O presidente Donald Trump indultou hoje o documentarista de ultradireita Dinesh D'Souza, condenado por violar as leis federais sobre financiamento de campanhas em 2014, alegando que ele foi "tratado de maneira muito injusta".
Normalmente, os presidentes usam o indulto para corrigir injustiças e muitas vezes depois de parte do cumprimento da pena. Trump usa para proteger notórios criminosos com tendências ultradireitistas.
Trump perdoou o xerife Joe Arpaio, do Arizona, condenado por discriminar imigrantes de origem latina, e Lewis Scooter Libby, assessor do então vice-presidente Dick Cheney que revelou a identidade de uma agente secreta cujo marido criticara a invasão do Iraque, em 2003.
D'Souza estourou o limite oficial de gastos da campanha e usou outras pessoas para fazer doações em seu nome e depois repassou o dinheiro, em flagrante violação da lei. É autor de documentários contra Barack Obama e Hillary Clinton, os alvos favoritos do ódio, da raiva e da ira de Trump.
O presidente estaria considerando a possibilidade de dar indulto ao ex-governador de Illinois Rod Blagojevich e à empresária e apresentadora de televisão Martha Stewart. Ela foi condenada por obstrução de justiça. Ele, por tentar vender a vaga aberta no Senado com a eleição de Barack Obama na Casa Branca por US$ 1 milhão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 31 de maio de 2018
Presidente da Itália aprova governo populista
O Movimento 5 Estrelas e a Liga, os dois partidos populistas que venceram as eleições de 4 de março na Itália, obtiveram a aprovação do presidente Sergio Mattarella para seu ministério, cinco dias depois do veto ao indicado para Economia e Finanças, que gerou uma crise e levou à desistência do primeiro-ministro designado, Giuseppe Conte. Hoje, Conte recebeu o aval para chefiar o novo governo.
A crise está superada, por enquanto. Isso evita a realização de novas eleições, que poderiam aumentar ainda mais o apoio aos partidos antieuropeus e anti-sistema.
O ministro de Economia e Finanças será o economista Giovanni Tria, um professor universitário crítico da falta de convergência na Zona do Euro mas a favor de manter a Itália na união monetária europeia. O líder do M5E, Luigi Di Maio, será ministro do Desenvolvimento Econômico, e o chefe da Liga, Matteo Salvini, ministro do Interior, encarregado de expulsar os imigrantes ilegais. O antieuropeu Savona será ministro para assuntos europeus.
Há duas semanas, meses depois das eleições, a Liga e o M5E anunciaram um acordo para formar um governo capaz de obter maioria no Congresso. No domingo, o presidente vetou a indicação de Paolo Savona para Economia e Finanças alegando que haveria risco de saída da Itália da Zona do Euro, com graves danos para a poupança dos cidadãos e a situação do país.
Na próxima semana, o governo Conte deve pedir a aprovação do Congresso. Entre suas propostas, estão uma garantia de renda mínima da cidadania, cortes de impostos, aumento dos gastos públicos e revogação de reformas como a da Previdência Social para acelerar o crescimento da economia italiana. O temor dos parceiros da Eurozona é de mais indisciplina fiscal.
A dívida pública italiana, de 2,3 trilhões de euros (US$ 2,7 trilhões) equivale a 132% do produto interno bruto, de US$ 1,9 trilhão.
A crise está superada, por enquanto. Isso evita a realização de novas eleições, que poderiam aumentar ainda mais o apoio aos partidos antieuropeus e anti-sistema.
O ministro de Economia e Finanças será o economista Giovanni Tria, um professor universitário crítico da falta de convergência na Zona do Euro mas a favor de manter a Itália na união monetária europeia. O líder do M5E, Luigi Di Maio, será ministro do Desenvolvimento Econômico, e o chefe da Liga, Matteo Salvini, ministro do Interior, encarregado de expulsar os imigrantes ilegais. O antieuropeu Savona será ministro para assuntos europeus.
Há duas semanas, meses depois das eleições, a Liga e o M5E anunciaram um acordo para formar um governo capaz de obter maioria no Congresso. No domingo, o presidente vetou a indicação de Paolo Savona para Economia e Finanças alegando que haveria risco de saída da Itália da Zona do Euro, com graves danos para a poupança dos cidadãos e a situação do país.
Na próxima semana, o governo Conte deve pedir a aprovação do Congresso. Entre suas propostas, estão uma garantia de renda mínima da cidadania, cortes de impostos, aumento dos gastos públicos e revogação de reformas como a da Previdência Social para acelerar o crescimento da economia italiana. O temor dos parceiros da Eurozona é de mais indisciplina fiscal.
A dívida pública italiana, de 2,3 trilhões de euros (US$ 2,7 trilhões) equivale a 132% do produto interno bruto, de US$ 1,9 trilhão.
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Trump sobretaxa aço e alumínio da UE, do Canadá e do México
Enquanto late mas não morde no conflito comercial com a China, o presidente Donald Trump preferiu sair atacando aliados dos Estados Unidos. Seu governo passa a cobrar a partir de amanhã tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados da União Europeia, do Canadá e do México, que imediatamente anunciaram retaliações.
"Hoje é um dia muito ruim para o comércio internacional", reagiu o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao anunciar a resposta da UE: aumento das tarifas de produtos tipicamente americanos, como bourbon, motocicletas e manteiga de amendoim.
No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau prometeu sobretaxas no valor de US$ 12,8 bilhões sobre produtos americanos. O México promete retaliar na mesma pedida das perdas que lhe forem impostas.
O governo Trump passou as últimas semanas negociando reduções no déficit comercial dos EUA com seus maiores parceiros comerciais, o que também inclui a China. Washington queria impor cotas.
A proposta de Trump foi considerada inaceitável por violar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), especialmente pelo México e o Canadá, sócios dos EUA no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
Por enquanto, só Argentina e Coreia do Sul aceitaram as restrições de exportação exigidas pelos EUA. O Brasil e a Austrália ainda estão isentos das sobretaxas americanas. As empresas brasileiras estariam dispostas a aceitar as cotas.
Outros países, como Índia, Japão, Rússia e Turquia, nunca estiveram isentos das sobretaxas.
Era o que a Europa temia. A guerra comercial de Trump não começa com a China, a superpotência ascendente que ameaça a liderança mundial dos EUA, mas com os aliados. Com sua mentalidade negocista, Trump quer levar vantagem em tudo. Ataca primeiro os mais fracos, embora sejam aliados, a recuam diante da China.
Os EUA decidiram colocar em lista negra a companhia de equipamentos de telecomunicações chinesa ZTE, suspeita de colaborar com espionagem e de estar a serviço do aparato militar da China. Bastou um telefonema do ditador Xi Jinping para Trump mudar de ideia.
Há muita insatisfação dentro do próprio Partido Republicano. Os conservadores entendem que Trump está perdendo a guerra comercial com a China.
A longo prazo, uma guerra comercial tende a deixar o muito inteiro mais pobre, além do risco de deflagrar guerras de verdade.
A Grande Depressão (1929-39) começou com o colapso da Bolsa de Valores de Nova York, mas foi alimentada por uma guerra comercial. Em 1932, 25% dos americanos e 12,5% dos alemães estavam desempregados. Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos EUA. O Partido Nacional-Socialista Trabalhista Alemão (nazista) tornou-se o mais votado na Alemanha.
Trump não conhece história. Como observou Edward Luce, no Financial Times, quer retroceder a 1929.
"Hoje é um dia muito ruim para o comércio internacional", reagiu o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao anunciar a resposta da UE: aumento das tarifas de produtos tipicamente americanos, como bourbon, motocicletas e manteiga de amendoim.
No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau prometeu sobretaxas no valor de US$ 12,8 bilhões sobre produtos americanos. O México promete retaliar na mesma pedida das perdas que lhe forem impostas.
O governo Trump passou as últimas semanas negociando reduções no déficit comercial dos EUA com seus maiores parceiros comerciais, o que também inclui a China. Washington queria impor cotas.
A proposta de Trump foi considerada inaceitável por violar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), especialmente pelo México e o Canadá, sócios dos EUA no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
Por enquanto, só Argentina e Coreia do Sul aceitaram as restrições de exportação exigidas pelos EUA. O Brasil e a Austrália ainda estão isentos das sobretaxas americanas. As empresas brasileiras estariam dispostas a aceitar as cotas.
Outros países, como Índia, Japão, Rússia e Turquia, nunca estiveram isentos das sobretaxas.
Era o que a Europa temia. A guerra comercial de Trump não começa com a China, a superpotência ascendente que ameaça a liderança mundial dos EUA, mas com os aliados. Com sua mentalidade negocista, Trump quer levar vantagem em tudo. Ataca primeiro os mais fracos, embora sejam aliados, a recuam diante da China.
Os EUA decidiram colocar em lista negra a companhia de equipamentos de telecomunicações chinesa ZTE, suspeita de colaborar com espionagem e de estar a serviço do aparato militar da China. Bastou um telefonema do ditador Xi Jinping para Trump mudar de ideia.
Há muita insatisfação dentro do próprio Partido Republicano. Os conservadores entendem que Trump está perdendo a guerra comercial com a China.
A longo prazo, uma guerra comercial tende a deixar o muito inteiro mais pobre, além do risco de deflagrar guerras de verdade.
A Grande Depressão (1929-39) começou com o colapso da Bolsa de Valores de Nova York, mas foi alimentada por uma guerra comercial. Em 1932, 25% dos americanos e 12,5% dos alemães estavam desempregados. Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos EUA. O Partido Nacional-Socialista Trabalhista Alemão (nazista) tornou-se o mais votado na Alemanha.
Trump não conhece história. Como observou Edward Luce, no Financial Times, quer retroceder a 1929.
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Protesto contra Ortega termina com 16 mortes na Nicarágua
A polícia e unidades paramilitares ligadas à Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) atiraram contra uma manifestação de dezenas de milhares de pessoas ontem em Manágua, a capital da Nicarágua. Pelo menos 16 pessoas morreram e 79 saíram feridas, informou o jornal El Nuevo Diario.
A repressão violenta à marcha em homenagem às mães das mortos nos protestos de abril deve ampliar o movimento. Se o presidente Daniel Ortega cair, as oposições de outros países em crise da América Central, Guatemala e Honduras, devem fazer novas manifestações contra seus governos.
Em abril, Ortega propôs cortes de pensões e aumento nas contribuições previdenciárias, deflagrando uma onda de protestos, levando o presidente a recuar e voltar atrás em 23 de abril, depois de 53 mortes atribuídas principalmente às forças de segurança e a paramilitares ligados ao regime.
A Igreja Católica organiza os protestos contra a violência do governo e o Exército relutava em continuar atacando a multidão revoltada. Diante do uso de força mortal pelo governo, os bispos nicaraguenses se negam a retomar o diálogo.
Por causa do aumento nos preços do petróleo, há 20 dias, motoristas de táxi, ônibus e caminhões aderiram ao movimento. Depois de duas semanas de relativa calma, os protestos voltaram com força em 11 de maio nas principais cidades nicaraguenses: Manágua, León, Granada, Chinandega e Masaya.
No dia 12, o Exército pediu diálogo e declarou que não participaria mais da repressão contra os manifestantes. O Conselho Superior da Iniciativa Privada, que representa a elite empresarial, inclusive muitos aliados de Ortega, também defendeu o diálogo.
A dúvida é se Ortega resiste até a eleição presidencial de 2021, quando poderia voltar a ser candidato com base numa reforma que acabou com a limitação dos mandatos.
Um dos nove comandantes da FSLN, que tomou o poder em 17 de julho de 1979, Daniel Ortega governou a Nicarágua até ser derrotado por Violeta Chamorro na eleição presidencial de 1990. Voltou em 2007, em aliança com a oligarquia somozista que um dia combatera e desde então tenta se eternizar no poder.
Em Honduras, houve uma onda de protestos depois da contestada reeleição do presidente Juan Orlando Hernández, em novembro de 2017. A situação se acalmou com a divisão interna da oposição com a disputa pela liderança entre o ex-presidente José Manuel Zelaya e o candidato presidencial no ano passado, Salvador Nasralla. O Exército sustenta o governo conservador.
Na Guatemala, uma onda de manifestações contra a corrupção levou à queda do presidente Otto Pérez Molina, em 2015. O atual presidente, Jimmy Morales, um ex-humorista que chegou ao poder fazendo campanha contra os políticos e partidos tradicionais, também é alvo de investigações da Comissão contra a Impunidade, um órgão criado pelas Nações Unidas que as elites polícias e empresarias guatemaltecas querem desautorizar, na contramão da opinião pública.
Se Ortega cair, talvez o furacão da mudança varra também os governos do norte e nordeste da América Central.
A repressão violenta à marcha em homenagem às mães das mortos nos protestos de abril deve ampliar o movimento. Se o presidente Daniel Ortega cair, as oposições de outros países em crise da América Central, Guatemala e Honduras, devem fazer novas manifestações contra seus governos.
Em abril, Ortega propôs cortes de pensões e aumento nas contribuições previdenciárias, deflagrando uma onda de protestos, levando o presidente a recuar e voltar atrás em 23 de abril, depois de 53 mortes atribuídas principalmente às forças de segurança e a paramilitares ligados ao regime.
A Igreja Católica organiza os protestos contra a violência do governo e o Exército relutava em continuar atacando a multidão revoltada. Diante do uso de força mortal pelo governo, os bispos nicaraguenses se negam a retomar o diálogo.
Por causa do aumento nos preços do petróleo, há 20 dias, motoristas de táxi, ônibus e caminhões aderiram ao movimento. Depois de duas semanas de relativa calma, os protestos voltaram com força em 11 de maio nas principais cidades nicaraguenses: Manágua, León, Granada, Chinandega e Masaya.
No dia 12, o Exército pediu diálogo e declarou que não participaria mais da repressão contra os manifestantes. O Conselho Superior da Iniciativa Privada, que representa a elite empresarial, inclusive muitos aliados de Ortega, também defendeu o diálogo.
A dúvida é se Ortega resiste até a eleição presidencial de 2021, quando poderia voltar a ser candidato com base numa reforma que acabou com a limitação dos mandatos.
Um dos nove comandantes da FSLN, que tomou o poder em 17 de julho de 1979, Daniel Ortega governou a Nicarágua até ser derrotado por Violeta Chamorro na eleição presidencial de 1990. Voltou em 2007, em aliança com a oligarquia somozista que um dia combatera e desde então tenta se eternizar no poder.
Em Honduras, houve uma onda de protestos depois da contestada reeleição do presidente Juan Orlando Hernández, em novembro de 2017. A situação se acalmou com a divisão interna da oposição com a disputa pela liderança entre o ex-presidente José Manuel Zelaya e o candidato presidencial no ano passado, Salvador Nasralla. O Exército sustenta o governo conservador.
Na Guatemala, uma onda de manifestações contra a corrupção levou à queda do presidente Otto Pérez Molina, em 2015. O atual presidente, Jimmy Morales, um ex-humorista que chegou ao poder fazendo campanha contra os políticos e partidos tradicionais, também é alvo de investigações da Comissão contra a Impunidade, um órgão criado pelas Nações Unidas que as elites polícias e empresarias guatemaltecas querem desautorizar, na contramão da opinião pública.
Se Ortega cair, talvez o furacão da mudança varra também os governos do norte e nordeste da América Central.
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quarta-feira, 30 de maio de 2018
EUA voltam a ameaçar a China com imposição de tarifas de importação
Depois de uma breve trégua de pouco mais de uma semana, os Estados Unidos voltaram a pressionar a China, ameaçando impor tarifas de importação sobre produtos chineses na tentativa de reduzir o déficit no comércio bilateral, que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões.
Até meados de junho, os EUA vão apresentar uma lista de produtos importados no valor de US$ 50 bilhões por ano a serem taxados em 25%, sob a alegação de que a China leva vantagem sobre em propriedade intelectual e transferência de tecnologia. E vão continuar processando a China na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os EUA também vão restringir investimentos e exportações de setores de alta tecnologia para tentar retardar o desenvolvimento chinês num setor essencial para a manutenção da superioridade militar americana. O alvo principal é o programa Made in China 2025.
"Há muitos anos, a China usa práticas industriais e comerciais injustas - inclusive dumping, barreiras discriminatórias, transferência forçada de tecnologia, excesso de capacidade e subsídios à indústria - que favorecem firmas chinesas e tornam impossível a competição de empresas americanas no mesmo nível", declarou em nota a Casa Branca.
"Os custos destas políticas para a indústria americana continuam crescendo", acrescentou a nota:
A resposta chinesa será dada diretamente ao secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, que visita à China de 2 a 4 de junho.
Até meados de junho, os EUA vão apresentar uma lista de produtos importados no valor de US$ 50 bilhões por ano a serem taxados em 25%, sob a alegação de que a China leva vantagem sobre em propriedade intelectual e transferência de tecnologia. E vão continuar processando a China na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os EUA também vão restringir investimentos e exportações de setores de alta tecnologia para tentar retardar o desenvolvimento chinês num setor essencial para a manutenção da superioridade militar americana. O alvo principal é o programa Made in China 2025.
"Há muitos anos, a China usa práticas industriais e comerciais injustas - inclusive dumping, barreiras discriminatórias, transferência forçada de tecnologia, excesso de capacidade e subsídios à indústria - que favorecem firmas chinesas e tornam impossível a competição de empresas americanas no mesmo nível", declarou em nota a Casa Branca.
"Os custos destas políticas para a indústria americana continuam crescendo", acrescentou a nota:
- O roubo de propriedade intelectual pela China custa bilhões de dólares a cada ano aos inovadores americanos.
- A China é responsável por 87% dos produtos falsificados apreendidos ao tentar entrar nos EUA.
- Beijim proibiu as importações de carne de aves, tirando de seu mercado os agricultores e fazendeiros americanos.
- Os EUA cobram tarifa de 2,5% sobre carros importados da China, enquanto a China mantém uma tarifa de 25% sobre carros americanos.
A resposta chinesa será dada diretamente ao secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, que visita à China de 2 a 4 de junho.
Egito negocia cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza
O Egito negociou uma trégua entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) depois da maior batalha entre foguetes disparados da Faixa de Gaza e contra-ataques da Força Aérea israelense desde a guerra de 2014, noticiou o jornal libanês The Daily Star.
A trégua restaura o cessar-fogo acertado em 2014 e leva a calma a uma fronteira tensa, onde pelo menos 116 palestinos foram mortos ao atacar a cerca erguida por Israel nas Marchas do Retorno, realizadas todas as sextas-feiras desde 30 de março. Os dois lados recuaram para evitar um conflito capaz de degenerar em guerra aberta.
Em Jerusalém, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu voltou a advertir o Hamas a não desafiar Israel.
As manifestações protestam contra a expulsão de centenas de milhares de palestinos de suas casas e terras quando da criação do Estado de Israel, há 70 anos, e reivindicam o direito de retorno, que numa negociação de paz poderia ser resolvido com compensações financeiras.
Como o Hamas organiza os protestos, Israel vê uma manobra para lhe negar a legitimidade e o direito de existir. Os soldados israelenses reagiram a bala às tentativas de atacar a cerca na fronteira com Gaza.
A trégua restaura o cessar-fogo acertado em 2014 e leva a calma a uma fronteira tensa, onde pelo menos 116 palestinos foram mortos ao atacar a cerca erguida por Israel nas Marchas do Retorno, realizadas todas as sextas-feiras desde 30 de março. Os dois lados recuaram para evitar um conflito capaz de degenerar em guerra aberta.
Em Jerusalém, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu voltou a advertir o Hamas a não desafiar Israel.
As manifestações protestam contra a expulsão de centenas de milhares de palestinos de suas casas e terras quando da criação do Estado de Israel, há 70 anos, e reivindicam o direito de retorno, que numa negociação de paz poderia ser resolvido com compensações financeiras.
Como o Hamas organiza os protestos, Israel vê uma manobra para lhe negar a legitimidade e o direito de existir. Os soldados israelenses reagiram a bala às tentativas de atacar a cerca na fronteira com Gaza.
Força Aérea de Israel faz 30 ataques retaliatórios na Faixa de Gaza
No momento de maior hostilidade desde a guerra de 2014, a Força Aérea de Israel bombardeou ontem 30 alvos do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e da milícia Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina, depois do disparo de barragens de foguetes da Faixa de Gaza contra o território israelense. O ataque destruiu um túnel clandestino construído para invadir Israel.
A primeira barragem, com 28 morteiros, jogou uma bomba no quintal de um jardim de infância de uma localidade israelense próxima à fronteira com Gaza. Os ataques continuaram durante o dia, com os alarmes antiaéreos de Israel soando dezenas de vezes ao longo do dia. Cinco israelenses foram feridos.
Pouco antes da meia-noite pela hora local (18h em Brasília), jornalistas árabes anunciaram um acordo entre Israel, o Hamas e a Jihad Islâmica para restaurar o cessar-fogo acertado no fim da guerra de 2014, quando 73 israelenses e mais de 2,2 mil palestinos foram mortos.
Os Estados Unidos pediram a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para "discutir os últimos ataques do Hamas e outros grupos militantes contra Israel a partir da Faixa de Gaza".
A primeira barragem, com 28 morteiros, jogou uma bomba no quintal de um jardim de infância de uma localidade israelense próxima à fronteira com Gaza. Os ataques continuaram durante o dia, com os alarmes antiaéreos de Israel soando dezenas de vezes ao longo do dia. Cinco israelenses foram feridos.
Pouco antes da meia-noite pela hora local (18h em Brasília), jornalistas árabes anunciaram um acordo entre Israel, o Hamas e a Jihad Islâmica para restaurar o cessar-fogo acertado no fim da guerra de 2014, quando 73 israelenses e mais de 2,2 mil palestinos foram mortos.
Os Estados Unidos pediram a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para "discutir os últimos ataques do Hamas e outros grupos militantes contra Israel a partir da Faixa de Gaza".
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terça-feira, 29 de maio de 2018
Furacão Maria matou 4,6 mil pessoas em Porto Rico, estima Harvard
A estatística oficial é de 64 mortes. O presidente Donald Trump se autocongratulou sobre o alegado sucesso no socorro a Porto Rico depois do Furacão Maria. Comparou com o Furacão Katrina, que matou 1.833 pessoas em 2005. Mas um estudo da Universidade de Harvard publicado hoje na revista acadêmica New England Journal of Medicine estima o total de mortos em pelo menos 4.645 pessoas.
Mais de oito meses depois, a ilha do Mar do Caribe sofre com interrupções frequentes no fornecimento de água e de energia elétrica. A pesquisa aponta sérios problemas no atendimento de saúde para idosos e para pacientes crônicos - e critica a falta de transparência na contagem oficial de mortos e a negligência na preparação para futuras tempestades.
O estudo identificou um aumento de 62% na taxa de mortalidade em relação a 2016, um "excesso de 4.465 mortes". A conclusão é que "a contagem oficial de 64 é uma subestimativa substancial do verdadeiro peso da mortalidade depois do Furacão Maria", afirmam os autores.
Com prejuízo estimado em US$ 90 bilhões, o Furacão Maria foi o terceiro ciclone tropical mais custoso da história dos Estados Unidos desde 1900. Os pesquisadores esclareceram que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças considera mortes atribuídas a tempestades não apenas quem é atingido diretamente, mas também, por exemplo, os casos devidos à falta de serviços médicos.
"Quando os EUA se preparam para uma nova temporada de furacões, será crítico revisar como contar as mortes relacionadas a catástrofes naturais para mobilizar uma operação de resposta apropriada e cuidar do destino dos flagelados", concluíram os autores.
Mais de oito meses depois, a ilha do Mar do Caribe sofre com interrupções frequentes no fornecimento de água e de energia elétrica. A pesquisa aponta sérios problemas no atendimento de saúde para idosos e para pacientes crônicos - e critica a falta de transparência na contagem oficial de mortos e a negligência na preparação para futuras tempestades.
O estudo identificou um aumento de 62% na taxa de mortalidade em relação a 2016, um "excesso de 4.465 mortes". A conclusão é que "a contagem oficial de 64 é uma subestimativa substancial do verdadeiro peso da mortalidade depois do Furacão Maria", afirmam os autores.
Com prejuízo estimado em US$ 90 bilhões, o Furacão Maria foi o terceiro ciclone tropical mais custoso da história dos Estados Unidos desde 1900. Os pesquisadores esclareceram que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças considera mortes atribuídas a tempestades não apenas quem é atingido diretamente, mas também, por exemplo, os casos devidos à falta de serviços médicos.
"Quando os EUA se preparam para uma nova temporada de furacões, será crítico revisar como contar as mortes relacionadas a catástrofes naturais para mobilizar uma operação de resposta apropriada e cuidar do destino dos flagelados", concluíram os autores.
Itália e Espanha abalam o euro e as bolsas de valores
Com a Itália e a Espanha, terceira e quarta maiores economia da Zona do Euro, em crise, a incerteza volta ao Sul da Europa, abalando o euro e as bolsas de valores do mundo inteiro.
Em Nova York, o Índice Dow Jones perdeu quase 400 pontos (-1,58%), na maior queda em dois anos. Tóquio caiu 1,78%. Em São Paulo, o Índice Bovespa subiu 0,95% com a recuperação da Petrobrás depois de forte baixa ontem.
No domingo, o primeiro-ministro indicado pelos partidos populistas que ganharam as eleições de 4 de março na Itália, Giuseppe Conte, desistiu de formar o novo governo porque o presidente Sergio Mattarella rejeitou a indicação de Paolo Savona para ministro da Economia, alegando que haveria risco de que a Itália deixe a união monetária europeia.
O temor do mercado é que o veto de Mattarella e a convocação de novas eleições acabem favorecendo o populista Movimento 5 Estrelas e a neofascista Liga, dois partidos ultranacionalistas que farão campanha atacando a União Europeia como uma instituição que tira a soberania da Itália.
As propostas do programa de governo do M5E e da Liga pretendm acabar com a austeridade fiscal, revogar as reformas para cortar gastos, inclusive da Previdência Social, renegociar a dívida pública de 2,351 trilhões de euros, equivalente a 132% do produto interno bruto, de US$ 1,938 bilhão no ano passado, e suspender as sanções à Rússia.
Na Espanha, o Parlamento começa a discutir na quinta-feira uma moção de desconfiança apresentada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) contra o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy depois da condenação de vários membros do Partido Popular (PP) no escândalo de corrupção conhecido como Caso Gürtel. O próprio partido foi multado em 245 mil euros.
"O tempo do PP acabou", afirmou o líder do PSOE, Pedro Sánchez, acusando Rajoy de ter posto em perigo a integridade social e territorial da Espanha e a credibilidade do país na UE, numa referência à tentativa de independência da Catalunha, quando apoiou Rajoy para evitar a divisão do país.
O partido de extrema esquerda Podemos, o terceiro maior da Espanha, apoia a moção de censura. O quarto maior, Cidadãos, liberal, de centro-direita, quer a antecipação das eleições porque sobe nas pesquisas com o declínio do PP, mas não apoia o voto de desconfiança, que fortaleceria Sánchez. Será uma votação apertada.
A Espanha corre o risco de ter uma terceira eleição indecisiva, com a fragmentação provocada pela ascensão de dois novos partidos, Podemos e Cidadãos, depois da Crise do Euro, em 2011, que levou o país a se submeter a um programa de ajuste fiscal imposto pela Zona do Euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE). O resultado seria mais um governo fraco.
Naquela época, comentava-se que a Itália é uma economia grande demais, com uma dívida grandes demais para ser resgatada. O presidente indicou um tecnocrata, Carlo Cottarelli, para formar um governo técnico até as próximas eleições. O M5E e a Liga, que têm maioria, pretendem derrubá-lo imediatamente. A Itália pode ter novas eleições em agosto.
Em comum, os dois países tiveram seus partidos tradicionais destroçados pela crise econômica. As semelhanças param por aí. A Liga e o M5E são visceralmente antieuropeu. Vão acusar o presidente, a UE, a Alemanha e a França de barrar a vontade política do eleitorado italiano.
Na Espanha, as eleições serão travadas em torno da corrupção, dos gastos públicos e do movimento pela independência da Catalunha. Até o ultraesquerdista Podemos moderou o tom das críticas à UE e à moeda única. Lá, ao contrário da Itália, não rendem votos. Com um governo fraco, é improvável um avanço das reformas econômicas e a questão catalã vai se arrastar por muito tempo.
A Espanha apresenta uma boa recuperação econômica, com crescimento acima de 3% desde 2015. Na Itália, a retomada é mais modesta. Desde 2010, o pico foi 1,7%, mas a economia avançou nos últimos quatro anos.
Com parlamentos fragmentados e governos fracos, será difícil aprovar as reformas necessárias para sustentar um crescimento mais forte, aumentando o apelo de partidos populistas contrários às medidas de austeridade fiscal.
Por seu tamanho, a Itália representa um risco maior à Eurozona do que a Espanha, mas a crise da Grécia mostrou que mesmo um país pobre e periférico pode gerar problemas que se propagam com facilidade pelos membros do bloco europeu.
Em Nova York, o Índice Dow Jones perdeu quase 400 pontos (-1,58%), na maior queda em dois anos. Tóquio caiu 1,78%. Em São Paulo, o Índice Bovespa subiu 0,95% com a recuperação da Petrobrás depois de forte baixa ontem.
No domingo, o primeiro-ministro indicado pelos partidos populistas que ganharam as eleições de 4 de março na Itália, Giuseppe Conte, desistiu de formar o novo governo porque o presidente Sergio Mattarella rejeitou a indicação de Paolo Savona para ministro da Economia, alegando que haveria risco de que a Itália deixe a união monetária europeia.
O temor do mercado é que o veto de Mattarella e a convocação de novas eleições acabem favorecendo o populista Movimento 5 Estrelas e a neofascista Liga, dois partidos ultranacionalistas que farão campanha atacando a União Europeia como uma instituição que tira a soberania da Itália.
As propostas do programa de governo do M5E e da Liga pretendm acabar com a austeridade fiscal, revogar as reformas para cortar gastos, inclusive da Previdência Social, renegociar a dívida pública de 2,351 trilhões de euros, equivalente a 132% do produto interno bruto, de US$ 1,938 bilhão no ano passado, e suspender as sanções à Rússia.
Na Espanha, o Parlamento começa a discutir na quinta-feira uma moção de desconfiança apresentada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) contra o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy depois da condenação de vários membros do Partido Popular (PP) no escândalo de corrupção conhecido como Caso Gürtel. O próprio partido foi multado em 245 mil euros.
"O tempo do PP acabou", afirmou o líder do PSOE, Pedro Sánchez, acusando Rajoy de ter posto em perigo a integridade social e territorial da Espanha e a credibilidade do país na UE, numa referência à tentativa de independência da Catalunha, quando apoiou Rajoy para evitar a divisão do país.
O partido de extrema esquerda Podemos, o terceiro maior da Espanha, apoia a moção de censura. O quarto maior, Cidadãos, liberal, de centro-direita, quer a antecipação das eleições porque sobe nas pesquisas com o declínio do PP, mas não apoia o voto de desconfiança, que fortaleceria Sánchez. Será uma votação apertada.
A Espanha corre o risco de ter uma terceira eleição indecisiva, com a fragmentação provocada pela ascensão de dois novos partidos, Podemos e Cidadãos, depois da Crise do Euro, em 2011, que levou o país a se submeter a um programa de ajuste fiscal imposto pela Zona do Euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE). O resultado seria mais um governo fraco.
Naquela época, comentava-se que a Itália é uma economia grande demais, com uma dívida grandes demais para ser resgatada. O presidente indicou um tecnocrata, Carlo Cottarelli, para formar um governo técnico até as próximas eleições. O M5E e a Liga, que têm maioria, pretendem derrubá-lo imediatamente. A Itália pode ter novas eleições em agosto.
Em comum, os dois países tiveram seus partidos tradicionais destroçados pela crise econômica. As semelhanças param por aí. A Liga e o M5E são visceralmente antieuropeu. Vão acusar o presidente, a UE, a Alemanha e a França de barrar a vontade política do eleitorado italiano.
Na Espanha, as eleições serão travadas em torno da corrupção, dos gastos públicos e do movimento pela independência da Catalunha. Até o ultraesquerdista Podemos moderou o tom das críticas à UE e à moeda única. Lá, ao contrário da Itália, não rendem votos. Com um governo fraco, é improvável um avanço das reformas econômicas e a questão catalã vai se arrastar por muito tempo.
A Espanha apresenta uma boa recuperação econômica, com crescimento acima de 3% desde 2015. Na Itália, a retomada é mais modesta. Desde 2010, o pico foi 1,7%, mas a economia avançou nos últimos quatro anos.
Com parlamentos fragmentados e governos fracos, será difícil aprovar as reformas necessárias para sustentar um crescimento mais forte, aumentando o apelo de partidos populistas contrários às medidas de austeridade fiscal.
Por seu tamanho, a Itália representa um risco maior à Eurozona do que a Espanha, mas a crise da Grécia mostrou que mesmo um país pobre e periférico pode gerar problemas que se propagam com facilidade pelos membros do bloco europeu.
Terrorista muçulmano mata três pessoas na Bélgica
Um terrorista esfaqueou duas policiais pelas costas às 10h30 (5h30 em Brasília) de hoje no Boulevard d'Avroy, uma das principais artérias de Liège, cidade da região da Valônia. Era o começo de mais uma ação de extremistas muçulmanos na Bélgica.
Em seguida, pegou um revólver, matou as duas e um homem de 22 anos que estava dentro de um carro. Aos gritos de "Alá é grande!", invadiu uma escola, logo cercada pela polícia, e tomou dois funcionários como reféns. Saiu atirando, feriu quatro policiais e foi morto pela polícia.
O caso está sendo tratado como terrorismo. "Há elementos que vão na direção de um ato terrorista", declarou Eric Van Der Sypt, porta-voz da Procuradoria Federal da Bélgica. A polícia investiga as ligações do assassino com grupos terroristas ou se agiu sozinho sob a inspiração de propaganda na Internet.
"É claro que o objetivo do assassino era atacar a polícia", declarou o chefe de polícia de Liège, Christian Beaupere. Ele foi identificado como Benjamin Herman, de 36 anos, residente em Rochefort, na província de Namur.
Herman saiu na segunda-feira da prisão de Lantin, perto de Liège, onde cumpria pena por tráfico de drogas. Como não estava na lista de suspeitos de terrorismo das autoridades belgas, deve ter se radicalizado na prisão. Ele também é suspeito de matar um usuário de drogas ontem à noite em Marche-en-Famenne.
O estado alerta antiterrorismo será mantido no nível 2. Com a redução significativa dos grandes atentados, os policiais têm sido os principais alvos das ações de terroristas isolados na França e na Bélgica.
Em seguida, pegou um revólver, matou as duas e um homem de 22 anos que estava dentro de um carro. Aos gritos de "Alá é grande!", invadiu uma escola, logo cercada pela polícia, e tomou dois funcionários como reféns. Saiu atirando, feriu quatro policiais e foi morto pela polícia.
O caso está sendo tratado como terrorismo. "Há elementos que vão na direção de um ato terrorista", declarou Eric Van Der Sypt, porta-voz da Procuradoria Federal da Bélgica. A polícia investiga as ligações do assassino com grupos terroristas ou se agiu sozinho sob a inspiração de propaganda na Internet.
"É claro que o objetivo do assassino era atacar a polícia", declarou o chefe de polícia de Liège, Christian Beaupere. Ele foi identificado como Benjamin Herman, de 36 anos, residente em Rochefort, na província de Namur.
Herman saiu na segunda-feira da prisão de Lantin, perto de Liège, onde cumpria pena por tráfico de drogas. Como não estava na lista de suspeitos de terrorismo das autoridades belgas, deve ter se radicalizado na prisão. Ele também é suspeito de matar um usuário de drogas ontem à noite em Marche-en-Famenne.
O estado alerta antiterrorismo será mantido no nível 2. Com a redução significativa dos grandes atentados, os policiais têm sido os principais alvos das ações de terroristas isolados na França e na Bélgica.
Polônia quer base militar dos EUA para se proteger da Rússia
O ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, confirmou ontem que o país negocia com os Estados Unidos a instalação de bases militares permanentes para evitar uma agressão da Rússia, noticiaram a Rádio Liberdade e a Rádio Europa Livre.
A Polônia se propõe a investir US$ 2 bilhões para ajudar a construir a infraestrutura necessária para instalar a base. Desde a campanha, o presidente Donald Trump se queixa de que os sócios europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não gastam o acertado dentro da aliança.
Com o fim da Guerra Fria e a ampliação da OTAN até a fronteira da Rússia, os EUA ajudaram os novos aliados da Europa Oriental nos setores de economia, energia e defesa.
A Polônia acelerou a modernização das Forças Armadas a partir de 2014, quando a Rússia interveio militarmente na ex-república soviética da Ucrânia, anexou a península da Crimeia e fomentou uma guerra civil no Leste do país.
A Polônia se propõe a investir US$ 2 bilhões para ajudar a construir a infraestrutura necessária para instalar a base. Desde a campanha, o presidente Donald Trump se queixa de que os sócios europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não gastam o acertado dentro da aliança.
Com o fim da Guerra Fria e a ampliação da OTAN até a fronteira da Rússia, os EUA ajudaram os novos aliados da Europa Oriental nos setores de economia, energia e defesa.
A Polônia acelerou a modernização das Forças Armadas a partir de 2014, quando a Rússia interveio militarmente na ex-república soviética da Ucrânia, anexou a península da Crimeia e fomentou uma guerra civil no Leste do país.
segunda-feira, 28 de maio de 2018
China deve passar EUA e se tornar maior mercado de cinema em 2018
Com o relaxamento da censura e o aumento da variedade de filmes em cartaz, a China deve superar os Estados Unidos e se tornar o maior mercado de cinema, informa o jornal inglês Financial Times.
Enquanto o faturamento do cinema americano caiu no primeiro trimestre pela primeira vez em quatro anos, as salas chinesas venderam ingressos no valor de US$ 3,17 bilhões, alta de quase 40% num ano.
Se este ritmo for mantido, a China passa os EUA em 2018. "Será difícil manter esse nível de crescimento", observou a empresa de consultoria EntGroup, que analisa o mercado chinês de cinema, citada pelo .
Nos EUA, o faturamento geralmente é maior no quarto trimestre, então será preciso esperar pelo resultado das bilheterias chinesas no segundo semestre para saber qual é o maior mercado do mundo do cinema.
Enquanto o faturamento do cinema americano caiu no primeiro trimestre pela primeira vez em quatro anos, as salas chinesas venderam ingressos no valor de US$ 3,17 bilhões, alta de quase 40% num ano.
Se este ritmo for mantido, a China passa os EUA em 2018. "Será difícil manter esse nível de crescimento", observou a empresa de consultoria EntGroup, que analisa o mercado chinês de cinema, citada pelo .
Nos EUA, o faturamento geralmente é maior no quarto trimestre, então será preciso esperar pelo resultado das bilheterias chinesas no segundo semestre para saber qual é o maior mercado do mundo do cinema.
Força Aérea de Israel ataca Hamas na Faixa de Gaza
A Força Aérea de Israel bombardeou no sábado um quartel do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza usado como base para "atacar a infraestrutura de segurança de Israel", depois que quatro palestinos se infiltraram em território israelense, passando a cerca da fronteira.
O governo israelense "está determinado a continuar realizando missões defensivas para garantir a segurança dos cidadãos de Israel. A organização terrorista Hamas é a única responsável pelo que está acontecendo na Faixa de Gaza e deve sofrer as consequências pelos atos terroristas realizados de Gaza contra os cidadãos e a soberania de Israel".
Os quatro palestinos invadiram o território israelense rapidamente e deixaram uma barraca onde está escrito "Marcha do Retorno, Voltando à terra da Palestina" antes de voltar para o outro lado da cerca. Os soldados dispararam tiros de advertência. Ninguém saiu ferido.
Desde que as Marchas do Retorno começaram, em 30 de março, 116 palestinos foram mortos e 13 mil feridos junto à fronteira de Gaza com Israel.
O governo israelense "está determinado a continuar realizando missões defensivas para garantir a segurança dos cidadãos de Israel. A organização terrorista Hamas é a única responsável pelo que está acontecendo na Faixa de Gaza e deve sofrer as consequências pelos atos terroristas realizados de Gaza contra os cidadãos e a soberania de Israel".
Os quatro palestinos invadiram o território israelense rapidamente e deixaram uma barraca onde está escrito "Marcha do Retorno, Voltando à terra da Palestina" antes de voltar para o outro lado da cerca. Os soldados dispararam tiros de advertência. Ninguém saiu ferido.
Desde que as Marchas do Retorno começaram, em 30 de março, 116 palestinos foram mortos e 13 mil feridos junto à fronteira de Gaza com Israel.
Presidente veta ministro da Economia e Itália deve ter novas eleições
O primeiro-ministro designado pelos partidos vencedores das eleições de 4 de março, Giuseppe Conte, desistiu ontem de formar um novo governo depois que o presidente Sergio Mattarella vetou o indicado para ministro da Economia, Paolo Savona, de 81 anos, um economista eurocético contrário à união monetária europeia. A Itália deve ter novas eleições, provavelmente em 9 de setembro.
Pela lei italiana, o presidente, eleito indiretamente pelo Congresso, tem funções cerimoniais, mas precisa aprovar os nomes dos ministros a serem aprovados pela Câmara e o Senado. Conte, que não foi eleito, durou quatro dias. Enquanto a Liga, neofascista, aceita novas eleições, o Movimento 5 Estrelas, populista, pede o impeachment de Mattarella.
O jornal La Stampa, de Turim, vê um agravamento da crise crônica da política italiana: "Depois de 85 dias de impasses e tentativas infrutíferas de dar um governo ao país, o impasse político traz o risco de se tornar una crise institucional sem precedentes", comentou em editorial.
"A escolha de Mattarella é incompreensível", reagiu o presidente do M5E, Luigi di Maio, citado pelo jornal italiano La Repubblica. "A verdade é que não querem o M5E no governo. Estão com muita raiva porque terminamos aqui. Quero o impeachment de Mattarella."
Em um comício em Fiumicino, Di Maio afirmou que "a democracia foi abolida. Savona é punido por um delito de opinião. Antes de voltar às urnas, é preciso denunciar Mattarella por alta traição e atentado contra as instituições. (...) Era uma coisa premeditada, derrubar o governo do M5E e da Liga. Difícil agora é ter confiança nas instituições e nas leis do Estado."
O presidente se defendeu alegando: "Não obstaculizei a formação do governo. Mas um chefe de Estado não pode sofrer imposições. Pedi para o Ministério da Economia a indicação de um influente expoente político da maioria, coerente com o programa político, que não seja visto como defensor de uma linha muitas vezes manifestada que pode provocar a saída da Itália do euro e provocar inquietude nos investidores italianos e estrangeiros."
Na sua opinião, o risco seria enorme: "A indicação de um ministro da Economia manda uma mensagem imediata aos operadores econômicos e financeiros. (...) É meu dever estar atento à proteção da poupança italiana, que garante a soberania da Itália."
Por isso, o presidente queria um ministro que, "além da estima e da consideração pessoal, não seja visto como defender de posições capazes de levar a saída da Itália do euro, coisa diferente de tornar a União Europeia melhor do ponto de vista italiano. Diante desta minha solicitação e de constatar a lamentável indisponibilidade de outra solução, o presidente designado do Conselho [de Ministros] abandonou o mandato."
Mattarella convocou para uma reunião na manhã desta segunda-feira, no Palácio Quirinal, Carlo Cottarelli foi alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) e comissário de Despesas Públicas no governo Enrico Letta (2013-14), quando ficou conhecido como Senhor Tesoura.
Cottarelli é um tecnocrata. Deve ser encarregado de formar um governo provisório até as próximas eleições. Em artigo recente, criticou as promessas do M5E e da Liga, que orçou em 108 a 125 bilhões de euros.
"É um absurdo. Cottarelli não tem o apoio do Parlamento", protestou Di Maio. Em nota, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, líder da direita tradicional, que virou aliada menor na aliança com a Liga, contra-atacou: "O M5E que fala em impeachment é como sempre irresponsável." Berlusconi está proibido de se candidatar em razão de condenações, mas pode voltar em breve.
O líder da Liga, antiga Liga Norte, Matteo Salvini, também reclamou: "Que dia brutal para a Itália e para a democracia. Estava tudo pronto, eu estava pronto para me ocupar da imigração e da segurança, mas nada, alguém hoje disse não. O governo da mudança não poderá nascer. Os senhores do spread e dos bancos, os ministros de Berlim, Paris e Bruxelas não estavam de acordo. Raiva? Muita. Medo? Zero. Vamos mudar este país juntos. Eu não vou largar [a luta]. Conto com vocês. Primeiro, os italianos."
Nas próximas eleições, o duelo será em torno do euro, o que permitiria até uma grande aliança do Partido Democrático, da esquerda tradicional, com a frente de direita liderada por Berlusconi. Seria difícil de imaginar no passado. Hoje, seria uma alternativa para barrar o M5E.
Pela lei italiana, o presidente, eleito indiretamente pelo Congresso, tem funções cerimoniais, mas precisa aprovar os nomes dos ministros a serem aprovados pela Câmara e o Senado. Conte, que não foi eleito, durou quatro dias. Enquanto a Liga, neofascista, aceita novas eleições, o Movimento 5 Estrelas, populista, pede o impeachment de Mattarella.
O jornal La Stampa, de Turim, vê um agravamento da crise crônica da política italiana: "Depois de 85 dias de impasses e tentativas infrutíferas de dar um governo ao país, o impasse político traz o risco de se tornar una crise institucional sem precedentes", comentou em editorial.
"A escolha de Mattarella é incompreensível", reagiu o presidente do M5E, Luigi di Maio, citado pelo jornal italiano La Repubblica. "A verdade é que não querem o M5E no governo. Estão com muita raiva porque terminamos aqui. Quero o impeachment de Mattarella."
Em um comício em Fiumicino, Di Maio afirmou que "a democracia foi abolida. Savona é punido por um delito de opinião. Antes de voltar às urnas, é preciso denunciar Mattarella por alta traição e atentado contra as instituições. (...) Era uma coisa premeditada, derrubar o governo do M5E e da Liga. Difícil agora é ter confiança nas instituições e nas leis do Estado."
O presidente se defendeu alegando: "Não obstaculizei a formação do governo. Mas um chefe de Estado não pode sofrer imposições. Pedi para o Ministério da Economia a indicação de um influente expoente político da maioria, coerente com o programa político, que não seja visto como defensor de uma linha muitas vezes manifestada que pode provocar a saída da Itália do euro e provocar inquietude nos investidores italianos e estrangeiros."
Na sua opinião, o risco seria enorme: "A indicação de um ministro da Economia manda uma mensagem imediata aos operadores econômicos e financeiros. (...) É meu dever estar atento à proteção da poupança italiana, que garante a soberania da Itália."
Por isso, o presidente queria um ministro que, "além da estima e da consideração pessoal, não seja visto como defender de posições capazes de levar a saída da Itália do euro, coisa diferente de tornar a União Europeia melhor do ponto de vista italiano. Diante desta minha solicitação e de constatar a lamentável indisponibilidade de outra solução, o presidente designado do Conselho [de Ministros] abandonou o mandato."
Mattarella convocou para uma reunião na manhã desta segunda-feira, no Palácio Quirinal, Carlo Cottarelli foi alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) e comissário de Despesas Públicas no governo Enrico Letta (2013-14), quando ficou conhecido como Senhor Tesoura.
Cottarelli é um tecnocrata. Deve ser encarregado de formar um governo provisório até as próximas eleições. Em artigo recente, criticou as promessas do M5E e da Liga, que orçou em 108 a 125 bilhões de euros.
"É um absurdo. Cottarelli não tem o apoio do Parlamento", protestou Di Maio. Em nota, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, líder da direita tradicional, que virou aliada menor na aliança com a Liga, contra-atacou: "O M5E que fala em impeachment é como sempre irresponsável." Berlusconi está proibido de se candidatar em razão de condenações, mas pode voltar em breve.
O líder da Liga, antiga Liga Norte, Matteo Salvini, também reclamou: "Que dia brutal para a Itália e para a democracia. Estava tudo pronto, eu estava pronto para me ocupar da imigração e da segurança, mas nada, alguém hoje disse não. O governo da mudança não poderá nascer. Os senhores do spread e dos bancos, os ministros de Berlim, Paris e Bruxelas não estavam de acordo. Raiva? Muita. Medo? Zero. Vamos mudar este país juntos. Eu não vou largar [a luta]. Conto com vocês. Primeiro, os italianos."
Nas próximas eleições, o duelo será em torno do euro, o que permitiria até uma grande aliança do Partido Democrático, da esquerda tradicional, com a frente de direita liderada por Berlusconi. Seria difícil de imaginar no passado. Hoje, seria uma alternativa para barrar o M5E.
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domingo, 27 de maio de 2018
Conservador e ex-prefeito verde disputam segundo turno na Colômbia
O advogado conservador Iván Duque, apoiado pelo ex-presidente linha-dura Álvaro Uribe, e o ex-guerrilheiro e ex-prefeito ecologista de Bogotá, Gustavo Petro, disputam em 17 de junho de 2018 o segundo turno da eleição presidencial na Colômbia.
Com 99,76% dos votos apurados no primeiro turno, realizado hoje, Duque lidera com 7.558.413 (39%) contra 4.846.088 (25%) para Petro; seguidos pelo esquerdista Sergio Fajardo com 4.586.016 (24%), apenas 200 mil menos que Petro; pelo ex-vice-presidente Germán Vargas, com 1.404.624 (7,3%); informou o jornal colombiano El Espectador.
A primeira eleição presidencial depois dos acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) transcorreu sem problemas. Petro foi guerrilheiro do M-19, grupo que se desmobilizon nos anos 1990s.
A vitória parcial de Duque indica que boa parte dos colombianos concordam com a posição de Uribe contra o acordo. Ao mesmo tempo, os 25% de Petro e os 24% de Fajardo apontam o fim do tabu contra o voto na esquerda, outra consequência da paz.
"O acordo de paz abriu as portas à consolidação da votação de esquerda no país", comentou Laura Wills, professora da Universidad de Los Andes. Acabou o estigma que associava a esquerda à luta armada. A união da esquerda pode vencer o uribismo.
Se ganhar no segundo turno, Duque promete manter o acordo com as FARC, mas pretende reformar alguns aspectos, como anistia para guerrilheiros condenados por delitos graves. Conservador, é contra o aborto, mas não vai mudar a lei que autoriza o casamento gay.
Com 99,76% dos votos apurados no primeiro turno, realizado hoje, Duque lidera com 7.558.413 (39%) contra 4.846.088 (25%) para Petro; seguidos pelo esquerdista Sergio Fajardo com 4.586.016 (24%), apenas 200 mil menos que Petro; pelo ex-vice-presidente Germán Vargas, com 1.404.624 (7,3%); informou o jornal colombiano El Espectador.
A primeira eleição presidencial depois dos acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) transcorreu sem problemas. Petro foi guerrilheiro do M-19, grupo que se desmobilizon nos anos 1990s.
A vitória parcial de Duque indica que boa parte dos colombianos concordam com a posição de Uribe contra o acordo. Ao mesmo tempo, os 25% de Petro e os 24% de Fajardo apontam o fim do tabu contra o voto na esquerda, outra consequência da paz.
"O acordo de paz abriu as portas à consolidação da votação de esquerda no país", comentou Laura Wills, professora da Universidad de Los Andes. Acabou o estigma que associava a esquerda à luta armada. A união da esquerda pode vencer o uribismo.
Se ganhar no segundo turno, Duque promete manter o acordo com as FARC, mas pretende reformar alguns aspectos, como anistia para guerrilheiros condenados por delitos graves. Conservador, é contra o aborto, mas não vai mudar a lei que autoriza o casamento gay.
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sábado, 26 de maio de 2018
Irlanda aprova o aborto por ampla margem
Um dos países mais católicos do mundo, a República da Irlanda, aprovou em plebiscito realizado ontem o fim da proibição constitucional de interromper intencionalmente a gravidez com 68% de votos a favor, de acordo com pesquisa de boca de urna publicada pelo jornal The Irish Times. No fim, o sim venceu com 66,4%.
"Parece que fizemos história", comemorou o primeiro-ministro Leo Varadkar, que fez campanha pelo sim, antes do fim da apuração. "É a culminância de uma revolução silenciosa que acontece na Irlanda há 10 ou 20 anos."
Varadkar prometeu que o Parlamento vai aprovar a lei do aborto até o fim do ano. A interrupção da gravidez será permitida até 12 semanas de gravidez.
Apesar da tradição católica, a Irlanda aprovara em 2015 o casamento gay, tornando-se o primeiro país a fazer isso através de consulta popular. Agora, cerca de 70% das mulheres e 65% dos homens aprovaram o aborto. Outra pesquisa previu uma vitória do sim com 69,4%.
Cerca de 3,5 milhões de irlandeses estavam aptos a votar. Até agora, quando queriam fazer um aborto, as irlandesas tinham de ir para a Grã-Bretanha ou a Irlanda do Norte.
A vitória do aborto é um sinal de modernização da Irlanda, um dos países mais prósperos da Europa depois da adesão à então Comunidade Econômica Européia, hoje União Europeia, em 1973. Com impostos baixos, atraiu várias empresas americanas de informática, transformando-se num polo de alta tecnologia.
"Parece que fizemos história", comemorou o primeiro-ministro Leo Varadkar, que fez campanha pelo sim, antes do fim da apuração. "É a culminância de uma revolução silenciosa que acontece na Irlanda há 10 ou 20 anos."
Varadkar prometeu que o Parlamento vai aprovar a lei do aborto até o fim do ano. A interrupção da gravidez será permitida até 12 semanas de gravidez.
Apesar da tradição católica, a Irlanda aprovara em 2015 o casamento gay, tornando-se o primeiro país a fazer isso através de consulta popular. Agora, cerca de 70% das mulheres e 65% dos homens aprovaram o aborto. Outra pesquisa previu uma vitória do sim com 69,4%.
Cerca de 3,5 milhões de irlandeses estavam aptos a votar. Até agora, quando queriam fazer um aborto, as irlandesas tinham de ir para a Grã-Bretanha ou a Irlanda do Norte.
A vitória do aborto é um sinal de modernização da Irlanda, um dos países mais prósperos da Europa depois da adesão à então Comunidade Econômica Européia, hoje União Europeia, em 1973. Com impostos baixos, atraiu várias empresas americanas de informática, transformando-se num polo de alta tecnologia.
sexta-feira, 25 de maio de 2018
López Obrador pode ter maioria no Congresso do México
O candidato populista de esquerda José Manuel López Obrador pode não apenas ser eleito presidente do México em 1º de julho. Pode conseguir maioria na Câmara e no Senado, indica uma pesquisa do instituto Consulta Mitofsky. Assim, se for eleito, poderá revogar as reformas de educação e energia feitas pelo atual governo, uma promessa de campanha.
A pouco mais de um mês da eleição, López Obrador lidera com uma vantagem média de dez pontos dependendo da pesquisa. Durante a campanha, ele prometeu auditar os contratos de petróleo e gás do atual governo, de Enrique Peña Nieto, reduzir o preço dos combustíveis e os gastos públicos. Tudo isso, inclusive a revogação das reformas nos setores de educação e energia, depende da aprovação do Congresso.
Se a coalização liderada pelo Movimento de Regeneração Nacional (Morena) conquistar maioria apenas na Câmara, ficará sob pressão dos grandes partidos de centro-direita, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México de 1929 a 2000 e voltou ao poder em 2012, e o Partido de Ação Nacional (PAN), que governou de 2000 a 2012.
Duas pesquisas recentes dão 60 das 128 cadeiras do Senado e uma pequena maioria 260 das 500 cadeiras da Câmara dos Deputados à aliança entre o Morena, o Partido Encontro Social e o Partido do Trabalho, que apoia a candidatura presidencial de AMLO, como é conhecido no México. A confirmação dessas previsões nas urnas facilitariam a aprovação de novas leis.
Os investidores estrangeiros temem mais a aprovação de leis restritivas do que as auditorias porque tem impacto em prazos mais longos. As classes empresariais apostam em Ricardo Anaya, ex-presidente da Câmara, candidato do PAN.
A renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte imposta pelo presidente Donald Trump, além dos insultos aos imigrantes mexicanos desde o lançamento da campanha, favorecem a campanha de um candidato de esquerda no México. Quem quer que seja o vencedor, o Morena sairá fortalecido.
A pouco mais de um mês da eleição, López Obrador lidera com uma vantagem média de dez pontos dependendo da pesquisa. Durante a campanha, ele prometeu auditar os contratos de petróleo e gás do atual governo, de Enrique Peña Nieto, reduzir o preço dos combustíveis e os gastos públicos. Tudo isso, inclusive a revogação das reformas nos setores de educação e energia, depende da aprovação do Congresso.
Se a coalização liderada pelo Movimento de Regeneração Nacional (Morena) conquistar maioria apenas na Câmara, ficará sob pressão dos grandes partidos de centro-direita, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México de 1929 a 2000 e voltou ao poder em 2012, e o Partido de Ação Nacional (PAN), que governou de 2000 a 2012.
Duas pesquisas recentes dão 60 das 128 cadeiras do Senado e uma pequena maioria 260 das 500 cadeiras da Câmara dos Deputados à aliança entre o Morena, o Partido Encontro Social e o Partido do Trabalho, que apoia a candidatura presidencial de AMLO, como é conhecido no México. A confirmação dessas previsões nas urnas facilitariam a aprovação de novas leis.
Os investidores estrangeiros temem mais a aprovação de leis restritivas do que as auditorias porque tem impacto em prazos mais longos. As classes empresariais apostam em Ricardo Anaya, ex-presidente da Câmara, candidato do PAN.
A renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte imposta pelo presidente Donald Trump, além dos insultos aos imigrantes mexicanos desde o lançamento da campanha, favorecem a campanha de um candidato de esquerda no México. Quem quer que seja o vencedor, o Morena sairá fortalecido.
Míssil que derrubou Boeing na Ucrânia em 2014 era de unidade militar da Rússia
O míssil que abateu o voo MH17 (Amsterdã-Kuala Lumpur) da companhia aérea Malaysia Airlines em 17 de julho de 2014 na Ucrânia era de uma unidade militar da Rússia, a 53ª Brigada Antiaérea, com sede em Kursk, revelaram ontem investigadores internacionais.
A equipe de investigação, liderada pela Holanda porque o voo saiu de lá, concluiu que a causa da tragédia que matou as 298 pessoas a bordo foi um míssil russo Buk disparado do território sob controle dos rebeldes que iniciaram uma guerra civil no Leste da Ucrânia com o apoio da Rússia em abril de 2014.
"Todos os veículos do comboio que carregava o míssil eram das Forças Armadas da Rússia", afirmou em Haia Wilbert Paulissen, chefe do esquadrão de combate ao crime da Polícia Nacional da Holanda.
Em contatos de militares russos com rebeldes pirateados na época pelos serviços secretos ocidentais, rebeldes que inspecionaram o local da queda do Boeing 777 ficaram surpresos ao constatar que tinham derrubado um avião de passageiros e furiosos com a presença de aviões civis no meio de uma guerra. Ao que tudo indica, o voo MH17 foi confundido com um avião inimigo.
Como os rebeldes por não tinham força aérea, uma aeronave naquela região só poderia ser inimiga, do governo da Ucrânia, capaz de atacar os rebeldes no solo.
Os investigadores não acusaram os militares russos de disparar o míssil, mas de fornecê-lo aos rebeldes. É o suficiente para a abertura de um processo criminal e para que as vítimas recorram à Justiça. Como a Rússia vetou nas Nações Unidas a criação de um tribunal internacional, os casos serão julgados pela Justiça da Holanda.
A Rússia nega qualquer envolvimento. O Ministério da Defesa negou ontem em Moscou que um sistema de mísseis antiaéreos russo tenha cruzado a fronteira para lançar ataques de território ucraniano.
O inquérito ainda tenta descobrir quem disparou o míssil. O procurador encarregado de chefiar a investigação, Fred Westerbeke, espera denunciar os operadores em breve.
Em Kiev, o presidente Petro Porochenko manifestou o interesse de que também sejam processados na Ucrânia.
A equipe de investigação, liderada pela Holanda porque o voo saiu de lá, concluiu que a causa da tragédia que matou as 298 pessoas a bordo foi um míssil russo Buk disparado do território sob controle dos rebeldes que iniciaram uma guerra civil no Leste da Ucrânia com o apoio da Rússia em abril de 2014.
"Todos os veículos do comboio que carregava o míssil eram das Forças Armadas da Rússia", afirmou em Haia Wilbert Paulissen, chefe do esquadrão de combate ao crime da Polícia Nacional da Holanda.
Em contatos de militares russos com rebeldes pirateados na época pelos serviços secretos ocidentais, rebeldes que inspecionaram o local da queda do Boeing 777 ficaram surpresos ao constatar que tinham derrubado um avião de passageiros e furiosos com a presença de aviões civis no meio de uma guerra. Ao que tudo indica, o voo MH17 foi confundido com um avião inimigo.
Como os rebeldes por não tinham força aérea, uma aeronave naquela região só poderia ser inimiga, do governo da Ucrânia, capaz de atacar os rebeldes no solo.
Os investigadores não acusaram os militares russos de disparar o míssil, mas de fornecê-lo aos rebeldes. É o suficiente para a abertura de um processo criminal e para que as vítimas recorram à Justiça. Como a Rússia vetou nas Nações Unidas a criação de um tribunal internacional, os casos serão julgados pela Justiça da Holanda.
A Rússia nega qualquer envolvimento. O Ministério da Defesa negou ontem em Moscou que um sistema de mísseis antiaéreos russo tenha cruzado a fronteira para lançar ataques de território ucraniano.
O inquérito ainda tenta descobrir quem disparou o míssil. O procurador encarregado de chefiar a investigação, Fred Westerbeke, espera denunciar os operadores em breve.
Em Kiev, o presidente Petro Porochenko manifestou o interesse de que também sejam processados na Ucrânia.
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quinta-feira, 24 de maio de 2018
Trump cancela encontro de cúpula com ditador da Coreia do Norte
Por causa da "tremenda raiva e hostilidade aberta mostrada em sua mais recente declaração", os Estados Unidos cancelaram a reunião de cúpula entre o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong Un, marcado para 12 de junho em Cingapura.
A carta de Trump a Kim, com data de ontem, fazia referência aos comentários da secretária-geral do Ministério do Exterior norte-coreano, Choe Son Hui, que chamou o vice-presidente Mike Pence de "ignorante e estúpido". Pence advertira que a Coreia do Norte pode ter o mesmo destino da Líbia.
Na análise do regime comunista de Pyongyang, a queda e a mmorte do ditador Muamar Kadafi foram resultado de sua decisão de se aproximar do Ocidente e abrir mão de suas armas de destruição em massa. Choe ironizou a comparação de um país que ainda não havia testado uma bomba atômica com a Coreia do Norte, que afirma dominar o ciclo nuclear completo e a tecnologia de mísseis balísticos de longo alcance.
Kim Jong Un chegou ao poder em dezembro de 2011, com a morte do pai, meses depois da morte de Kadafi, determinado a não ter o mesmo destino trágico. As armas atômicas são a garantia de sobrevivência do regime. A Coreia do Norte deixou claro que não pretende aceitar a desnuclearização exigida como precondição pelos EUA.
Nem tudo está perdido. Tanto o discurso agressivo de Pyongyang quanto o cancelamento do encontro são estratégias de negociações. Trump começa a entender por que nenhum presidente americano no exercício do cargo se encontrou até hoje com um ditador da Coreia do Norte. Um encontro desses exige meses de preparação entre os negociadores das duas partes.
A carta de Trump a Kim, com data de ontem, fazia referência aos comentários da secretária-geral do Ministério do Exterior norte-coreano, Choe Son Hui, que chamou o vice-presidente Mike Pence de "ignorante e estúpido". Pence advertira que a Coreia do Norte pode ter o mesmo destino da Líbia.
Na análise do regime comunista de Pyongyang, a queda e a mmorte do ditador Muamar Kadafi foram resultado de sua decisão de se aproximar do Ocidente e abrir mão de suas armas de destruição em massa. Choe ironizou a comparação de um país que ainda não havia testado uma bomba atômica com a Coreia do Norte, que afirma dominar o ciclo nuclear completo e a tecnologia de mísseis balísticos de longo alcance.
Kim Jong Un chegou ao poder em dezembro de 2011, com a morte do pai, meses depois da morte de Kadafi, determinado a não ter o mesmo destino trágico. As armas atômicas são a garantia de sobrevivência do regime. A Coreia do Norte deixou claro que não pretende aceitar a desnuclearização exigida como precondição pelos EUA.
Nem tudo está perdido. Tanto o discurso agressivo de Pyongyang quanto o cancelamento do encontro são estratégias de negociações. Trump começa a entender por que nenhum presidente americano no exercício do cargo se encontrou até hoje com um ditador da Coreia do Norte. Um encontro desses exige meses de preparação entre os negociadores das duas partes.
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Coreia do Norte repensa cúpula "se EUA continuarem com atos malignos"
A Coreia do Norte ameaçou mais uma vez na manhã desta quinta-feira suspender a reunião de cúpula do ditador Kim Jong Un com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 12 de junho de 2018 em Cingapura.
O principal alvo da secretária-geral do Ministério do Exterior, Choe Son Hui, foi o vice-presidente Mike Pence por suas "observações estúpidas e descontroladas de que a Coreia do Norte pode acabar como a Líbia."
Como encarregado há anos das relações bilaterais, "não posso esconder minha surpresa com observações tão ignorantes e estúpidas jorrando da boca de um vice-presidente dos EUA", acrescentou Choe.
"Não estamos implorando por diálogo nem nos darmos ao trabalho de tentar persuadi-los se não quiserem sentar-se conosco. Se os EUA vão nos encontrar numa sala de reuniões ou num confronto nuclear, depende inteiramente dos EUA", acrescentou a declaração, divulgada pela agência oficial de notícias norte-coreana.
Depois de uma troca de insultos e ameaças de guerra por Kim e Trump no ano passado, desde o Ano Novo, o ditador norte-coreano mudou o tom, rompeu o congelamento nas relações com a Coreia do Sul, convidou o presidente americano para um encontro e se reuniu com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In. Os dois prometeram negociar um acordo de paz definitivo na Guerra da Coreia (1950-53).
O governo Trump assumiu um tom imperial e triunfal, exigindo a total desnuclearização da Coreia do Norte como precondição para qualquer acordo. As claques do presidente chegaram a dizer em comício que ele merece o Prêmio Nobel da Paz.
Quando o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, notório linha-dura, citou a Líbia como modelo para a desnuclearização norte-coreana, o regime comunista de Pyongyang acendeu o alerta vermelho.
A queda e morte do ditador Muamar Kadafi, que tinha feito um acordo com as potências ocidentais para entregar suas armas de destruição em massa, em 2003, foi vista como uma advertência pelo regime stalinista da Coreia do Norte.
Kim Jong Un chegou ao poder em dezembro de 2011, dois meses após a morte de Kadafi, e decidiu acelerar os programas de armas atômicas e mísseis balísticos como última garantia de sobrevivência do regime. A Líbia é tudo o que ele pretende evitar. Seria sua própria morte e do regime.
Por isso, o clima de desconfiança está de volta. Trump atribuiu a mudança a uma jogada de mestre do ditador da China, Xi Jinping, maior aliado da Coreia do Norte. Deve prestar mais atenção nas besteiras de sua própria equipe.
O principal alvo da secretária-geral do Ministério do Exterior, Choe Son Hui, foi o vice-presidente Mike Pence por suas "observações estúpidas e descontroladas de que a Coreia do Norte pode acabar como a Líbia."
Como encarregado há anos das relações bilaterais, "não posso esconder minha surpresa com observações tão ignorantes e estúpidas jorrando da boca de um vice-presidente dos EUA", acrescentou Choe.
"Não estamos implorando por diálogo nem nos darmos ao trabalho de tentar persuadi-los se não quiserem sentar-se conosco. Se os EUA vão nos encontrar numa sala de reuniões ou num confronto nuclear, depende inteiramente dos EUA", acrescentou a declaração, divulgada pela agência oficial de notícias norte-coreana.
Depois de uma troca de insultos e ameaças de guerra por Kim e Trump no ano passado, desde o Ano Novo, o ditador norte-coreano mudou o tom, rompeu o congelamento nas relações com a Coreia do Sul, convidou o presidente americano para um encontro e se reuniu com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In. Os dois prometeram negociar um acordo de paz definitivo na Guerra da Coreia (1950-53).
O governo Trump assumiu um tom imperial e triunfal, exigindo a total desnuclearização da Coreia do Norte como precondição para qualquer acordo. As claques do presidente chegaram a dizer em comício que ele merece o Prêmio Nobel da Paz.
Quando o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, notório linha-dura, citou a Líbia como modelo para a desnuclearização norte-coreana, o regime comunista de Pyongyang acendeu o alerta vermelho.
A queda e morte do ditador Muamar Kadafi, que tinha feito um acordo com as potências ocidentais para entregar suas armas de destruição em massa, em 2003, foi vista como uma advertência pelo regime stalinista da Coreia do Norte.
Kim Jong Un chegou ao poder em dezembro de 2011, dois meses após a morte de Kadafi, e decidiu acelerar os programas de armas atômicas e mísseis balísticos como última garantia de sobrevivência do regime. A Líbia é tudo o que ele pretende evitar. Seria sua própria morte e do regime.
Por isso, o clima de desconfiança está de volta. Trump atribuiu a mudança a uma jogada de mestre do ditador da China, Xi Jinping, maior aliado da Coreia do Norte. Deve prestar mais atenção nas besteiras de sua própria equipe.
Giuseppe Conte é nomeado chefe do governo populista na Itália
Dois meses e meio depois das eleições, o presidente Sergio Mattarella nomeou oficialmente hoje o advogado e professor de direito Giuseppe Conte, de 54 anos, para chefiar o governo de coalizão entre o Movimento 5 Estrelas e a neofascista Liga, antiga Liga Norte, uma aliança populista que ameaça as relações com a União Europeia e a própria estabilidade do euro.
Praticamente desconhecido do grande público, Conte começou mal. Seu currículo, de 18 páginas, afirma que ele estudou em algumas das melhores universidades do mundo, Cambrige, na Inglaterra; Yale, nos Estados Unidos; e a Sorbonne, na França. Nenhuma confirmou o registro de qualquer diploma em seu nome.
No jornal italiano La Repubblica, um antigo professor o descreveu como "um menino prodígio, inteligente e sério, jamais exuberante". Para Luigi di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, fundado por um humorista, "a natureza tímida e prudente garante a confiança" no futuro primeiro-ministro da Itália.
"É um tecnocrata, não é um político", comentou o jornal liberal alemão Suddeutsche Zeitung, enquanto o inglês The Guardian o apresentou como o "cérebro" por trás da proposta do partido de revogar 400 leis consideradas "inúteis" acusadas por criar uma burocracia inchada.
Foi a solução encontrada para evitar uma disputa entre a Liga e o M5E capaz de minar a coalizão antes do início do governo. Será o 65º primeiro-ministro da Itália no pós-guerra, em 72 anos de governos democráticos. O risco é que seja mais um primeiro-ministro fraco, um líder de papel às ordens dos partidos, refém dos políticos que o sustentam.
Entre as propostas do programa comum de governo, estão expulsar todos os imigrantes ilegais, garantir uma renda mínima da cidadania, reverter a reforma da Previdência e renegociar a dívida pública, de 2,351 trilhões de euros, equivalente a 132% do produto interno bruto, de US$ 1,938 trilhão em 2017 pela estimativa do Fundo Monetário Internacional.
Essas ideias fazem tremer os aliados europeus e o Banco Central Europeu (BCE), preocupados para começar com o frágil sistema bancário italiano. Oitava maior economia do mundo, logo à frente do Brasil, a Itália está praticamente estagnada desde a introdução do euro, em 1999, que desnudou a indisciplina fiscal do Estado italiano.
O crescimento caiu de 3,7% em 2000 para -5,5% em 2009, no auge da Grande Recessão. Desde então, não passou de um pico de 1,7% em 2010.
É uma economia grande demais para quebrar. A Zona do Euro e o FMI não teriam dinheiro para financiar um programa de ajuste. Seria um golpe na união monetária europeia.
Nos últimos anos, com o colapso da Líbia a partir da revolução que derrubou o ditador Muamar Kadafi, em 2011, a Itália é o país que mais recebe os imigrantes e refugiados arriscam a vida no Mar Mediterrâneo para chegar à Europa.
A repulsa ao imigrante e à União Europeia, que não distribuiu os refugiados entre os países-membros, foi um dos temas centrais da campanha dos partidos vencedores, que relegaram o governante Partido Democrático, de centro-esquerda, a 23% do eleitorado.
O novo governo promete deportar 500 mil imigrantes ilegais em um mês.
Praticamente desconhecido do grande público, Conte começou mal. Seu currículo, de 18 páginas, afirma que ele estudou em algumas das melhores universidades do mundo, Cambrige, na Inglaterra; Yale, nos Estados Unidos; e a Sorbonne, na França. Nenhuma confirmou o registro de qualquer diploma em seu nome.
No jornal italiano La Repubblica, um antigo professor o descreveu como "um menino prodígio, inteligente e sério, jamais exuberante". Para Luigi di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, fundado por um humorista, "a natureza tímida e prudente garante a confiança" no futuro primeiro-ministro da Itália.
"É um tecnocrata, não é um político", comentou o jornal liberal alemão Suddeutsche Zeitung, enquanto o inglês The Guardian o apresentou como o "cérebro" por trás da proposta do partido de revogar 400 leis consideradas "inúteis" acusadas por criar uma burocracia inchada.
Foi a solução encontrada para evitar uma disputa entre a Liga e o M5E capaz de minar a coalizão antes do início do governo. Será o 65º primeiro-ministro da Itália no pós-guerra, em 72 anos de governos democráticos. O risco é que seja mais um primeiro-ministro fraco, um líder de papel às ordens dos partidos, refém dos políticos que o sustentam.
Entre as propostas do programa comum de governo, estão expulsar todos os imigrantes ilegais, garantir uma renda mínima da cidadania, reverter a reforma da Previdência e renegociar a dívida pública, de 2,351 trilhões de euros, equivalente a 132% do produto interno bruto, de US$ 1,938 trilhão em 2017 pela estimativa do Fundo Monetário Internacional.
Essas ideias fazem tremer os aliados europeus e o Banco Central Europeu (BCE), preocupados para começar com o frágil sistema bancário italiano. Oitava maior economia do mundo, logo à frente do Brasil, a Itália está praticamente estagnada desde a introdução do euro, em 1999, que desnudou a indisciplina fiscal do Estado italiano.
O crescimento caiu de 3,7% em 2000 para -5,5% em 2009, no auge da Grande Recessão. Desde então, não passou de um pico de 1,7% em 2010.
É uma economia grande demais para quebrar. A Zona do Euro e o FMI não teriam dinheiro para financiar um programa de ajuste. Seria um golpe na união monetária europeia.
Nos últimos anos, com o colapso da Líbia a partir da revolução que derrubou o ditador Muamar Kadafi, em 2011, a Itália é o país que mais recebe os imigrantes e refugiados arriscam a vida no Mar Mediterrâneo para chegar à Europa.
A repulsa ao imigrante e à União Europeia, que não distribuiu os refugiados entre os países-membros, foi um dos temas centrais da campanha dos partidos vencedores, que relegaram o governante Partido Democrático, de centro-esquerda, a 23% do eleitorado.
O novo governo promete deportar 500 mil imigrantes ilegais em um mês.
Trump ameaça com tarifaço de 25% sobre carros para pressionar México
Para pressionar o Canadá e o México na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), os Estados Unidos ameaçam aumentar para 25% a tarifa de importação de veículos. Hoje, a taxa é de 2,5%. O governo Donald Trump quer abolir as tarifas no comércio de veículos leves.
Como no caso da sobretaxação das importações de aço e alumínio, para evitar problemas com a Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo Trump pode invocar a segurança nacional para justificar o tarifaço. As ações das empresas da Europa que exportam automóveis para os EUA caíram 1%.
A renegociação do Nafta começou há pouco mais de nove meses e deve continuar em 2019, admitiu nesta semana o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
Os EUA também querem que o México aumente o conteúdo de componentes americanos nos veículos fabricados no país. Outra exigência americana é que o Nafta seja renegociado a cada cinco anos.
No passado, o México ameaçou retaliar reduzindo a importação de produtos agropecuários dos EUA. Em 2017, os mexicanos compraram quase US$ 19 bilhões dos EUA em milho, soja e laticínios. Com base na Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, de 1962, no auge da Guerra Fria, o presidente dos EUA pode restringir importações que possam "prejudicar a segurança nacional".
É difícil imaginar qualquer ameaça à segurança nacional dos EUA vinda de carros importados do México. "Não passa de uma piada", comentou William Reinsch, negociador comercial no governo Bill Clinton (1993-2001).
Uma das razões do Nafta foi promover o desenvolvimento e gerar empregos no México para reduzir a imigração ilegal e criar uma economia mais integrada na América do Norte.
Trump tem uma visão mercantilista do comércio internacional e quer levar vantagem em tudo. Sua estratégia é negociar acordos bilaterais ou com poucos parceiros para conseguir impor suas exigências. Pressionou a Coreia do Sul quando o país estava sob ameaça da Coreia do Norte. Como disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ex-primeiro-ministro da Polônia, "com aliados assim, quem precisa de inimigos?"
Em 2017, os EUA importaram carros no valor de US$ 192 bilhões. As maiores exportadores foram México, Canadá, Japão e Alemanha. Um tarifaço vai atingir as empresas americanas com fábricas no México e no Canadá.
"É um dia ruim para o consumidor americano", declarou John Bozzella, diretor-geral da Global Automakers, que representa vários fabricantes estrangeiros. "Ninguém estava pedindo esta proteção. Este caminho leva inevitavelmente a menos opções e maiores preços para carros e caminhões nos EUA."
A estratégia de negociação comercial de Trump está sendo criticada dentro do próprio Partido Republicano. Os senadores republicanos entendem que o presidente está perdendo a guerra comercial que deflagrou com a China. A revolta é contra a desistência do presidente de banir do mercado americano a companhia chinesa de alta tecnologia ZTE.
Como no caso da sobretaxação das importações de aço e alumínio, para evitar problemas com a Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo Trump pode invocar a segurança nacional para justificar o tarifaço. As ações das empresas da Europa que exportam automóveis para os EUA caíram 1%.
A renegociação do Nafta começou há pouco mais de nove meses e deve continuar em 2019, admitiu nesta semana o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
Os EUA também querem que o México aumente o conteúdo de componentes americanos nos veículos fabricados no país. Outra exigência americana é que o Nafta seja renegociado a cada cinco anos.
No passado, o México ameaçou retaliar reduzindo a importação de produtos agropecuários dos EUA. Em 2017, os mexicanos compraram quase US$ 19 bilhões dos EUA em milho, soja e laticínios. Com base na Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, de 1962, no auge da Guerra Fria, o presidente dos EUA pode restringir importações que possam "prejudicar a segurança nacional".
É difícil imaginar qualquer ameaça à segurança nacional dos EUA vinda de carros importados do México. "Não passa de uma piada", comentou William Reinsch, negociador comercial no governo Bill Clinton (1993-2001).
Uma das razões do Nafta foi promover o desenvolvimento e gerar empregos no México para reduzir a imigração ilegal e criar uma economia mais integrada na América do Norte.
Trump tem uma visão mercantilista do comércio internacional e quer levar vantagem em tudo. Sua estratégia é negociar acordos bilaterais ou com poucos parceiros para conseguir impor suas exigências. Pressionou a Coreia do Sul quando o país estava sob ameaça da Coreia do Norte. Como disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ex-primeiro-ministro da Polônia, "com aliados assim, quem precisa de inimigos?"
Em 2017, os EUA importaram carros no valor de US$ 192 bilhões. As maiores exportadores foram México, Canadá, Japão e Alemanha. Um tarifaço vai atingir as empresas americanas com fábricas no México e no Canadá.
"É um dia ruim para o consumidor americano", declarou John Bozzella, diretor-geral da Global Automakers, que representa vários fabricantes estrangeiros. "Ninguém estava pedindo esta proteção. Este caminho leva inevitavelmente a menos opções e maiores preços para carros e caminhões nos EUA."
A estratégia de negociação comercial de Trump está sendo criticada dentro do próprio Partido Republicano. Os senadores republicanos entendem que o presidente está perdendo a guerra comercial que deflagrou com a China. A revolta é contra a desistência do presidente de banir do mercado americano a companhia chinesa de alta tecnologia ZTE.
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terça-feira, 22 de maio de 2018
Trump admite adiar encontro com ditador da Coreia do Norte
Depois de cair na armadilha diplomática da China e da Coreia do Norte e aceitar se encontrar com o ditador norte-coreano, o que nenhum presidente dos Estados Unidos jamais fez no exercício do cargo, Donald Trump admitiu hoje que a reunião pode ser adiada.
"Há uma grande chance de que não funcione" em 12 de junho, reconheceu Trump ao receber o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, na Casa Branca numa tentativa de salvar a iniciativa.
Durante o ano passado, Trump e Kim Jong Un trocaram insultos e ameaças de guerra. No discurso de Ano Novo, Kim adotou uma linguagem conciliatória, manifestou o interesse em mandar uma delegação para a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, e em se encontrar com o presidente sul-coreano, quebrando o gelo na relação entre os dois países.
Em carta enviada através de uma delegação da Coreia do Sul, Kim convidou Trump para um encontro. Para seduzir o presidente narcisista dos EUA, o regime stalinista de Pyongyang acenou com a possibilidade desnuclearização e de um acordo de paz definitivo com a Coreia do Sul. Os dois países não assinaram um tratado de paz desde a Guerra da Coreia (1950-53).
A euforia de Trump era tanta que seus partidários começaram a gritar durante seus comícios que o presidente americano merece o Prêmio Nobel da Paz, concedido a seu antecessor, Barack Obama. O encontro de cúpula das duas Coreias, realizado na cidade neutra de Panmunjon em 27 de abril, manteve o clima de degelo e reconciliação.
O otimismo em Washington era tanto que o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, notório linha-dura, especulou num programa dominical na semana passada que a desnuclearização da Coreia do Norte deveria seguir o "modelo da Líbia".
Diante da invasão do Iraque de Saddam Hussein, em 2003, o ditador líbio Muamar Kadafi decidiu se reaproximar do Ocidente, entregar suas armas de destruição em massa e colaborar na guerra contra o terrorismo. Oito anos depois, quando se preparava para massacrar rebeldes na Primavera Árabe, em 2011, foi alvo de uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, deposto e morto.
Naquele mesmo ano, Kim Jong Un chegou ao poder com a morte do pai, Kim Jong Il. Vendo o que acontecera com Kadafi, Kim acelerou os programas nuclear e de mísseis como única garantia de sobrevivência do regime comunista norte-coreano. O "modelo líbio" é tudo o que deseja evitar.
Na semana passada, a Coreia do Norte rejeitou a possibilidade de uma total desnuclearização incondicional, apesar da promessa americana de grandes investimentos para recuperar a economia do país.
Além de dinheiro, Trump promete agora "garantir sua segurança", se Kim concordar com uma "desnuclearização completa, verificável e irreversível". Mas seu jogo voltou à estaca zero.
"Há uma grande chance de que não funcione" em 12 de junho, reconheceu Trump ao receber o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, na Casa Branca numa tentativa de salvar a iniciativa.
Durante o ano passado, Trump e Kim Jong Un trocaram insultos e ameaças de guerra. No discurso de Ano Novo, Kim adotou uma linguagem conciliatória, manifestou o interesse em mandar uma delegação para a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, e em se encontrar com o presidente sul-coreano, quebrando o gelo na relação entre os dois países.
Em carta enviada através de uma delegação da Coreia do Sul, Kim convidou Trump para um encontro. Para seduzir o presidente narcisista dos EUA, o regime stalinista de Pyongyang acenou com a possibilidade desnuclearização e de um acordo de paz definitivo com a Coreia do Sul. Os dois países não assinaram um tratado de paz desde a Guerra da Coreia (1950-53).
A euforia de Trump era tanta que seus partidários começaram a gritar durante seus comícios que o presidente americano merece o Prêmio Nobel da Paz, concedido a seu antecessor, Barack Obama. O encontro de cúpula das duas Coreias, realizado na cidade neutra de Panmunjon em 27 de abril, manteve o clima de degelo e reconciliação.
O otimismo em Washington era tanto que o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, notório linha-dura, especulou num programa dominical na semana passada que a desnuclearização da Coreia do Norte deveria seguir o "modelo da Líbia".
Diante da invasão do Iraque de Saddam Hussein, em 2003, o ditador líbio Muamar Kadafi decidiu se reaproximar do Ocidente, entregar suas armas de destruição em massa e colaborar na guerra contra o terrorismo. Oito anos depois, quando se preparava para massacrar rebeldes na Primavera Árabe, em 2011, foi alvo de uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, deposto e morto.
Naquele mesmo ano, Kim Jong Un chegou ao poder com a morte do pai, Kim Jong Il. Vendo o que acontecera com Kadafi, Kim acelerou os programas nuclear e de mísseis como única garantia de sobrevivência do regime comunista norte-coreano. O "modelo líbio" é tudo o que deseja evitar.
Na semana passada, a Coreia do Norte rejeitou a possibilidade de uma total desnuclearização incondicional, apesar da promessa americana de grandes investimentos para recuperar a economia do país.
Além de dinheiro, Trump promete agora "garantir sua segurança", se Kim concordar com uma "desnuclearização completa, verificável e irreversível". Mas seu jogo voltou à estaca zero.
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Advogados da Venezuela concordam em pagar dívida da PdVSA
A empresa estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) aceitou ontem pagar US$ 2 bilhões à companhia petrolífera americana ConocoPhillips para que a Justiça de Curaçao, uma colônia da Holanda, levante a hipoteca sobre seus bens e ativos.
No início do mês, tribunais holandeses nas ilhas de Bonaire, Curaçao e Santo Eustáquio determinaram a indisponibilidade de bens da PdVSA, inclusive petróleo bruto, uma refinaria e terminais de exportações de petróleo.
Em abril, um painel de arbitragem da Câmara de Comércio Internacional decidiu que a PdVSA deve pagar US$ 2 bilhões de compensação à ConocoPhillips pela nacionalização da filial da empresa na Venezuela em 2007, durante o governo Hugo Chávez.
Sob o "socialismo do século 21" do chavismo, a Venezuela engendrou a pior crise econômica da história da América, superando a Grande Depressão (1929-39) nos Estados Unidos. Duas décadas de incompetência gerencial, clientelismo e corrupção e a forte queda nos preços do petróleo desde junho de 2014 deixaram na miséria 81% dos habitantes do país com as maiores reservas mundiais de petróleo.
Agora, quando o preço do petróleo volta a superar os US$ 70 por barril, a PdVSA está totalmente sucateada, com a produção reduzida à metade para cerca de 1,4 milhão de barris por dia.
No início do mês, tribunais holandeses nas ilhas de Bonaire, Curaçao e Santo Eustáquio determinaram a indisponibilidade de bens da PdVSA, inclusive petróleo bruto, uma refinaria e terminais de exportações de petróleo.
Em abril, um painel de arbitragem da Câmara de Comércio Internacional decidiu que a PdVSA deve pagar US$ 2 bilhões de compensação à ConocoPhillips pela nacionalização da filial da empresa na Venezuela em 2007, durante o governo Hugo Chávez.
Sob o "socialismo do século 21" do chavismo, a Venezuela engendrou a pior crise econômica da história da América, superando a Grande Depressão (1929-39) nos Estados Unidos. Duas décadas de incompetência gerencial, clientelismo e corrupção e a forte queda nos preços do petróleo desde junho de 2014 deixaram na miséria 81% dos habitantes do país com as maiores reservas mundiais de petróleo.
Agora, quando o preço do petróleo volta a superar os US$ 70 por barril, a PdVSA está totalmente sucateada, com a produção reduzida à metade para cerca de 1,4 milhão de barris por dia.
Reino Unido vai investir 51 bilhões de libras no arsenal nuclear
O custo de manutenção e modernização aparato nuclear militar do Reino Unido será de 51 bilhões de libras (R$ 250 bilhões) nos próximos dez anos, alertou hoje o Escritório Nacional de Auditagem.
A previsão é de um rombo de 2,9 bilhões de libras (R$ 14,2 bilhões) neste orçamento, levando em conta as promessas de cortes de gastos feitas pelo Ministério da Defesa, noticiou o jornal Financial Times.
Além de concluir a produção dos submarinos Astutes, o relatório examina os custos de fabricação de uma nova classe de submarinos com capacidade nuclear para substituir os Vanguards. O governo criou a Organização de Defesa Nuclear para supervisionar os negócios do setor.
Quatro empresas - Rolls-Royce, BAE Systems, Babcock International e AWE Management - detêm 97% dos contratos do setor de defesa nuclear.
A AWE Management, formada pela Lockheed Martin, a Jacobs Engineering e a Serco, é responsável pelas armas nucleares. Tem um contrato de 25 milhões de libras em vigor até 2024.
Com 27% dos contratos do setor, a BAE Systems projeta e fabrica os submarinos. Seus contratos, no valor de 12,9 bilhões de libras, vão até 2025.
A Rolls-Royce fornece sistema de propulsão para submarinos nucleares. Seus contratos, de 4,7 bilhões de libras, vão até 2023.
A Babcock International faz serviços de manutenção, revisão e apoio no valor de 4,2 bilhões.
A previsão é de um rombo de 2,9 bilhões de libras (R$ 14,2 bilhões) neste orçamento, levando em conta as promessas de cortes de gastos feitas pelo Ministério da Defesa, noticiou o jornal Financial Times.
Além de concluir a produção dos submarinos Astutes, o relatório examina os custos de fabricação de uma nova classe de submarinos com capacidade nuclear para substituir os Vanguards. O governo criou a Organização de Defesa Nuclear para supervisionar os negócios do setor.
Quatro empresas - Rolls-Royce, BAE Systems, Babcock International e AWE Management - detêm 97% dos contratos do setor de defesa nuclear.
A AWE Management, formada pela Lockheed Martin, a Jacobs Engineering e a Serco, é responsável pelas armas nucleares. Tem um contrato de 25 milhões de libras em vigor até 2024.
Com 27% dos contratos do setor, a BAE Systems projeta e fabrica os submarinos. Seus contratos, no valor de 12,9 bilhões de libras, vão até 2025.
A Rolls-Royce fornece sistema de propulsão para submarinos nucleares. Seus contratos, de 4,7 bilhões de libras, vão até 2023.
A Babcock International faz serviços de manutenção, revisão e apoio no valor de 4,2 bilhões.
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segunda-feira, 21 de maio de 2018
EUA fazem exigências para novo acordo nuclear com o Irã
Em seu primeiro discurso como secretário de Estado americano, Mike Pompeo ameaçou hoje impor sanções "sem precedentes" ao Irã e apresentou uma lista de 12 exigências do governo Donald Trump para os Estados Unidos assinarem um novo acordo nuclear com a República Islâmica.
Essas exigências incluem a retirada das forças iranianas da Síria e o fim do apoio a grupos extremistas como a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Movimento de Resistência Islâmica palestino (Hamas).
O anúncio deixou claro que o governo Trump não vai renegociar o Plano de Ação Conjunto e Amplo, o acordo firmado em 2015 pelas cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia), a Alemanha e o Irã para congelar os aspectos militares do programa nuclear iraniano por 10 anos.
Trump retirou os EUA do acordo em 8 de maio de 2018, alegando que não impede o desenvolvimento de mísseis nem a interferência da República Islâmica para "desestabilizar" outros países do Oriente Médio. Seu governo vai aumentar as sanções econômicas e militares ao Irã.
Entre as exigências, além da retirada da Síria e do apoio a grupos extremistas muçulmanos, estão parar de fornecer armas aos rebeldes hutis no Iêmen e o fim da ameaça de destruir Israel.
Veja a lista completa:
Pompeo insistiu que as exigências são necessárias por causa do "comportamento maligno" do Irã. Analistas internacionais consideram as exigências inaceitáveis, uma volta às políticas de "mudança de regime" pretendidas pelo governo George W. Bush (2001-9), que resultaram na catastrófica invasão do Iraque.
Os países europeus tentam salvar o acordo, mas é praticamente impossível. Se os EUA aplicarem sanções às empresas estrangeiras que negociam com o Irã, vetando seu acesso ao mercado consumidor e ao sistema financeiro americanos, as companhias vão optar por fazer negócios com os EUA.
Essas exigências incluem a retirada das forças iranianas da Síria e o fim do apoio a grupos extremistas como a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Movimento de Resistência Islâmica palestino (Hamas).
O anúncio deixou claro que o governo Trump não vai renegociar o Plano de Ação Conjunto e Amplo, o acordo firmado em 2015 pelas cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia), a Alemanha e o Irã para congelar os aspectos militares do programa nuclear iraniano por 10 anos.
Trump retirou os EUA do acordo em 8 de maio de 2018, alegando que não impede o desenvolvimento de mísseis nem a interferência da República Islâmica para "desestabilizar" outros países do Oriente Médio. Seu governo vai aumentar as sanções econômicas e militares ao Irã.
Entre as exigências, além da retirada da Síria e do apoio a grupos extremistas muçulmanos, estão parar de fornecer armas aos rebeldes hutis no Iêmen e o fim da ameaça de destruir Israel.
Veja a lista completa:
- O Irã deve fazer uma prestação de contas total à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre as dimensões militares anteriores de seu programa nuclear e abandonar esse trabalho permanentemente e de maneira verificável.
- O Irã deve parar de enriquecer urânio e nunca reprocessar plutônio. Isto inclui fechar o reator de água pesada.
- O Irã deve oferecer à AIEA acesso irrestrito a todos os lugares através do país.
- O Irã deve parar com a proliferação de seus mísseis balísticos e suspender novos lançamentos e o desenvolvimento de mísseis com capacidade nuclear.
- O Irã deve libertar todos os cidadãos dos EUA, assim como os cidadãos de nossos parceiros e aliados, detidos sob acusações espúrias ou desaparecidos no Irã.
- O Irã deve parar de apoiar grupos terroristas no Oriente Médio, inclusive a milícia libanesa Hesbolá, o Hamas [Movimento de Resistência Islâmica, palestino] e a Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina.
- O Irã deve respeitar a soberania do governo do Iraque e permitir o desarmamento, desmobilização e reintegração das milícias xiitas.
- O Irã deve acabar com seu apoio militar aos rebeldes hutis e trabalhar por uma solução política pacífica no Iêmen.
- O Irã deve retirar todas as forças sob comando iraniano na Síria.
- O Irã deve parar de apoiar os Talebã e outros [grupos] terroristas no Afeganistão e na região, e parar de dar refúgio à [rede terrorista] Al Caeda.
- O Irã deve parar com o apoio da Força Quods, da Guarda Revolucionária Iraniana, a terroristas e militantes.
- Deve cessar o comportamento ameaçador contra os vizinhos - muitos dos quais são aliados dos EUA. Isto certamente inclui as ameaças de destruir Israel e o disparo de mísseis contra a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Também inclui ameaças à navegação internacional e ataques cibernéticos destrutivos.
Pompeo insistiu que as exigências são necessárias por causa do "comportamento maligno" do Irã. Analistas internacionais consideram as exigências inaceitáveis, uma volta às políticas de "mudança de regime" pretendidas pelo governo George W. Bush (2001-9), que resultaram na catastrófica invasão do Iraque.
Os países europeus tentam salvar o acordo, mas é praticamente impossível. Se os EUA aplicarem sanções às empresas estrangeiras que negociam com o Irã, vetando seu acesso ao mercado consumidor e ao sistema financeiro americanos, as companhias vão optar por fazer negócios com os EUA.
domingo, 20 de maio de 2018
Ditadura da Venezuela anuncia reeleição de Maduro
Sob descrédito generalizado dentro e fora da Venezuela, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, anunciou há pouco a reeleição do ditador Nicolás Maduro para um segundo mandato presidencial de seis anos na Venezuela, noticiou o jornal venezuelano El Nacional.
De acordo com a comissão, subserviente ao regime chavista, com 92% das urnas apuradas, Maduro tinha 5.823.728 votos (68%) contra 1.820.522 (21%) para o chavista dissidente Henri Falcón, 925.042 para o pastor evangélico Javier Bertussi e 34.214 para Reinaldo Quijada, dissidente que prometeu resgatar o chavismo do tempo de Hugo Chávez.
A participação teria sido de 48% do eleitorado, projetou Lucena, afirmando terem sido escrutinados até aquele momento 8.606.936. Ninguém acredita nestes números.
Com hiperinflação prevista para 13.000% neste ano, queda de 45% do produto interno bruto desde a ascensão de Maduro, em 2013, desabastecimento generalizado e remédios, alimentos e produtos básicos, os maiores índices de criminalidade e violência do mundo, ao lado de El Salvador e Honduras, e redução à metade da produção de petróleo, a Venezuela enfrenta a pior crise econômica de uma economia relativamente desenvolvida na era moderna.
Até agora, o maior desastre econômico da história contemporânea da América Latina foi o dramático fim da dolarização do peso argentino, em 2001. Cerca de 58% dos argentinos caíram na miséria. Agora, na Venezuela, são 81% abaixo da linha de pobreza. Uma dúzia de ovos pode custar mais de mil dólares.
A situação é catastrófica e o pior vem a seguir. Com as políticas do "socialismo do século 21", Maduro não vai resolver nenhum desses problemas. Na semana passada, a empresa transnacional Kellogg's anunciou a saída da Venezuela.
Ao que tudo indica, só um golpe militar dentro do próprio regime será capaz de depor Maduro. Com milícias armadas patrulhando as ruas, há sério risco de mais uma tragédia latino-americana.
De acordo com a comissão, subserviente ao regime chavista, com 92% das urnas apuradas, Maduro tinha 5.823.728 votos (68%) contra 1.820.522 (21%) para o chavista dissidente Henri Falcón, 925.042 para o pastor evangélico Javier Bertussi e 34.214 para Reinaldo Quijada, dissidente que prometeu resgatar o chavismo do tempo de Hugo Chávez.
A participação teria sido de 48% do eleitorado, projetou Lucena, afirmando terem sido escrutinados até aquele momento 8.606.936. Ninguém acredita nestes números.
Com hiperinflação prevista para 13.000% neste ano, queda de 45% do produto interno bruto desde a ascensão de Maduro, em 2013, desabastecimento generalizado e remédios, alimentos e produtos básicos, os maiores índices de criminalidade e violência do mundo, ao lado de El Salvador e Honduras, e redução à metade da produção de petróleo, a Venezuela enfrenta a pior crise econômica de uma economia relativamente desenvolvida na era moderna.
Até agora, o maior desastre econômico da história contemporânea da América Latina foi o dramático fim da dolarização do peso argentino, em 2001. Cerca de 58% dos argentinos caíram na miséria. Agora, na Venezuela, são 81% abaixo da linha de pobreza. Uma dúzia de ovos pode custar mais de mil dólares.
A situação é catastrófica e o pior vem a seguir. Com as políticas do "socialismo do século 21", Maduro não vai resolver nenhum desses problemas. Na semana passada, a empresa transnacional Kellogg's anunciou a saída da Venezuela.
Ao que tudo indica, só um golpe militar dentro do próprio regime será capaz de depor Maduro. Com milícias armadas patrulhando as ruas, há sério risco de mais uma tragédia latino-americana.
Oposição da Venezuela denuncia coação na eleição presidencial
Na mais escandalosa fraude eleitoral desde a redemocratização da América Latina no fim da Guerra Fria, o ditador Nicolás Maduro armou uma farsa para desgovernar a Venezuela por mais seis anos. O regime chavista vetou os principais candidatos da oposição, antecipou a data da eleição presidencial e botou Maduro dez vezes na cédula de votação.
Hoje a ditadura exigiu que os eleitores provassem sua lealdade ao regime chavista para continuar recebendo benefícios sociais em meio à pior crise econômica da história contemporânea da América Latina, denunciou a oposição consentida, citada pelo jornal Tal Cual.
O governo proibiu a presença de jornalistas nas zonas de votação para evitar a divulgação de imagens de lugares vazios. As fotos dos jornais da Venezuela mostram zonas eleitorais vazias e até mesmo um mesário dormindo. As seções eleitorais ficaram abertas além da hora, mas tudo indica que o boicote defendido pela oposição deu resultado.
Como parte da farsa, numa cena patética, o próprio ditador foi filmado acenando para uma multidão inexiste na saída de sua seção eleitoral, revelou o jornal El Nacional.
Os principais candidatos da oposição seriam:
• o ex-governador Henrique Capriles, derrotado nas duas últimas eleições presidenciais e banido da vida pública por 15 anos em 2017;
• Leopoldo López, preso desde 2014, hoje em prisão domiciliar, foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão pela acusação de incitar à violência que causou 43 mortes durante manifestações de protesto; e
• Freddy Guevara, o vereador mais votado da história da Venezuela, hoje deputado da Assembleia Nacional eleita democraticamente, também acusado de instigar a violência, está refugiado na Embaixada do Chile em Caracas.
Outro líder político importante, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma fugiu da prisão domiciliar em 17 de novembro de 2017, foi para a Colômbia e se exilou na Espanha, onde mantém a luta pela democracia na Venezuela.
Mesmo assim, há pesquisas indicando a vitória do dissidente chavista Henri Falcón, que denunciou a coação em massa do eleitorado, junto com o outro candidato de oposição, o pastor evangélico Javier Bertussi.
Perto dos locais de votação foram instalados os chamados Pontos Vermelhos. Sob toldos vermelhos, funcionários públicos e militantes chavistas escaneavam os carnês da pátria dos eleitores, usados para ter acesso aos programas sociais. Quem votar hoje terá direito a um "bônus" no valor equivalente a oito dólares.
Para ganhar benefícios neste valor, o eleitor precisava fotografar o voto e enviar via Internet para um endereço indicado. Dentro das cabines de votação, agentes do governo "orientavam" os eleitores sobre como votar em Maduro para não perder as vantagens.
Os Estados Unidos, a União Europeia, o Parlamento Europeu, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte, não vão reconhecer o resultado da eleição na Venezuela.
Em várias cidades do mundo, como Bogotá, Miami e Madri, venezuelanos no exílio denunciaram a farsa eleitoral madurista, noticiou o jornal venezuelano La Patilla. Cerca de 300 pessoas se concentraram diante do Consulado da Venezuela em Miami, onde vive a maior comunidade venezuelana nos Estados Unidos.
"Não há saída eleitoral. Nós, venezuelanos, não podemos sozinhos", afirmou o ex-prefeito de Chacao Ramón Muchacho, para em seguida pedir intervenção humanitária para salvar vidas." A multidão, em coro, pediu "intervenção militar". Até o meio da tarde, só oito dos 19 mil venezuelanos registrados haviam votado em Miami.
Hoje a ditadura exigiu que os eleitores provassem sua lealdade ao regime chavista para continuar recebendo benefícios sociais em meio à pior crise econômica da história contemporânea da América Latina, denunciou a oposição consentida, citada pelo jornal Tal Cual.
O governo proibiu a presença de jornalistas nas zonas de votação para evitar a divulgação de imagens de lugares vazios. As fotos dos jornais da Venezuela mostram zonas eleitorais vazias e até mesmo um mesário dormindo. As seções eleitorais ficaram abertas além da hora, mas tudo indica que o boicote defendido pela oposição deu resultado.
Como parte da farsa, numa cena patética, o próprio ditador foi filmado acenando para uma multidão inexiste na saída de sua seção eleitoral, revelou o jornal El Nacional.
Os principais candidatos da oposição seriam:
• o ex-governador Henrique Capriles, derrotado nas duas últimas eleições presidenciais e banido da vida pública por 15 anos em 2017;
• Leopoldo López, preso desde 2014, hoje em prisão domiciliar, foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão pela acusação de incitar à violência que causou 43 mortes durante manifestações de protesto; e
• Freddy Guevara, o vereador mais votado da história da Venezuela, hoje deputado da Assembleia Nacional eleita democraticamente, também acusado de instigar a violência, está refugiado na Embaixada do Chile em Caracas.
Outro líder político importante, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma fugiu da prisão domiciliar em 17 de novembro de 2017, foi para a Colômbia e se exilou na Espanha, onde mantém a luta pela democracia na Venezuela.
Mesmo assim, há pesquisas indicando a vitória do dissidente chavista Henri Falcón, que denunciou a coação em massa do eleitorado, junto com o outro candidato de oposição, o pastor evangélico Javier Bertussi.
Perto dos locais de votação foram instalados os chamados Pontos Vermelhos. Sob toldos vermelhos, funcionários públicos e militantes chavistas escaneavam os carnês da pátria dos eleitores, usados para ter acesso aos programas sociais. Quem votar hoje terá direito a um "bônus" no valor equivalente a oito dólares.
Para ganhar benefícios neste valor, o eleitor precisava fotografar o voto e enviar via Internet para um endereço indicado. Dentro das cabines de votação, agentes do governo "orientavam" os eleitores sobre como votar em Maduro para não perder as vantagens.
Os Estados Unidos, a União Europeia, o Parlamento Europeu, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte, não vão reconhecer o resultado da eleição na Venezuela.
Em várias cidades do mundo, como Bogotá, Miami e Madri, venezuelanos no exílio denunciaram a farsa eleitoral madurista, noticiou o jornal venezuelano La Patilla. Cerca de 300 pessoas se concentraram diante do Consulado da Venezuela em Miami, onde vive a maior comunidade venezuelana nos Estados Unidos.
"Não há saída eleitoral. Nós, venezuelanos, não podemos sozinhos", afirmou o ex-prefeito de Chacao Ramón Muchacho, para em seguida pedir intervenção humanitária para salvar vidas." A multidão, em coro, pediu "intervenção militar". Até o meio da tarde, só oito dos 19 mil venezuelanos registrados haviam votado em Miami.
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sábado, 19 de maio de 2018
China rejeita exigência dos EUA para redução do saldo comercial
Depois do início de negociações para evitar uma guerra comercial catastrófica para a economia mundial, os Estados Unidos e a China divulgaram hoje um comunicado conjunto declarando que os chineses vão "aumentar significativamente" as compras de produtos e serviços americanos. O conflito está adiado, mas a China não se comprometeu com a redução de US$ 200 bilhões exigida pelo governo Donald Trump.
A declaração saiu no fim de uma negociação de alto nível, com a participação do vice-primeiro-ministro chinês Liu He. O diálogo vai continuar. Trump quer a diminuição do saldo comercial chinês, que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões.
Para pressionar a segunda maior economia do mundo, Trump ameaçou impor tarifas de importação sobre produtos chineses num total de US$ 150 bilhões, além de restrição de investimentos em setores estratégicos. A China prometeu reciprocidade e planejou impor tarifas, especialmente sobre produtos agrícolas de estados onde o presidente americano ganhou a eleição em 2016.
Desde o fim da Guerra Fria, os EUA eram a única superpotência econômica e militar. O extraordinário desenvolvimento chinês criou um rival capaz de superá-los. Entre outras questões, as tarifas e restrições de Trump visam a dificultar o desenvolvimento tecnológico da China, necessário para equilibrar o poderio militar das duas superpotências do século 21.
Ao entrar na Organização Mundial do Comércio OMC), em 2001, com o apoio dos EUA, a China deslanchou seu potencial econômico, ampliando o acesso ao mercado internacional e a seu mercado interno, de 1,25 bilhão na época e de 1,4 milhão de pessoas hoje.
Na realidade, a China volta a ocupar a posição de maior potência econômica e militar da Ásia, o antigo Império do Centro, que começou a desabar com a derrota para o Império Britânico nas Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60). O Projeto Maddison de Estatísticas Históricas da Universidade de Groningen, na Holanda, estima que a China fosse responsável por um terço da economia mundial 200 anos atrás.
O imperialismo ocidental e a industrialização da Europa e da América do Norte tiraram a China de sua posição de preeminência. Um objetivo central da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung, que chegou ao poder em 1949, era acabar com a humilhação histórica a que o país foi submetido pelas potências ocidentais.
Com as reformas econômicas lançadas por Deng Xiaoping, em 1978, depois da caótica Revolução Cultural (1966-76) do maoísmo, a China cresceu durante 30 anos a taxas em torno de 10%, no mais rápido e extraordinário desenvolvimento econômico da história, para retomar seu lugar.
A declaração saiu no fim de uma negociação de alto nível, com a participação do vice-primeiro-ministro chinês Liu He. O diálogo vai continuar. Trump quer a diminuição do saldo comercial chinês, que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões.
Para pressionar a segunda maior economia do mundo, Trump ameaçou impor tarifas de importação sobre produtos chineses num total de US$ 150 bilhões, além de restrição de investimentos em setores estratégicos. A China prometeu reciprocidade e planejou impor tarifas, especialmente sobre produtos agrícolas de estados onde o presidente americano ganhou a eleição em 2016.
Desde o fim da Guerra Fria, os EUA eram a única superpotência econômica e militar. O extraordinário desenvolvimento chinês criou um rival capaz de superá-los. Entre outras questões, as tarifas e restrições de Trump visam a dificultar o desenvolvimento tecnológico da China, necessário para equilibrar o poderio militar das duas superpotências do século 21.
Ao entrar na Organização Mundial do Comércio OMC), em 2001, com o apoio dos EUA, a China deslanchou seu potencial econômico, ampliando o acesso ao mercado internacional e a seu mercado interno, de 1,25 bilhão na época e de 1,4 milhão de pessoas hoje.
Na realidade, a China volta a ocupar a posição de maior potência econômica e militar da Ásia, o antigo Império do Centro, que começou a desabar com a derrota para o Império Britânico nas Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60). O Projeto Maddison de Estatísticas Históricas da Universidade de Groningen, na Holanda, estima que a China fosse responsável por um terço da economia mundial 200 anos atrás.
O imperialismo ocidental e a industrialização da Europa e da América do Norte tiraram a China de sua posição de preeminência. Um objetivo central da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung, que chegou ao poder em 1949, era acabar com a humilhação histórica a que o país foi submetido pelas potências ocidentais.
Com as reformas econômicas lançadas por Deng Xiaoping, em 1978, depois da caótica Revolução Cultural (1966-76) do maoísmo, a China cresceu durante 30 anos a taxas em torno de 10%, no mais rápido e extraordinário desenvolvimento econômico da história, para retomar seu lugar.
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China leva bombardeiros estratégicos para o Mar do Sul da China
Em mais uma reafirmação de seu crescente poderio militar, pela primeira vez, um bombardeiro estratégico de longo alcance da China pousou numa pista de pouso construída em ilhas artificiais no Mar do Sul da China, que o regime comunista chinês disputa com seis países vizinhos, noticiou o jornal oficial Diário da China. O avião com capacidade nuclear foi participar de uma manobra militar na região disputada.
A China reivindica 90% da superfície do Mar do Sul da China com base num antigo mapa, rejeitado pelo Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, em 12 de julho de 2016, numa questão levantada pelas Filipinas. O governo chinês ignorou a decisão.
O treinamento com o bombardeiro H-6K deixa claro que a ditadura chinesa está pronta para intimidar os países vizinhos, no caso Brunei, Filipinas, Indonésia, Malásia, Taiwan e Vietnã, e se necessário usar a força para afirmar sua reivindicação de soberania sobre o Mar do Sul da China.
É uma disputa sobre ilhotas, atóis e recifes em águas por onde passam um terço do comércio marítimo mundial e 39% do comércio exterior chinês, com grande potencial pesqueiro, jazidas de petróleo e gás natural.
Os Estados Unidos acusam a China de militarizar a região para se impor pela força. Cruzam o mar com seus navios de guerra para destacar que são águas internacionais abertas à livre navegação. Como os EUA não devem entrar em guerra com a China por causa do Mar do Sul da China, a demonstração de força de Beijim tem como alvo os vizinhos litigantes.
A China está desenvolvendo sua Marinha de guerra para neutralizar a superioridade militar dos EUA na Ásia. Transformou ilhotas, atóis e recifes em sete ilhas artificiais no arquipélago das Ilhas Spratlys, onde instalou portos, aeroportos, quartéis, radares, hangares, búnqueres, equipamentos de telecomunicações e de guerra eletrônica.
A China reivindica 90% da superfície do Mar do Sul da China com base num antigo mapa, rejeitado pelo Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda, em 12 de julho de 2016, numa questão levantada pelas Filipinas. O governo chinês ignorou a decisão.
O treinamento com o bombardeiro H-6K deixa claro que a ditadura chinesa está pronta para intimidar os países vizinhos, no caso Brunei, Filipinas, Indonésia, Malásia, Taiwan e Vietnã, e se necessário usar a força para afirmar sua reivindicação de soberania sobre o Mar do Sul da China.
É uma disputa sobre ilhotas, atóis e recifes em águas por onde passam um terço do comércio marítimo mundial e 39% do comércio exterior chinês, com grande potencial pesqueiro, jazidas de petróleo e gás natural.
Os Estados Unidos acusam a China de militarizar a região para se impor pela força. Cruzam o mar com seus navios de guerra para destacar que são águas internacionais abertas à livre navegação. Como os EUA não devem entrar em guerra com a China por causa do Mar do Sul da China, a demonstração de força de Beijim tem como alvo os vizinhos litigantes.
A China está desenvolvendo sua Marinha de guerra para neutralizar a superioridade militar dos EUA na Ásia. Transformou ilhotas, atóis e recifes em sete ilhas artificiais no arquipélago das Ilhas Spratlys, onde instalou portos, aeroportos, quartéis, radares, hangares, búnqueres, equipamentos de telecomunicações e de guerra eletrônica.
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sexta-feira, 18 de maio de 2018
Todos bispos chilenos pedem demissão em escândalo de pedofilia
Em um documento bombástico, o papa Francisco reconheceu o fracasso coletivo da Igreja Católica do Chile no combate à pedofilia, acobertando "númerosas situações de abuso de poder, abuso de autoridade e abusos sexuais". Os "documentos comprometedores" foram destruídos. Toda a cúpula da Igreja Católica chilena foi convocada para dar explicações no Vaticano e pediu demissão.
"Nós, todos os bispos presentes em Roma, entregamos nossos postos nas mãos do Santo Padre para que ele decida livremente" quem vai chefiar a Igreja chilena, declararam porta-vozes da Conferência Nacional dos Bispos do Chile. "Pedimos perdão pela dor causada às vítimas, ao papa, a Deus e a nosso país pelos graves erros e omissões que cometemos."
O texto, revelado ontem pela televisão chilena T13, se baseia num relatório não divulgado de 2,3 mil páginas redigido por dois investigadores nomeados pelo papa. Denuncia "a existência de gravíssimas negligências na proteção de vulneráveis de parte de bispos e superiores religiosos". Religiosos expulsos por "comportamentos imorais" foram acolhidos por outras dioceses, onde mantinham "contatos cotidianos diretos com menores".
As acusações de pedofilia foram consideradas "inverossímeis" quando apresentavam "graves indícios de delitos efetivos", além da "homossexualidade ativa" de religiosos, em flagrante violação às normas da Igreja.
"Seria irresponsável de nossa parte não escavar para encontrar as raízes e as estruturas que permitiram que esses acontecimentos se produzissem e fossem perpetuados", afirmou o papa Francisco.
Durante visita recente ao Chile, o papa atacou quem denunciava a pedofilia na Igreja, mas voltou atrás, reconheceu o erro e decidiu punir os responsáveis com rigor.
"Nós, todos os bispos presentes em Roma, entregamos nossos postos nas mãos do Santo Padre para que ele decida livremente" quem vai chefiar a Igreja chilena, declararam porta-vozes da Conferência Nacional dos Bispos do Chile. "Pedimos perdão pela dor causada às vítimas, ao papa, a Deus e a nosso país pelos graves erros e omissões que cometemos."
O texto, revelado ontem pela televisão chilena T13, se baseia num relatório não divulgado de 2,3 mil páginas redigido por dois investigadores nomeados pelo papa. Denuncia "a existência de gravíssimas negligências na proteção de vulneráveis de parte de bispos e superiores religiosos". Religiosos expulsos por "comportamentos imorais" foram acolhidos por outras dioceses, onde mantinham "contatos cotidianos diretos com menores".
As acusações de pedofilia foram consideradas "inverossímeis" quando apresentavam "graves indícios de delitos efetivos", além da "homossexualidade ativa" de religiosos, em flagrante violação às normas da Igreja.
"Seria irresponsável de nossa parte não escavar para encontrar as raízes e as estruturas que permitiram que esses acontecimentos se produzissem e fossem perpetuados", afirmou o papa Francisco.
Durante visita recente ao Chile, o papa atacou quem denunciava a pedofilia na Igreja, mas voltou atrás, reconheceu o erro e decidiu punir os responsáveis com rigor.
Ebola ameaça a República Democrática do Congo
O governo corrupto e ilegítimo da República Democrática do Congo luta para conter um surto de ebola. A doença hemorrágica, que pode levar à morte, chegou a uma grande cidade, Mbandaka, um porto com 1,2 milhão de habitantes, depois de matar várias pessoas em Bikoro, uma comunidade rural situada a 150 quilômetros de distância.
A Organização Mundial da Saúde pode declarar uma "emergência de saúde internacional" para facilitar o acesso de ajuda externa. Seus agentes identificaram 432 pessoas que tiveram contato com doentes. Até agora, foram diagnosticados 14 casos no país.
"Agora, estamos rastreando mais de 4 mil contatos dos pacientes, que se espalham por toda a região do Noroeste do Congo. Tiveram de ser seguidos e a única maneira de chegar onde estão é de motocicleta", declarou Peter Salama, porta-voz da OMS.
Na maior epidemia do vírus ebola, cerca de 11,3 mil pessoas morreram na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa entre 2014 e 2016. Uma vacina ainda não aprovada totalmente foi usada com sucesso. Milhares de doses foram enviadas com urgência a Kinshasa. Desde 1978, houve oito surtos de ebola no Congo, com 811 mortes.
"Estamos entrando numa nova fase do surto de ebola, que agora atinge três regiões, inclusive uma em zona urbana", declarou o ministro da Saúde congolês, Ilunga Kalenga.
A RDC é um grande país de 2,3 milhões de quilômetros quadrados e 79 milhões de habitantes situado no coração da África, riquíssimo em recursos naturais, mas ao mesmo tempo pobre e miserável, com uma renda média de apenas US$ 476 por ano (177ª do mundo), e uma história trágica.
Já foi chamado de Congo Belga, Congo Oriental, Congo-Kinshasa, simplesmente Congo, ou Zaire, nome adotado pelo ditador Joseph Mobutu em 1971 e abandonado depois de sua queda, em 1997.
O país foi colonizado brutalmente por uma empresa privada a mando do rei Leopoldo II, da Bélgica, com métodos hoje considerados violações inaceitáveis dos direitos humanos beirando o genocídio. Essa história está contada no livro No Coração das Trevas, de Joseph Conrad. Em 1908, sob pressão do Império Britânico, a Bélgica assumiu a administração colonial.
Depois da independência, em 1960, a Bélgica apoiou uma rebelião secessionista na província de Katanga. Sem sucesso ao apelar aos Estados Unidos e às Nações Unidas para evitar a divisão do Congo, o primeiro-ministro Patrice Lumumba pediu ajuda à União Soviética. Assim, dividiu o Exército e ficou contra os EUA e a Bélgica.
Lumumba ficou apenas 12 semanas no poder. Um golpe militar liderado por Mobutu levou ao assassinato de Lumumba, em 17 de janeiro de 1961, numa conspiração organizada pela CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos EUA.
A guerra civil durou até 1964 e terminou com o poder absoluto de Mobutu, aliado dos EUA, da Europa Ocidental e da China na luta contra a influência da União Soviética na África durante a Guerra Fria.
O genocídio de 800 mil pessoas em Ruanda e a fuga da milícia assassina hutu Interahamwe para o Leste da RDC, em 1994, desestabilizou a região. Os baniamulengues do Congo são da mesma etnia dos tútsis e entraram em choque com os hutus.
Esse conflito levou Laurent Kabila sair do seu esconderijo nas Montanhas da Lua, onde estava desde que sua revolta, em que lutou Ernesto Che Guevara, fracassou, e marchar com o Exército de Ruanda até Kinshasa para derrubar Mobutu, em 1997.
A queda do ditador corrupto, com fortuna estimada entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões, deflagrou a chamada Primeira Guerra Mundial Africana, em que lutaram nove exércitos nacionais e 25 grupos armados irregulares.
Entre 1996 e 2008, estima-se que 5,4 milhões de pessoas morreram em combate, de fome ou de doenças causadas pela guerra civil congolesa. A ONU mantém no país sua maior missão de paz, com 17 mil soldados. Mas o país não tem estradas e infraestrutura que o una. As regiões são relativamente isoladas umas das outras.
Para agravar a situação, o presidente Joseph Kabila, que substituiu o pai, assassinado em 2001, não convocou até hoje as eleições presidencial e parlamentares previstas para 2016, sob a pretexto de que a comissão nacional eleitoral não poderia organizar o pleito antes de um novo censo da população.
Na prática, isso significou a prorrogação indefinida do que deveria ser o último mandato de Kabila, que perdeu toda legitimidade.
Quando o surto anterior de ebola chegou à Nigéria, o país mais populoso da África, a infraestrutura estatal e o sistema de saúde foram capazes de evitar uma epidemia. O teste será muito mais difícil para o Congo. A OMS espera que as lições da Guiné, da Libéria e de Serra Leoa ajudem a evitar mais uma tragédia congolesa.
A Organização Mundial da Saúde pode declarar uma "emergência de saúde internacional" para facilitar o acesso de ajuda externa. Seus agentes identificaram 432 pessoas que tiveram contato com doentes. Até agora, foram diagnosticados 14 casos no país.
"Agora, estamos rastreando mais de 4 mil contatos dos pacientes, que se espalham por toda a região do Noroeste do Congo. Tiveram de ser seguidos e a única maneira de chegar onde estão é de motocicleta", declarou Peter Salama, porta-voz da OMS.
Na maior epidemia do vírus ebola, cerca de 11,3 mil pessoas morreram na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa entre 2014 e 2016. Uma vacina ainda não aprovada totalmente foi usada com sucesso. Milhares de doses foram enviadas com urgência a Kinshasa. Desde 1978, houve oito surtos de ebola no Congo, com 811 mortes.
"Estamos entrando numa nova fase do surto de ebola, que agora atinge três regiões, inclusive uma em zona urbana", declarou o ministro da Saúde congolês, Ilunga Kalenga.
A RDC é um grande país de 2,3 milhões de quilômetros quadrados e 79 milhões de habitantes situado no coração da África, riquíssimo em recursos naturais, mas ao mesmo tempo pobre e miserável, com uma renda média de apenas US$ 476 por ano (177ª do mundo), e uma história trágica.
Já foi chamado de Congo Belga, Congo Oriental, Congo-Kinshasa, simplesmente Congo, ou Zaire, nome adotado pelo ditador Joseph Mobutu em 1971 e abandonado depois de sua queda, em 1997.
O país foi colonizado brutalmente por uma empresa privada a mando do rei Leopoldo II, da Bélgica, com métodos hoje considerados violações inaceitáveis dos direitos humanos beirando o genocídio. Essa história está contada no livro No Coração das Trevas, de Joseph Conrad. Em 1908, sob pressão do Império Britânico, a Bélgica assumiu a administração colonial.
Depois da independência, em 1960, a Bélgica apoiou uma rebelião secessionista na província de Katanga. Sem sucesso ao apelar aos Estados Unidos e às Nações Unidas para evitar a divisão do Congo, o primeiro-ministro Patrice Lumumba pediu ajuda à União Soviética. Assim, dividiu o Exército e ficou contra os EUA e a Bélgica.
Lumumba ficou apenas 12 semanas no poder. Um golpe militar liderado por Mobutu levou ao assassinato de Lumumba, em 17 de janeiro de 1961, numa conspiração organizada pela CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos EUA.
A guerra civil durou até 1964 e terminou com o poder absoluto de Mobutu, aliado dos EUA, da Europa Ocidental e da China na luta contra a influência da União Soviética na África durante a Guerra Fria.
O genocídio de 800 mil pessoas em Ruanda e a fuga da milícia assassina hutu Interahamwe para o Leste da RDC, em 1994, desestabilizou a região. Os baniamulengues do Congo são da mesma etnia dos tútsis e entraram em choque com os hutus.
Esse conflito levou Laurent Kabila sair do seu esconderijo nas Montanhas da Lua, onde estava desde que sua revolta, em que lutou Ernesto Che Guevara, fracassou, e marchar com o Exército de Ruanda até Kinshasa para derrubar Mobutu, em 1997.
A queda do ditador corrupto, com fortuna estimada entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões, deflagrou a chamada Primeira Guerra Mundial Africana, em que lutaram nove exércitos nacionais e 25 grupos armados irregulares.
Entre 1996 e 2008, estima-se que 5,4 milhões de pessoas morreram em combate, de fome ou de doenças causadas pela guerra civil congolesa. A ONU mantém no país sua maior missão de paz, com 17 mil soldados. Mas o país não tem estradas e infraestrutura que o una. As regiões são relativamente isoladas umas das outras.
Para agravar a situação, o presidente Joseph Kabila, que substituiu o pai, assassinado em 2001, não convocou até hoje as eleições presidencial e parlamentares previstas para 2016, sob a pretexto de que a comissão nacional eleitoral não poderia organizar o pleito antes de um novo censo da população.
Na prática, isso significou a prorrogação indefinida do que deveria ser o último mandato de Kabila, que perdeu toda legitimidade.
Quando o surto anterior de ebola chegou à Nigéria, o país mais populoso da África, a infraestrutura estatal e o sistema de saúde foram capazes de evitar uma epidemia. O teste será muito mais difícil para o Congo. A OMS espera que as lições da Guiné, da Libéria e de Serra Leoa ajudem a evitar mais uma tragédia congolesa.
Petróleo chega a US$ 80 o barril por problemas no Irã e na Venezuela
Com a economia mundial em crescimento, o aumento do consumo e a queda na produção por causa das sanções dos Estados Unidos ao Irã e do colapso da Venezuela, o preço do barril de petróleo do tipo Brent, padrão da Bolsa de Mercadorias de Londres, passou ontem de US$ 80, a maior cotação em quase quatro anos.
Desde o início do ano, os preços do petróleo cresceram mais de 40%. Só em maio, o barril aumentou US$ 5.
Em junho de 2014, o barril de petróleo custava US$ 110, depois de atingir o recorde de US$147,50 em julho de 2008, antes da crise financeira internacional deflagrada pela falência do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro daquele ano.
Aí o preço começou a cair até ficar abaixo de US$ 30 no início de 2016, com uma demanda fraca e o aumento da oferta com a produção de óleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos, que devem voltar a ser os maiores produtores mundiais, superando a Rússia e a Arábia Saudita, a volta do Irã ao mercado depois do acordo nuclear de 2015 e o aumento da produção do Iraque.
Sob pressão dos preços baixos danosos a suas economias, os grandes produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pela Rússia, decidir diminuir a produção para forçar uma alta nos preços.
Se na Arábia Saudita o governo ficou em déficit, Rússia, Argélia, Nigéria e Venezuela caíram em recessão nos últimos anos. O Irã fechou o acordo nuclear na expectativa de resgatar sua economia sufocada por sanções internacionais.
A República Islâmica precisa de mais de US$ 100 bilhões para desenvolver os setores de petróleo e gás. Uma grande investidora era a companhia de petróleo francesa Total, que explorava no Irã uma das maiores jazidas de gás natural do mundo. Acaba de anunciar o abandono do projeto.
O projeto foi abandonado por causa das sanções dos EUA. Elas não visam apenas o Irã. Toda empresa estrangeira que fizer negócios com o Irã corre o risco de ser proibida de operar no sistema financeiro dos EUA. Nenhuma grande empresa transnacional quer perder o acesso ao dólar e ao mercado americano.
Desde o início do ano, os preços do petróleo cresceram mais de 40%. Só em maio, o barril aumentou US$ 5.
Em junho de 2014, o barril de petróleo custava US$ 110, depois de atingir o recorde de US$147,50 em julho de 2008, antes da crise financeira internacional deflagrada pela falência do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro daquele ano.
Aí o preço começou a cair até ficar abaixo de US$ 30 no início de 2016, com uma demanda fraca e o aumento da oferta com a produção de óleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos, que devem voltar a ser os maiores produtores mundiais, superando a Rússia e a Arábia Saudita, a volta do Irã ao mercado depois do acordo nuclear de 2015 e o aumento da produção do Iraque.
Sob pressão dos preços baixos danosos a suas economias, os grandes produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pela Rússia, decidir diminuir a produção para forçar uma alta nos preços.
Se na Arábia Saudita o governo ficou em déficit, Rússia, Argélia, Nigéria e Venezuela caíram em recessão nos últimos anos. O Irã fechou o acordo nuclear na expectativa de resgatar sua economia sufocada por sanções internacionais.
A República Islâmica precisa de mais de US$ 100 bilhões para desenvolver os setores de petróleo e gás. Uma grande investidora era a companhia de petróleo francesa Total, que explorava no Irã uma das maiores jazidas de gás natural do mundo. Acaba de anunciar o abandono do projeto.
O projeto foi abandonado por causa das sanções dos EUA. Elas não visam apenas o Irã. Toda empresa estrangeira que fizer negócios com o Irã corre o risco de ser proibida de operar no sistema financeiro dos EUA. Nenhuma grande empresa transnacional quer perder o acesso ao dólar e ao mercado americano.
quinta-feira, 17 de maio de 2018
Israel intercepta foguete lançado da Síria nas Colinas do Golã
O alarme antiaéreo voltou a soar hoje nas Colinas do Golã. Israel interceptou mais um foguete vindo da Síria. O número crescente de ataques e contra-ataques indica uma escala da intervenção militar israelense na Síria, onde tenta impedir que o Irã instale bases militares permanentes perto de suas fronteiras.
Depois da morte de militares iranianos em bombardeios israelenses a bases sírias, em 10 de maio, o Irã e a Síria lançaram um ataque retaliatório contra Israel com pelo menos 20 foguetes. Em resposta, o governo israelense lançou forte contra-ataque. O ministro da Defesa ultradireitista, Avigdor Lieberman, declarou que "quase toda a infraestrutura iraniana na Síria" foi alvejada.
Israel e o Irã travam assim uma guerra limitada no meio da guerra civil síria. Em fevereiro, o sistema de defesa antiaérea israelense abateu um drone armado iraniano vindo da Síria. Foi a primeira vez que o regime fundamentalista iraniano atacou Israel diretamente. Fazia isso através de aliados como a milícia extremista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Movimento de Resistência Islâmica palestino (Hamas).
A Força Aérea de Israel contra-atacou a base de onde partiu o drone e lançou novos ataques a alvos iranianos. Em 29 de abril, um bombardeio a um quartel em Homs, no Centro da Síria, matou 26 militares sírios e iranianos. Em 8 de maio, foram pelo menos 15 mortes em ataques a bases situadas em Damasco e 42 no grande ataque da quinta-feira, 10 de maio.
Ao retirar os Estados Unidos do acordo nuclear negociado pelo Irã com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia), de certa forma, o presidente Donald Trump endossou a política de confrontação com o Irã do primeiro-ministro linha-dura israelense, Benjamin Netanyahu.
O risco de uma guerra direta entre Israel e o Irã é de uma conflagração generalizada no Oriente Médio, já que o Irã tem forte presença entre os xiitas no Iraque, na Síria e no Líbano, além de aliados extremistas sunitas como o Hamas.
Em caso de guerra, Israel poderia ter de lutar em três frentes, contra as forças iranianas na Síria, contra o Hamas na Faixa de Gaza, no Sul do país, e contra o Hesbolá no Norte, na fronteira com o Líbano.
Depois da morte de militares iranianos em bombardeios israelenses a bases sírias, em 10 de maio, o Irã e a Síria lançaram um ataque retaliatório contra Israel com pelo menos 20 foguetes. Em resposta, o governo israelense lançou forte contra-ataque. O ministro da Defesa ultradireitista, Avigdor Lieberman, declarou que "quase toda a infraestrutura iraniana na Síria" foi alvejada.
Israel e o Irã travam assim uma guerra limitada no meio da guerra civil síria. Em fevereiro, o sistema de defesa antiaérea israelense abateu um drone armado iraniano vindo da Síria. Foi a primeira vez que o regime fundamentalista iraniano atacou Israel diretamente. Fazia isso através de aliados como a milícia extremista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Movimento de Resistência Islâmica palestino (Hamas).
A Força Aérea de Israel contra-atacou a base de onde partiu o drone e lançou novos ataques a alvos iranianos. Em 29 de abril, um bombardeio a um quartel em Homs, no Centro da Síria, matou 26 militares sírios e iranianos. Em 8 de maio, foram pelo menos 15 mortes em ataques a bases situadas em Damasco e 42 no grande ataque da quinta-feira, 10 de maio.
Ao retirar os Estados Unidos do acordo nuclear negociado pelo Irã com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia), de certa forma, o presidente Donald Trump endossou a política de confrontação com o Irã do primeiro-ministro linha-dura israelense, Benjamin Netanyahu.
O risco de uma guerra direta entre Israel e o Irã é de uma conflagração generalizada no Oriente Médio, já que o Irã tem forte presença entre os xiitas no Iraque, na Síria e no Líbano, além de aliados extremistas sunitas como o Hamas.
Em caso de guerra, Israel poderia ter de lutar em três frentes, contra as forças iranianas na Síria, contra o Hamas na Faixa de Gaza, no Sul do país, e contra o Hesbolá no Norte, na fronteira com o Líbano.
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quarta-feira, 16 de maio de 2018
Hamas admite que 50 dos 62 mortos em Gaza eram militantes
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal partido fundamentalista palestino, reconheceu hoje que 50 dos 62 mortos em conflitos com Israel na fronteira da Faixa de Gaza eram militantes do grupo. Israel afirma que eram 53, informou o jornal The Times of Israel.
"Nos últimos confrontos, se 62 pessoas foram martirizadas, 50 mártires eram do Hamas e 12 do povo. Como o Hamas pode colher os frutos, se paga um preço tão alto?", questionou o dirigente Salah Bardawil em entrevista a um meio de comunicação palestino.
Sem confirmar a alegação, o porta-voz do Hamas, Fawzy Barhoum, declarou que o grupo pagou os enterros dos 50, "fossem eles membros ou simpatizantes do Hamas, ou mesmo se não tivessem relação".
Outro alto dirigente do Hamas, Bassem Naim, também não desmentiu nem confirmou a notícia, alegando que o Hamas é "um grande movimento, com amplo apoio popular". Assim, seria "natural ver membros ou simpatizantes do Hamas em grande número" num protesto. Naim afirmou que ele foram mortos quando "participavam pacificamente" das manifestações.
"Isto prova o que tantos tentam ignorar: o Hamas está por trás dos tumultos e chamar as manifestações de 'protestos pacíficos' está longe da verdade", declarou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, tenente-coronel Jonathan Conricus.
Israel acusa o Hamas de organizar as chamadas Marchas do Retorno para reivindicar o direito de retorno dos palestinos expulsos de suas casas e terras quando da criação de Israel há 70 anos, e de estimular os manifestantes a atacar a cerca na fronteira de Gaza. O objetivo é questionar a legitimidade do Estado de Israel, que o Hamas quer destruir.
A grande manifestação de segunda-feira coincidiu com a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém. Implica o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, o que nenhum país havia feito porque o setor árabe (oriental) é um território ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967. O movimento nacional palestino pretende instalar sua capital no setor oeste de Jerusalém.
Hoje, a Guatemala se tornou o segundo país a transferir sua embaixada para Jerusalém. O Paraguai anunciou a intenção de fazer o mesmo.
"Nos últimos confrontos, se 62 pessoas foram martirizadas, 50 mártires eram do Hamas e 12 do povo. Como o Hamas pode colher os frutos, se paga um preço tão alto?", questionou o dirigente Salah Bardawil em entrevista a um meio de comunicação palestino.
Sem confirmar a alegação, o porta-voz do Hamas, Fawzy Barhoum, declarou que o grupo pagou os enterros dos 50, "fossem eles membros ou simpatizantes do Hamas, ou mesmo se não tivessem relação".
Outro alto dirigente do Hamas, Bassem Naim, também não desmentiu nem confirmou a notícia, alegando que o Hamas é "um grande movimento, com amplo apoio popular". Assim, seria "natural ver membros ou simpatizantes do Hamas em grande número" num protesto. Naim afirmou que ele foram mortos quando "participavam pacificamente" das manifestações.
"Isto prova o que tantos tentam ignorar: o Hamas está por trás dos tumultos e chamar as manifestações de 'protestos pacíficos' está longe da verdade", declarou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, tenente-coronel Jonathan Conricus.
Israel acusa o Hamas de organizar as chamadas Marchas do Retorno para reivindicar o direito de retorno dos palestinos expulsos de suas casas e terras quando da criação de Israel há 70 anos, e de estimular os manifestantes a atacar a cerca na fronteira de Gaza. O objetivo é questionar a legitimidade do Estado de Israel, que o Hamas quer destruir.
A grande manifestação de segunda-feira coincidiu com a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém. Implica o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, o que nenhum país havia feito porque o setor árabe (oriental) é um território ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967. O movimento nacional palestino pretende instalar sua capital no setor oeste de Jerusalém.
Hoje, a Guatemala se tornou o segundo país a transferir sua embaixada para Jerusalém. O Paraguai anunciou a intenção de fazer o mesmo.
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Japão sofre primeira contração econômica desde 2015
Com uma queda de 0,9% no consumo pessoal em 12 meses, a economia do Japão passou no primeiro trimestre de 2018 por sua primeira contração em bases anuais desde o último trimestre de 2015. Em mais uma derrota das políticas de estímulo do primeiro-ministro Shinzo Abe, o produto interno bruto da terceira maior economia do mundo, de US$ 4,9 trilhões em 2017, recuou 0,6% no início de 2018.
Na comparação trimestral, o PIB japonês caiu 0,2% no primeiro trimestre, a taxa que economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters esperavam para 12 meses.
É o fim do período de crescimento mais longo desde 1989, no auge do Super Japão. Mas os analistas ouvidos pelo jornal inglês Financial Times não esperam uma recessão. Aguardam a segunda estimativa do PIB do primeiro trimestre, a ser divulgada em 8 de junho.
A expansão do quarto trimestre de 2017 foi revisada para baixo, de 1,6% para 0,6% ao ano. Em relação ao trimestre anterior, diminuiu de 0,4% para 0,1%.
A maior responsável pela contração da economia japonesa foi o consumo pessoal. Na comparação trimestral, caiu 0,3%, enquanto o investimento no setor habitacional recuou 2,1%.
Apesar da contração, em março, os salários registraram aumento médio de 2,1% ao ano. O índice de desemprego está em 2,5%. É um dos menores do mundo.
Na comparação trimestral, o PIB japonês caiu 0,2% no primeiro trimestre, a taxa que economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters esperavam para 12 meses.
É o fim do período de crescimento mais longo desde 1989, no auge do Super Japão. Mas os analistas ouvidos pelo jornal inglês Financial Times não esperam uma recessão. Aguardam a segunda estimativa do PIB do primeiro trimestre, a ser divulgada em 8 de junho.
A expansão do quarto trimestre de 2017 foi revisada para baixo, de 1,6% para 0,6% ao ano. Em relação ao trimestre anterior, diminuiu de 0,4% para 0,1%.
A maior responsável pela contração da economia japonesa foi o consumo pessoal. Na comparação trimestral, caiu 0,3%, enquanto o investimento no setor habitacional recuou 2,1%.
Apesar da contração, em março, os salários registraram aumento médio de 2,1% ao ano. O índice de desemprego está em 2,5%. É um dos menores do mundo.
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UE e Zona do Euro cresceram 0,4% no primeiro trimestre
A União Europeia e a Zona do Euro registram um crescimento de 0,4% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao trimestre anterior. Nos últimos 12 meses, a UE avançou 2,4% e a Eurozona, 2,5%, revelou hoje o Eurostat, o escritório oficial de estatísticas do bloco europeu.
No último trimestre de 2017, a UE, formada por 28 países, tinha crescido 0,6% e a Eurozona, de 19 países, 0,7%. Os maiores avanços foram registrados na Polônia (1,6%), na Hungria (1,2%) e na Finlândia (1,1%). Os piores desempenhos foram da Romênia (0%), Reino Unido (0,1%) e Alemanha, Dinamarca, França e Itália (todos com 0,3%).
Os EUA avançaram 0,7% no fim de 2017 e 0,6% no começo de 2018, na comparação trimestral. Com o fortalecimento da economia americana, o dólar está em alta no mundo inteiro.
A Europa começou o ano sob o risco de uma guerra comercial deflagrada pelas políticas protecionistas do governo Donald Trump, com o enfraquecimento da liderança da chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, depois das eleições do ano passado, a discordância da Alemanha ante as propostas de reforma da UE propostas pelo presidente da França, Emmanuel Macron, a expectativa de formação de um governo populista antieuropeu na Itália e o desafio da ascensão do ultranacionalismo na Polônia e na Hungria.
No último trimestre de 2017, a UE, formada por 28 países, tinha crescido 0,6% e a Eurozona, de 19 países, 0,7%. Os maiores avanços foram registrados na Polônia (1,6%), na Hungria (1,2%) e na Finlândia (1,1%). Os piores desempenhos foram da Romênia (0%), Reino Unido (0,1%) e Alemanha, Dinamarca, França e Itália (todos com 0,3%).
Os EUA avançaram 0,7% no fim de 2017 e 0,6% no começo de 2018, na comparação trimestral. Com o fortalecimento da economia americana, o dólar está em alta no mundo inteiro.
A Europa começou o ano sob o risco de uma guerra comercial deflagrada pelas políticas protecionistas do governo Donald Trump, com o enfraquecimento da liderança da chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, depois das eleições do ano passado, a discordância da Alemanha ante as propostas de reforma da UE propostas pelo presidente da França, Emmanuel Macron, a expectativa de formação de um governo populista antieuropeu na Itália e o desafio da ascensão do ultranacionalismo na Polônia e na Hungria.
Alemanha cresceu apenas 0,3% no início do ano
O crescimento da Alemanha caiu dramaticamente no primeiro trimestre de 2018, arrastando a Zona do Euro para o risco de estagnação depois de um avanço geral de 2,5% no ano passado, o melhor na Europa desde a crise de 2008, noticiou o jornal britânico Financial Times.
Maior economia da Eurozona, com 30% da produção regional, a Alemanha se desacelerou de 0,6% no fim do ano passado para 0,3% nos três primeiros meses do ano, principalmente por causa da queda nas exportações.
As empresas alemãs temem menor crescimento global por conta do crescimento das tensões geopolíticas e as políticas protecionistas do governo Donald Trump nos EUA.
No mesmo ritmo, a Eurozona cresceu 0,4% no início do ano, depois de avançar 0,7% no fim do ano passado, realimentando a discussão sobre a necessidade de novos estímulos ao crescimento. O Banco Central Europeu (BCE) planeja encerrar em dezembro seu programa de alívio quantitativo, depois de comprar bônus no valor de 2,4 trilhões de euros para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.
O maior risco no momento vem de um possível governo populista na Itália, formado pelo Movimento 5 Estrelas e a Liga, a antiga Liga Norte, de extrema direita.
Maior economia da Eurozona, com 30% da produção regional, a Alemanha se desacelerou de 0,6% no fim do ano passado para 0,3% nos três primeiros meses do ano, principalmente por causa da queda nas exportações.
As empresas alemãs temem menor crescimento global por conta do crescimento das tensões geopolíticas e as políticas protecionistas do governo Donald Trump nos EUA.
No mesmo ritmo, a Eurozona cresceu 0,4% no início do ano, depois de avançar 0,7% no fim do ano passado, realimentando a discussão sobre a necessidade de novos estímulos ao crescimento. O Banco Central Europeu (BCE) planeja encerrar em dezembro seu programa de alívio quantitativo, depois de comprar bônus no valor de 2,4 trilhões de euros para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.
O maior risco no momento vem de um possível governo populista na Itália, formado pelo Movimento 5 Estrelas e a Liga, a antiga Liga Norte, de extrema direita.
terça-feira, 15 de maio de 2018
Coreia do Norte ameaça cancelar reunião com Trump
Em protesto contra a realização da manobras militares conjuntas dos Estados Unidos com a Coreia do Sul, a Coreia do Norte adiou hoje o próximo encontro do diálogo com o Sul, prevista para amanhã, e ameaçou suspender a reunião de cúpula com o presidente Donald Trump, marcada para 12 de junho em Cingapura.
Horas mais tarde, o vice-ministro do Exterior norte-coreano, Kim Kye Gwan, alertou que não há interesse num encontro de cúpula com os EUA apenas para aceitar um "acordo unilateral" de desarmamento. O secretário de Estado, Mike Pompeo, prometeu grandes obras de infraestrutura para impulsionar a decrépita econoia da Coreia do Norte. Não foi suficiente.
Depois de quatro meses e meio de degelo no último conflito da Guerra Fria, o regime comunista norte-coreano volta a dar sinais ambíguos, indicando que as negociações sobre a desnuclearização não serão fáceis como pressupõe o presidente americano.
Quando se encontrou com o presidente sul-coreano, Moon Jae In, em 27 de abril, o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, disse não ver problemas nos exercícios militares conjuntos realizados regularmente entre os EUA e a Coreia do Sul.
Neste ano, as manobras foram adiadas por causa dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em que a Coreia do Norte participou em delegação conjunta com o Sul, um dos gestos de reaproximação entre os dois países, que não chegaram a um acordo de paz na Guerra da Coreia (1950-53).
"As autoridades da Coreia do Sul e os EUA iniciaram uma treinamento conjunto de forças aéreas contra nossa república antes mesmo que a tinta da histórica declaração intercoreana secasse", afirmou a agência oficial de notícias da Coreia do Norte. "Nossa boa vontade tem limite."
Diante de uma "deliberada provocação militar", advertiu Pyongyang, "vamos vigiar de perto a atitude das autoridades dos EUA e da Coreia do Sul."
Hoje, depois dos elogios bajulatórios de Trump, a Casa Branca ficou em silêncio. O presidente foi muito criticado nos EUA por tratar Kim como estadista. Afinal, o ditador norte-coreano é acusado de mandar um tio e um meio-irmão. No ano passado, um americano torturado por tentar roubar um cartaz de propaganda do regime stalinista de Pyongyang morreu logo depois de voltar da Coreia do Norte.
Mais uma vez, a ditadura norte-coreana mostra-se enigmática, imprevisível e inconfiável. A rejeição do acordo nuclear com o Irã diminuiu a credibilidade dos EUA. Trump deixou claro que não respeita os acordos internacionais assinados por governos anteriores ao deixar os acordos do clima e com o Irã.
Nos últimos dias, Trump apresentou um certo triunfalismo e chegou a ser saudado em comício como candidato ao Prêmio Nobel da Paz pela desnuclearização da Coreia do Norte. Mas nada indica que o regime norte-coreano pretenda abrir mão das armas nucleares em que investiu tanto como sua última garantia de segurança.
Horas mais tarde, o vice-ministro do Exterior norte-coreano, Kim Kye Gwan, alertou que não há interesse num encontro de cúpula com os EUA apenas para aceitar um "acordo unilateral" de desarmamento. O secretário de Estado, Mike Pompeo, prometeu grandes obras de infraestrutura para impulsionar a decrépita econoia da Coreia do Norte. Não foi suficiente.
Depois de quatro meses e meio de degelo no último conflito da Guerra Fria, o regime comunista norte-coreano volta a dar sinais ambíguos, indicando que as negociações sobre a desnuclearização não serão fáceis como pressupõe o presidente americano.
Quando se encontrou com o presidente sul-coreano, Moon Jae In, em 27 de abril, o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, disse não ver problemas nos exercícios militares conjuntos realizados regularmente entre os EUA e a Coreia do Sul.
Neste ano, as manobras foram adiadas por causa dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em que a Coreia do Norte participou em delegação conjunta com o Sul, um dos gestos de reaproximação entre os dois países, que não chegaram a um acordo de paz na Guerra da Coreia (1950-53).
"As autoridades da Coreia do Sul e os EUA iniciaram uma treinamento conjunto de forças aéreas contra nossa república antes mesmo que a tinta da histórica declaração intercoreana secasse", afirmou a agência oficial de notícias da Coreia do Norte. "Nossa boa vontade tem limite."
Diante de uma "deliberada provocação militar", advertiu Pyongyang, "vamos vigiar de perto a atitude das autoridades dos EUA e da Coreia do Sul."
Hoje, depois dos elogios bajulatórios de Trump, a Casa Branca ficou em silêncio. O presidente foi muito criticado nos EUA por tratar Kim como estadista. Afinal, o ditador norte-coreano é acusado de mandar um tio e um meio-irmão. No ano passado, um americano torturado por tentar roubar um cartaz de propaganda do regime stalinista de Pyongyang morreu logo depois de voltar da Coreia do Norte.
Mais uma vez, a ditadura norte-coreana mostra-se enigmática, imprevisível e inconfiável. A rejeição do acordo nuclear com o Irã diminuiu a credibilidade dos EUA. Trump deixou claro que não respeita os acordos internacionais assinados por governos anteriores ao deixar os acordos do clima e com o Irã.
Nos últimos dias, Trump apresentou um certo triunfalismo e chegou a ser saudado em comício como candidato ao Prêmio Nobel da Paz pela desnuclearização da Coreia do Norte. Mas nada indica que o regime norte-coreano pretenda abrir mão das armas nucleares em que investiu tanto como sua última garantia de segurança.
segunda-feira, 14 de maio de 2018
EUA inauguram embaixada em Jerusalém sob protesto palestino
Sob aplausos do primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu, os Estados Unidos transferiram hoje a Embaixada de Israel de Jerusalém para Telavive, com a presença de 800 convidados, inclusive o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, o subsecretário de Estado, John Sullivan, a filha do presidente Donald Trump, Ivanka Trump, e seu marido, Jared Kushner, enviado especial para a paz no Oriente Médio.
"Só se pode construir a paz com base na verdade", declarou Netanyahu, afirmando que a medida contribui para a paz no Oriente Médio, enquanto o Exército de Israel matava dezenas de palestinos que protestavam junto à fronteira da Faixa de Gaza. "Jerusalém é e será sempre a capital de Israel."
Nos EUA, Trump alegou que Israel é um país soberano e tem o direito de instalar a capital onde quiser, contrariando uma política externa de 70 anos. Desde sua fundação, Israel declarou que Jerusalém seria sua capital, mas a resolução das Nações Unidas que criou o país queria transformá-la numa cidade internacional.
Para todos os efeitos, a capital da Israel era Telavive. Depois de ocupar o setor oriental (árabe) de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel aprovou uma lei em 1980 proclamando a cidade unificada pela força como capital do país.
Até hoje, nenhum dos 86 países com relações diplomáticas com o Estado judaico tinha embaixada em Jerusalém por causa do status de cidade ocupada da parte oriental. Depois dos EUA, a Guatemala e o Paraguai declararam a intenção de seguir o exemplo.
"Que dia de glória!", festejou Netanyahu. "Relembrem este momento histórico. Presidente Trump, ao reconhecer a história, você fez história."
Desde que Trump anunciou a transferência da embaixada, o movimento nacional palestino acusa os EUA de se desqualificarem como mediadores do processo de paz. Para os líderes da Autoridade Nacional Palestina, Trump acabou com a esperança de uma paz baseada na convivência de dois países, um árabe e outro judaico, no território histórico da Palestina.
Com 900 mil habitantes, cerca de 10% da população do país, Jerusalém é hoje a maior cidade de Israel. Os judeus são 62,3% da população da cidade, em comparação com 69,5% 20 anos atrás. A população palestina cresceu de 30,5% para 37,7%. Há 150 anos, os judeus são maioria na cidade.
Além da criação de uma pátria palestina e do futuro status de Jerusalém, a colonização dos territórios árabes ocupados e o direito de retorno dos palestinos expulsos de suas casas e terras desde a fundação de Israel são os maiores obstáculos à paz entre árabes e judeus.
De 2009 a 2014, o número de colonos israelenses na Cisjordânia ocupada cresceu 25% para cerca de 356 mil. A população palestina no território era de 2,72 milhões. A população total de Israel, excluídos os territórios ocupados era de 8,13 milhões; hoje se aproxima de 9 milhões.
"Só se pode construir a paz com base na verdade", declarou Netanyahu, afirmando que a medida contribui para a paz no Oriente Médio, enquanto o Exército de Israel matava dezenas de palestinos que protestavam junto à fronteira da Faixa de Gaza. "Jerusalém é e será sempre a capital de Israel."
Nos EUA, Trump alegou que Israel é um país soberano e tem o direito de instalar a capital onde quiser, contrariando uma política externa de 70 anos. Desde sua fundação, Israel declarou que Jerusalém seria sua capital, mas a resolução das Nações Unidas que criou o país queria transformá-la numa cidade internacional.
Para todos os efeitos, a capital da Israel era Telavive. Depois de ocupar o setor oriental (árabe) de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel aprovou uma lei em 1980 proclamando a cidade unificada pela força como capital do país.
Até hoje, nenhum dos 86 países com relações diplomáticas com o Estado judaico tinha embaixada em Jerusalém por causa do status de cidade ocupada da parte oriental. Depois dos EUA, a Guatemala e o Paraguai declararam a intenção de seguir o exemplo.
"Que dia de glória!", festejou Netanyahu. "Relembrem este momento histórico. Presidente Trump, ao reconhecer a história, você fez história."
Desde que Trump anunciou a transferência da embaixada, o movimento nacional palestino acusa os EUA de se desqualificarem como mediadores do processo de paz. Para os líderes da Autoridade Nacional Palestina, Trump acabou com a esperança de uma paz baseada na convivência de dois países, um árabe e outro judaico, no território histórico da Palestina.
Com 900 mil habitantes, cerca de 10% da população do país, Jerusalém é hoje a maior cidade de Israel. Os judeus são 62,3% da população da cidade, em comparação com 69,5% 20 anos atrás. A população palestina cresceu de 30,5% para 37,7%. Há 150 anos, os judeus são maioria na cidade.
Além da criação de uma pátria palestina e do futuro status de Jerusalém, a colonização dos territórios árabes ocupados e o direito de retorno dos palestinos expulsos de suas casas e terras desde a fundação de Israel são os maiores obstáculos à paz entre árabes e judeus.
De 2009 a 2014, o número de colonos israelenses na Cisjordânia ocupada cresceu 25% para cerca de 356 mil. A população palestina no território era de 2,72 milhões. A população total de Israel, excluídos os territórios ocupados era de 8,13 milhões; hoje se aproxima de 9 milhões.
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Israel mata 60 palestinos e fere mais de 2,7 mil na fronteira de Gaza
Pelo menos 60 palestinos morreram e mais de 2,7 mil saíram feridos hoje, o dia mais sangrento na Faixa de Gaza desde a guerra de 2014 de Israel contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). Os palestinos protestavam contra os 70 anos da fundação de Israel e a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém.
Cerca de 35 mil palestinos participaram de mais uma Marcha do Retorno em 12 pontos diferentes da fronteira, convocada pelo Hamas para lembrar os 750 mil palestinos expulsos de suas casas e terras na Guerra da Independência de Israel (1948-49), que até hoje reivindicam o "direito de retorno".
Desde 30 de março, o Hamas organiza protestos junto à cerca que separa Israel de Gaza, um território palestino que vive sob o cerco israelense. Até agora, 102 palestinos foram mortos nas manifestações. O Exército de Israel afirma só usar munição letal quando a cerca é atacada.
"Estamos aqui por Jerusalém e pela terra palestina", declarou Nirma Attalah, de 29 anos, que teve um irmão baleado há duas semanas.
Israel jogou folhetos advertindo os palestinos a ficar longe da cerca: "Salvem suas vidas e trabalhem na construção do futuro." Também alertou os líderes do Hamas de que eles podem virar alvos, se as manifestações não cessarem.
Em protesto, a Turquia e a África do Sul retiraram seus embaixadores de Israel. O governo turco pediu ao embaixador israelense que deixe o país, rebaixando as relações bilaterais.
Mais de 70% dos palestinos de Gaza são refugiados ou descendentes de refugiados. Israel retirou suas forças de Gaza em 2005, mas as Nações Unidas ainda a consideram um território ocupado por causa do cerco e do controle israelense sobre o espaço aéreo e o acesso ao mar.
Cerca de 35 mil palestinos participaram de mais uma Marcha do Retorno em 12 pontos diferentes da fronteira, convocada pelo Hamas para lembrar os 750 mil palestinos expulsos de suas casas e terras na Guerra da Independência de Israel (1948-49), que até hoje reivindicam o "direito de retorno".
Desde 30 de março, o Hamas organiza protestos junto à cerca que separa Israel de Gaza, um território palestino que vive sob o cerco israelense. Até agora, 102 palestinos foram mortos nas manifestações. O Exército de Israel afirma só usar munição letal quando a cerca é atacada.
"Estamos aqui por Jerusalém e pela terra palestina", declarou Nirma Attalah, de 29 anos, que teve um irmão baleado há duas semanas.
Israel jogou folhetos advertindo os palestinos a ficar longe da cerca: "Salvem suas vidas e trabalhem na construção do futuro." Também alertou os líderes do Hamas de que eles podem virar alvos, se as manifestações não cessarem.
Em protesto, a Turquia e a África do Sul retiraram seus embaixadores de Israel. O governo turco pediu ao embaixador israelense que deixe o país, rebaixando as relações bilaterais.
Mais de 70% dos palestinos de Gaza são refugiados ou descendentes de refugiados. Israel retirou suas forças de Gaza em 2005, mas as Nações Unidas ainda a consideram um território ocupado por causa do cerco e do controle israelense sobre o espaço aéreo e o acesso ao mar.
domingo, 13 de maio de 2018
Terrorista de Paris era um jovem nascido na Chechênia
O terrorista morto ontem na capital da França depois de matar uma pessoa e ferir outras quatro a facadas foi identificado como Khamzat Asimov, de 20 anos, nascido na república da Chechênia, na Federação Russa, e naturalizado francês desde 2010. Ele não tinha antecedentes criminais, mas desde 2016 estava na lista da polícia de jovens radicalizados pelo extremismo muçulmano.
Os dois feridos que estavam em estado grave melhoraram. Não correm mais risco de vida.
A lista dos serviços secretos franceses inclui cerca de 10 mil suspeitos de islamismo radical, de manter contato com movimentos terroristas, torcedores de futebol violentos e membros de grupos de extrema direita e extrema esquerda.
Asimov entrou na lista quando morava em Estrasburgo, antes de se mudar para Paris com a mãe, por andar com uma turma de chechenos que pretendiam ir para a Síria lutar ao lado da organização terrorista Estado Islâmico, que reivindicou a responsabilidade pelo atentado, embora talvez tenha apenas inspirado a ação.
Os dois feridos que estavam em estado grave melhoraram. Não correm mais risco de vida.
A lista dos serviços secretos franceses inclui cerca de 10 mil suspeitos de islamismo radical, de manter contato com movimentos terroristas, torcedores de futebol violentos e membros de grupos de extrema direita e extrema esquerda.
Asimov entrou na lista quando morava em Estrasburgo, antes de se mudar para Paris com a mãe, por andar com uma turma de chechenos que pretendiam ir para a Síria lutar ao lado da organização terrorista Estado Islâmico, que reivindicou a responsabilidade pelo atentado, embora talvez tenha apenas inspirado a ação.
sábado, 12 de maio de 2018
Terrorista mata um e fere mais quatro a facadas em Paris
Um homem armado com uma faca matou uma pessoa e feriu outras quatro hoje à noite no 2º distrito de Paris, perto da Ópera Garnier. Dois feridos estão em estado grave. De acordo com testemunhas, o terrorista teria gritado "Alá é grande!", indicando se tratar de extremista muçulmano, noticiou o jornal francês Le Monde.
O ataque ocorreu por volta das 21h (16h em Brasília) na rua Monsigny, a centenas de metros do teatro da Ópera Garnier. Quando a polícia chegou, tentou dominar o agressor com arma de choque. Ele foi baleado duas vezes e morreu no local.
O procurador da República em Paris, François Moulins, abriu inquérito sobre "associação de malfeitores terrorista" e "assassinato e tentativa de assassinato de pessoa investida de autoridade pública com intenção terrorista".
A investigação será realizada pela Brigada Criminal da Polícia Judiciária de Paris, a Direção Geral de Segurança Interior (DGSI) e a Subdireção Antiterrorista (SDAT) da Polícia Judiciária.
Através de sua agência de propaganda Amaq, a organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, atribuindo-o a um "soldado do Califado", mas costuma fazer isso sempre, mesmo quando não tem relação operacional com o terrorista.
O presidente Emmanuel Macron lamentou que "a França pague mais uma vez um preço de sangue, mas não ceder um centímetro aos inimigos da liberdade. (...) Saúdo em nome de todos os franceses a coragem dos policiais que neutralizaram o terrorista".
O ataque ocorreu por volta das 21h (16h em Brasília) na rua Monsigny, a centenas de metros do teatro da Ópera Garnier. Quando a polícia chegou, tentou dominar o agressor com arma de choque. Ele foi baleado duas vezes e morreu no local.
O procurador da República em Paris, François Moulins, abriu inquérito sobre "associação de malfeitores terrorista" e "assassinato e tentativa de assassinato de pessoa investida de autoridade pública com intenção terrorista".
A investigação será realizada pela Brigada Criminal da Polícia Judiciária de Paris, a Direção Geral de Segurança Interior (DGSI) e a Subdireção Antiterrorista (SDAT) da Polícia Judiciária.
Através de sua agência de propaganda Amaq, a organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, atribuindo-o a um "soldado do Califado", mas costuma fazer isso sempre, mesmo quando não tem relação operacional com o terrorista.
O presidente Emmanuel Macron lamentou que "a França pague mais uma vez um preço de sangue, mas não ceder um centímetro aos inimigos da liberdade. (...) Saúdo em nome de todos os franceses a coragem dos policiais que neutralizaram o terrorista".
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sexta-feira, 11 de maio de 2018
Israel mata mais um palestino em protesto na fronteira de Gaza
O Exército de Israel matou hoje um palestino e feriu 170 manifestantes que protestavam junto à fronteira da Faixa de Gaza. Desde o início da Marchas do Retorno, convocadas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), em 30 de março, 44 palestinos foram mortos, supostamente ao forçar a cerca da fronteira com Israel.
As manifestações devem continuar até 15 de maio, quando Israel festeja 70 anos de fundação. Na véspera, os Estados Unidos devem abrir sua nova embaixada, transferida de Telavive para Jerusalém, num reconhecimento de que esta é a capital de Israel.
Como o setor oriental e árabe de Jerusalém foi ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a maioria dos países, inclusive o Brasil, não reconhece a cidade como capital e mantém suas embaixadas em Telavive.
Ao reivindicar o "direito de retorno", os seguidores do Hamas falam de todos os palestinos expulsos de suas casas e terras desde a criação de Israel, em 1948. Esta é uma das questões centrais das negociações de paz, que no momento estão estagnadas, ao lado da criação de um Estado palestino, das colônias nos territórios ocupados e do futuro status de Jerusalém. As marchas são realizadas toda sexta-feira, dia da folga religiosa semanal dos muçulmanos.
Se todos os palestinos voltassem, mudariam a composição demográfica de Israel. Num possível acordo de paz, é mais provável que o problema seja resolvido com uma indenização. Ao convocar as marchas, o Hamas quer denunciar a própria existência do Estado de Israel, que considera ilegítimo. Quer deslegitimar Israel. Rejeita a existência de Israel. Não é o caminho para a paz.
As manifestações devem continuar até 15 de maio, quando Israel festeja 70 anos de fundação. Na véspera, os Estados Unidos devem abrir sua nova embaixada, transferida de Telavive para Jerusalém, num reconhecimento de que esta é a capital de Israel.
Como o setor oriental e árabe de Jerusalém foi ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a maioria dos países, inclusive o Brasil, não reconhece a cidade como capital e mantém suas embaixadas em Telavive.
Ao reivindicar o "direito de retorno", os seguidores do Hamas falam de todos os palestinos expulsos de suas casas e terras desde a criação de Israel, em 1948. Esta é uma das questões centrais das negociações de paz, que no momento estão estagnadas, ao lado da criação de um Estado palestino, das colônias nos territórios ocupados e do futuro status de Jerusalém. As marchas são realizadas toda sexta-feira, dia da folga religiosa semanal dos muçulmanos.
Se todos os palestinos voltassem, mudariam a composição demográfica de Israel. Num possível acordo de paz, é mais provável que o problema seja resolvido com uma indenização. Ao convocar as marchas, o Hamas quer denunciar a própria existência do Estado de Israel, que considera ilegítimo. Quer deslegitimar Israel. Rejeita a existência de Israel. Não é o caminho para a paz.
quinta-feira, 10 de maio de 2018
Colômbia espera negociar cessar-fogo com ELN em 27 de maio
O governo da Colômbia pretende negociar em 27 de maio uma trégua com o Exército de Libertação Nacional (ELN), maior grupo guerrilheiro do país depois do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), noticiou ontem o jornal colombiano El Heraldo. No mesmo dia, será realizado o primeiro turno da eleição presidencial.
A primeira rodada da nova fase de negociações começou nesta semana em Cuba, depois de uma suspensão porque o ELN voltou a atacar e o Equador deixou o papel de mediador.
O governo Juan Manuel Santos iniciou o diálogo direto com o ELN em 7 de fevereiro de 2017, em Quito, e rompeu as negociações em 29 de janeiro de 2018, depois de ataques da guerrilha em que sete policiais foram mortos.
Em fevereiro deste ano, o ELN declarou uma trégua eleitoral nas primeiras eleições em que as FARC participaram como partido político, indicando a vontade de retomar as negociações. O governo quer agora uma medida concreta, um cessar-fogo de longo prazo para permitir negociações sem a ameaça de ações armadas.
A primeira rodada da nova fase de negociações começou nesta semana em Cuba, depois de uma suspensão porque o ELN voltou a atacar e o Equador deixou o papel de mediador.
O governo Juan Manuel Santos iniciou o diálogo direto com o ELN em 7 de fevereiro de 2017, em Quito, e rompeu as negociações em 29 de janeiro de 2018, depois de ataques da guerrilha em que sete policiais foram mortos.
Em fevereiro deste ano, o ELN declarou uma trégua eleitoral nas primeiras eleições em que as FARC participaram como partido político, indicando a vontade de retomar as negociações. O governo quer agora uma medida concreta, um cessar-fogo de longo prazo para permitir negociações sem a ameaça de ações armadas.
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