quarta-feira, 16 de maio de 2018

Hamas admite que 50 dos 62 mortos em Gaza eram militantes

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal partido fundamentalista palestino, reconheceu hoje que 50 dos 62 mortos em conflitos com Israel na fronteira da Faixa de Gaza eram militantes do grupo. Israel afirma que eram 53, informou o jornal The Times of Israel.

"Nos últimos confrontos, se 62 pessoas foram martirizadas, 50 mártires eram do Hamas e 12 do povo. Como o Hamas pode colher os frutos, se paga um preço tão alto?", questionou o dirigente Salah Bardawil em entrevista a um meio de comunicação palestino.

Sem confirmar a alegação, o porta-voz do Hamas, Fawzy Barhoum, declarou que o grupo pagou os enterros dos 50, "fossem eles membros ou simpatizantes do Hamas, ou mesmo se não tivessem relação".

Outro alto dirigente do Hamas, Bassem Naim, também não desmentiu nem confirmou a notícia, alegando que o Hamas é "um grande movimento, com amplo apoio popular". Assim, seria "natural ver membros ou simpatizantes do Hamas em grande número" num protesto. Naim afirmou que ele foram mortos quando "participavam pacificamente" das manifestações.

"Isto prova o que tantos tentam ignorar: o Hamas está por trás dos tumultos e chamar as manifestações de 'protestos pacíficos' está longe da verdade", declarou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, tenente-coronel Jonathan Conricus.

Israel acusa o Hamas de organizar as chamadas Marchas do Retorno para reivindicar o direito de retorno dos palestinos expulsos de suas casas e terras quando da criação de Israel há 70 anos, e de estimular os manifestantes a atacar a cerca na fronteira de Gaza. O objetivo é questionar a legitimidade do Estado de Israel, que o Hamas quer destruir.

A grande manifestação de segunda-feira coincidiu com a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém. Implica o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, o que nenhum país havia feito porque o setor árabe (oriental) é um território ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967. O movimento nacional palestino pretende instalar sua capital no setor oeste de Jerusalém.

Hoje, a Guatemala se tornou o segundo país a transferir sua embaixada para Jerusalém. O Paraguai anunciou a intenção de fazer o mesmo.

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