sexta-feira, 18 de maio de 2018

Petróleo chega a US$ 80 o barril por problemas no Irã e na Venezuela

Com a economia mundial em crescimento, o aumento do consumo e a queda na produção por causa das sanções dos Estados Unidos ao Irã e do colapso da Venezuela, o preço do barril de petróleo do tipo Brent, padrão da Bolsa de Mercadorias de Londres, passou ontem de US$ 80, a maior cotação em quase quatro anos.

Desde o início do ano, os preços do petróleo cresceram mais de 40%. Só em maio, o barril aumentou US$ 5.

Em junho de 2014, o barril de petróleo custava US$ 110, depois de atingir o recorde de US$147,50 em julho de 2008, antes da crise financeira internacional deflagrada pela falência do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro daquele ano.

Aí o preço começou a cair até ficar abaixo de US$ 30 no início de 2016, com uma demanda fraca e o aumento da oferta com a produção de óleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos, que devem voltar a ser os maiores produtores mundiais, superando a Rússia e a Arábia Saudita, a volta do Irã ao mercado depois do acordo nuclear de 2015 e o aumento da produção do Iraque.

Sob pressão dos preços baixos danosos a suas economias, os grandes produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pela Rússia, decidir diminuir a produção para forçar uma alta nos preços.

Se na Arábia Saudita o governo ficou em déficit, Rússia, Argélia, Nigéria e Venezuela caíram em recessão nos últimos anos. O Irã fechou o acordo nuclear na expectativa de resgatar sua economia sufocada por sanções internacionais.

A República Islâmica precisa de mais de US$ 100 bilhões para desenvolver os setores de petróleo e gás. Uma grande investidora era a companhia de petróleo francesa Total, que explorava no Irã uma das maiores jazidas de gás natural do mundo. Acaba de anunciar o abandono do projeto.

O projeto foi abandonado por causa das sanções dos EUA. Elas não visam apenas o Irã. Toda empresa estrangeira que fizer negócios com o Irã corre o risco de ser proibida de operar no sistema financeiro dos EUA. Nenhuma grande empresa transnacional quer perder o acesso ao dólar e ao mercado americano.

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