quarta-feira, 26 de março de 2014

Marechal Al-Sissi lança candidatura no Egito

Dois dias depois da condenação à morte de 529 ativistas da Irmandade Muçulmana e horas depois de renunciar aos cargos de ministro da Defesa e comandante supremo das Forças Armadas, o marechal Abdel Fattah al-Sissi, líder do golpe militar de 3 de julho de 2013, anunciou sua candidatura à Presidência do Egito na eleição a ser realizada provavelmente em abril de 2014.

Mais de mil pessoas foram mortas desde o golpe contra o presidente Mohamed Mursi, o único eleito democraticamente até hoje na história do país. Pelo menos parte das condenações à morte em massa deve ser revertida, mas a dureza da sentença aponta para o rigor da era de Gamal Abdel Nasser do que sob a ditadura de Hosni Mubarak, derrubado em fevereiro de 2011.

Enquanto jornalistas da rede de televisão árabe Al Jazira são processados, as vozes dissidentes liberais e socialistas que lutaram contra Mubarak vão sendo sufocadas mais uma vez pelo ressurgimento do Estado policial.

Neste clima de violência e incerteza que vem desde a chamada Primavera Árabe, o marechal Al-Sissi surge como mais um salvador da pátria que livrou o Egito das garras do extremismo muçulmano.

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