quinta-feira, 24 de maio de 2018

Trump cancela encontro de cúpula com ditador da Coreia do Norte

Por causa da "tremenda raiva e hostilidade aberta mostrada em sua mais recente declaração", os Estados Unidos cancelaram a reunião de cúpula entre o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong Un, marcado para 12 de junho em Cingapura.

A carta de Trump a Kim, com data de ontem, fazia referência aos comentários da secretária-geral do Ministério do Exterior norte-coreano, Choe Son Hui, que chamou o vice-presidente Mike Pence de "ignorante e estúpido". Pence advertira que a Coreia do Norte pode ter o mesmo destino da Líbia.

Na análise do regime comunista de Pyongyang, a queda e a mmorte do ditador Muamar Kadafi foram resultado de sua decisão de se aproximar do Ocidente e abrir mão de suas armas de destruição em massa. Choe ironizou a comparação de um país que ainda não havia testado uma bomba atômica com a Coreia do Norte, que afirma dominar o ciclo nuclear completo e a tecnologia de mísseis balísticos de longo alcance.

Kim Jong Un chegou ao poder em dezembro de 2011, com a morte do pai, meses depois da morte de Kadafi, determinado a não ter o mesmo destino trágico. As armas atômicas são a garantia de sobrevivência do regime. A Coreia do Norte deixou claro que não pretende aceitar a desnuclearização exigida como precondição pelos EUA.

Nem tudo está perdido. Tanto o discurso agressivo de Pyongyang quanto o cancelamento do encontro são estratégias de negociações. Trump começa a entender por que nenhum presidente americano no exercício do cargo se encontrou até hoje com um ditador da Coreia do Norte. Um encontro desses exige meses de preparação entre os negociadores das duas partes.

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