Desde que Israel bombardeou quartéis na Síria e matou militares iranianos, espera uma retaliação do Irã. O temor é que milícias xiitas financiadas, treinadas e armadas pelo Irã que lutam na guerra civil da Síria lancem uma barragem de mísseis contra o Norte de Israel.
O ministro da Energia de Israel, Yuval Steinitz, ameaçou matar o ditador Bachar Assad, se permitir um ataque do território sírio, informou o jornal The Times of Israel.
Os informes de inteligência dos serviços secretos israelenses indicam que o planejamento da retaliação iraniana está nas fases finais. O ataque pode ser com mísseis ou drones iranianos disparados por uma milícia xiita.
Israel acredita no envolvimento direto da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que obteve uma vitória parcial nas eleições no Líbano, ganhando força política. O comando superior seria do general Kassem Suleimani, comandante da Força Quods, o braço da Guarda Revolucionária Iraniana para operações no exterior.
"A ideia é usar mísseis pesados iranianos, inclusive o Fateh-110 sob o comando do Hesbolá, sem a presença da Guarda Revolucionária Iraniana", informou domingo à noite o Canal 10 da televisão israelense.
Para o analista militar israelense Roni Daniel, só a Guarda e o Hesbolá têm capacidade de realizar o ataque, mas ele deve partir de uma milícia xiita menor para o Irã negar qualquer responsabilidade. Há várias candidatas.
"A guerra civil na Síria permitiu à Guarda Revolucionária Iraniana expandir sua rede de clientes na região", observou Aymenn Jawad al-Tamimi. "Há uma variedade de grupos que podem atacar Israel em seu favor, como os muitos novos hesbolás sírios integrados às Forças Armadas da Síria, ou grupos que emergiram durante a guerra no Iraque, como Harakat al-Nujaba e sua Brigada de Libertação do Golã."
O primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu ordenou os bombardeios porque está determinado a impedir que o Irã tenha bases permanentes na Síria. Amanhã, o presidente Donald Trump se vai ou não certificar se o Irã está cumprindo o acordo nuclear assinado em 2015 para congelar o programa nuclear iraniano e evitar que o país tenha armas atômicas.
Sob pressão de Netanyahu, contra a opinião de seus generais, Trump deve seguir a orientação de assessores da linha dura, como o novo secretário de Estado, Mike Pompeo, e o novo assessor de Segurança Nacional, John Bolton.
A expectativa é que Trump retire os EUA do acordo, assinado pelas cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Alemanha e o Irã, aumentando ainda mais a tensão no Oriente Médio e o risco de uma guerra entre Israel e o Irã.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
Israel teme barragem de mísseis iranianos disparados por milícias xiitas na Síria
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