quarta-feira, 9 de maio de 2018

Irã e Síria contra-atacam e Israel revida em batalha de mísseis

Na madrugada desta quinta-feira, 10 de maio, os exércitos da Síria e do Irã lançaram um ataque retaliatório contra alvos militares israelenses nas Colinas do Golã, ocupadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967. 

Pelo menos 20 foguetes foram disparados de território sírio. Israel respondeu imediatamente com seu maior ataque à Síria em décadas, atingindo várias posições sírias e iranianas no Oeste do país.

Esta batalha de mísseis é uma escalada no conflito entre Israel e o Irã dentro da guerra civil da Síria. Nas últimas semanas, Israel fez vários ataques a alvos iranianos com o objetivo de impedir que a república islâmica instale bases permanentes na Síria, onde intervém em apoio à ditadura do aliado Bachar Assad.

O último ataque, em 9 de maio, atingiu alvos da Guarda Revolucionária do Irã em subúrbios do Sul de Damasco, a capital síria. Pelo menos 15 pessoas morreram, inclusive oito iranianos, precipitando a retaliação.

Israel esperava o contra-ataque desde que sete iranianos foram mortos, inclusive um comandante da Guarda, num bombardeio israelense à base síria de Tiyas, na província de Homs, usada por forças do Irã, em 9 de abril.

A tensão entre Israel e o Irã aumentou desde a invasão do espaço aéreo israelense por um drone armado iraniano vindo da Síria, em 9 de fevereiro de 2018. Foi o primeiro ataque direto a Israel do regime fundamentalista xiita iraniano, que costuma usar milícias aliadas como o Hesbolá (Partido de Deus), no Líbano.

Ao se instalar perto da fronteira da Síria, o Irã tenta abrir uma nova frente de luta contra Israel. Isso é inaceitável para o Estado judaico, que no Irã seu maior inimigo. A pressão do primeiro-ministro linha dura Benjamin Netanyahu foi importante na decisão do presidente Donald Trump de retirar os EUA do acordo das grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Alemanha com o Irã para congelar o programa nuclear militar iraniano por 10 anos, evitando que o país faça bombas atômicas.

Tanto o Irã quanto Israel devem tentar manter o conflito restrito aos campos de batalha da Síria. Mas sempre há o risco de que a situação saia fora de controle.

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