sexta-feira, 25 de maio de 2018

Míssil que derrubou Boeing na Ucrânia em 2014 era de unidade militar da Rússia

O míssil que abateu o voo MH17 (Amsterdã-Kuala Lumpur) da companhia aérea Malaysia Airlines em 17 de julho de 2014 na Ucrânia era de uma unidade militar da Rússia, a 53ª Brigada Antiaérea, com sede em Kursk, revelaram ontem investigadores internacionais.

A equipe de investigação, liderada pela Holanda porque o voo saiu de lá, concluiu que a causa da tragédia que matou as 298 pessoas a bordo foi um míssil russo Buk disparado do território sob controle dos rebeldes que iniciaram uma guerra civil no Leste da Ucrânia com o apoio da Rússia em abril de 2014.

"Todos os veículos do comboio que carregava o míssil eram das Forças Armadas da Rússia", afirmou em Haia Wilbert Paulissen, chefe do esquadrão de combate ao crime da Polícia Nacional da Holanda.

Em contatos de militares russos com rebeldes pirateados na época pelos serviços secretos ocidentais, rebeldes que inspecionaram o local da queda do Boeing 777 ficaram surpresos ao constatar que tinham derrubado um avião de passageiros e furiosos com a presença de aviões civis no meio de uma guerra. Ao que tudo indica, o voo MH17 foi confundido com um avião inimigo.

Como os rebeldes por não tinham força aérea, uma aeronave naquela região só poderia ser inimiga, do governo da Ucrânia, capaz de atacar os rebeldes no solo.

Os investigadores não acusaram os militares russos de disparar o míssil, mas de fornecê-lo aos rebeldes. É o suficiente para a abertura de um processo criminal e para que as vítimas recorram à Justiça. Como a Rússia vetou nas Nações Unidas a criação de um tribunal internacional, os casos serão julgados pela Justiça da Holanda.

A Rússia nega qualquer envolvimento. O Ministério da Defesa negou ontem em Moscou que um sistema de mísseis antiaéreos russo tenha cruzado a fronteira para lançar ataques de território ucraniano.

O inquérito ainda tenta descobrir quem disparou o míssil. O procurador encarregado de chefiar a investigação, Fred Westerbeke, espera denunciar os operadores em breve.

Em Kiev, o presidente Petro Porochenko manifestou o interesse de que também sejam processados na Ucrânia.

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