A Tencent, maior empresa de Internet da China listada em bolsa de valores, fechou pelo menos 30 contas que distribuíam notícias políticas e jurídicas para dezenas de milhares de assinantes através do seu aplicativo para mensagens instantâneas, provocando acusações de censura.
Em meio a mais uma campanha do regime comunista chinês para censurar o debate político na rede, a Tencent toma medidas para enquadrar seus 270 milhões de usuários. "Continuamente revisamos e tomamos medidas sobre casos suspeitos de spam, violência, pornografia e conteúdo ilegal. Também convidamos nossos usuários a denunciar casos suspeitos on-line ou através da nossa hotline 24 horas", declarou a empresa em nota.
No Weibo, o Twitter da Internet chinesa, onde as redes sociais do Ocidente são proibidas, um relações-públicas da Tencent, Zhang Jun, prometeu dureza para quem violar a lei e as regras da ditadura militar da China.
Desde que a Tencent criou a plataforma WeChat, diversas pessoas e organizações abriram contas para divulgar notícias e defender ideias, embora a maioria se limite a falar com os amigos e postar fotos, como no Facebook.
Uma das contas fechadas chamava-se Sala de Aula e era mantida pelo professor Liu Shengfei, da Universidade Zhongshan, da cidade de Cantão, que se despediu: "Para os nossos 63 mil seguidores, dizemos adeus, esperamos que não por muito tempo até um mundo novo e livre."
Quem tentou se conectar recebeu a mensagem de que "esta conta violou as políticas da plataforma WeChat e foi proibida de usar todos os seus recursos."
No mês passado, a mídia estatal chinesa revelou que o Partido Comunista criou um comitê de segurança na Internet formados por altos funcionários para cuidar tanto da guerra cibernética quanto do uso da rede para controlar a opinião pública. Vários comentaristas proeminentes foram advertidos e punidos pelo que disseram nas redes sociais, uma manobra para reprimir os dissidentes e censurar a discussão de temas politicamente sensíveis.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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