente da Comissão de Direitos e Liberdades, Mohamed Lotfy, as condenações são "ridículas e injustificadas" e marcam um "ápice da politização do Poder Judiciário". Alguns advogados de defesa dos réus alegam que não puderam nem sequer ver o processo.
Depois do golpe, a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, foi considerada terrorista e colocada na ilegalidade. Na prática, o golpe recriou a ditadura militar que governou o Egito desde a queda da monarquia, em 1952, até a revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 2011. A atual repressão está mais para a era de Gamal Abdel Nasser do que para a de Mubarak.
Governo da Malásia afirma que avião caiu no mar
Uma nova análise dos dados de satélites indica que o Boeing 777 que saiu da rota quando voava de Kuala Lumpur para Beijim em 8 de março de 2014 caiu no Oceano Índico e não há sobreviventes entre as 239 pessoas a bordo, declarou hoje o primeiro-ministro malasiano, Najib Razak.
Nos últimos dias, equipes de busca procuram localizar objetos vistos por satélites da Austrália, China e França que podem ser destroços do avião.
Hoje, 16 dias depois, a companhia aérea enviou esta mensagem aos parentes dos passageiros: "A Malaysia Airlines lamenta profundamente ter de presumir que o voo MH 370 foi perdido e que nenhuma das pessoas a bordo sobreviveu. Como você vai ouvir do primeiro-ministro da Malásia, temos de aceitar os indícios de que o avião caiu no Sul do Oceano Índico."
Nos últimos dias, equipes de busca procuram localizar objetos vistos por satélites da Austrália, China e França que podem ser destroços do avião.
Hoje, 16 dias depois, a companhia aérea enviou esta mensagem aos parentes dos passageiros: "A Malaysia Airlines lamenta profundamente ter de presumir que o voo MH 370 foi perdido e que nenhuma das pessoas a bordo sobreviveu. Como você vai ouvir do primeiro-ministro da Malásia, temos de aceitar os indícios de que o avião caiu no Sul do Oceano Índico."
Avião chinês observa objeto suspeito no Oceano Índico
Uma tripulação da Força Aérea da China enxergou "objetos suspeitos" no Oceano Índico que podem ser destroços do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines desaparecido há 15 dias, quando ia da capital da Malásia, Kuala Lumpur, para a da China, Beijim, com 239 pessoas a bordo, informou a agência oficial de notícias Nova China.
É a primeira vez que algum objeto é visto a olho nu na busca pelo avião. A conferir, se é mesmo do Boeing.
Mais cedo, a França revelara que um de seus satélites também detectou imagens que podem ser do avião sumido.
O desaparecimento do voo MH370 é um desses mistérios que parecem impossíveis na era da informação. Alguém mudou a rota e desligou todos os equipamentos de comunicação de bordo do avião, não se sabe por quê.
A última especulação é que o avião poderia ter descido para baixa altitude, como indicam alguns radares, talvez por causa de um acidente capaz de prejudicar a pressurização da cabine e o fornecimento de oxigênio. Com todos os passageiros e tripulantes dormindo, em estado letárgico, o Boeing teria seguido em voo cego até acabar o combustível e mergulhar no Oceano Índico.
Se for confirmado que o Boeing desapareceu onde está sendo procurado, no Sul do Oceano Índico, seguia em direção à Antártida, onde não teria a menor condição de pousar.
É a primeira vez que algum objeto é visto a olho nu na busca pelo avião. A conferir, se é mesmo do Boeing.
Mais cedo, a França revelara que um de seus satélites também detectou imagens que podem ser do avião sumido.
O desaparecimento do voo MH370 é um desses mistérios que parecem impossíveis na era da informação. Alguém mudou a rota e desligou todos os equipamentos de comunicação de bordo do avião, não se sabe por quê.
A última especulação é que o avião poderia ter descido para baixa altitude, como indicam alguns radares, talvez por causa de um acidente capaz de prejudicar a pressurização da cabine e o fornecimento de oxigênio. Com todos os passageiros e tripulantes dormindo, em estado letárgico, o Boeing teria seguido em voo cego até acabar o combustível e mergulhar no Oceano Índico.
Se for confirmado que o Boeing desapareceu onde está sendo procurado, no Sul do Oceano Índico, seguia em direção à Antártida, onde não teria a menor condição de pousar.
domingo, 23 de março de 2014
Ultradireita avança nas eleições na França
A Frente Nacional, neofascista, de extrema direita, obteve avanços sem precedentes hoje no primeiro turno das eleições municipais na França. Já ganhou uma prefeitura e vai disputar o segundo turno 229 cidades daqui a uma semana.
O Partido Socialista, do presidente François Hollande, foi o maior derrotado. A União por um Movimento Popular (UMP), de centro-direita, partido neogaullista do ex-presidente Nicolas Sarkozy, reivindica a vitória na contagem geral dos votos. Mas é a ultradireita que cava um espaço permanente entre os grandes partidos políticos franceses.
Na soma total, os partidos de direita ficaram com 46,5% dos votos, a esquerda com 37,7% e a extrema esquerda com 4,65%, anunciou o ministro do Interior, Manuel Valls.
Duas mulheres disputam a prefeitura de Paris. A favorita é a socialista Anne Hidalgo. Nathalie Kosciusko-Morizet, da UMP, ganhou o primeiro turno com 34,8% contra 33,6% de Hidalgo, mas a socialista deve contar com o apoio de toda a esquerda no segundo turno.
Na cidade de Hénin-Beaumont, na região do Passo de Calais, a FN conquistou a prefeitura no primeiro turno, com 50,26%. Também ficou em primeiro lugar no primeiro turno em Perpignan, Avignon, Fréjus, Saint-Gilles, Forbach e Tarascon. E obteve votações expressivas em Estrasburgo, Lille, Lyon, Marselha, Mulhouse, Saint-Etienne, Nîmes e Reims.
A abstenção atingiu o recorde histórico de 38,5%. O porta-voz do PS, David Assouline, fez um apelo a todas as outras forças políticas para que se unam e impeçam os neofascistas de governar cidades importantes da França.
O segundo turno será realizado daqui a uma semana, em 30 de março de 2014.
O Partido Socialista, do presidente François Hollande, foi o maior derrotado. A União por um Movimento Popular (UMP), de centro-direita, partido neogaullista do ex-presidente Nicolas Sarkozy, reivindica a vitória na contagem geral dos votos. Mas é a ultradireita que cava um espaço permanente entre os grandes partidos políticos franceses.
Na soma total, os partidos de direita ficaram com 46,5% dos votos, a esquerda com 37,7% e a extrema esquerda com 4,65%, anunciou o ministro do Interior, Manuel Valls.
Duas mulheres disputam a prefeitura de Paris. A favorita é a socialista Anne Hidalgo. Nathalie Kosciusko-Morizet, da UMP, ganhou o primeiro turno com 34,8% contra 33,6% de Hidalgo, mas a socialista deve contar com o apoio de toda a esquerda no segundo turno.
Na cidade de Hénin-Beaumont, na região do Passo de Calais, a FN conquistou a prefeitura no primeiro turno, com 50,26%. Também ficou em primeiro lugar no primeiro turno em Perpignan, Avignon, Fréjus, Saint-Gilles, Forbach e Tarascon. E obteve votações expressivas em Estrasburgo, Lille, Lyon, Marselha, Mulhouse, Saint-Etienne, Nîmes e Reims.
A abstenção atingiu o recorde histórico de 38,5%. O porta-voz do PS, David Assouline, fez um apelo a todas as outras forças políticas para que se unam e impeçam os neofascistas de governar cidades importantes da França.
O segundo turno será realizado daqui a uma semana, em 30 de março de 2014.
Morre líder da redemocratização da Espanha
O ex-primeiro-ministro espanhol Adolfo Suárez González morreu hoje aos 81 anos. Como primeiro chefe de governo eleito democraticamente depois da ditadura do generalíssimo Francisco Franco (1939-75), Suárez governou a Espanha de 3 de julho de 1976 a 29 de janeiro de 1981. Em menos de três anos, fez a transição de uma ditadura para uma democracia constitucional.
Entre sua nomeação pelo rei Juan Carlos II e as primeiras eleições livres desde 1936, realizadas em 15 de junho de 1977, Suárez anistiou os presos políticos, dissolveu o Movimento Nacional, legalizou os partidos proscritos pela ditadura, como o socialista e o comunista, e desarticulou as instituições franquistas, lembra o jornal El País, um dos frutos da democratização da Espanha.
A nova Constituição foi aprovada em 6 de dezembro de 1978.
Em 23 de janeiro de 1981, com o apoio do rei Juan Carlos, Suárez resistiu à tentativa de golpe do coronel Enrique Tejero Molina, que invadiu o Parlamento à frente de centenas de guardas civis. Foi seu último grande momento na vida pública.
Com mal de Alzheimer há dez anos, Adolfo Suárez já não aparecia mais em público.
Entre sua nomeação pelo rei Juan Carlos II e as primeiras eleições livres desde 1936, realizadas em 15 de junho de 1977, Suárez anistiou os presos políticos, dissolveu o Movimento Nacional, legalizou os partidos proscritos pela ditadura, como o socialista e o comunista, e desarticulou as instituições franquistas, lembra o jornal El País, um dos frutos da democratização da Espanha.
A nova Constituição foi aprovada em 6 de dezembro de 1978.
Em 23 de janeiro de 1981, com o apoio do rei Juan Carlos, Suárez resistiu à tentativa de golpe do coronel Enrique Tejero Molina, que invadiu o Parlamento à frente de centenas de guardas civis. Foi seu último grande momento na vida pública.
Com mal de Alzheimer há dez anos, Adolfo Suárez já não aparecia mais em público.
Turquia derruba avião da Síria
A Turquia abateu um avião da Síria, anunciou hoje o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, acusando-o de ter invadido o espaço aéreo turco, informou a televisão saudita Al Arabiya. O governo sírio considerou o ataque uma "agressão flagrante".
É um aumento na tensão entre os dois países, que têm 900 quilômetros de fronteira comum, por onda passa a maior parte dos suprimentos para os rebeldes que lutam há três anos contra a ditadura de Bachar Assad.
Forças governamentais e rebeldes lutam pelo controle de um posto de fronteira no Norte da província de Latakia. O avião abatido participava da ofensiva do regime.
É um aumento na tensão entre os dois países, que têm 900 quilômetros de fronteira comum, por onda passa a maior parte dos suprimentos para os rebeldes que lutam há três anos contra a ditadura de Bachar Assad.
Forças governamentais e rebeldes lutam pelo controle de um posto de fronteira no Norte da província de Latakia. O avião abatido participava da ofensiva do regime.
sábado, 22 de março de 2014
Satélite chinês vê imagens que podem ser do avião
A China divulgou neste sábado imagens que podem ser dos destroços do voo MH 370 da companhia aérea Malaysia Airlines, desaparecido há duas semanas com 239 pessoas a bordo. Eles estão a cerca de 120 quilômetros ao sul do local apontado em imagens de satélite australianas divulgadas há dois dias.
O Boeing 777 ia da capital da Malásia, Kuala Lumpur, para a da China, Beijim, há uma semana. Todos os equipamentos de comunicação de bordo foram desligados depois de pouco mais de uma hora de voo, quando o avião sobrevoava o Golfo da Tailândia e se preparava para entrar no espaço aéreo do Vietnã.
O Boeing 777 ia da capital da Malásia, Kuala Lumpur, para a da China, Beijim, há uma semana. Todos os equipamentos de comunicação de bordo foram desligados depois de pouco mais de uma hora de voo, quando o avião sobrevoava o Golfo da Tailândia e se preparava para entrar no espaço aéreo do Vietnã.
Líbia ataca milícias que ocupam terminais de petróleo
Tiros, artilharia aérea e explosões foram ouvidos hoje na cidade de Ajdábia quando o governo provisório da Líbia atacou milicianos que ocupam vários terminais petrolíferos em portos do país.
Em 12 de março de 2014, o governo deu um ultimato ao líder rebelde Ibrahim Jathran para suspender o bloqueio ou enfrentar uma ação militar.
A produção de petróleo da Líbia tem oscilado muito por causa da instabilidade política no país desde a queda do ditador Muamar Kadafi, há dois anos e meio, a fragilidade do governo central e a ação das milícias que participaram da guerra civil e até hoje não se submeteram às novas autoridades líbias.
Em 12 de março de 2014, o governo deu um ultimato ao líder rebelde Ibrahim Jathran para suspender o bloqueio ou enfrentar uma ação militar.
A produção de petróleo da Líbia tem oscilado muito por causa da instabilidade política no país desde a queda do ditador Muamar Kadafi, há dois anos e meio, a fragilidade do governo central e a ação das milícias que participaram da guerra civil e até hoje não se submeteram às novas autoridades líbias.
Rússia toma mais uma base aérea na Crimeia
Depois de quatro horas de impasse, com quatro blindados, tiros para o ar e explosões, as forças da Rússia tomaram mais uma base aérea, um dos últimos quartéis da Crimeia que ainda estava sob o controle da Ucrânia. É a guerra do Kremlin para desestabilizar e, se possível, anexar o restante da Ucrânia, que até agora não reagiu.
Com a intervenção militar, o referendo de cartas marcadas e a anexação da Crimeia por Moscou, os soldados ucranianos estão recebendo um ultimato: ou aderem às Forças Armadas da Rússia ou se retiram.
Do lado de fora da base aérea de Belbek, um cartaz pedia a morte do comandante, Yuli Mamchur. Ele ordenou aos soldados que não resistissem, informa o jornal The Washington Post.
Com a intervenção militar, o referendo de cartas marcadas e a anexação da Crimeia por Moscou, os soldados ucranianos estão recebendo um ultimato: ou aderem às Forças Armadas da Rússia ou se retiram.
Do lado de fora da base aérea de Belbek, um cartaz pedia a morte do comandante, Yuli Mamchur. Ele ordenou aos soldados que não resistissem, informa o jornal The Washington Post.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Brasil se omite nas crises internacionais
Um país que ambiciona ser membro permanente do Conselho de
Segurança das Nações Unidas, como o Brasil, deveria se manifestar em todas as situações de risco à paz, a
começar pela guerra civil na Síria, em que a omissão é cruel e injustificável diante de 140 mil mortes nos últimos três anos.
De que adianta a "responsabilidade ao proteger" defendida pela presidente Dilma Rousseff num de seus pronunciamentos na Assembleia Geral da ONU, se a sociedade internacional não consegue articular uma proposta de solução para a guerra civil síria?
De que adianta a "responsabilidade ao proteger" defendida pela presidente Dilma Rousseff num de seus pronunciamentos na Assembleia Geral da ONU, se a sociedade internacional não consegue articular uma proposta de solução para a guerra civil síria?
No caso da Ucrânia, há o medo de ferir a sensibilidade do novo czar de todas as Rússias, Vladimir Putin, nosso sócio no heterogêneo grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Bastaria reafirmar dois princípios
básicos da política externa brasileira: o repúdio ao uso da força para resolver
conflitos e mudar fronteiras; e a consequente defesa de uma solução negociada
política e diplomaticamente. Uma simples declaração ou reafirmação de
princípios.
A maior omissão é na Venezuela, onde a crise se agrava.
Ao votar contra a proposta do Panamá para discutir a crise venezuelana na Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil reafirmou sua posição resolver as crises da América Latina entre os latino-americanos.
Até aí, tudo bem. Mas a nota da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) limitou-se a apoiar o presidente Nicolás Maduro, avalizando a violenta repressão policial contra as manifestações de protesto.
Aparentemente o Brasil e os aliados de Maduro apostaram no esvaziamento das manifestações de protesto. Com inflação de 56%, desabastecimento de 28% das mercadorias, altas taxas de criminalidade e a violência das milícias chavistas e de grupos da oposição, isso não vai acontecer, só com um grande diálogo nacional.
Até aí, tudo bem. Mas a nota da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) limitou-se a apoiar o presidente Nicolás Maduro, avalizando a violenta repressão policial contra as manifestações de protesto.
Aparentemente o Brasil e os aliados de Maduro apostaram no esvaziamento das manifestações de protesto. Com inflação de 56%, desabastecimento de 28% das mercadorias, altas taxas de criminalidade e a violência das milícias chavistas e de grupos da oposição, isso não vai acontecer, só com um grande diálogo nacional.
Como não há o menor clima para o diálogo na Venezuela, uma
intermediação externa é fundamental para evitar o agravamento da crise. Ela não
vai se resolver sozinha. Se a presidente Dilma Rousseff não tem espírito,
poderia mandar o ex-presidente Lula como enviado especial.
Mesmo tendo apoiado a candidatura de Maduro, por ser de esquerda, Lula é um dos poucos líderes com autoridade e prestígio dentro do regime bolivarista para dizer algumas verdades a Maduro e ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, se tiver peito e coragem para advertir que a revolução está em risco e a melhor saída é a democracia.
Mesmo tendo apoiado a candidatura de Maduro, por ser de esquerda, Lula é um dos poucos líderes com autoridade e prestígio dentro do regime bolivarista para dizer algumas verdades a Maduro e ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, se tiver peito e coragem para advertir que a revolução está em risco e a melhor saída é a democracia.
Um acordo aceitável pelos dois lados na Venezuela exige o
fim das políticas econômicas fracassadas antiliberais, anticapitalistas e antimercado do "socialismo do século
21", o fim da censura e o desarmamento das milícias chavistas em troca de
um compromisso da oposição de manter os programas sociais, as misiones
de Chávez, o resultado positivo da revolução bolivarista, e de respeitar os
prazos constitucionais para convocar um referendo revogando o mandato de
Maduro.
O maior obstáculo a um acordo é a militarização do regime sob a influência de Cuba.
Seria o fim da revolução. Mas é melhor do que a guerra civil.
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Nate Silver lança Manifesto do Jornalismo de Dados
Depois de prever com sucesso o resultado da eleição presidencial de 2012 nos Estados Unidos em todos os estados com base num modelo matemático, o matemático Nate Silver defende a ideia de um jornalismo de dados, em que a análise estatística se torne um instrumento fundamental da reportagem.
Enquanto alguns comentaristas, sobretudo conservadores, previam a vitória do republicano Mitt Romney, Silver cravou a vitória de Barack Obama, batendo, na prática, todas as especulações do jornalismo tradicional, inclusive nos estados onde a eleição parecia indefinida. A mesma metodologia, entende o estatístico, pode ser usada na cobertura de economia, esportes, ciência e da vida cotidiana.
Nesta semana, Silver lançou o Manifesto do Jornalismo de Dados em seu sítio fivethirtyeight.com (538 é o número de votos do Colégio Eleitoral que elege o presidente americano). Ele observa que "a maioria dos alunos de jornalismo e comunicação social tem nota acima da média em redação e intrerpretação de textos, mas fica abaixo da média em matemática". Quem é bom em matemática geralmente vai para engenharia, ciências exatas, economia e finanças, outras carreiras.
É um problema, raciocina o matemático. Mais de 80% dos americanos se informa através do jornalismo, enquanto apenas 25% estão matriculados em algum curso regular. A qualidade da informação jornalística é importante.
Silver acredita que "o grande volume de dados ainda não se traduziu em ganhos generalizados nas condições econômicas, no bem-estar social e nem mesmo no crescimento tecnológico". Não é um problema só do jornalismo, mas também da ciência, do governo, da academia e do setor privado.
Na sua opinião, o jornalismo cria uma oportunidade imediata. O primeiro passo da investigação jornalística é coletar dados, indícios e provas. No jornalismo tradicional, isso combina uma série de entrevistas, leitura e análise de documentos, além da observação pessoal do repórter. No jornalismo de dados, também haveria coleta de dados via Internet, pesquisas de opinião e experiências práticas.
A segunda etapa é a organização das informações a serem apresentadas a leitores, ouvintes e telespectadores. Normalmente os jornalistas usam o estilo chamado de pirâmide invertida, do mais importante para o menos importante, e às vezes o estilo cronológico para ser mais didático ao reconstruir uma história, mas têm toda a liberdade para para escreverem como quiserem. O jornalismo de dados acrescentaria gráficos e tabelas para ajudar na análise quantitativa.
Na terceira etapa, o jornalista tenta explicar e interpretar os fatos que são notícia. Silver argumenta que os jornalistas tradicionais são muito bons para apurar notícias e contar histórias, mas suas explanações muitas vezes são baseados em instintos ou achismo sem base nos dados e, portanto, na realidade.
Uma interpretação só sobrevive ao teste da objetividade se puder apresentar relações de causa e efeito comprováveis além da subjetividade. Caso contrário, o jornalismo opinativo vira mero opinionismo. As previsões viram jogos de palavras que exigem pouco esforço e não são cobradas por editores e pela opinião pública.
O maior defeito do jornalismo, adverte o estatístico, é saltar à frente dos fatos e chegar a grandes conclusões baseadas em indícios frágeis. Ele admite que raramente dará furos. Sacrifica a velocidade em nome da precisão.
Por tudo isso, argumenta Silver, uma abordagem mais sustentada por dados ajuda no que ele chama de quarta etapa da produção jornalística, chegar a generalizações e conclusões. A generalização é um aspecto central da ciência: uma hipótese pode ser testada por experiências e previsões.
Enquanto alguns comentaristas, sobretudo conservadores, previam a vitória do republicano Mitt Romney, Silver cravou a vitória de Barack Obama, batendo, na prática, todas as especulações do jornalismo tradicional, inclusive nos estados onde a eleição parecia indefinida. A mesma metodologia, entende o estatístico, pode ser usada na cobertura de economia, esportes, ciência e da vida cotidiana.
Nesta semana, Silver lançou o Manifesto do Jornalismo de Dados em seu sítio fivethirtyeight.com (538 é o número de votos do Colégio Eleitoral que elege o presidente americano). Ele observa que "a maioria dos alunos de jornalismo e comunicação social tem nota acima da média em redação e intrerpretação de textos, mas fica abaixo da média em matemática". Quem é bom em matemática geralmente vai para engenharia, ciências exatas, economia e finanças, outras carreiras.
É um problema, raciocina o matemático. Mais de 80% dos americanos se informa através do jornalismo, enquanto apenas 25% estão matriculados em algum curso regular. A qualidade da informação jornalística é importante.
Silver acredita que "o grande volume de dados ainda não se traduziu em ganhos generalizados nas condições econômicas, no bem-estar social e nem mesmo no crescimento tecnológico". Não é um problema só do jornalismo, mas também da ciência, do governo, da academia e do setor privado.
Na sua opinião, o jornalismo cria uma oportunidade imediata. O primeiro passo da investigação jornalística é coletar dados, indícios e provas. No jornalismo tradicional, isso combina uma série de entrevistas, leitura e análise de documentos, além da observação pessoal do repórter. No jornalismo de dados, também haveria coleta de dados via Internet, pesquisas de opinião e experiências práticas.
A segunda etapa é a organização das informações a serem apresentadas a leitores, ouvintes e telespectadores. Normalmente os jornalistas usam o estilo chamado de pirâmide invertida, do mais importante para o menos importante, e às vezes o estilo cronológico para ser mais didático ao reconstruir uma história, mas têm toda a liberdade para para escreverem como quiserem. O jornalismo de dados acrescentaria gráficos e tabelas para ajudar na análise quantitativa.
Na terceira etapa, o jornalista tenta explicar e interpretar os fatos que são notícia. Silver argumenta que os jornalistas tradicionais são muito bons para apurar notícias e contar histórias, mas suas explanações muitas vezes são baseados em instintos ou achismo sem base nos dados e, portanto, na realidade.
Uma interpretação só sobrevive ao teste da objetividade se puder apresentar relações de causa e efeito comprováveis além da subjetividade. Caso contrário, o jornalismo opinativo vira mero opinionismo. As previsões viram jogos de palavras que exigem pouco esforço e não são cobradas por editores e pela opinião pública.
O maior defeito do jornalismo, adverte o estatístico, é saltar à frente dos fatos e chegar a grandes conclusões baseadas em indícios frágeis. Ele admite que raramente dará furos. Sacrifica a velocidade em nome da precisão.
Por tudo isso, argumenta Silver, uma abordagem mais sustentada por dados ajuda no que ele chama de quarta etapa da produção jornalística, chegar a generalizações e conclusões. A generalização é um aspecto central da ciência: uma hipótese pode ser testada por experiências e previsões.
Turquia bloqueia acesso ao Twitter
A pedido do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que luta para sobreviver a um escândalo de corrupção, a Justiça da Turquia bloqueou o acesso ao Twitter até as eleições municipais de 30 de março, informa a agência Reuters.
Horas antes, Erdogan ameaçou acabar com o Twitter, um dos principais instrumentos das críticas da oposição, observa o jornal turco T24, reproduzido no jornal francês Courrier International, uma coletânea de artigos da imprensa mundial.
O presidente Abdullah Gul, que disputa o poder com Erdogan dentro do partido do governo, criticou a medida tuitando que proibir o acesso a redes sociais é "inaceitável", noticia a agência Reuters. A Turquia é um dos dez países com mais usuários do Twitter.
Depois de uma onda de manifestações duramente reprimidas no ano passado, o clima político está criado para o crescimento dos protestos antes e depois das eleições.
Uma gravação de um telefonema do primeiro-ministro para o filho em que os dois aparentemente discutiam maneiras de esconder dinheiro sujo deflagrou a indignação nas ruas e nas redes sociais.
Horas antes, Erdogan ameaçou acabar com o Twitter, um dos principais instrumentos das críticas da oposição, observa o jornal turco T24, reproduzido no jornal francês Courrier International, uma coletânea de artigos da imprensa mundial.
O presidente Abdullah Gul, que disputa o poder com Erdogan dentro do partido do governo, criticou a medida tuitando que proibir o acesso a redes sociais é "inaceitável", noticia a agência Reuters. A Turquia é um dos dez países com mais usuários do Twitter.
Depois de uma onda de manifestações duramente reprimidas no ano passado, o clima político está criado para o crescimento dos protestos antes e depois das eleições.
Uma gravação de um telefonema do primeiro-ministro para o filho em que os dois aparentemente discutiam maneiras de esconder dinheiro sujo deflagrou a indignação nas ruas e nas redes sociais.
Ucrânia e UE assinam acordo de associação
Enquanto o homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin, sancionava a anexação da Crimeia à Rússia, a União Europeia (UE) assinava hoje um acordo de associação com a Ucrânia, que agora está a caminho de se tornar membro pleno do maior bloco comercial do planeta. O abandono das negociações pelo então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em novembro de 2013, provocou a revolta popular que levou a sua queda e à intervenção militar russa.
Em Bruxelas, a UE acrescentou mais 12 autoridades russas à lista de alvos de sanções, que não podem viajar à Europa nem fazer negócios com empresas e cidadãos de seus países-membros. Os alvos de sanções europeias são agora 33. Incluem o vice-primeiro-ministro Dimitri Rogozin, e os presidente da Duma do Estado (Câmara), Serguei Narichkin, e do Conselho da Federação (Senado), Valentina Matvienko.
Putin assinou o tratado de anexação depois da ratificação pelo Conselho de Federação, uma espécie de Senado não eleito do Parlamento russo.
Se reconquistou a Crimeia, à força, ao arrepio do direito internacional, Putin perdeu a Ucrânia, mas ninguém acredita que se dê por vencido. A Rússia deve continuar com suas provocações no Leste da Ucrânia, onde a maioria é étnica e culturalmente russa, para desestabilizar o governo central, em Kiev.
Em Bruxelas, a UE acrescentou mais 12 autoridades russas à lista de alvos de sanções, que não podem viajar à Europa nem fazer negócios com empresas e cidadãos de seus países-membros. Os alvos de sanções europeias são agora 33. Incluem o vice-primeiro-ministro Dimitri Rogozin, e os presidente da Duma do Estado (Câmara), Serguei Narichkin, e do Conselho da Federação (Senado), Valentina Matvienko.
Putin assinou o tratado de anexação depois da ratificação pelo Conselho de Federação, uma espécie de Senado não eleito do Parlamento russo.
Se reconquistou a Crimeia, à força, ao arrepio do direito internacional, Putin perdeu a Ucrânia, mas ninguém acredita que se dê por vencido. A Rússia deve continuar com suas provocações no Leste da Ucrânia, onde a maioria é étnica e culturalmente russa, para desestabilizar o governo central, em Kiev.
quinta-feira, 20 de março de 2014
EUA amplia sanções ao Politburo de Putin
O presidente Barack Obama ampliou as sanções contra a Rússia depois que a Duma do Estado (Câmara) aprovou a anexação da Crimeia, acrescentando mais de 12 pessoas e um banco. Todos estão proibidos de viajar aos EUA e de fazer negócios com empresas e cidadãos americanos. A lista ampliada de Obama inclui muita gente próxima ao homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin.
Nenhum dos punidos tem bens ou negócios nos Estados Unidos. Os alvos são do círculo íntimo de Putin, do novo Politburo da Rússia. Para não prejudicar futuras negociações, o presidente e o ministro do Exterior, Serguei Lavrov, foram excluídos.
O principal nome da nova lista é o chefe da Casa Civil do Kremlin, Serguei Ivanov. Um dos assessores mais próximos de Putin, chegou a ser cogitado para a Presidência em 2008, quando foi o atual primeiro-ministro Dimitri Medvedev acabou sendo o escolhido. Era um dos principais negociadores russos em questões de defesa com os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico (OTAN).
Outro membro da intimidade do poder na Rússia listado por Obama é Yuri Kovalchuk, diretor do Banco da Rússia.
Um dos principais assessores do presidente para economia e finanças do presidente, Kovalchuk é conhecido como o banqueiro pessoal de Putin. É quem sabe onde onde o homem-forte do Kremlin esconde seu dinheiro, uma fortuna estimada em US$ 40 bilhões depois do festival de corrupção da Olimpíada de Inverno de Sóchi, a mais cara da história.
Guenadi Timchenko, dono da Gunvor, empresa registrada em Chipre com sede na Suíça que comercializa gás e petróleo, não teve participação direta na intervenção militar na Ucrânia e na anexação da Crimeia à Rússia. Mas está na lista. Tem fama de ser o negociador secreto de Putin em transações de petróleo e gás.
Nenhum dos punidos tem bens ou negócios nos Estados Unidos. Os alvos são do círculo íntimo de Putin, do novo Politburo da Rússia. Para não prejudicar futuras negociações, o presidente e o ministro do Exterior, Serguei Lavrov, foram excluídos.
O principal nome da nova lista é o chefe da Casa Civil do Kremlin, Serguei Ivanov. Um dos assessores mais próximos de Putin, chegou a ser cogitado para a Presidência em 2008, quando foi o atual primeiro-ministro Dimitri Medvedev acabou sendo o escolhido. Era um dos principais negociadores russos em questões de defesa com os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico (OTAN).
Outro membro da intimidade do poder na Rússia listado por Obama é Yuri Kovalchuk, diretor do Banco da Rússia.
Um dos principais assessores do presidente para economia e finanças do presidente, Kovalchuk é conhecido como o banqueiro pessoal de Putin. É quem sabe onde onde o homem-forte do Kremlin esconde seu dinheiro, uma fortuna estimada em US$ 40 bilhões depois do festival de corrupção da Olimpíada de Inverno de Sóchi, a mais cara da história.
Guenadi Timchenko, dono da Gunvor, empresa registrada em Chipre com sede na Suíça que comercializa gás e petróleo, não teve participação direta na intervenção militar na Ucrânia e na anexação da Crimeia à Rússia. Mas está na lista. Tem fama de ser o negociador secreto de Putin em transações de petróleo e gás.
Rússia impõe sanções para retaliar EUA
Em resposta às sanções impostas pelo presidente Barack Obama a russos e ucranianos acusados pena anexação da Crimeia, o presidente Vladimir Putin assinou decreto hoje proibindo a entrada na Rússia de políticos e assessores do governo dos Estados Unidos.
A lista de Putin inclui o presidente da Câmara, John Boehner, principal líder do Partido Republicano, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, os senadores John McCain, Robert Menendez, Daniel Coats e Mary Landrieu, e os assessores de Obama Caroline Atkinson, Daniel Pfeifer e Benjamin Rhodes.
A lista de Putin inclui o presidente da Câmara, John Boehner, principal líder do Partido Republicano, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, os senadores John McCain, Robert Menendez, Daniel Coats e Mary Landrieu, e os assessores de Obama Caroline Atkinson, Daniel Pfeifer e Benjamin Rhodes.
Talebã matam 18 e ferem 22 no Afeganistão
Duas explosões seguidas de tiroteios mataram pelo menos 18 pessoas e feriu outras 22 num ataque da milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) em Jalalabade, capital da província de Nanagarhar, no Leste do Afeganistão.
A primeira explosão aconteceu às 5h10, quando um carro-bomba foi detonado diante de uma delegacia de polícia na Praça Pachtunistão. Pouco depois, houve a segunda explosão, perto da sede do governo provincial. As forças de segurança conseguiram impedir a invasão do palácio.
Dez mortos foram identificados como policiais, inclusive um delegado, sete como rebeldes e o outro como universitário. Três insurgentes eram terroristas suicidas.
Ao reivindicar a responsabilidade pelo atentado, os Talebã afirmaram que 20 policiais foram mortos.
Com o fim do inverno no Hemisfério Norte, começa a temporada de combates mais intensos neste que deve ser o último ano de participação direta dos Estados Unidos na Guerra do Afeganistão.
A primeira explosão aconteceu às 5h10, quando um carro-bomba foi detonado diante de uma delegacia de polícia na Praça Pachtunistão. Pouco depois, houve a segunda explosão, perto da sede do governo provincial. As forças de segurança conseguiram impedir a invasão do palácio.
Dez mortos foram identificados como policiais, inclusive um delegado, sete como rebeldes e o outro como universitário. Três insurgentes eram terroristas suicidas.
Ao reivindicar a responsabilidade pelo atentado, os Talebã afirmaram que 20 policiais foram mortos.
Com o fim do inverno no Hemisfério Norte, começa a temporada de combates mais intensos neste que deve ser o último ano de participação direta dos Estados Unidos na Guerra do Afeganistão.
Toyota paga US$ 1,2 bi por enganar consumidores
A maior fabricante de automóveis do mundo, a companhia japonesa Toyota, fez um acordo ontem com a Justiça dos Estados Unidos para pagar US$ 1,2 bilhão por enganar o consumidor ao não admitir publicamente. É a maior multa já paga no país por uma indústria automobilística.
Depois de quatro anos de investigações, o Departamento da Justiça dos EUA concluiu que a Toyota escondeu do governo americano e dos consumidores um problema mecânico capaz de colocar vidas em perigo. Um defeito no acelerador fazia os carros aumentarem a velocidade subitamente. Só anos depois de constatar o problema a empresa comunicou-o ao mercado e fez o recolhimento (recall) dos veículos para reparar a falha.
A General Motors, que foi a maior fábrica de automóveis do mundo durante 77 anos, também está na mira das autoridades federais dos EUA por não ter feito o recolhimento e conserto de um defeito que está sendo responsabilizado por 12 mortes.
"Outras empresas não devem repetir o erro da Toyota", advertiu o secretário da Justiça, Eric Holder, citado pelo jornal The New York Times. "Um recolhimento pode abalar a reputação da companhia, mas enganar os consumidores torna o dano muito mais duradouro."
Depois de quatro anos de investigações, o Departamento da Justiça dos EUA concluiu que a Toyota escondeu do governo americano e dos consumidores um problema mecânico capaz de colocar vidas em perigo. Um defeito no acelerador fazia os carros aumentarem a velocidade subitamente. Só anos depois de constatar o problema a empresa comunicou-o ao mercado e fez o recolhimento (recall) dos veículos para reparar a falha.
A General Motors, que foi a maior fábrica de automóveis do mundo durante 77 anos, também está na mira das autoridades federais dos EUA por não ter feito o recolhimento e conserto de um defeito que está sendo responsabilizado por 12 mortes.
"Outras empresas não devem repetir o erro da Toyota", advertiu o secretário da Justiça, Eric Holder, citado pelo jornal The New York Times. "Um recolhimento pode abalar a reputação da companhia, mas enganar os consumidores torna o dano muito mais duradouro."
Câmara da Rússia aprova anexação da Crimeia
Por 443 a 1, a Duma do Estado, a câmara baixa do Parlamento da Rússia, aprovou hoje a integração da Crimeia à Federação Russa.
Em breve pronunciamento nos jardins da Casa Branca, o presidente Barack Obama ameaçou romper relações diplomáticas com a Rússia e anunciou novas sanções dos Estados Unidos contra os responsáveis pela anexação da ex-república autônoma da Ucrânia.
Obama prometeu impor sanções a mais indivíduos, ao banco que apoiou o movimento pela anexação da Ucrânia à Rússia e setores inteiros da economia russa.
O novo governo da Crimeia libertou hoje o comandante da Marinha da Ucrânia, detido ontem, quando soldados russos tomaram as bases navais da Frota do Mar Negro.
Em breve pronunciamento nos jardins da Casa Branca, o presidente Barack Obama ameaçou romper relações diplomáticas com a Rússia e anunciou novas sanções dos Estados Unidos contra os responsáveis pela anexação da ex-república autônoma da Ucrânia.
Obama prometeu impor sanções a mais indivíduos, ao banco que apoiou o movimento pela anexação da Ucrânia à Rússia e setores inteiros da economia russa.
O novo governo da Crimeia libertou hoje o comandante da Marinha da Ucrânia, detido ontem, quando soldados russos tomaram as bases navais da Frota do Mar Negro.
Satélite da Austrália pode ter visto partes do avião
As imagens de satélite da Austrália apontaram hoje dois objetos no Oceano Índico que parecem destroços de um avião como o Boeing 777-200 da Malaysia Airlines desaparecido há 12 dias com 239 pessoas a bordo, sendo 154 chineses.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, enviou aviões que devem chegar em breve à área, que fica a 2,4 mil quilômetros a oeste da Austrália, informou a televisão Australia Broadcasting Corporation.
Em seguida, Abbott declarou em entrevista coletiva em Camberra que as imagens podem resultar em nada, mas foram examinadas por especialistas que as consideraram confiáveis. O maior objeto teria 24 metros e o outro cerca de cinco metros.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, enviou aviões que devem chegar em breve à área, que fica a 2,4 mil quilômetros a oeste da Austrália, informou a televisão Australia Broadcasting Corporation.
Em seguida, Abbott declarou em entrevista coletiva em Camberra que as imagens podem resultar em nada, mas foram examinadas por especialistas que as consideraram confiáveis. O maior objeto teria 24 metros e o outro cerca de cinco metros.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Alemanha suspende cooperação militar com a Rússia
Em protesto contra a anexação da Crimeia, a Alemanha suspendeu hoje um contrato de 100 milhões de euros da companhia alemã Rheinmetall para construir um centro de simulação de combate para treinamento das Forças Armadas da Rússia.
O Ministério da Economia da Alemanha declarou que não faria sentido manter, neste momento, o projeto, que seria capaz de treinar 30 mil soldados por ano.
Como país ocidental com mais investimentos e comércio com a Rússia, além de uma rivalidade histórica em duas guerras mundiais, a Alemanha é o país que mais tenta desescalar o conflito e não aceitar as provocações da Rússia. São US$ 79 bilhões por ano de comércio bilateral.
Depois de uma conversa telefônica, a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, comentou que o presidente Vladimir Putin "parece não estar vivendo neste mundo".
O Ministério da Economia da Alemanha declarou que não faria sentido manter, neste momento, o projeto, que seria capaz de treinar 30 mil soldados por ano.
Como país ocidental com mais investimentos e comércio com a Rússia, além de uma rivalidade histórica em duas guerras mundiais, a Alemanha é o país que mais tenta desescalar o conflito e não aceitar as provocações da Rússia. São US$ 79 bilhões por ano de comércio bilateral.
Depois de uma conversa telefônica, a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, comentou que o presidente Vladimir Putin "parece não estar vivendo neste mundo".
Israel prepara possível ataque ao Irã neste ano
Apesar das negociações do Irã com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, ordenaram às Forças de Defesa de Israel que preparem um possível ataque contra o Irã ainda em 2014.
Dez bilhões de xequels, cerca de US$ 2,9 bilhões, foram alocados para a guerra, revelou o jornal liberal israelense Haaretz. Na verdade, a verba extra para atacar o Irã já estava prevista no orçamento do ano passado.
Coincidência ou não, diante da ruptura entre o Ocidente e a Rússia na crise da Ucrânia, o Kremlin e o regime fundamentalista iraniano anunciaram um acordo para a construção de mais duas usinas na central nuclear de Bushehr. Os Estados Unidos, a União Europeia e Israel estão convencidos de que o regime dos aiatolás está desenvolvendo armas atômicas.
Antes disso, Netanyahu já repudiava os termos do acordo proposto pelos EUA e a UE, que permitiria ao Irã continuar enriquecendo urânio. Em palestra recente na Universidade de Telavive, Yaalon indicou estar disposto a apoiar uma ação unilateral de Israel contra a república islâmica por estar convencido de que o governo Barack Obama não vai atacar.
"Acredito que os EUA deveriam liderar a campanha contra o Irã", declarou o ministro da Defesa nesta semana. "Mas os EUA entraram em negociações com eles e, desafortunadamente, na barganha do bazar persa, os iranianos foram melhores. (...) Portanto, nesta matéria, temos de nos comportar como se não tivéssemos ninguém por nós a não ser nós mesmos."
Uma nova rodada de negociações começou hoje em Viena, na Áustria.
Dez bilhões de xequels, cerca de US$ 2,9 bilhões, foram alocados para a guerra, revelou o jornal liberal israelense Haaretz. Na verdade, a verba extra para atacar o Irã já estava prevista no orçamento do ano passado.
Coincidência ou não, diante da ruptura entre o Ocidente e a Rússia na crise da Ucrânia, o Kremlin e o regime fundamentalista iraniano anunciaram um acordo para a construção de mais duas usinas na central nuclear de Bushehr. Os Estados Unidos, a União Europeia e Israel estão convencidos de que o regime dos aiatolás está desenvolvendo armas atômicas.
Antes disso, Netanyahu já repudiava os termos do acordo proposto pelos EUA e a UE, que permitiria ao Irã continuar enriquecendo urânio. Em palestra recente na Universidade de Telavive, Yaalon indicou estar disposto a apoiar uma ação unilateral de Israel contra a república islâmica por estar convencido de que o governo Barack Obama não vai atacar.
"Acredito que os EUA deveriam liderar a campanha contra o Irã", declarou o ministro da Defesa nesta semana. "Mas os EUA entraram em negociações com eles e, desafortunadamente, na barganha do bazar persa, os iranianos foram melhores. (...) Portanto, nesta matéria, temos de nos comportar como se não tivéssemos ninguém por nós a não ser nós mesmos."
Uma nova rodada de negociações começou hoje em Viena, na Áustria.
Fed dá primeiro sinal de aumento de juros
A Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, retirou de seu comunicado oficial da reunião do Comitê de Mercado Aberto realizada ontem e hoje o compromisso de só aumentar juros quando a taxa de desemprego cair para 6,5%, preparando o terreno para a primeira alta de juros desde a crise, observa o jornal The Washington Post.
Como esperado, o Fed reduziu em US$ 10 bilhões para US$ 55 bilhões, em abril, o volume mensal da compra de títulos para jogar mais dinheiro em circulação e assim estimular a economia com o chamado "alívio quantitativo".
Desde o fim de 2012, o Fed prometia só cogitar o aumento das taxas de juros, que estão próximas de zero desde dezembro de 2008, até que o índice de desemprego baixasse para 6,5%, se a inflação ficasse abaixo de 2,5%.
Na sua primeira entrevista coletiva como presidente do Fed, Janet Yellen, confirmou a tendência. Ela disse que os juros devem começar a subir seis meses depois do fim do programa de alívio quantitativo, ou seja, no primeiro semestre de 2015.
A expectativa é que a taxa básica de juros da maior economia do mundo suba para 1% ao ano em 2015 e 2% ao ano em 2016. O Fed considera que 4% seria uma taxa de juros normal para uma economia equilibrada.
Como esperado, o Fed reduziu em US$ 10 bilhões para US$ 55 bilhões, em abril, o volume mensal da compra de títulos para jogar mais dinheiro em circulação e assim estimular a economia com o chamado "alívio quantitativo".
Desde o fim de 2012, o Fed prometia só cogitar o aumento das taxas de juros, que estão próximas de zero desde dezembro de 2008, até que o índice de desemprego baixasse para 6,5%, se a inflação ficasse abaixo de 2,5%.
Na sua primeira entrevista coletiva como presidente do Fed, Janet Yellen, confirmou a tendência. Ela disse que os juros devem começar a subir seis meses depois do fim do programa de alívio quantitativo, ou seja, no primeiro semestre de 2015.
A expectativa é que a taxa básica de juros da maior economia do mundo suba para 1% ao ano em 2015 e 2% ao ano em 2016. O Fed considera que 4% seria uma taxa de juros normal para uma economia equilibrada.
Dados do simulador do piloto foram apagados
Alguns dados do simulador de voo do piloto do Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Airlines desaparecido há 12 dias foram apagados no início de fevereiro, revelaram hoje investigadores da Malásia. O ministro dos Transportes malasiano, Hishammuddin Hussein, disse que os peritos estão tentando recuperá-los.
Diante do mistério do voo MH370, que sumiu sem deixar rastro com 239 pessoas a bordo e voou sete a oito horas depois de desligar todos os equipamentos de comunicação de bordo, o inquérito se concentra nos tripulantes, no resto do pessoal da Malaysia Airlines e em passageiros com capacidade técnica para reprogramar o sistema de voo e alterar a rota do avião. As autoridades malasianas estão convencidas de que o Boeing caiu no Oceano Índico.
Os dados foram removidos do simulador do piloto Zaharie Ahmad Shah em 3 de fevereiro. É comum que pilotos tenham simuladores de voo nos seus computadores pessoais em casa. Além de diversão, eles servem por exemplo para treinar a aterrissagem num aeroporto onde nunca estiveram. Mas a sofisticação do equipamento intrigou os investigadores.
Nos últimos dias, as maiores suspeitas recaíram sobre o copiloto, Farik Abdul Hamid, de 26 anos. Ele deu boa noite como se não houvesse nada de errado 12 minutos depois da reprogramação do voo e dos equipamentos de bordo serem desligados.
Outro detalhe intrigante é por que nenhum dos passageiros usou o telefone celular para entrar em contato com parentes e amigos ao suspeitar de algo errado. Há uma hipótese de que o responsável pelo desvio teria levado a aeronave a uma altitude de 14.750 metros, o que seria perigoso. Isso teria feito todas as pessoas dormirem a bordo, não percebendo a manobra.
Em seguida, o Boeing 777 teria descido para uma altitude igualmente perigosa por ser baixa demais, a cerca de 1.500 metros do solo, até desaparecer, provavelmente no Oceano Índico.
Autoridades da Malásia e dos serviços secretos de vários examinaram a lista de passageiros e tripulantes sem encontrar ninguém suspeito. Até o momento, todos são considerados inocentes. Não há provas conclusivas contra ninguém. Primeiro, é preciso encontrar o avião ou que resta dele e das 239 vidas que transportava.
Diante do mistério do voo MH370, que sumiu sem deixar rastro com 239 pessoas a bordo e voou sete a oito horas depois de desligar todos os equipamentos de comunicação de bordo, o inquérito se concentra nos tripulantes, no resto do pessoal da Malaysia Airlines e em passageiros com capacidade técnica para reprogramar o sistema de voo e alterar a rota do avião. As autoridades malasianas estão convencidas de que o Boeing caiu no Oceano Índico.
Os dados foram removidos do simulador do piloto Zaharie Ahmad Shah em 3 de fevereiro. É comum que pilotos tenham simuladores de voo nos seus computadores pessoais em casa. Além de diversão, eles servem por exemplo para treinar a aterrissagem num aeroporto onde nunca estiveram. Mas a sofisticação do equipamento intrigou os investigadores.
Nos últimos dias, as maiores suspeitas recaíram sobre o copiloto, Farik Abdul Hamid, de 26 anos. Ele deu boa noite como se não houvesse nada de errado 12 minutos depois da reprogramação do voo e dos equipamentos de bordo serem desligados.
Outro detalhe intrigante é por que nenhum dos passageiros usou o telefone celular para entrar em contato com parentes e amigos ao suspeitar de algo errado. Há uma hipótese de que o responsável pelo desvio teria levado a aeronave a uma altitude de 14.750 metros, o que seria perigoso. Isso teria feito todas as pessoas dormirem a bordo, não percebendo a manobra.
Em seguida, o Boeing 777 teria descido para uma altitude igualmente perigosa por ser baixa demais, a cerca de 1.500 metros do solo, até desaparecer, provavelmente no Oceano Índico.
Autoridades da Malásia e dos serviços secretos de vários examinaram a lista de passageiros e tripulantes sem encontrar ninguém suspeito. Até o momento, todos são considerados inocentes. Não há provas conclusivas contra ninguém. Primeiro, é preciso encontrar o avião ou que resta dele e das 239 vidas que transportava.
Rússia toma bases da Frota do Mar Negro
As forças da Rússia invadiram hoje o quartel-general da Frota do Mar Negro, em Sebastopol, e outra base naval no Oeste da Crimeia. Cerca de 50 soldados ucranianos deixaram as instalações enquanto a bandeira russa era hasteada.
Apesar das pressões internacionais, a Rússia invocou direitos históricos para aceitar ontem o resultado de um referendo para reanexar a península da Crimeia, que pertencia à Ucrânia desde 1954. A Ucrânia está sob intervenção militar da Rússia desde o fim de fevereiro de 2014.
Hoje a Ucrânia deixou oficialmente a Comunidade de Estados Independentes (CEI), que reúne ex-repúblicas soviéticas e passou a exigir visto de entrada para russos.
Apesar das pressões internacionais, a Rússia invocou direitos históricos para aceitar ontem o resultado de um referendo para reanexar a península da Crimeia, que pertencia à Ucrânia desde 1954. A Ucrânia está sob intervenção militar da Rússia desde o fim de fevereiro de 2014.
Hoje a Ucrânia deixou oficialmente a Comunidade de Estados Independentes (CEI), que reúne ex-repúblicas soviéticas e passou a exigir visto de entrada para russos.
Desenhos da França do século 18 a mostra em Paris
Le Brun |
Para celebrar a divulgação via Internet de 580 obras consideradas clássicas, a BNF decidiu fazer a exposição, aberta em 18 de março. Em destaque, artistas como Charles Le Brun, Jacques Callot, Martin Fréminet, Robert Nanteuill e Simon Vouet.
A coleção, inicialmente feita por Michel de Maroles, foi comprada pelo rei da França em 1667. A ela se somaram depois coleções da Biblioteca Santa Genoveva e da Biblioteca do Arsenal.
Os temas são os mais variados reflexos daquela época: projetos arquitetônicos, entradas triunfais, funerais, ilustrações de almanaques, imagens satíricas e pessoas importantes.
terça-feira, 18 de março de 2014
Transnístria pede anexação à Rússia
A reintegração da Crimeia à Rússia se reflete em outras ex-repúblicas da União Soviética. O presidente do parlamento regional da Transnístria, Mikhail Burla, pediu oficialmente anexação à Rússia ao presidente da Duma do Estado, a Câmara do parlamento russo, Serguei Narichkin.
Em 2006, 97,2% dos eleitores do território votaram pela independência da Moldova e integração à Rússia. Cerca de 200 mil russos vivem na Transnístria, uma estreita faixa de terra entre o Rio Dniéster, no Leste da Moldova, e Oeste da Ucrânia.
Como na Ucrânia, quando a Moldova prepara-se para assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia, as forças pró-Rússia se levantam.
Em 2006, 97,2% dos eleitores do território votaram pela independência da Moldova e integração à Rússia. Cerca de 200 mil russos vivem na Transnístria, uma estreita faixa de terra entre o Rio Dniéster, no Leste da Moldova, e Oeste da Ucrânia.
Como na Ucrânia, quando a Moldova prepara-se para assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia, as forças pró-Rússia se levantam.
Moody's rebaixa nota de crédito da Argentina
Diante da redução das reservas do país em moedas fortes, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou ontem em um grau a nota de crédito da dívida pública da Argentina. A perspectiva é estável.
Apesar das exportações de soja, as reservas caíram de US$ 52 bilhões para US$ 27,5 bilhões, principalmente em razão do déficit energético, de US$ 8 bilhões em 2013.
"A queda nas reservas e a falta de acesso ao mercado refletem as políticas econômicas insustentáveis que levaram a uma inflação muito elevada, a uma depreciação da moeda, a uma fuga de capitais e a uma estagnação econômica", declarou a agência em nota.
Desde o calote de 2001, a Argentina ainda não acertou as contas com todos os credores. Assim, não tem acesso ao mercado internacional para vender títulos de sua dívida.
Sob pressão do Fundo Monetário Internacional, o ministro da Economia, Axel Kicillof, admitiu ontem que a inflação de fevereiro foi de 3,4% e a acumuladas nos dois primeiros meses de 2014 chegou a 7,2%, informa o jornal Clarín.
Apesar das exportações de soja, as reservas caíram de US$ 52 bilhões para US$ 27,5 bilhões, principalmente em razão do déficit energético, de US$ 8 bilhões em 2013.
"A queda nas reservas e a falta de acesso ao mercado refletem as políticas econômicas insustentáveis que levaram a uma inflação muito elevada, a uma depreciação da moeda, a uma fuga de capitais e a uma estagnação econômica", declarou a agência em nota.
Desde o calote de 2001, a Argentina ainda não acertou as contas com todos os credores. Assim, não tem acesso ao mercado internacional para vender títulos de sua dívida.
Sob pressão do Fundo Monetário Internacional, o ministro da Economia, Axel Kicillof, admitiu ontem que a inflação de fevereiro foi de 3,4% e a acumuladas nos dois primeiros meses de 2014 chegou a 7,2%, informa o jornal Clarín.
ONU amplia lista de criminosos de guerra na Síria
Os investigadores das Nações Unidas apresentaram hoje uma lista ampliada de suspeitos de crimes de guerra nos dois lados da guerra civil na Síria, onde mais de 100 mil pessoas foram mortas desde 15 de março de 2011, apontando indivíduos, unidades militares e agências governamentais suspeitos de tortura, massacres e bombardeio de populações civis, informa a agência Reuters.
Sem autorização para entrar na Síria, cerca de 20 investigadores da comissão presidida pelo sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro entrevistaram 2,7 mil vítimas, testemunhas e refugiados na região e até mesmo residentes no país via Skype.
É improvável que os crimes sejam denunciados perante o Tribunal Penal Internacional. Como a Síria não faz parte, a acusação teria de partir do Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia, aliada do ditador Bachar Assad, tem direito de veto.
"Não temos falta de informação sobre os crimes e os perpetradores", declarou Pinheiro. "Não temos os meios para exigir a prestação de contas e fazer justiça, mas isso vai além dos nossos poderes."
No relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, a comissão de investigação adverte para o aumento dos combates entre rebeldes no período de 20 de janeiro a 10 de março de 2014. Acusa o grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante de "conduzir execuções em massa de prisioneiros".
Sem autorização para entrar na Síria, cerca de 20 investigadores da comissão presidida pelo sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro entrevistaram 2,7 mil vítimas, testemunhas e refugiados na região e até mesmo residentes no país via Skype.
É improvável que os crimes sejam denunciados perante o Tribunal Penal Internacional. Como a Síria não faz parte, a acusação teria de partir do Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia, aliada do ditador Bachar Assad, tem direito de veto.
"Não temos falta de informação sobre os crimes e os perpetradores", declarou Pinheiro. "Não temos os meios para exigir a prestação de contas e fazer justiça, mas isso vai além dos nossos poderes."
No relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, a comissão de investigação adverte para o aumento dos combates entre rebeldes no período de 20 de janeiro a 10 de março de 2014. Acusa o grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante de "conduzir execuções em massa de prisioneiros".
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Militar ucraniano morre em ataque russo
Um oficial do Exército da Ucrânia foi morto e outro ferido hoje num assalto de tropas russas para tomar sua base militar em Simferopol, a capital da região da Crimeia, que decidiu ilegalmente se integrar à Rússia. É a primeira morte de um militar desde a intervenção russa na Crimeia, no fim do mês passado.
Em Kiev, o primeiro-ministro interino Arseni Yatseniuk descreveu a morte como "um crime de guerra", enquanto o presidente interino Olexander Turchinov comparava o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com o ditador nazista Adolf Hitler.
Apesar da trégua negociada até 21 de março, depois da morte de um oficial hoje, o Ministério da Defesa da Ucrânia autorizou o uso da força para "proteger as vidas dos soldados ucranianos".
Em Kiev, o primeiro-ministro interino Arseni Yatseniuk descreveu a morte como "um crime de guerra", enquanto o presidente interino Olexander Turchinov comparava o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com o ditador nazista Adolf Hitler.
Apesar da trégua negociada até 21 de março, depois da morte de um oficial hoje, o Ministério da Defesa da Ucrânia autorizou o uso da força para "proteger as vidas dos soldados ucranianos".
EUA: Rússia confiscou a Crimeia
Durante viagem à Polônia para reassegurar os aliados da Europa Oriental, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou as ações da Rússia na Crimeia e no resto da Ucrânia, que chamou de "confisco de território" e ameaçou com novas sanções.
"A Rússia listou toda uma série de argumentos para justificar o que nada mais é do que um confisco de território", afirmou Biden em Varsóvia. "O isolamento político e diplomático da Rússia só vai aumentar.
Os EUA convocaram uma reunião de emergência do Grupo dos Sete (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá) e da União Europeia para a próxima semana, em Haia, na Holanda.
Em Londres, o ministro do Exterior do Reino Unido, William Hague, anunciou a suspensão de toda a cooperação militar com Moscou.
Apesar de condenar a "ilegalidade" do referendo, a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel disse que ainda é cedo para falar numa exclusão definitiva da Rússia do G-8. A Alemanha é o país ocidental que mais tem relações econômicas com a Rússia. Teme um acirramento ainda maior das tensões. O comércio bilateral é de US$ 79 bilhões por ano.
"A Rússia listou toda uma série de argumentos para justificar o que nada mais é do que um confisco de território", afirmou Biden em Varsóvia. "O isolamento político e diplomático da Rússia só vai aumentar.
Os EUA convocaram uma reunião de emergência do Grupo dos Sete (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá) e da União Europeia para a próxima semana, em Haia, na Holanda.
Em Londres, o ministro do Exterior do Reino Unido, William Hague, anunciou a suspensão de toda a cooperação militar com Moscou.
Apesar de condenar a "ilegalidade" do referendo, a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel disse que ainda é cedo para falar numa exclusão definitiva da Rússia do G-8. A Alemanha é o país ocidental que mais tem relações econômicas com a Rússia. Teme um acirramento ainda maior das tensões. O comércio bilateral é de US$ 79 bilhões por ano.
Putin: "Crimeia sempre foi e será da Rússia"
Em discurso no Kremlin diante de parlamentares russos, depois de assinar o termo de reintegração da Crimeia, o presidente Vladimir Putin afirmou hoje que a região "sempre foi e sempre será parte inalienável da Rússia", ignorando que fora doada à Ucrânia em 1954, na era soviética, quando isso não faria a menor diferença. Rejeitar o pedido de anexação da Crimeia, acrescentou, "teria sido uma traição".
Sob o aplauso de deputados, senadores e líderes separatistas da Crimeia, no luxuoso e imperial Salão São Jorge do Kremlin, Putin afirmou que não quer confronto com o Ocidente, mas prometeu defender os interesses dos russos. Cerca de 25 milhões vivem em outras ex-repúblicas soviéticas que não a Rússia. Todas estão em alerta diante das manobras do Kremlin.
Putin apontou cinco razões para anexar a Crimeia, observou o jornal americano The Wall St. Journal:
1. Historicamente, a Crimeia faz parte da Rússia. A transferência da região para a Ucrânia, em 1954, foi uma violação das leis da União Soviética. Quando o secretário-geral do Partido Comunista, o ucraniano Nikita Kruschev, cedeu a Crimeia à Ucrânia, ninguém esperava o fim da União Soviética. A Ucrânia foi cedida como um "saco de batatas", disse Putin. "O que parecia inacreditável, infelizmente tornou-se realidade", o fim da URSS, que o ditadorzinho russo já chamou de "maior catástrofe geopolítica do século 20.
2. A Crimeia precisa ser parte de um Estado forte e estável. Putin nega legitimidade ao governo central da Ucrânia formado depois da fuga do presidente Viktor Yanukovich em meio a uma batalha nas ruas entre a polícia de choque e rebeldes interessados em se aproximar da União Europeia. Reafirma o direito de defender os "compatriotas", mesma desculpa usada por Hitler na Segunda Guerra Mundial para invadir países. O dirigente russo citou o resultado do referendo como prova convincente de que a maioria da Crimeia quer fazer parte da Rússia e citou como precedente a independência do Kossovo depois de uma guerra em que Moscou apoiou a Sérvia, em 1999, outra derrota geopolítica de que tenta se vingar. A vitória do sim com 96,77% lembra as eleições soviéticas.
3. A Rússia não pretende tomar mais territórios da Ucrânia. Apesar das manobras militares, da tomada de quartéis, de novos confrontos no Leste do país e da morte do primeiro militar ucraniano desde a invasão russa, Putin declarou não estar interessado no resto da Ucrânia. Mas seu ministro do Exterior, Serguei Lavrov, já falou em federalismo na Ucrânia. Isso aumentaria a influência de Moscou sobre as regiões de maioria russa.
4. O Ocidente cruzou um limite ao apoiar o novo governo da Ucrânia. Putin acusa o Ocidente de apoiar um governo surgido de um "golpe inconstitucional". Na sua argumentação, isso anula qualquer crítica relativa à ocupação militar da Ucrânia e à realização de um referendo de resultado conhecido muito antes da votação. O ditatorzinho russo tenta jogar a ilegitimidade para o outro lado, como se o governo revolucionário da Ucrânia não tivesse convocado eleições na busca de legitmidade.
5. A Rússia não está preocupada com as sanções. A modesta reação ocidental não incomoda o homem-forte do Kremlin. Muitos altos funcionários sancionados não têm dinheiro nem propriedades no exterior, ironizou Putin, então as sanções não terão grande efeito.
Cada vez mais isolado internacionalmente, Putin agradeceu o apoio da China, embora o embaixador chinês tenha votado em branco no Conselho de Segurança das Nações. O regime comunista chinês rejeita em princípio referendos sobre a independência de regiões, principalmente tendo em vista Taiwan e o Tibete.
Como se falasse da Rússia, Putin acusou a política externa ocidental de se basear na lei de força: "Nossos parceiros do Ocidente, liderados pelos Estados Unidos, preferem não se guiar pelo direito internacional, mas pela lei do mais forte. Passaram a acreditar na sua excepcionalidade e na crença de que são escolhidos. Não podem decidir os destinos do mundo", afirmou, ignorando o princípio de autodeterminação dos povos que alega defender.
Sob o aplauso de deputados, senadores e líderes separatistas da Crimeia, no luxuoso e imperial Salão São Jorge do Kremlin, Putin afirmou que não quer confronto com o Ocidente, mas prometeu defender os interesses dos russos. Cerca de 25 milhões vivem em outras ex-repúblicas soviéticas que não a Rússia. Todas estão em alerta diante das manobras do Kremlin.
Putin apontou cinco razões para anexar a Crimeia, observou o jornal americano The Wall St. Journal:
1. Historicamente, a Crimeia faz parte da Rússia. A transferência da região para a Ucrânia, em 1954, foi uma violação das leis da União Soviética. Quando o secretário-geral do Partido Comunista, o ucraniano Nikita Kruschev, cedeu a Crimeia à Ucrânia, ninguém esperava o fim da União Soviética. A Ucrânia foi cedida como um "saco de batatas", disse Putin. "O que parecia inacreditável, infelizmente tornou-se realidade", o fim da URSS, que o ditadorzinho russo já chamou de "maior catástrofe geopolítica do século 20.
2. A Crimeia precisa ser parte de um Estado forte e estável. Putin nega legitimidade ao governo central da Ucrânia formado depois da fuga do presidente Viktor Yanukovich em meio a uma batalha nas ruas entre a polícia de choque e rebeldes interessados em se aproximar da União Europeia. Reafirma o direito de defender os "compatriotas", mesma desculpa usada por Hitler na Segunda Guerra Mundial para invadir países. O dirigente russo citou o resultado do referendo como prova convincente de que a maioria da Crimeia quer fazer parte da Rússia e citou como precedente a independência do Kossovo depois de uma guerra em que Moscou apoiou a Sérvia, em 1999, outra derrota geopolítica de que tenta se vingar. A vitória do sim com 96,77% lembra as eleições soviéticas.
3. A Rússia não pretende tomar mais territórios da Ucrânia. Apesar das manobras militares, da tomada de quartéis, de novos confrontos no Leste do país e da morte do primeiro militar ucraniano desde a invasão russa, Putin declarou não estar interessado no resto da Ucrânia. Mas seu ministro do Exterior, Serguei Lavrov, já falou em federalismo na Ucrânia. Isso aumentaria a influência de Moscou sobre as regiões de maioria russa.
4. O Ocidente cruzou um limite ao apoiar o novo governo da Ucrânia. Putin acusa o Ocidente de apoiar um governo surgido de um "golpe inconstitucional". Na sua argumentação, isso anula qualquer crítica relativa à ocupação militar da Ucrânia e à realização de um referendo de resultado conhecido muito antes da votação. O ditatorzinho russo tenta jogar a ilegitimidade para o outro lado, como se o governo revolucionário da Ucrânia não tivesse convocado eleições na busca de legitmidade.
5. A Rússia não está preocupada com as sanções. A modesta reação ocidental não incomoda o homem-forte do Kremlin. Muitos altos funcionários sancionados não têm dinheiro nem propriedades no exterior, ironizou Putin, então as sanções não terão grande efeito.
Cada vez mais isolado internacionalmente, Putin agradeceu o apoio da China, embora o embaixador chinês tenha votado em branco no Conselho de Segurança das Nações. O regime comunista chinês rejeita em princípio referendos sobre a independência de regiões, principalmente tendo em vista Taiwan e o Tibete.
Como se falasse da Rússia, Putin acusou a política externa ocidental de se basear na lei de força: "Nossos parceiros do Ocidente, liderados pelos Estados Unidos, preferem não se guiar pelo direito internacional, mas pela lei do mais forte. Passaram a acreditar na sua excepcionalidade e na crença de que são escolhidos. Não podem decidir os destinos do mundo", afirmou, ignorando o princípio de autodeterminação dos povos que alega defender.
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