A estatística oficial é de 64 mortes. O presidente Donald Trump se autocongratulou sobre o alegado sucesso no socorro a Porto Rico depois do Furacão Maria. Comparou com o Furacão Katrina, que matou 1.833 pessoas em 2005. Mas um estudo da Universidade de Harvard publicado hoje na revista acadêmica New England Journal of Medicine estima o total de mortos em pelo menos 4.645 pessoas.
Mais de oito meses depois, a ilha do Mar do Caribe sofre com interrupções frequentes no fornecimento de água e de energia elétrica. A pesquisa aponta sérios problemas no atendimento de saúde para idosos e para pacientes crônicos - e critica a falta de transparência na contagem oficial de mortos e a negligência na preparação para futuras tempestades.
O estudo identificou um aumento de 62% na taxa de mortalidade em relação a 2016, um "excesso de 4.465 mortes". A conclusão é que "a contagem oficial de 64 é uma subestimativa substancial do verdadeiro peso da mortalidade depois do Furacão Maria", afirmam os autores.
Com prejuízo estimado em US$ 90 bilhões, o Furacão Maria foi o terceiro ciclone tropical mais custoso da história dos Estados Unidos desde 1900. Os pesquisadores esclareceram que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças considera mortes atribuídas a tempestades não apenas quem é atingido diretamente, mas também, por exemplo, os casos devidos à falta de serviços médicos.
"Quando os EUA se preparam para uma nova temporada de furacões, será crítico revisar como contar as mortes relacionadas a catástrofes naturais para mobilizar uma operação de resposta apropriada e cuidar do destino dos flagelados", concluíram os autores.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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