O Movimento 5 Estrelas e a Liga, os dois partidos populistas que venceram as eleições de 4 de março na Itália, obtiveram a aprovação do presidente Sergio Mattarella para seu ministério, cinco dias depois do veto ao indicado para Economia e Finanças, que gerou uma crise e levou à desistência do primeiro-ministro designado, Giuseppe Conte. Hoje, Conte recebeu o aval para chefiar o novo governo.
A crise está superada, por enquanto. Isso evita a realização de novas eleições, que poderiam aumentar ainda mais o apoio aos partidos antieuropeus e anti-sistema.
O ministro de Economia e Finanças será o economista Giovanni Tria, um professor universitário crítico da falta de convergência na Zona do Euro mas a favor de manter a Itália na união monetária europeia. O líder do M5E, Luigi Di Maio, será ministro do Desenvolvimento Econômico, e o chefe da Liga, Matteo Salvini, ministro do Interior, encarregado de expulsar os imigrantes ilegais. O antieuropeu Savona será ministro para assuntos europeus.
Há duas semanas, meses depois das eleições, a Liga e o M5E anunciaram um acordo para formar um governo capaz de obter maioria no Congresso. No domingo, o presidente vetou a indicação de Paolo Savona para Economia e Finanças alegando que haveria risco de saída da Itália da Zona do Euro, com graves danos para a poupança dos cidadãos e a situação do país.
Na próxima semana, o governo Conte deve pedir a aprovação do Congresso. Entre suas propostas, estão uma garantia de renda mínima da cidadania, cortes de impostos, aumento dos gastos públicos e revogação de reformas como a da Previdência Social para acelerar o crescimento da economia italiana. O temor dos parceiros da Eurozona é de mais indisciplina fiscal.
A dívida pública italiana, de 2,3 trilhões de euros (US$ 2,7 trilhões) equivale a 132% do produto interno bruto, de US$ 1,9 trilhão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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