quarta-feira, 2 de maio de 2018

Crescimento da Zona do Euro cai no início de 2018

No primeiro trimestre deste ano, o ritmo da atividade econômica no conjunto dos 19 países da Europa que usam o euro como moeda comum foi o mais fraco em um ano e meio, confirmando uma desaceleração na Zona do Euro depois de uma expansão de 2,5% em 2017. 

Desde o verão de 2016, a Eurozona não andava tão devagar. O crescimento nos três primeiros meses de 2018 foi de apenas 0,4%, depois de um avanço de 0,7% no fim do ano passado.

Uma queda nos indicadores de confiança e o fraco desempenho da produção industrial e das exportações da Alemanha, maior economia da Europa e quarta do mundo, são sinais da estagnação.

Os executivos do setor manufatureiro esperam uma desaceleração do crescimento industrial em abril. Na Alemanha, na Holanda, na Itália, na Espanha e na Grécia, o índice dos gerentes de compra aponta um crescimento menor do que em março.

A França, segunda maior economia da Eurozona, também decepcionou, com alta do produto interno bruto de apenas 0,3% no trimestre passado, em comparação com 0,7% no fim de 2017. As exportações caíram 0,1%, depois de forte alta de 2,5% no fim do ano passado. O investimento das empresas subiu apenas 0,6%, quase metade do 1,1% do fim de 2017.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse não estar preocupado, mas economistas já duvidam que a meta de crescimento de 2% neste ano seja atingida. Le Maire admite que "há algumas nuvens escuras no horizonte", como o risco de uma guerra comercial com os Estados Unidos e altas nas taxas básicas de juros.

Uma onda de greves contra as reformas liberais do presidente Emmanuel Macron afeta principalmente os transportes aéreos e ferroviários, prejudicando as viagens de milhões de trabalhadores franceses e a distribuição de mercadorias. As greves devem pesar negativamente no PIB do segundo trimestre.

A questão é se a desaceleração será apenas temporária ou a economia está estagnando. Os dados sobre o segundo semestre divergem.

Na semana passada, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, declarou que o banco analisa os dados com cautela, na expectativa de que o crescimento será suficientemente forte para levar o índice de preços ao consumidor para a meta inflacionária do BCE, de 2% ao ano.

Nenhum comentário: