quinta-feira, 3 de maio de 2018

Marrocos rompe com o Irã e se aproxima da Arábia Saudita

O reino do Marrocos fechou ontem sua embaixada em Teerã e retirou o embaixador, rompendo relações com o Irã. O ministro do Exterior marroquino, Nasser Bourita, acusou a república islâmica de fornecer armas para a Frente Polisário, que luta pela independência da República Árabe Saariana Democrática no Saara Ocidental, antigo Saara Espanhol, especialmente mísseis terra-ar, através da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).

As relações bilaterais são difíceis há muito tempo. Em 2009, o Marrocos rompeu com o Irã por causa do apoio do regime fundamentalista iraniano a uma rebelião xiita no Bahrein. Na época, também acusou o Irã de tentar converter os marroquinos ao xiismo.

O Marrocos ocupa a maior parte do Saara Ocidental desde 1975, quando a Espanha abandonou a antiga colônia com a morte do ditador Francisco Franco. Em 1991, depois de anos de guerra da Frente Polisário contra os vizinhos Marrocos e Mauritânia, houve uma trégua dentro de um processo de paz conduzido pelas Nações Unidas. Mas o Marrocos nunca permitiu a realização de um plebiscito para que o povo saariano decidisse a questão da independência.

Em maio de 2005, o conflito ressurgiu como a Intifada da Independência e durou até novembro daquele ano. Desde então, houve várias ondas de protesto dos saarianos contra a dominação marroquina.

No mês passado, o Marrocos denunciou às Nações Unidas a ajuda da Argélia à Frente Polisário. Para contrabalançar a influência argelina, o Marrocos procura o apoio dos Estados Unidos da França e do Conselho de Cooperação do Golfo, liderado pela Arábia Saudita.

Sob a liderança do jovem príncipe herdeiro, Mohamed ben Salman, os sauditas lideram uma aliança sunita contra a expansão iraniana no mundo árabe e muçulmano. A Argélia é aliada do Irã.

Assim, a Arábia Saudita elogiou imediatamente a decisão do Marrocos de romper com o Irã. O governo marroquino espera agora auferir benefícios dados pela Arábia Saudita em razão do rompimento com Teerã.

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