Depois de uma aliança de sete décadas em que os Estados Unidos apoiaram um dos regimes mais conservadores do mundo em troca de petróleo e da estabilidade do Oriente Médio, o presidente Barack Obama visita hoje a Arábia Saudita tentando diminuir as divergências entre os dois países.
As diferenças começaram com a Primavera Árabe. Como guardiães das cidades sagradas de Meca e Medina, os sauditas se consideram os únicos intérpretes do Corão, do islamismo e sunismo. São contra a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista do mundo, que ascendeu ao poder no Egito depois da queda de Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.
O problema se agravou quando Obama decidiu não intervir militarmente na guerra civil da Síria nem armar grupos rebeldes por medo de que as armas caiam nas mãos de terroristas muçulmanos e, mais ainda, quando os EUA se reaproximaram do Irã na expectativa de dissuadir a república islâmica de fazer armas nucleares.
Como o Irã, xiita, é considerado hoje o maior inimigo da Arábia Saudita na disputa pela liderança regional no Oriente Médio, a reaproximação Washington-Teerã é vista como uma fratura irreparável na aliança estratégica. Não há muito o que Obama possa dizer para acalmar a situação. Garantias de segurança o xá do Irã também recebeu, do então presidente americano Jimmy Carter, em 1978. Não adiantaram muito na hora da revolução.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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