Em um documento bombástico, o papa Francisco reconheceu o fracasso coletivo da Igreja Católica do Chile no combate à pedofilia, acobertando "númerosas situações de abuso de poder, abuso de autoridade e abusos sexuais". Os "documentos comprometedores" foram destruídos. Toda a cúpula da Igreja Católica chilena foi convocada para dar explicações no Vaticano e pediu demissão.
"Nós, todos os bispos presentes em Roma, entregamos nossos postos nas mãos do Santo Padre para que ele decida livremente" quem vai chefiar a Igreja chilena, declararam porta-vozes da Conferência Nacional dos Bispos do Chile. "Pedimos perdão pela dor causada às vítimas, ao papa, a Deus e a nosso país pelos graves erros e omissões que cometemos."
O texto, revelado ontem pela televisão chilena T13, se baseia num relatório não divulgado de 2,3 mil páginas redigido por dois investigadores nomeados pelo papa. Denuncia "a existência de gravíssimas negligências na proteção de vulneráveis de parte de bispos e superiores religiosos". Religiosos expulsos por "comportamentos imorais" foram acolhidos por outras dioceses, onde mantinham "contatos cotidianos diretos com menores".
As acusações de pedofilia foram consideradas "inverossímeis" quando apresentavam "graves indícios de delitos efetivos", além da "homossexualidade ativa" de religiosos, em flagrante violação às normas da Igreja.
"Seria irresponsável de nossa parte não escavar para encontrar as raízes e as estruturas que permitiram que esses acontecimentos se produzissem e fossem perpetuados", afirmou o papa Francisco.
Durante visita recente ao Chile, o papa atacou quem denunciava a pedofilia na Igreja, mas voltou atrás, reconheceu o erro e decidiu punir os responsáveis com rigor.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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