No primeiro trimestre deste ano, o ritmo da atividade econômica no conjunto dos 19 países da Europa que usam o euro como moeda comum foi o mais fraco em um ano e meio, confirmando uma desaceleração na Zona do Euro depois de uma expansão de 2,5% em 2017.
Desde o verão de 2016, a Eurozona não andava tão devagar. O crescimento nos três primeiros meses de 2018 foi de apenas 0,4%, depois de um avanço de 0,7% no fim do ano passado.
Uma queda nos indicadores de confiança e o fraco desempenho da produção industrial e das exportações da Alemanha, maior economia da Europa e quarta do mundo, são sinais da estagnação.
Os executivos do setor manufatureiro esperam uma desaceleração do crescimento industrial em abril. Na Alemanha, na Holanda, na Itália, na Espanha e na Grécia, o índice dos gerentes de compra aponta um crescimento menor do que em março.
A França, segunda maior economia da Eurozona, também decepcionou, com alta do produto interno bruto de apenas 0,3% no trimestre passado, em comparação com 0,7% no fim de 2017. As exportações caíram 0,1%, depois de forte alta de 2,5% no fim do ano passado. O investimento das empresas subiu apenas 0,6%, quase metade do 1,1% do fim de 2017.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse não estar preocupado, mas economistas já duvidam que a meta de crescimento de 2% neste ano seja atingida. Le Maire admite que "há algumas nuvens escuras no horizonte", como o risco de uma guerra comercial com os Estados Unidos e altas nas taxas básicas de juros.
Uma onda de greves contra as reformas liberais do presidente Emmanuel Macron afeta principalmente os transportes aéreos e ferroviários, prejudicando as viagens de milhões de trabalhadores franceses e a distribuição de mercadorias. As greves devem pesar negativamente no PIB do segundo trimestre.
A questão é se a desaceleração será apenas temporária ou a economia está estagnando. Os dados sobre o segundo semestre divergem.
Na semana passada, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, declarou que o banco analisa os dados com cautela, na expectativa de que o crescimento será suficientemente forte para levar o índice de preços ao consumidor para a meta inflacionária do BCE, de 2% ao ano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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