sexta-feira, 11 de maio de 2018

Israel mata mais um palestino em protesto na fronteira de Gaza

O Exército de Israel matou hoje um palestino e feriu 170 manifestantes que protestavam junto à fronteira da Faixa de Gaza. Desde o início da Marchas do Retorno, convocadas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), em 30 de março, 44 palestinos foram mortos, supostamente ao forçar a cerca da fronteira com Israel.

As manifestações devem continuar até 15 de maio, quando Israel festeja 70 anos de fundação. Na véspera, os Estados Unidos devem abrir sua nova embaixada, transferida de Telavive para Jerusalém, num reconhecimento de que esta é a capital de Israel.

Como o setor oriental e árabe de Jerusalém foi ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a maioria dos países, inclusive o Brasil, não reconhece a cidade como capital e mantém suas embaixadas em Telavive.

Ao reivindicar o "direito de retorno", os seguidores do Hamas falam de todos os palestinos expulsos de suas casas e terras desde a criação de Israel, em 1948. Esta é uma das questões centrais das negociações de paz, que no momento estão estagnadas, ao lado da criação de um Estado palestino, das colônias nos territórios ocupados e do futuro status de Jerusalém. As marchas são realizadas toda sexta-feira, dia da folga religiosa semanal dos muçulmanos.

Se todos os palestinos voltassem, mudariam a composição demográfica de Israel. Num possível acordo de paz, é mais provável que o problema seja resolvido com uma indenização. Ao convocar as marchas, o Hamas quer denunciar a própria existência do Estado de Israel, que considera ilegítimo. Quer deslegitimar Israel. Rejeita a existência de Israel. Não é o caminho para a paz.

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