Os União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções contra 32 pessoas em retaliação pela anexação pela Rússia da região da Crimeia, que pertencia à Ucrânia desde 1954, depois de um referendo com resultado soviético de 96,7% votando a favor dos poderosos do dia.
A UE congelou os bens e proibidiu a entrada em seu território de 13 russos e oito líderes da Crimeia. É a medida mais séria da Europa contra Moscou desde o início da crise iniciada pela decisão do então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, de abandonar negociações de associação com a UE, em novembro de 2013. Uma onda de protestos, violência policial e batalhas de rua levou à queda de Yanukovich no mês passado.
Na lista da UE, estão os deputados russos Leonid Slutski, Serguei Mironov e Serguei Jelezniak; o comandante-em-chefe da Frota do Mar Negro, vice-almirante Alexander Vitko; o comandante militar do Oeste da Rússia, general Anatoli Sidorov; e o comandante militar do Sul, general Alexander Galkin.
Em Washington, o governo americano anunciou sanções contra sete russos e quatro ucranianos por colaborarem com a anexação da Crimeia à Rússia, entre eles Yanukovich, altos assessores do presidente russo, Vladimir Putin, o governador pró-russo da Crimeia, Serguei Axionov, o presidente do parlamento regional, Vladimir Konstantinov, e o magnata Viktor Medvedchuk, que, na visão de Washington, teria financiado a campanha pela independência da Ucrânia e anexação à Rússia.
Eles tiveram seus bens nos EUA congelados, os vistos de entrada cassados e estão proibidos de negociar com americanos.
No Twitter, o vice-primeiro-ministro russo, Dimitri Rogozin, ironizou as sanções: "Camarada Obama! O que deve fazer quem não tem contas nem propriedades no exterior? Ou talvez você não tenha pensado nisso?"
É a crise mais séria entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da União Soviética, em 1991, pior mesmo do que a Guerra do Kossovo, quando o Kremlin apoiou política e diplomaticamente a Sérvia de Slobodan Milosevic, bombardeada durante 78 dias pela Organização do Tratado do Atlântico (OTAN) em 1999, mas não se envolveu militarmente. Putin chegaria ao poder meses depois.
No fim do bombardeio, por erro do comando militar americano, os russos chegaram na frente e tomaram o aeroporto de Pristina, a capital do Kossovo, mas depois o cederam pacificamente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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