sexta-feira, 14 de março de 2014

Dissidente chinesa morre por falta de tratamento

A ativista dos direitos humanos chinesa Cao Shunli, presa desde setembro por organizar protestos sentados na frente do Ministério do Exterior da China, morreu depois de ter tratamento médico negado na prisão, anunciaram hoje um advogado e um amigo dissidente. O hospital não deixou a família e o advogado verem o corpo, que teria sinais de tortura.

"Em 14 de setembro, ela estava perfeitamente bem e ia viajar à Europa. Agora, ela se foi", lamentou o ativista Hu Jia, entrevistado pela agência Reuters. "Quando o clima esquentava, nos sentávamos diante da entrada do Ministério do Exterior pediu maior fiscalização e controle das ações do governo."

Cao liderou as manifestações de protesto durante dois meses, a partir de junho de 2013, exigindo que os cidadãos chineses tenham maior participação na elaboração dos relatórios nacionais sobre direitos humanos. Ela desapareceu em setembro, pouco antes de ir para Genebra, onde faria um curso sobre direitos humanos.

Por ironia, Genebra é a sede do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, do qual a China faz parte a partir deste ano, em mais uma distorção das atividades da ONU.

Em outubro, Cao foi presa sob a acusação de "comprar brigas e provocar distúrbios". O grupo Direitos Humanos na China disse que ela sofria de tuberculose e problemas no fígado, entre outros males, mas teve a liberdade condicional por motivo de saúde negada sob o argumento de que seu caso não era grave.

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