Pelo menos 60 palestinos morreram e mais de 2,7 mil saíram feridos hoje, o dia mais sangrento na Faixa de Gaza desde a guerra de 2014 de Israel contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). Os palestinos protestavam contra os 70 anos da fundação de Israel e a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém.
Cerca de 35 mil palestinos participaram de mais uma Marcha do Retorno em 12 pontos diferentes da fronteira, convocada pelo Hamas para lembrar os 750 mil palestinos expulsos de suas casas e terras na Guerra da Independência de Israel (1948-49), que até hoje reivindicam o "direito de retorno".
Desde 30 de março, o Hamas organiza protestos junto à cerca que separa Israel de Gaza, um território palestino que vive sob o cerco israelense. Até agora, 102 palestinos foram mortos nas manifestações. O Exército de Israel afirma só usar munição letal quando a cerca é atacada.
"Estamos aqui por Jerusalém e pela terra palestina", declarou Nirma Attalah, de 29 anos, que teve um irmão baleado há duas semanas.
Israel jogou folhetos advertindo os palestinos a ficar longe da cerca: "Salvem suas vidas e trabalhem na construção do futuro." Também alertou os líderes do Hamas de que eles podem virar alvos, se as manifestações não cessarem.
Em protesto, a Turquia e a África do Sul retiraram seus embaixadores de Israel. O governo turco pediu ao embaixador israelense que deixe o país, rebaixando as relações bilaterais.
Mais de 70% dos palestinos de Gaza são refugiados ou descendentes de refugiados. Israel retirou suas forças de Gaza em 2005, mas as Nações Unidas ainda a consideram um território ocupado por causa do cerco e do controle israelense sobre o espaço aéreo e o acesso ao mar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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