Seis anos e meio depois da abandonar o terrorismo e a luta armada, o movimento separatista Pátria Basca e Liberdade (ETA) comunicou publicamente sua dissolução, sem atingir o objetivo de criar um país basco independente e socialista unindo províncias do Nordeste da Espanha e do Sul da França, informou o jornal espanhol El País.
Com 378 palavras, a Declaração Final da ETA ao Povo Basco tenta justificar a luta armada sem reconhecer os danos causados às vítimas de suas ações terroristas. De acordo com o Ministério do Interior da Espanha, foram 854 assassinatos, 79 sequestrados, dos quais 12 assassinados, e 6.389 feridos.
A ETA nasceu em 1959, sob a ditadura do generalíssimo Francisco Franco, e aderiu à luta armada em 1968, na onda dos movimentos de libertação nacional de esquerda dos anos 1960s, quando o franquismo se aproximava do fim. Cometeu atos terroristas durante seis anos de franquismo e 36 entre a transição e a democracia. Foram 7% na ditadura e 93% na transição e na democracia.
Sob o pretexto de criar uma república socialista basca, tentou desestabilizar a democracia espanhola e o governo autônomo da região basca. Em 1979 e 1980, matou 244 pessoas para tentar impedir a criação do primeiro governo basco desde a Guerra Civil Espanhola (1936-39).
Quando o coronel Antonio Tejero Molina deu tiros dentro do Parlamento espanhol em ataque à democracia, em 23 de fevereiro de 1981, citou a ETA como desculpa para o golpe fracassado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 3 de maio de 2018
Grupo separatista basco ETA anuncia sua extinção
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