sexta-feira, 4 de maio de 2018

EUA fazem exigências para evitar guerra comercial com a China

O governo Donald Trump apresentou hoje à China sua lista pesada de exigências para equilibrar o comércio entre os dois países e evitar uma guerra comercial entre as maiores economias do mundo, a começar por uma redução de 200 bilhões no saldo comercial chinês, que em 2017 chegou a US$ 375 bilhões.

A delegação americana acusou a China de roubo de tecnologia e propriedade intelectual. Exigiu o fim dos subsídios ao setor industrial dentro do programa Made in China 2025 (Fabricado na China 2025), que visa a tornar o país líder em tecnologias de ponta, num desafio à liderança tecnológica e militar dos EUA.

Um dos grandes objetivos não declarados da guerra comercial que Trump ameaça travar com a China é impedir que o país, que deve ultrapassar a economia americana entre 2020 e 2030, se torne uma superpotência tecnológica e militar capaz de superar os EUA. Pode dificultar e atrasar, mas dificilmente vai conseguir.

Dentro desta disputa tecnológica, os EUA vão restringir o investimento chinês nos EUA em vários setores de tecnologia de ponta e não aceitam retaliações, que com certeza virão. Ao mesmo tempo, querem mais facilidades para as empresas americanas investirem na China de olho no cobiçado mercado chinês.

Os EUA também querem a abertura do mercado chinês, com a redução de tarifas e a eliminação de barreiras não tarifárias aos produtos e serviços americanos, a "reciprocidade" cobrada por Trump. Ainda exigem que a China retire a reclamação contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) porque Washington não trata a China como uma economia de mercado.

Não existe a menor chance da China aceitar estas exigências. Dentro do estilo de negociação de Trump, os EUA apresentaram uma lista maximalista na esperança de barganhar. A bola está com a China para continuar o jogo.

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