As manifestações de protesto retomaram a força hoje na Armênia, com bloqueio de ruas, estradas e estações de trem e de metrô, um dia depois que a Assembleia Nacional rejeitou a indicação do líder da oposição, o deputado Nikol Pashinian, para primeiro-ministro, informou a Rádio Europa Livre, financiada pelo Congresso dos Estados Unidos. Os protestos devem continuar até nova votação para escolher um chefe de governo, em 8 de maio.
Os armênios saíram às ruas em 13 de abril para impedir o ex-presidente Serge Sarkissian de se tornar primeiro-ministro depois de dez anos e dois governos medíocres em que a economia não avançou e a pobreza aumentou. Ele desistiu em 23 de abril.
Ex-jornalista crítico da corrupção no governo, Pashinian só conseguiu um voto do Partido Republicano da Armênia, liderado por Sarkissian, depois de liderar o movimento por seu afastamento.
Até agora, as manifestações chegaram a reunir 100 mil pessoas na capital armênia, Ierevã, mas foram pacíficas e a reação das autoridades, moderada.
A Rússia, que mantém a Armênia em sua esfera de influência, com 5 mil soldados russos para defender esta ex-república soviética, acompanha com atenção, mas não espera mudanças na política externa.
Durante o debate na Assembleia Nacional, Pashinian deixou claro que vai manter a aliança com a Rússia, essencial para a segurança da Armênia, diante do conflito com a ex-república soviética do Azerbaijão pelo território de Nagorno-Karabakh e da inimizade histórica com a Turquia, que acusa de genocídio durante a Primeira Guerra Mundial.
Se a situação degenerar em caos e anarquia e as relações bilaterais estiverem ameaçadas, a Rússia pode intervir.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 2 de maio de 2018
Manifestantes fecham estradas em mais protestos na Armênia
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