Apesar das negociações do Irã com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, ordenaram às Forças de Defesa de Israel que preparem um possível ataque contra o Irã ainda em 2014.
Dez bilhões de xequels, cerca de US$ 2,9 bilhões, foram alocados para a guerra, revelou o jornal liberal israelense Haaretz. Na verdade, a verba extra para atacar o Irã já estava prevista no orçamento do ano passado.
Coincidência ou não, diante da ruptura entre o Ocidente e a Rússia na crise da Ucrânia, o Kremlin e o regime fundamentalista iraniano anunciaram um acordo para a construção de mais duas usinas na central nuclear de Bushehr. Os Estados Unidos, a União Europeia e Israel estão convencidos de que o regime dos aiatolás está desenvolvendo armas atômicas.
Antes disso, Netanyahu já repudiava os termos do acordo proposto pelos EUA e a UE, que permitiria ao Irã continuar enriquecendo urânio. Em palestra recente na Universidade de Telavive, Yaalon indicou estar disposto a apoiar uma ação unilateral de Israel contra a república islâmica por estar convencido de que o governo Barack Obama não vai atacar.
"Acredito que os EUA deveriam liderar a campanha contra o Irã", declarou o ministro da Defesa nesta semana. "Mas os EUA entraram em negociações com eles e, desafortunadamente, na barganha do bazar persa, os iranianos foram melhores. (...) Portanto, nesta matéria, temos de nos comportar como se não tivéssemos ninguém por nós a não ser nós mesmos."
Uma nova rodada de negociações começou hoje em Viena, na Áustria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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