Um dos países mais católicos do mundo, a República da Irlanda, aprovou em plebiscito realizado ontem o fim da proibição constitucional de interromper intencionalmente a gravidez com 68% de votos a favor, de acordo com pesquisa de boca de urna publicada pelo jornal The Irish Times. No fim, o sim venceu com 66,4%.
"Parece que fizemos história", comemorou o primeiro-ministro Leo Varadkar, que fez campanha pelo sim, antes do fim da apuração. "É a culminância de uma revolução silenciosa que acontece na Irlanda há 10 ou 20 anos."
Varadkar prometeu que o Parlamento vai aprovar a lei do aborto até o fim do ano. A interrupção da gravidez será permitida até 12 semanas de gravidez.
Apesar da tradição católica, a Irlanda aprovara em 2015 o casamento gay, tornando-se o primeiro país a fazer isso através de consulta popular. Agora, cerca de 70% das mulheres e 65% dos homens aprovaram o aborto. Outra pesquisa previu uma vitória do sim com 69,4%.
Cerca de 3,5 milhões de irlandeses estavam aptos a votar. Até agora, quando queriam fazer um aborto, as irlandesas tinham de ir para a Grã-Bretanha ou a Irlanda do Norte.
A vitória do aborto é um sinal de modernização da Irlanda, um dos países mais prósperos da Europa depois da adesão à então Comunidade Econômica Européia, hoje União Europeia, em 1973. Com impostos baixos, atraiu várias empresas americanas de informática, transformando-se num polo de alta tecnologia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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