Depois do assassinato de um almirante em 27 de julho e do chefe de polícia da cidade de Lázaro Cárdenas no dia 29, o governo do México lançou uma intervenção militar no estado de Michoacán para conter a violência associada ao tráfico de drogas.
Nos próximos dias e semanas, a violência deve aumentar na medida em que grupos locais de vigilantes busquem proteção, as máfias do crime organizado reforçam suas posições e o governo federal tenta restaurar a ordem num estado sem lei há muito tempo.
A violência aumentou no México com a guerra contra as drogas deflagrada em 2006, quando tomou posse o presidente Felipe Calderón. Desde então, mais de 60 mil pessoas foram mortas em conflitos com e entre as gangues que traficam drogas para os Estados Unidos e compram armas de guerra com facilidade no mercado americano.
O novo presidente, Enrique Peña Nieto, tomou posse prometendo reduzir a luta contra as drogas para a escala policial, tirando as Forças Armadas dessa guerra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Fed mantém programa de compra de títulos
Em nota em que afirmou estar atento ao crescimento "modesto", à melhora no mercado de trabalho e ao risco de inflação, o Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa básica de juros inalterada em praticamente zero e seu programa de compra de títulos no valor de US$ 85 bilhões por mês para estimular a economia.
"As condições do mercado de trabalho apresentaram mais melhoras nos últimos meses, mas, num balanço, a taxa de desemprego continua elevada. O consumo doméstico e o investimento das empresas em capital fixo avançaram, e o setor habitacional está se fortalecendo, mas os juros do crédito hipotecário aumentaram um pouco e a política fiscal está restringindo o crescimento", diz a nota.
Como a missão do banco central dos EUA é manter a estabilidade dos preços com o maior nível de emprego possível, "o comitê espera, com a apropriada política de acomodação, que o ritmo do crescimento se acelere e a taxa de desemprego decline gradualmente para níveis considerados consistentes com o mandato do Fed", acrescentou a nota.
Para o Fed, o crescimento e o mercado de trabalho apresentam menos riscos do que no fim do ano passado, reconhece que o índice de crescimento de preços está abaixo da meta perseguida informalmente pela autoridade monetária americana, que é de 2% ao ano, mas "antecipa que a inflação volte a se mover rumo a seu objetivo em médio prazo".
Quando iniciou a última fase do programa de "alívio quantitativo" para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, o presidente do Fed, Ben Bernanke, prometeu vender títulos até que a taxa de desemprego, hoje em 7,5%, caia para 6,5%.
O mercado internacional acompanha com atenção os passos e notas do Fed à espera de indicações sobre quando a compra de títulos será reduzida. A expectativa na redução da oferta de dólares está aumentando o valor da moeda americana no mundo inteiro.
Com a retomada da economia americana, que apresenta crescimento moderado, mas aumento da produção industrial e recuperação no mercado de trabalho, os economistas esperam com ansiedade indicações sobre a mudança na política monetária dos EUA.
"As condições do mercado de trabalho apresentaram mais melhoras nos últimos meses, mas, num balanço, a taxa de desemprego continua elevada. O consumo doméstico e o investimento das empresas em capital fixo avançaram, e o setor habitacional está se fortalecendo, mas os juros do crédito hipotecário aumentaram um pouco e a política fiscal está restringindo o crescimento", diz a nota.
Como a missão do banco central dos EUA é manter a estabilidade dos preços com o maior nível de emprego possível, "o comitê espera, com a apropriada política de acomodação, que o ritmo do crescimento se acelere e a taxa de desemprego decline gradualmente para níveis considerados consistentes com o mandato do Fed", acrescentou a nota.
Para o Fed, o crescimento e o mercado de trabalho apresentam menos riscos do que no fim do ano passado, reconhece que o índice de crescimento de preços está abaixo da meta perseguida informalmente pela autoridade monetária americana, que é de 2% ao ano, mas "antecipa que a inflação volte a se mover rumo a seu objetivo em médio prazo".
Quando iniciou a última fase do programa de "alívio quantitativo" para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, o presidente do Fed, Ben Bernanke, prometeu vender títulos até que a taxa de desemprego, hoje em 7,5%, caia para 6,5%.
O mercado internacional acompanha com atenção os passos e notas do Fed à espera de indicações sobre quando a compra de títulos será reduzida. A expectativa na redução da oferta de dólares está aumentando o valor da moeda americana no mundo inteiro.
Com a retomada da economia americana, que apresenta crescimento moderado, mas aumento da produção industrial e recuperação no mercado de trabalho, os economistas esperam com ansiedade indicações sobre a mudança na política monetária dos EUA.
EUA crescem num ritmo de 1,7% ao ano
No segundo trimestre de 2013, a economia dos Estados Unidos avançou num ritmo de 1,7% ao ano, superando as previsões dos analistas, que eram de 0,5% a 1% ao ano. O crescimento do primeiro trimestre foi revisado para menos, caindo de 1,8% para 1,1%, depois de ter sido estimado inicialmente em 2,4%.
O mau desempenho do primeiro trimestre foi atribuído aos cortes automáticos de gastos do governo deflagrados por falta de acordo entre a Casa Branca e o Congresso para reduzir o déficit público. A melhoria no segundo se deveu ao aumento nos gastos das empresas e a cortes menores nas despesas governamentais, informa o jornal americano The Washington Post.
A pressão dos republicanos para equilibrar as contas públicas pesaram negativamente. Nos últimos 12 meses, a maior economia do mundo cresceu num ritmo de 1,4% ao ano. Mas, excluídos os governos municipais, estaduais e federal, a expansão econômica do setor privado foi de 2,3%.
O mau desempenho do primeiro trimestre foi atribuído aos cortes automáticos de gastos do governo deflagrados por falta de acordo entre a Casa Branca e o Congresso para reduzir o déficit público. A melhoria no segundo se deveu ao aumento nos gastos das empresas e a cortes menores nas despesas governamentais, informa o jornal americano The Washington Post.
A pressão dos republicanos para equilibrar as contas públicas pesaram negativamente. Nos últimos 12 meses, a maior economia do mundo cresceu num ritmo de 1,4% ao ano. Mas, excluídos os governos municipais, estaduais e federal, a expansão econômica do setor privado foi de 2,3%.
terça-feira, 30 de julho de 2013
Talebã atacam prisão e soltam presos no Paquistão
Em uma operação de assalto com características militares, rebeldes da milícia fundamentalista muçulmana dos Talebã (Estudantes) atacaram durante a noite uma prisão da cidade de Dera Ismail Khan e libertaram pelo menos 243 detentos, entre eles cerca de 30 comandantes.
Pelo menos 12 pessoas foram mortas, inclusive cinco policiais e quatro presos de uma minoria xiita degolados pelos jihadistas.
A ação mostra mais uma vez a capacidade dos Talebã, ligados à rede terrorista Al Caeda, de atacar uma das principais penitenciárias do país para libertar seus comandantes e militantes.
Foi um ataque anunciado. Há semanas, os serviços secretos paquistaneses receberam alertas de que o assalto era iminente.
"É muito difícil atacar um lugar desses sem informações e contatos", lamentou um policial. Alguns presos teriam orientado os companheiros de fora da prisão através de telefones fornecidos por agentes penitenciários "corruptos, preguiçosos e antiprofissionais".
Dos 200 guardas que deveriam estar de serviço na prisão, só cerca de 70 estavam trabalhando efetivamente. "A maioria fugiu para salvar sua vida, deixando para trás armas e munições tomadas pelos rebeldes", acrescentou o policial.
Os Talebã disseram que cem guerrilheiros e sete terroristas suicidas participaram do ataque. Eles concentraram o fogo na entrada principal, mas também conseguiram derrubar parte do muro.
Pelo menos 12 pessoas foram mortas, inclusive cinco policiais e quatro presos de uma minoria xiita degolados pelos jihadistas.
A ação mostra mais uma vez a capacidade dos Talebã, ligados à rede terrorista Al Caeda, de atacar uma das principais penitenciárias do país para libertar seus comandantes e militantes.
Foi um ataque anunciado. Há semanas, os serviços secretos paquistaneses receberam alertas de que o assalto era iminente.
"É muito difícil atacar um lugar desses sem informações e contatos", lamentou um policial. Alguns presos teriam orientado os companheiros de fora da prisão através de telefones fornecidos por agentes penitenciários "corruptos, preguiçosos e antiprofissionais".
Dos 200 guardas que deveriam estar de serviço na prisão, só cerca de 70 estavam trabalhando efetivamente. "A maioria fugiu para salvar sua vida, deixando para trás armas e munições tomadas pelos rebeldes", acrescentou o policial.
Os Talebã disseram que cem guerrilheiros e sete terroristas suicidas participaram do ataque. Eles concentraram o fogo na entrada principal, mas também conseguiram derrubar parte do muro.
Manning é absolvido da acusação de ajudar inimigo
O ex-soldado americano Bradley Manning, de 25 anos, que passou centenas de milhares de documentos sigilosos do governo dos Estados Unidos ao sítio de Internet WikiLeaks, foi absolvido hoje por um tribunal militar da acusação de colaborar com o inimigo. Mas a corte marcial do Forte Meade o declarou culpado de espionagem e roubo de documentos.
A pena será definida numa futura audiência. Ele pode pegar até 136 anos, uma prisão perpétua.
A pena será definida numa futura audiência. Ele pode pegar até 136 anos, uma prisão perpétua.
Israel e palestinos voltam a negociar em duas semanas
Os negociadores de Israel e a da Autoridade Nacional Palestina voltam a se reunir dentro de duas semanas para entrar nas questões substantivas do processo de paz no Oriente Médio, anunciou há pouco o secretário de Estado americano, John Kerry, que promoveu a retomada do diálogo.
A meta é chegar a um acordo definitivo, com a criação de um Estado Nacional palestino, em 2014.
Além da resistência do governo conservador de Israel, as negociações enfrentam a oposição aberta do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que domina a Faixa de Gaza, enquanto a ANP controla as regiões semiautônomas palestinas na Cisjordânia ocupada.
A meta é chegar a um acordo definitivo, com a criação de um Estado Nacional palestino, em 2014.
Além da resistência do governo conservador de Israel, as negociações enfrentam a oposição aberta do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que domina a Faixa de Gaza, enquanto a ANP controla as regiões semiautônomas palestinas na Cisjordânia ocupada.
Juíza militar dos EUA dá hoje veredito sobre Manning
O tribunal militar que processa o ex-soldado Bradley Manning por roubar mais de 850 mil documentos sigilosos do governo dos Estados Unidos e de entregá-los ao sítio de Internet WikiLeaks anuncia hoje sua decisão.
Pesam sobre ele 22 acusações, inclusive de colaborar com o inimigo, o que caracteriza traição. A expectativa é que seja condenado à prisão perpétua.
Pesam sobre ele 22 acusações, inclusive de colaborar com o inimigo, o que caracteriza traição. A expectativa é que seja condenado à prisão perpétua.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Onda de ataques mata mais 55 no Iraque
Uma série aparentemente coordenada de 15 a 17 explosões de carros-bomba contra alvos xiitas matou pelo menos 55 pessoas e feriu outras 200 em Bagdá, nos arredores da capital do Iraque e nas cidades de Bássora, Kut e Mahmúdia durante a hora de maior movimento do início da manhã de hoje.
As maiores suspeitas recaem sobre a rede terrorista Al Caeda, que busca unir suas operações no Iraque e na Síria, tentando deflagrar um conflito maior entre sunitas e xiitas. O ataque mais violento foi contra o bairro pobre xiita Cidade de Sáder, na Zona Sul de Bagdá.
Desde o início da atual escalada de violência, em abril de 2013, entre 2,5 e 3 mil pessoas foram mortas no Iraque. Mais uma vez, o país está à beira de uma guerra civil entre sunitas e xiitas.
As maiores suspeitas recaem sobre a rede terrorista Al Caeda, que busca unir suas operações no Iraque e na Síria, tentando deflagrar um conflito maior entre sunitas e xiitas. O ataque mais violento foi contra o bairro pobre xiita Cidade de Sáder, na Zona Sul de Bagdá.
Desde o início da atual escalada de violência, em abril de 2013, entre 2,5 e 3 mil pessoas foram mortas no Iraque. Mais uma vez, o país está à beira de uma guerra civil entre sunitas e xiitas.
domingo, 28 de julho de 2013
Governo vence eleições no Camboja
O Partido Popular Cambojano, do primeiro-ministro Hun Sen, venceu as eleições deste domingo no Camboja e terá 68 deputados, 22 a menos do que na atual legislatura, no Parlamento de 123 cadeiras.
Em segundo lugar, ficou o Partido do Resgate Nacional do Camboja, com 55 deputados, que rejeitou o resultado oficial.
Hun Sen está no poder desde que o regime genocida do Khmer Vermelho foi derrubado por uma invasão vietnamita em 9 de janeiro de 1979 depois da matar 1 a 2 milhões de pessoas.
Com pouco mais de 20 anos, Hun Sen aderiu ao Khmer Vermelho, que fazia uma guerra de guerrilhas contra a ditadura do general Lon Nol, instalado no poder pelos Estados Unidos em 1970, em plena Guerra do Vietnã (1962-75).
Duas semanas antes da queda de Saigon, em 16 de abril de 1975, o Khmer tomou o poder no Camboja, instaurando um regime de terror que instituiu política de Ano Zero, tentando apagar o passado, com trágicas consequências.
Durante a ditadura de Pol Pot e do Khmer Vermelho, apoiado pela China, Hun Sen mudou para o lado dos vietnamitas, apoiados pela União Soviética. Em 1980, depois da invasão vietnamita, Hun Sun tornou-se ministro do Exterior.
Nesse cargo, teve papel importante nas negociações de paz realizadas em consequência do degelo na Guerra Fria promovido pelo líder soviético Mikhail Gorbachev. Em 1985, ele se tornou primeiro-ministro. De 1993 a 1997, dividiu o poder como príncipe Norodom Ranariddh, filho do rei Norodon Sihanuk, mas o afastou num golpe para retomar o poder absoluto, que mantém até hoje.
Em segundo lugar, ficou o Partido do Resgate Nacional do Camboja, com 55 deputados, que rejeitou o resultado oficial.
Hun Sen está no poder desde que o regime genocida do Khmer Vermelho foi derrubado por uma invasão vietnamita em 9 de janeiro de 1979 depois da matar 1 a 2 milhões de pessoas.
Com pouco mais de 20 anos, Hun Sen aderiu ao Khmer Vermelho, que fazia uma guerra de guerrilhas contra a ditadura do general Lon Nol, instalado no poder pelos Estados Unidos em 1970, em plena Guerra do Vietnã (1962-75).
Duas semanas antes da queda de Saigon, em 16 de abril de 1975, o Khmer tomou o poder no Camboja, instaurando um regime de terror que instituiu política de Ano Zero, tentando apagar o passado, com trágicas consequências.
Durante a ditadura de Pol Pot e do Khmer Vermelho, apoiado pela China, Hun Sen mudou para o lado dos vietnamitas, apoiados pela União Soviética. Em 1980, depois da invasão vietnamita, Hun Sun tornou-se ministro do Exterior.
Nesse cargo, teve papel importante nas negociações de paz realizadas em consequência do degelo na Guerra Fria promovido pelo líder soviético Mikhail Gorbachev. Em 1985, ele se tornou primeiro-ministro. De 1993 a 1997, dividiu o poder como príncipe Norodom Ranariddh, filho do rei Norodon Sihanuk, mas o afastou num golpe para retomar o poder absoluto, que mantém até hoje.
Israel vai submeter acordo com palestinos a plebiscito
O governo linha-dura de Israel aprovou hoje um projeto de lei para submete qualquer acordo de paz a ser negociado com os palestinos a um referendo pelo voto popular.
Para o primeiro-ministro conservador Benjamin Netanyahu, a maior preocupação com a segurança de Israel vem do programa nuclear do Irã, o que o levou a negligenciar o processo de paz com os palestinos. Sob intensa pressão dos Estados Unidos, aceitou retomar o diálogo direto com a Autoridade Nacional Palestina.
As conversas a serem reiniciadas amanhã à noite em Washington são preliminares. Têm o objetivo de acertar detalhes para que as negociações efetivas recomecem depois de quase três anos de paralisação. De Israel, participam a ministra Tzipi Livni e Yitzhak Molcho; do lado palestino, Saeb Erekat e Mohamed Chtaieh.
Para o primeiro-ministro conservador Benjamin Netanyahu, a maior preocupação com a segurança de Israel vem do programa nuclear do Irã, o que o levou a negligenciar o processo de paz com os palestinos. Sob intensa pressão dos Estados Unidos, aceitou retomar o diálogo direto com a Autoridade Nacional Palestina.
As conversas a serem reiniciadas amanhã à noite em Washington são preliminares. Têm o objetivo de acertar detalhes para que as negociações efetivas recomecem depois de quase três anos de paralisação. De Israel, participam a ministra Tzipi Livni e Yitzhak Molcho; do lado palestino, Saeb Erekat e Mohamed Chtaieh.
EUA relançam diálogo entre Israel e palestinos
O governo de Israel e a Autoridade Nacional Palestina retomam amanhã e terça-feira em Washington o diálogo direto para reiniciar as negociações sobre a paz no Oriente Médio, anunciou hoje o governo dos Estados Unidos.
"Hoje o secretário de Estado, John Kerry, falou com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e os convidou pessoalmente a enviar suas equipes de negociadores a Washington para retomar formalmente as negociações diretas", declarou em nota o Departamento de Estado.
Como gesto de boa vontade, Israel anunciou a libertação de 104 prisioneiros palestinos.
A proposta americana é lançar negociações para um acordo definitivo que crie um Estado Nacional palestino independente e dê fronteiras estáveis e permanentes a Israel. Os grandes temas são:
• o Estado palestino e seus fronteiras;
• o direito de retorno dos palestinos exilados desde a criação de Israel em 1948;
• o futuro das colônias israelenses nos territórios árabes ocupados; e
• o status de Jerusalém.
"Hoje o secretário de Estado, John Kerry, falou com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e os convidou pessoalmente a enviar suas equipes de negociadores a Washington para retomar formalmente as negociações diretas", declarou em nota o Departamento de Estado.
Como gesto de boa vontade, Israel anunciou a libertação de 104 prisioneiros palestinos.
A proposta americana é lançar negociações para um acordo definitivo que crie um Estado Nacional palestino independente e dê fronteiras estáveis e permanentes a Israel. Os grandes temas são:
• o Estado palestino e seus fronteiras;
• o direito de retorno dos palestinos exilados desde a criação de Israel em 1948;
• o futuro das colônias israelenses nos territórios árabes ocupados; e
• o status de Jerusalém.
sábado, 27 de julho de 2013
Conflitos no Egito deixam pelo menos 73 mortos
Os conflitos entre partidários do presidente deposto, Mohamed Mursi, grupos seculares e as forças de segurança causaram a morte de pelo menos 73 pessoas, informou hoje o Ministério da Saúde do Egito. A Irmandade Muçulmana denuncia mais de 200 mortes.
As Forças Armadas lançaram hoje uma operação antiterrorismo na Península do Sinai, foco de agitação de jihadistas.
Mursi deve ser transferido para a mesma prisão onde está o ex-ditador Hosni Mubarak (1981-2011), deposto na Primavera Árabe, em 11 de fevereiro de 2011.
As Forças Armadas lançaram hoje uma operação antiterrorismo na Península do Sinai, foco de agitação de jihadistas.
Mursi deve ser transferido para a mesma prisão onde está o ex-ditador Hosni Mubarak (1981-2011), deposto na Primavera Árabe, em 11 de fevereiro de 2011.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Procurador-geral do Egito pede prisão para Mursi
O procurador-geral do Egito pediu hoje a prisão do ex-presidente Mohamed Mursi, deposto num golpe militar em 3 de julho de 2013, por sua responsabilidade no ataque à cadeia, articulado com o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) palestino em que ele a outros militantes da Irmandade Muçulmana foram libertados, em 2011.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Mais um líder da oposição de esquerda é morto na Tunísia
O líder do Partido Popular, Mohamed Brahmi, foi assassinado hoje quando saía de casa em Túnis. A morte do segundo alto dirigente oposicionista em cinco meses provocou protestos contra o partido islamita Nahda, tido como moderado, que chegou ao poder depois da primeira revolução da Primavera Árabe.
Brahmi, de 58 anos, foi morto a tiros diante de casa, da mulher e dos filhos por dois pistoleiros que fugiram de moto. A filha dele disse que ele tinha recebido um telefonema que o atraíra para a rua, diz o jornal The New York Times.
A sede do Nahda em Sid Bouzid foi atacada e incendiada por manifestantes que gritavam palavras de ordem contra o governo islamita. Esta sexta-feira será um dia de luto e protestos em toda a Tunísia.
Quando os militares derrubaram o presidente islamita Mohamed Mursi no vizinho Egito, em 3 de julho de 2013, as oposições tunisianas anunciaram a decisão de promover uma série de manifestações de protestos para derrubar o governo do Nahda. Têm agora mais um motivo.
Brahmi, de 58 anos, foi morto a tiros diante de casa, da mulher e dos filhos por dois pistoleiros que fugiram de moto. A filha dele disse que ele tinha recebido um telefonema que o atraíra para a rua, diz o jornal The New York Times.
A sede do Nahda em Sid Bouzid foi atacada e incendiada por manifestantes que gritavam palavras de ordem contra o governo islamita. Esta sexta-feira será um dia de luto e protestos em toda a Tunísia.
Quando os militares derrubaram o presidente islamita Mohamed Mursi no vizinho Egito, em 3 de julho de 2013, as oposições tunisianas anunciaram a decisão de promover uma série de manifestações de protestos para derrubar o governo do Nahda. Têm agora mais um motivo.
Reino Unido cresceu 0,6% no segundo trimestre
A economia do Reino Unido avançou 0,6% no segundo trimestre de 2013, acelerando-se em relação aos três primeiros meses do ano, quando a alta foi de 0,3%, anunciou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas em sua primeira estimativa.
O governo do primeiro-ministro conservador David Cameron saudou o resultado como um sucesso de sua política de cortes de gastos públicos de 83 bilhões de libras em quatro anos, alegando que um milhão de empregos foram gerados no setor privado nos últimos anos para compensar as demissões no setor público.
O governo do primeiro-ministro conservador David Cameron saudou o resultado como um sucesso de sua política de cortes de gastos públicos de 83 bilhões de libras em quatro anos, alegando que um milhão de empregos foram gerados no setor privado nos últimos anos para compensar as demissões no setor público.
Coreia do Sul tem maior crescimento em dois anos
De abril e junho de 2013, a Coreia do Sul teve o ritmo de crescimento mais forte em dois anos, desde o primeiro trimestre de 2011. O produto interno bruto avançou 2,3% em relação ao segundo trimestre do ano passado, acima da taxa anualizada de 1,8% registrada no primeiro trimestre deste ano.
Em comparação com o trimestre anterior, o crescimento sul-coreano foi de 1,1%, superando o 0,8% do primeiro trimestre, anunciou hoje o Banco da Coreia, banco central do país.
Em comparação com o trimestre anterior, o crescimento sul-coreano foi de 1,1%, superando o 0,8% do primeiro trimestre, anunciou hoje o Banco da Coreia, banco central do país.
China denuncia Bo Xilai por corrupção e abuso de poder
O ex-dirigente do Partido Comunista da China Bo Xilai, centro do maior escândalo político do país nas últimas décadas, foi denunciado hoje por suborno, corrupção e abuso de poder.
Até março de 2012, Bo era estrela em ascensão da linha dura saudosa do maoísmo, governador da cidade-estado de Xunquim, um dos 25 membros do Politburo do Comitê Central do PC e candidato ao Comitê Permanente, o pequeno grupo agora reduzido de nove para sete imperadores que realmente governa a China.
De um dos homens mais poderosos da superpotência ascensão, candidato à líder máximo do partido e do governo, Bo caiu rapidamente em desgraça. Sua mulher, Gu Kailai, foi condenada no passado pelo assassinato em novembro de 2011 de um empresário britânico envolvido nas transações internacionais do casal.
Bo Xilai e Gu Kailai viraram exemplos de uma liderança arrogante e prepotente, de abuso de poder e do estilo de vida sem limites dos altos dirigentes do partido, que se colocam acima da lei. Neste clima, é mais provável uma condenação rápida de Bo, a exemplo do que aconteceu com Gu. Serão apresentados como exemplo de que o PC está realmente interessado em moralizar a política e combater a corrupção.
Até março de 2012, Bo era estrela em ascensão da linha dura saudosa do maoísmo, governador da cidade-estado de Xunquim, um dos 25 membros do Politburo do Comitê Central do PC e candidato ao Comitê Permanente, o pequeno grupo agora reduzido de nove para sete imperadores que realmente governa a China.
De um dos homens mais poderosos da superpotência ascensão, candidato à líder máximo do partido e do governo, Bo caiu rapidamente em desgraça. Sua mulher, Gu Kailai, foi condenada no passado pelo assassinato em novembro de 2011 de um empresário britânico envolvido nas transações internacionais do casal.
Bo Xilai e Gu Kailai viraram exemplos de uma liderança arrogante e prepotente, de abuso de poder e do estilo de vida sem limites dos altos dirigentes do partido, que se colocam acima da lei. Neste clima, é mais provável uma condenação rápida de Bo, a exemplo do que aconteceu com Gu. Serão apresentados como exemplo de que o PC está realmente interessado em moralizar a política e combater a corrupção.
Venda de casas sobe ao maior nível em 5 anos nos EUA
A venda de casas novas avançou 8,3% em junho em relação a maio e 38,1% na comparação anual, a maior alta desde janeiro de 1992. Isso projeta a venda de 497 mil casas num ano, o maior nível deste segmento do setor habitacional do mercado imobiliário desde maio de 2008, antes do agravamento da crise financeira internacional com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em 15 de setembro daquele ano.
Para os economistas, que previam em média a venda de 482 mil unidades habitacionais, os compradores podem ter apressado seus negócios temendo altas nos juros do crédito hipotecário num futuro próximo.
A recuperação do mercado imobliário, onde a crise começou, é essencial para consolidar a recuperação da economia americana, a maior do mundo, que apresentou indicadores positivos hoje também na indústria. O Índice dos Gerentes de Compras do setor manufatureiro medido pela empresa de consultoria Markit subiu de 51,9 em junho para 53,2 em julho. Números acima de 50 sinalizam crescimento.
Em contraste, na China, o índice de gerentes de compras da indústria caiu de 48,2 em junho para 47,7 em julho, o pior resultado em 11 meses. Os indicadores de produção, empregos, novas encomendas e novas ordens de exportação caíram.
Para os economistas, que previam em média a venda de 482 mil unidades habitacionais, os compradores podem ter apressado seus negócios temendo altas nos juros do crédito hipotecário num futuro próximo.
A recuperação do mercado imobliário, onde a crise começou, é essencial para consolidar a recuperação da economia americana, a maior do mundo, que apresentou indicadores positivos hoje também na indústria. O Índice dos Gerentes de Compras do setor manufatureiro medido pela empresa de consultoria Markit subiu de 51,9 em junho para 53,2 em julho. Números acima de 50 sinalizam crescimento.
Em contraste, na China, o índice de gerentes de compras da indústria caiu de 48,2 em junho para 47,7 em julho, o pior resultado em 11 meses. Os indicadores de produção, empregos, novas encomendas e novas ordens de exportação caíram.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Líder golpista convoca protesto contra terrorismo no Egito
Diante dos protestos da Irmandade Muçulmana contra o golpe que derrubou o presidente Mohamed Mursi, o comandante supremo das Forças Armadas do Egito, general Abdel Fattah al-Sissi convocou manifestações populares contra o "terrorismo" e a "violência" para a próxima sexta-feira. A Irmandade considerou uma declaração de guerra civil.
Nesta quarta-feira, o Ministério Público pediu a prisão de mais nove membros da Irmandade, o mais antigo grupo fundamentalista muçulmano do mundo, fundado em 1928 por Hassan al-Bana.
A família do presidente deposto exige que ele seja libertado.
Nesta quarta-feira, o Ministério Público pediu a prisão de mais nove membros da Irmandade, o mais antigo grupo fundamentalista muçulmano do mundo, fundado em 1928 por Hassan al-Bana.
A família do presidente deposto exige que ele seja libertado.
Príncipe real será batizado como George Alexandre Louis
O príncipe William e a Duquesa de Kent, Kate Middleton, deram o nome de George Alexandre Louis ao bebê real nascido há dois dias, anunciou hoje o Palácio de Kensington. Ele é o terceiro na linha de sucessão ao trono do Reino Unido, depois do príncipe Charles, seu avô, e do pai.
George era o nome do pai da rainha Elizabeth II, o rei George VI, aquele do filme O Discurso do Rei. Era um dos nomes mais cotados nas casas de apostas do Reino Unido. Alexandre foi incluído por ser um nome popular para a geração de William e Kate.
O nome James, do pai de Kate, foi cogitado, mas Jaime I e Jaime II, católicos e escoceses da dinastia de Stuart, tiveram reinados tumultuados. Jaime II foi derrubado por Guilherme de Orange, um príncipe holandês convidado a invadir a Inglaterra pelo Parlamento na Revolução Gloriosa, em 1688, no fim da longa Guerra Civil Inglesa (1630-88), quando a Inglaterra se democratizou e aprovou sua primeira Lei de Direitos.
George era o nome do pai da rainha Elizabeth II, o rei George VI, aquele do filme O Discurso do Rei. Era um dos nomes mais cotados nas casas de apostas do Reino Unido. Alexandre foi incluído por ser um nome popular para a geração de William e Kate.
O nome James, do pai de Kate, foi cogitado, mas Jaime I e Jaime II, católicos e escoceses da dinastia de Stuart, tiveram reinados tumultuados. Jaime II foi derrubado por Guilherme de Orange, um príncipe holandês convidado a invadir a Inglaterra pelo Parlamento na Revolução Gloriosa, em 1688, no fim da longa Guerra Civil Inglesa (1630-88), quando a Inglaterra se democratizou e aprovou sua primeira Lei de Direitos.
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Escola de Frankfurt foi à guerra contra o nazismo
A guerra cria alianças estranhas e inesperadas, observa a revista americana Foreign Affairs ao comentar a colaboração de judeus comunistas alemães com os Estados Unidos para combater o nazismo na Segunda Guerra Mundial. Entre essas associações esdrúxulas, está a de William Donovan, chefe do Escritório de Serviços Estratégicos (OSS), precursor da Agência Central de Inteligência (CIA), com os intelectuais da Escola de Frankfurt.
Veterano condecorado da Primeira Guerra Mundial, Donovan, conhecido como Bill, o Selvagem, era um advogado ligado ao Partido Republicano. Em 1941, foi convocado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt para criar o primeiro serviço secreto civil da História dos EUA.
Naquela época, lembra William Scheuerman, autor do artigo, a comunidade de política externa via espionagem e inteligência como atividades inferiores e pouco importantes. Assim, para montar sua equipe, Donovan recrutou diplomatas e espiões, mas também cineastas, mafiosos, acadêmicos, atletas e jornalistas.
Num grupo tão heterogêneo, destacava-se Franz Neumann, um advogado e cientista político marxista que fugira da Alemanha em 1933, quando Adolf Hitler chegou ao poder. Depois de lançar em 1942 o livro Monstrengo: a estrutura e a prática do nacional socialismo, que descrevia o nazismo como uma combinação patológica de um totalitarismo brutal com um capitalismo monopolista, ele passou a ser considerado um dos maiores especialistas em Alemanha nazista dos EUA.
Donovan nomeou Neumann para chefiar o setor de análise e pesquisa do OSS encarregado de estudar a dominação nazista sobre a Europa. Nessa tarefa, teve a colaboração do filósofo Herbert Marcuse, um dos gurus das revoluções jovens dos anos 1960s, e do jurista Otto Kirchheimer, seus colegas no Instituto de Pesquisa Social, fundado em Frankfurt em 1923, que havia se transferido para a Universidade de Colúmbia, nos EUA, depois da ascensão do nazismo.
Sob inspiração de Karl Marx, a Escola de Frankfurt adotava uma abordagem multidisciplinar para examinar os papéis desempenhados pela cultura, o direito, a política e a psicologia em reproduzir e ampliar a injustiça social.
"Foi como se o Espírito do Mundo, de Hegel, tivesse baixado brevemente no Departamento da Europa Central do OSS", disse John Herz, outro jovem judeu alemão refugiado nos EUA.
Agora, foi lançado nos EUA o livro Relatórios Secretos sobre a Alemanha Nazista: a contribuição da Escola de Frankfurt para o esforço de guerra, com textos de Neumann, Marcuse e Kirchheimer, editado pelo pesquisador italiano Rafaelle Laudani, professor de história na Universidade de Bolonha.
Os relatórios vão do antissemitismo e da política econômica nazista ao impacto dos bombardeios aéreos sobre o moral da população civil e sugestões sobre como processar os criminosos de guerra usadas no Tribunal de Nurembergue. São fascinantes, mas mostram que mesmo as mentes mais brilhantes por vezes ficam aprisionadas ao passado.
A Escola de Frankfurt se bateu contra a proposta do secretário do Tesouro americano Henry Morgenthau de desmantelar o parque industrial alemão, endossado por Roosevelt, mas abandonado pelo presidente americano Harry Truman no pós-guerra. Também considerou insuficiente a desnazificação da Alemanha, descrita por Herz como um "fiasco".
Uma das preocupações era que os aliados tomassem a Alemanha de 1945 pela de 1918. Os colaboradores alemães advertiram que os nazistas fariam tudo para impedir uma rendição humilhante como a da Primeira Guerra Mundial. "O sistema do nacional socialismo foi criado com o propósito de tornar uma repetição de 1918 impossível", escreveu Marcuse em 1943.
Na visão dos marxistas alemães, o antissemitismo radical foi uma tentativa de implicar a maior parcela possível da população da Alemanha nos crimes de guerra nazistas. Com as mãos sujas de sangue, os alemães não teriam alternativa a não ser lutar até a morte contra os aliados.
Outra preocupação é que os nazistas explorassem as divisões dos aliados para evitar uma rendição incondicional. Isso deixaria grupos antidemocráticos poderosos em atividade. A única solução, alertavam, era a unidade política e militar dos aliados.
Apesar de falarem nos riscos das analogias históricas enganosas, os frankfurtianos não viram a possibilidade de tornar a Alemanha numa democracia próspera e vibrante combinando um capitalismo regulado pelo Estado com um generoso sistema de bem-estar social. Temiam que um governo fraco liderado pelo Partido Social-Democrata tivesse o mesmo destino da República de Weimar, fundada depois da Primeira Guerra Mundial. E não perceberam que a destruição total da sociedade civil alemã pelo nazismo evitaria as revoltas populares que se seguiram à derrota em 1918.
O grande desafio era como um governo de potências estrangeiras ocupantes seria capaz de acabar com o autoritarismo e criar uma democracia sem marginalizar e alienar os grupos democráticos locais. Neumann chegou a sugerir que o futuro regime mesclasse elementos da democracia liberal anglo-saxã com a economia socialista. No fundo, os marxistas da Escola de Frankfurt acalentavam seu antigo sonho de uma Alemanha democrática e socialista.
Veterano condecorado da Primeira Guerra Mundial, Donovan, conhecido como Bill, o Selvagem, era um advogado ligado ao Partido Republicano. Em 1941, foi convocado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt para criar o primeiro serviço secreto civil da História dos EUA.
Naquela época, lembra William Scheuerman, autor do artigo, a comunidade de política externa via espionagem e inteligência como atividades inferiores e pouco importantes. Assim, para montar sua equipe, Donovan recrutou diplomatas e espiões, mas também cineastas, mafiosos, acadêmicos, atletas e jornalistas.
Num grupo tão heterogêneo, destacava-se Franz Neumann, um advogado e cientista político marxista que fugira da Alemanha em 1933, quando Adolf Hitler chegou ao poder. Depois de lançar em 1942 o livro Monstrengo: a estrutura e a prática do nacional socialismo, que descrevia o nazismo como uma combinação patológica de um totalitarismo brutal com um capitalismo monopolista, ele passou a ser considerado um dos maiores especialistas em Alemanha nazista dos EUA.
Donovan nomeou Neumann para chefiar o setor de análise e pesquisa do OSS encarregado de estudar a dominação nazista sobre a Europa. Nessa tarefa, teve a colaboração do filósofo Herbert Marcuse, um dos gurus das revoluções jovens dos anos 1960s, e do jurista Otto Kirchheimer, seus colegas no Instituto de Pesquisa Social, fundado em Frankfurt em 1923, que havia se transferido para a Universidade de Colúmbia, nos EUA, depois da ascensão do nazismo.
Sob inspiração de Karl Marx, a Escola de Frankfurt adotava uma abordagem multidisciplinar para examinar os papéis desempenhados pela cultura, o direito, a política e a psicologia em reproduzir e ampliar a injustiça social.
"Foi como se o Espírito do Mundo, de Hegel, tivesse baixado brevemente no Departamento da Europa Central do OSS", disse John Herz, outro jovem judeu alemão refugiado nos EUA.
Agora, foi lançado nos EUA o livro Relatórios Secretos sobre a Alemanha Nazista: a contribuição da Escola de Frankfurt para o esforço de guerra, com textos de Neumann, Marcuse e Kirchheimer, editado pelo pesquisador italiano Rafaelle Laudani, professor de história na Universidade de Bolonha.
Os relatórios vão do antissemitismo e da política econômica nazista ao impacto dos bombardeios aéreos sobre o moral da população civil e sugestões sobre como processar os criminosos de guerra usadas no Tribunal de Nurembergue. São fascinantes, mas mostram que mesmo as mentes mais brilhantes por vezes ficam aprisionadas ao passado.
A Escola de Frankfurt se bateu contra a proposta do secretário do Tesouro americano Henry Morgenthau de desmantelar o parque industrial alemão, endossado por Roosevelt, mas abandonado pelo presidente americano Harry Truman no pós-guerra. Também considerou insuficiente a desnazificação da Alemanha, descrita por Herz como um "fiasco".
Uma das preocupações era que os aliados tomassem a Alemanha de 1945 pela de 1918. Os colaboradores alemães advertiram que os nazistas fariam tudo para impedir uma rendição humilhante como a da Primeira Guerra Mundial. "O sistema do nacional socialismo foi criado com o propósito de tornar uma repetição de 1918 impossível", escreveu Marcuse em 1943.
Na visão dos marxistas alemães, o antissemitismo radical foi uma tentativa de implicar a maior parcela possível da população da Alemanha nos crimes de guerra nazistas. Com as mãos sujas de sangue, os alemães não teriam alternativa a não ser lutar até a morte contra os aliados.
Outra preocupação é que os nazistas explorassem as divisões dos aliados para evitar uma rendição incondicional. Isso deixaria grupos antidemocráticos poderosos em atividade. A única solução, alertavam, era a unidade política e militar dos aliados.
Apesar de falarem nos riscos das analogias históricas enganosas, os frankfurtianos não viram a possibilidade de tornar a Alemanha numa democracia próspera e vibrante combinando um capitalismo regulado pelo Estado com um generoso sistema de bem-estar social. Temiam que um governo fraco liderado pelo Partido Social-Democrata tivesse o mesmo destino da República de Weimar, fundada depois da Primeira Guerra Mundial. E não perceberam que a destruição total da sociedade civil alemã pelo nazismo evitaria as revoltas populares que se seguiram à derrota em 1918.
O grande desafio era como um governo de potências estrangeiras ocupantes seria capaz de acabar com o autoritarismo e criar uma democracia sem marginalizar e alienar os grupos democráticos locais. Neumann chegou a sugerir que o futuro regime mesclasse elementos da democracia liberal anglo-saxã com a economia socialista. No fundo, os marxistas da Escola de Frankfurt acalentavam seu antigo sonho de uma Alemanha democrática e socialista.
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terça-feira, 23 de julho de 2013
Hillary tem ampla vantagem na corrida à Casa Branca
A ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton é a franca favorita do Partido Democrata à eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos, enquanto ninguém desponta na oposição republicana, indica uma pesquisa do instituto Marist para a companhia jornalística McClatchy Newspapers.
Hillary tem a preferência de 63% dos democratas e independentes com mais tendência a votar num democrata contra apenas 13% para o vice-presidente Joe Biden, que perde até mesmo para os indecisos, que são 18%.
O problema é maior no Partido Republicano, onde os indecisos lideram com cerca de 25%. Entre os candidatos, o governador de Nova Jérsei, Chris Christie, aparece com 15%, seguido pelo deputado e ex-candidato a vice-presidente Paul Ryan, o senador de origem latino-americana Marco Rubio, o ex-governador da Flórida Jeb Bush e os senadores Rand Paul e Ted Cruz.
Christie é também o mais moderado, o que dificulta sua posição dada a radicalização do partido na oposição ao presidente Barack Obama, mas pode acabar sendo um trunfo. Afinal, os republicanos precisam indicar um candidato capaz de atrair o eleitorado independente, especialmente os latinos.
Mais de 70% dos latinos votaram em Obama. Os republicanos já perceberam que não podem se basear apenas no eleitorado branco conservador para reconquistar a Casa Branca. Mas a disputa interna do partido acaba jogando-o mais para a direita, já que os candidatos, especialmente quando já tem um cargo público, temem ser atacados nas eleições primárias por aspirantes mais à direita que os acusem de não ser suficientemente conservadores.
Hillary tem a preferência de 63% dos democratas e independentes com mais tendência a votar num democrata contra apenas 13% para o vice-presidente Joe Biden, que perde até mesmo para os indecisos, que são 18%.
O problema é maior no Partido Republicano, onde os indecisos lideram com cerca de 25%. Entre os candidatos, o governador de Nova Jérsei, Chris Christie, aparece com 15%, seguido pelo deputado e ex-candidato a vice-presidente Paul Ryan, o senador de origem latino-americana Marco Rubio, o ex-governador da Flórida Jeb Bush e os senadores Rand Paul e Ted Cruz.
Christie é também o mais moderado, o que dificulta sua posição dada a radicalização do partido na oposição ao presidente Barack Obama, mas pode acabar sendo um trunfo. Afinal, os republicanos precisam indicar um candidato capaz de atrair o eleitorado independente, especialmente os latinos.
Mais de 70% dos latinos votaram em Obama. Os republicanos já perceberam que não podem se basear apenas no eleitorado branco conservador para reconquistar a Casa Branca. Mas a disputa interna do partido acaba jogando-o mais para a direita, já que os candidatos, especialmente quando já tem um cargo público, temem ser atacados nas eleições primárias por aspirantes mais à direita que os acusem de não ser suficientemente conservadores.
Al Caeda liberta centenas de presos no Iraque
A rede terrorista Al Caeda assumiu hoje a responsabilidade por ataques simultâneos a duas prisões que terminaram com a libertação de mais de 500 presos e a morte de mais de 120 guardas penitenciários no Iraque. O governo iraquiano previu uma nova onda de violência política em consequência das ações.
Os ataques contra as prisões de Abu Ghraib e Taji começaram com a explosão de carros-bomba por terroristas suicidas, seguidos de bombardeios com morteiros e granadas contra os guardas da prisão.
Nos últimos meses, os rebeldes sunitas intensificaram os ataques contra bairros xiitas na tentativa de fomentar uma guerra civil sectária no Iraque. O conflito entre sunitas e xiitas se agravou com a guerra civi na vizinha Síria.
Os ataques contra as prisões de Abu Ghraib e Taji começaram com a explosão de carros-bomba por terroristas suicidas, seguidos de bombardeios com morteiros e granadas contra os guardas da prisão.
Nos últimos meses, os rebeldes sunitas intensificaram os ataques contra bairros xiitas na tentativa de fomentar uma guerra civil sectária no Iraque. O conflito entre sunitas e xiitas se agravou com a guerra civi na vizinha Síria.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Só Alemanha e Estônia reduzem dívida na UE
Apesar das rígidas políticas de controles de gastos públicos impostas pela União Europeia para conter a crise econômica, ou talvez por causa delas, só dois dos 28 países do maior bloco comercial do mundo conseguiram diminuir suas dívidas públicas no início de 2013, revelam dados divulgados hoje pelo Eurostat, o escritório oficial de estatísticas da UE.
O total das dívidas dos 17 países da Zona do Euro subiu 150 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2013 para 8,75 trilhões de euros, 92,2% do produto regional bruto. Na UE como um todo, ainda com 27 países, já que a Croácia entrou em 1º de julho, ficou em 85,9% do PIB.
Na Alemanha, a dívida caiu de 81,9% do produto interno bruto no fim de 2012 para 81,2% no fim do primeiro trimestre deste ano. Ainda está muito longe do limite de 60% imposto pelo pacto de estabilidade para sustentar o euro.
A França, segunda maior economia europeia, viu a dívida subir de 90,2% para 91,9%.
Já a Estônia tem a menor dívida percentual do bloco, que caiu no mesmo período de 10,1% para 10% do PIB.
Cinco países europeus têm dívidas públicas acima de 100% do PIB. O endividamento é maior na Grécia (160,5%), submetida há quatro anos a um rigoroso programa de ajuste fiscal, na Itália (130,3%), em Portugal (127,2%) e na Irlanda (125,1%).
Grécia, Portugal e Irlanda receberam ajuda de emergência da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca, tiveram de aceitar rigorosos programas de ajuste acusados de agravar ainda mais a situação de economias que já estavam em declínio.
O maior problema é a falta de crescimento. A Eurozona não cresce desde o outono de 2011 no Hemisfério Norte. A Itália, por exemplo, tem um déficit público baixo, mas não cresce há um ano e nove meses. Na Espanha, cuja dívida é de 88,2% do PIB, o maior problema é o sistema financeiro, abalado pela explosão da bolha especulativa no mercado imobiliário.
Como na Grécia, o desemprego de um quarto da população ativa e de mais de metade dos jovens torna a situação ainda mais crítica na Espanha. Em Portugal, o desemprego chegou a 18%.
"A Europa decidiu reduzir os déficits num momento em que o setor privado estava fraco", observa o economista Zsolt Darvas, do centro de estudos Bruegel, de Bruxelas, na Bélgica. Foi um erro imposto pela Alemanha que fez com que o continente seja o único que ainda não saiu da Grande Recessão.
Nos Estados Unidos, o governo reduziu impostos e aumentou os gastos. O déficit orçamentário explodiu, chegando a US$ 1 trilhão por ano durante vários anos. Com a recuperação econômica moderada, os aumentos de impostos e cortes de gastos acertados neste ano, o déficit caiu significativamente.
O Japão também está fazendo políticas de estímulo sob a liderança do primeiro-ministro Shinzo Abe, um nacionalista preocupado com a ascensão da China. Cresce em ritmo de 4% ao ano.
A Grécia foi submetida a uma receita muito diferente. A troika (UE-FMI-Banco Central Europeu) impôs alta de impostos e redução de despesas governamentais, agravando uma situação que já era muito ruim.
Ao não adotar políticas anticíclicas, contra o ciclo econômico, que era de queda, a troika condenou a Grécia a uma recessão que está no sexto ano. Mas o discurso da austeridade e do rigor são populares na Alemanha, que teria de entrar com a maior parte de investimentos governamentais maciços para retomar o crescimento.
Assim, antes das eleições de setembro na Alemanha, em que a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel é franca favorita, é improvável qualquer mudança nesta política fracassada. Mesmo depois, é improvável que os alemães e outros povos do Norte da Europa abram seus cofres para seus sócios do Sul, que consideram indisciplinados, ineficientes e corruptos.
O risco maior é para a integração da Europa. Merkel está mais preocupada consigo mesma. Até hoje, não apresentou seu projeto europeu, sua proposta para o futuro do maior bloco comercial do planeta, que decidiu ir além do livre comércio, mas tropeçou na crise do euro.
O total das dívidas dos 17 países da Zona do Euro subiu 150 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2013 para 8,75 trilhões de euros, 92,2% do produto regional bruto. Na UE como um todo, ainda com 27 países, já que a Croácia entrou em 1º de julho, ficou em 85,9% do PIB.
Na Alemanha, a dívida caiu de 81,9% do produto interno bruto no fim de 2012 para 81,2% no fim do primeiro trimestre deste ano. Ainda está muito longe do limite de 60% imposto pelo pacto de estabilidade para sustentar o euro.
A França, segunda maior economia europeia, viu a dívida subir de 90,2% para 91,9%.
Já a Estônia tem a menor dívida percentual do bloco, que caiu no mesmo período de 10,1% para 10% do PIB.
Cinco países europeus têm dívidas públicas acima de 100% do PIB. O endividamento é maior na Grécia (160,5%), submetida há quatro anos a um rigoroso programa de ajuste fiscal, na Itália (130,3%), em Portugal (127,2%) e na Irlanda (125,1%).
Grécia, Portugal e Irlanda receberam ajuda de emergência da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca, tiveram de aceitar rigorosos programas de ajuste acusados de agravar ainda mais a situação de economias que já estavam em declínio.
O maior problema é a falta de crescimento. A Eurozona não cresce desde o outono de 2011 no Hemisfério Norte. A Itália, por exemplo, tem um déficit público baixo, mas não cresce há um ano e nove meses. Na Espanha, cuja dívida é de 88,2% do PIB, o maior problema é o sistema financeiro, abalado pela explosão da bolha especulativa no mercado imobiliário.
Como na Grécia, o desemprego de um quarto da população ativa e de mais de metade dos jovens torna a situação ainda mais crítica na Espanha. Em Portugal, o desemprego chegou a 18%.
"A Europa decidiu reduzir os déficits num momento em que o setor privado estava fraco", observa o economista Zsolt Darvas, do centro de estudos Bruegel, de Bruxelas, na Bélgica. Foi um erro imposto pela Alemanha que fez com que o continente seja o único que ainda não saiu da Grande Recessão.
Nos Estados Unidos, o governo reduziu impostos e aumentou os gastos. O déficit orçamentário explodiu, chegando a US$ 1 trilhão por ano durante vários anos. Com a recuperação econômica moderada, os aumentos de impostos e cortes de gastos acertados neste ano, o déficit caiu significativamente.
O Japão também está fazendo políticas de estímulo sob a liderança do primeiro-ministro Shinzo Abe, um nacionalista preocupado com a ascensão da China. Cresce em ritmo de 4% ao ano.
A Grécia foi submetida a uma receita muito diferente. A troika (UE-FMI-Banco Central Europeu) impôs alta de impostos e redução de despesas governamentais, agravando uma situação que já era muito ruim.
Ao não adotar políticas anticíclicas, contra o ciclo econômico, que era de queda, a troika condenou a Grécia a uma recessão que está no sexto ano. Mas o discurso da austeridade e do rigor são populares na Alemanha, que teria de entrar com a maior parte de investimentos governamentais maciços para retomar o crescimento.
Assim, antes das eleições de setembro na Alemanha, em que a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel é franca favorita, é improvável qualquer mudança nesta política fracassada. Mesmo depois, é improvável que os alemães e outros povos do Norte da Europa abram seus cofres para seus sócios do Sul, que consideram indisciplinados, ineficientes e corruptos.
O risco maior é para a integração da Europa. Merkel está mais preocupada consigo mesma. Até hoje, não apresentou seu projeto europeu, sua proposta para o futuro do maior bloco comercial do planeta, que decidiu ir além do livre comércio, mas tropeçou na crise do euro.
Irmandade Muçulmana pede ataque à embaixada dos EUA
O vice-presidente do Partido da Liberdade e Justiça, da Irmandade Muçulmana, Essam el-Erian, pediu aos militantes do grupo fundamentalista que cerquem a Embaixada dos Estados Unidos no Cairo em reação ao suposto apoio americano ao golpe militar contra o presidente Mohamed Mursi.
Ele afirmou que não quer ferir diplomatas dos EUA, mas, sim, que abandonem o Egito. A polícia prendeu 18 suspeitos de planejar ataques a embaixadas no Cairo. Eles tinham seis bombas e 11 pistolas.
Partidários e adversários de Mursi voltaram a entrar em choque hoje na Praça da Libertação, no Centro da capital egípcia. Pelo menos uma pessoa foi morta.
Ele afirmou que não quer ferir diplomatas dos EUA, mas, sim, que abandonem o Egito. A polícia prendeu 18 suspeitos de planejar ataques a embaixadas no Cairo. Eles tinham seis bombas e 11 pistolas.
Partidários e adversários de Mursi voltaram a entrar em choque hoje na Praça da Libertação, no Centro da capital egípcia. Pelo menos uma pessoa foi morta.
UE classifica milícia do Hesbolá como terrorista
Por unanimidade, o Conselho de Ministros do Exterior da União Europeia declarou hoje que a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) é uma organização terrorista por considerá-la responsável por um ataque terrorista contra um ônibus de turistas israelenses no ano passado, na Bulgária.
A partir de agora, nenhum cidadão europeu poderá contribuir legalmente para o Hesbolá e as autoridades europeias não poderão manter contatos oficiais com a organização. O Conselho Judaico do Reino Unido pediu que a classificação seja estendida ao partido político do grupo.
Em Israel, a ministra da Justiça, Tzipi Livni, encarregada das negociações de paz com os palestinos, saudou a medida: "Finalmente, depois de anos de discussões e deliberações, eles fracassaram na tentativa de se apresentar como um partido político legítmimo."
A UE resistia às pressões dos Estados Unidos para enquadrar o Hesbolá como terrorista por medo de que ajudasse a desestabilizar o Líbano, onde a milícia faz parte da coalizão de governo. Um dos países que relutavam era a Alemanha.
Antes da votação, o ministro do Exterior alemão, Guido Westerwelle, admitiu que o ataque contra o balneário búlgaro de Burgas, no Mar Negro, em que cinco turistas israelenses morreram era a prova que faltava: "Temos de responder a isso, e a resposta é colocar o braço militar do Hesbolá na lista negra".
Na capital libanesa, o deputado Walid Sukarieh repudiou a decisão, acusando a Europa de "abandonar sua independência" para apoiar uma posição dos EUA: "O Hesbolá não realiza ataques terroristas nem na Europa nem fora da Europa. É um movimento de resistência que luta para liberar terras ocupadas pelo inimigo israelense".
A partir de agora, nenhum cidadão europeu poderá contribuir legalmente para o Hesbolá e as autoridades europeias não poderão manter contatos oficiais com a organização. O Conselho Judaico do Reino Unido pediu que a classificação seja estendida ao partido político do grupo.
Em Israel, a ministra da Justiça, Tzipi Livni, encarregada das negociações de paz com os palestinos, saudou a medida: "Finalmente, depois de anos de discussões e deliberações, eles fracassaram na tentativa de se apresentar como um partido político legítmimo."
A UE resistia às pressões dos Estados Unidos para enquadrar o Hesbolá como terrorista por medo de que ajudasse a desestabilizar o Líbano, onde a milícia faz parte da coalizão de governo. Um dos países que relutavam era a Alemanha.
Antes da votação, o ministro do Exterior alemão, Guido Westerwelle, admitiu que o ataque contra o balneário búlgaro de Burgas, no Mar Negro, em que cinco turistas israelenses morreram era a prova que faltava: "Temos de responder a isso, e a resposta é colocar o braço militar do Hesbolá na lista negra".
Na capital libanesa, o deputado Walid Sukarieh repudiou a decisão, acusando a Europa de "abandonar sua independência" para apoiar uma posição dos EUA: "O Hesbolá não realiza ataques terroristas nem na Europa nem fora da Europa. É um movimento de resistência que luta para liberar terras ocupadas pelo inimigo israelense".
domingo, 21 de julho de 2013
Curdos e jihadistas acertam trégua na Síria
Em meio ao caos da guerra civil na Síria, grupos rebeldes lutam entre si pelo controle das áreas liberadas. Neste domingo, depois de cinco dias de confrontos, os curdos libertaram um líder do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Cham), um ramo da rede terrorista Al Caeda, dentro de um acordo de cessar-fogo entre os dois grupos.
Os curdos lutam para conquistar uma parte da Síria para juntá-la à região autônoma curda do Norte do Iraque na esperança de criar o Curdistão, um país independente que reivindicaria áreas da Turquia, onde vive o maior número de curdos, e do Irã.
Desde a dissolução do Império Otomano, no fim da Primeira Guerra Mundial, os curdos sonham em ter seu próprio país, que hoje teria 40 milhões de habitantes. Tiveram sua primeira oportunidade de fato, depois de décadas de luta armada na Turquia e massacres no Iraque, quando os Estados Unidos derrubaram Saddam Hussein.
O virtual colapso do Estado no Iraque, que persiste em larga medida até hoje, favorece a autonomia curda, contestada pelo governo central do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki.
Na Turquia, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan abriu negociações de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que abandonou a luta armada. Isso exigiria uma autonomia relativa para regiões curdas.
Já os jihadistas ligados a Al Caeda chamam de Cham a Síria e o Líbano, que os europeus batizaram de Levante por ficar no extremo leste do Mar Mediterrâneo.
Os curdos lutam para conquistar uma parte da Síria para juntá-la à região autônoma curda do Norte do Iraque na esperança de criar o Curdistão, um país independente que reivindicaria áreas da Turquia, onde vive o maior número de curdos, e do Irã.
Desde a dissolução do Império Otomano, no fim da Primeira Guerra Mundial, os curdos sonham em ter seu próprio país, que hoje teria 40 milhões de habitantes. Tiveram sua primeira oportunidade de fato, depois de décadas de luta armada na Turquia e massacres no Iraque, quando os Estados Unidos derrubaram Saddam Hussein.
O virtual colapso do Estado no Iraque, que persiste em larga medida até hoje, favorece a autonomia curda, contestada pelo governo central do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki.
Na Turquia, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan abriu negociações de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que abandonou a luta armada. Isso exigiria uma autonomia relativa para regiões curdas.
Já os jihadistas ligados a Al Caeda chamam de Cham a Síria e o Líbano, que os europeus batizaram de Levante por ficar no extremo leste do Mar Mediterrâneo.
Egito recebe US$ 2 bilhões da Arábia Saudita
O Banco Central do Egito recebeu hoje um empréstimo de US$ 2 bilhões com juro zero da Arábia Saudita, informou o jornal estatal Al Ahram.
A Arábia Saudita, Kuwait e os Emirados Árabes Unidos ofereceram US$ 12 bilhões ao país depois do golpe contra o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana. O objetivo é melhorar uma situação econômica dramática que foi uma das causas da queda do ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, e só se agravou desde então.
A Arábia Saudita, Kuwait e os Emirados Árabes Unidos ofereceram US$ 12 bilhões ao país depois do golpe contra o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana. O objetivo é melhorar uma situação econômica dramática que foi uma das causas da queda do ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, e só se agravou desde então.
Governo vence eleição para o Senado do Japão
O Partido Liberal-Democrata, do primeiro-ministro Shinzo Abe, e seu aliado Komeito obtiveram uma grande vitória nas eleições de hoje para o Senado, conquistando 71 das 121 cadeiras em disputa.
Esse resultado dá à coalizão governista um total de 130 senadores, oito acima do mínimo para ser maioria. Dá ao governo o controle duas câmaras do Parlamento do Japão.
É uma vitória do primeiro-ministro e sua agressiva política econômica para tirar o país da estagnação e da deflação conhecida como Abeconomia.
Esse resultado dá à coalizão governista um total de 130 senadores, oito acima do mínimo para ser maioria. Dá ao governo o controle duas câmaras do Parlamento do Japão.
É uma vitória do primeiro-ministro e sua agressiva política econômica para tirar o país da estagnação e da deflação conhecida como Abeconomia.
sábado, 20 de julho de 2013
Muçulmanos cercam delegacia em noite de violência na França
Centenas de muçulmanos cercaram ontem à noite a delegacia de polícia de Trappes, perto de Versalhes, na França, em protesto contra a prisão de um homem cuja mulher havia sido sancionada por causa da chamada Lei do Véu, que proíbe o uso de roupas que escondam o rosto. Ela estava com um nicabe, o véu muçulmano que só mostra os olhos.
Ao anoitecer de ontem, entre 200 a 400 pessoas, informa o jornal francês Le Monde, cercaram a delegacia e chegaram a jogar pedras contra o prédio. Cerca de 15 viaturas e um helicóptero foram mobilizados para proteger a delegacia.
Mais tarde, houve casos esporádicos de vandalismo, incêndio de lixeiras e depredação de abrigos de ônibus. Um jovem de 14 anos foi ferido no olho. Seis pessoas foram presas.
Ao anoitecer de ontem, entre 200 a 400 pessoas, informa o jornal francês Le Monde, cercaram a delegacia e chegaram a jogar pedras contra o prédio. Cerca de 15 viaturas e um helicóptero foram mobilizados para proteger a delegacia.
Mais tarde, houve casos esporádicos de vandalismo, incêndio de lixeiras e depredação de abrigos de ônibus. Um jovem de 14 anos foi ferido no olho. Seis pessoas foram presas.
Navalny retoma campanha para prefeito de Moscou
O advogado, blogueiro e líder oposicionista russo Alexei Navalny, de 37 anos, solto para recorrer em liberdade a uma condenação de cinco anos por um suposto desvio de dinheiro público de mais de R$ 1,1 bilhão, voltou para Moscou e reiniciou hoje sua campanha para prefeito da capital da Rússia na eleição de setembro.
Navalny havia anunciado sua desistência quando foi condenado, há dois dias. Um dos maiores críticos do presidente Vladimir Putin, ele denuncia seu processo como uma jogada do Kremlin para tirá-lo da vida pública.
Sua intenção evidente é chegar à Presidência da Rússia, mas Navalny não é exatamente um democrata. Durante protestos na cidade de Pugachev, ele apoiou nacionalistas russos racistas que discriminam imigrantes de pele morena vindos da região do Cáucaso.
Navalny havia anunciado sua desistência quando foi condenado, há dois dias. Um dos maiores críticos do presidente Vladimir Putin, ele denuncia seu processo como uma jogada do Kremlin para tirá-lo da vida pública.
Sua intenção evidente é chegar à Presidência da Rússia, mas Navalny não é exatamente um democrata. Durante protestos na cidade de Pugachev, ele apoiou nacionalistas russos racistas que discriminam imigrantes de pele morena vindos da região do Cáucaso.
Bomba explode no aeroporto de Beijim
Uma bomba explodiu hoje no Terminal 3 do Aeroporto de Beijim, a capital da China, anunciou a agência oficial de notícias Nova China. Os explosivos seriam caseiros e só teriam ferido o homem que os detonou.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
TV Senado discute espionagem dos EUA
A espionagem eletrônica feita pelos Estados Unidos monitorou as reuniões do G-20, grupo que reúne o Brasil e outras 19 potências econômicas emergentes. Quem revela é o ministro da Defesa, Celso Amorim no Diplomacia-Entrevista. O Senado Federal quer abrir CPI para apurar o caso.
A seção o Dossiê diplomático relembra o trágico acidente na Base de Alcântara em 2003. Após 10 anos, o Programa Espacial Brasileiro ainda contabiliza prejuízos e acordo internacional com Estados Unidos é questionado por especialistas.
Peru, Chile, Colômbia e México avançam com a aliança do pacífico. O tema é alvo de preocupação da Comissão de Relações Exteriores, que recebeu o chanceler Antônio Patriota. E veja reportagem sobre as conseqüências das manifestações no Brasil e em outros países para a jovem democracia da América Latina.
No Arte & Diplomacia, retratos que mostram a atuação da mulher angolana. Nas colunas culturais acompanhe a ópera inspirada em Olga Benário, esposa do líder comunista Luiz Carlos Prestes. E veja também as análises do filme "geração roubada" sobre o genocídio de aborígenes na Austrália, e do livro "Breves narrativas diplomáticas" de Celso Amorim.
Serviço:
O programa Diplomacia, a revista de Política Internacional da TV Senado, vai ao ar no fim de semana: sábado, dia 20/07, às 12h30, e às 22h30; domingo, dia 21/07, às 9h e às 17h. Com reprises nos finais de semana seguintes: sábado, dia 27/07, às 17h; domingo, dia 28/07, às 3h e sábado, dia 03/08, às 3h.
A TV Senado pode ser sintonizada em canal aberto (UHF) nas seguintes cidades:
· 16 UHF (Rio Branco – AC)
· 36 UHF (Gama-DF)
· 40 UHF (João Pessoa-PB)
· 43 UHF (Fortaleza-CE)
· 49 UHF (Rio de Janeiro-Zona Oeste)
· 51 UHF (Brasília-DF)
· 52 UHF (Natal-RN)
· 53 UHF (Salvador-BA)
· 55 UHF (Recife-PE)
· 56 UHF (Cuiabá-MT)
· 57 UHF (Manaus-AM)
Também nos canais 07 (Net Brasília), 118 (Sky), 217 (Direct TV) e 17 (TECSAT), 121 (Vivo TV), 903 (OI-TV), 231 (GVT-TV) e na Internet pelowww.senado.gov.br/tv.
Kerry anuncia retomada de negociações árabe-israelenses
Depois de se reunir com o governo de Israel e a Autoridade Nacional Palestina, o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou hoje a retomada em Washington na próxima semana das negociações de paz entre palestinos e israelenses.
"A melhor maneira de israelenses e palestinos conviverem pacificamente lado a lado é começar se sentando juntos para conversar", declarou Kerry há pouco na sede da ANP em Ramalá, na Cisjordânia ocupada.
Na próxima semana, a ministra israelense encarregada das negociações de paz, Tzipi Livni, e o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, se encontram na capital dos EUA. Os palestinos devem insistir na sua exigência de congelamento da colonização da Cisjordânia ocupada, especialmente do setor oriental de Jerusalém.
Ao propor as negociações, o secretário de Estado americano sugeriu que tenham como base as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967. O atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu partido direitista Likud historicamente rejeitaram essa fórmula, ampliando progressivamente a colonização dos territórios ocupados para criar uma situação de fato consumado.
Nesta semana, o movimento pacifista israelense Paz Agora voltou a criticar a política de expansão das colônias e a União Europeia declarou que qualquer acordo comercial com Israel vai excluir os territórios ocupados.
"A melhor maneira de israelenses e palestinos conviverem pacificamente lado a lado é começar se sentando juntos para conversar", declarou Kerry há pouco na sede da ANP em Ramalá, na Cisjordânia ocupada.
Na próxima semana, a ministra israelense encarregada das negociações de paz, Tzipi Livni, e o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, se encontram na capital dos EUA. Os palestinos devem insistir na sua exigência de congelamento da colonização da Cisjordânia ocupada, especialmente do setor oriental de Jerusalém.
Ao propor as negociações, o secretário de Estado americano sugeriu que tenham como base as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967. O atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu partido direitista Likud historicamente rejeitaram essa fórmula, ampliando progressivamente a colonização dos territórios ocupados para criar uma situação de fato consumado.
Nesta semana, o movimento pacifista israelense Paz Agora voltou a criticar a política de expansão das colônias e a União Europeia declarou que qualquer acordo comercial com Israel vai excluir os territórios ocupados.
Obama: "Trayvon Martin poderia ter sido eu há 35 anos"
Ao comentar a absolvição do vigia branco que matou um jovem negro na Flórida em fevereiro de 2013, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acaba de dizer na Casa Branca: "Trayvon Martin poderia ter sido eu 35 anos atrás".
Na época, Obama observou que a vítima poderia ter sido um filho dele. Agora, acrescentou que, se poderia ter sido um filho dele também poderia ser ele mesmo e que a comunidade negra ou afro-americana vê esses casos com uma perspectiva histórica das injustiças de que é alvo desde a escravidão.
Foi o mais longo pronunciamento de Obama sobre racismo desde a campanha eleitoral de 2008. O presidente dos EUA disse que "quase todos os afro-americanos foram seguidos alguma vez na vida quando faziam compras, inclusive eu". Veja os trechos mais importantes no jornal The Washington Post.
O vigilante voluntário George Zimmerman, de 29 anos, matou o jovem negro de 17, mais alto do que ele, alegando ter se sentido ameaçado. A Flórida e outros 21 estados americanos têm leis conhecidas como "defenda seu terreno" que ampliam o direito à legítima defesa, autorizando o ataque quando uma pessoa acredita estar em situação de perigo.
Diante da sentença, o secretário da Justiça e procurador-geral dos EUA, Eric Holder, também negro, criticou esse tipo de lei, argumentando que "aumenta a violência em nossas comunidades".
Em ligação telefônica para a polícia, Zimmerman descreveu Martin como suspeito e foi aconselhado a não ir atrás dele. A vítima, em telefonema a uma amiga, se queixou de estar sendo seguido. Logo depois, houve o confronto e a morte.
Zimmerman alegou ter sido agredido ao abordar o rapaz, que teria quebrado seu nariz e batido com sua cabeça contra o chão antes de ser baleado. Um júri formado por seis mulheres branca absolveu o vigilante. Em entrevista à TV, uma jurada disse que o colegiado entendeu que a voz que se ouvia numa gravação pedindo ajuda seria do atirador e não do jovem morto.
Se entender que o crime teve motivação racista, o governo federal dos EUA pode abrir um novo processo contra Zimmerman, mas será difícil provar isso num tribunal.
Na época, Obama observou que a vítima poderia ter sido um filho dele. Agora, acrescentou que, se poderia ter sido um filho dele também poderia ser ele mesmo e que a comunidade negra ou afro-americana vê esses casos com uma perspectiva histórica das injustiças de que é alvo desde a escravidão.
Foi o mais longo pronunciamento de Obama sobre racismo desde a campanha eleitoral de 2008. O presidente dos EUA disse que "quase todos os afro-americanos foram seguidos alguma vez na vida quando faziam compras, inclusive eu". Veja os trechos mais importantes no jornal The Washington Post.
O vigilante voluntário George Zimmerman, de 29 anos, matou o jovem negro de 17, mais alto do que ele, alegando ter se sentido ameaçado. A Flórida e outros 21 estados americanos têm leis conhecidas como "defenda seu terreno" que ampliam o direito à legítima defesa, autorizando o ataque quando uma pessoa acredita estar em situação de perigo.
Diante da sentença, o secretário da Justiça e procurador-geral dos EUA, Eric Holder, também negro, criticou esse tipo de lei, argumentando que "aumenta a violência em nossas comunidades".
Em ligação telefônica para a polícia, Zimmerman descreveu Martin como suspeito e foi aconselhado a não ir atrás dele. A vítima, em telefonema a uma amiga, se queixou de estar sendo seguido. Logo depois, houve o confronto e a morte.
Zimmerman alegou ter sido agredido ao abordar o rapaz, que teria quebrado seu nariz e batido com sua cabeça contra o chão antes de ser baleado. Um júri formado por seis mulheres branca absolveu o vigilante. Em entrevista à TV, uma jurada disse que o colegiado entendeu que a voz que se ouvia numa gravação pedindo ajuda seria do atirador e não do jovem morto.
Se entender que o crime teve motivação racista, o governo federal dos EUA pode abrir um novo processo contra Zimmerman, mas será difícil provar isso num tribunal.
Oposicionista russo é solto para recorrer em liberdade
Numa decisão inesperada, um tribunal distrital de Kirov libertou hoje o advogado, blogueiro e líder da oposição Alexei Navalny, condenado a cinco anos de prisão pelo desvio do equivalente a R$ 1,1 bilhão num processo que denunciou como perseguição política do Kremlin e do presidente Vladimir Putin.
"A decisão foi totalmente inesperada para nós", declarou Navalny, solto com o corréu Peter Ofitserov, ao agradecer aos milhares de pessoas que saíram às ruas para protestar. "O que está acontecendo é inédito no sistema jurídico da Rússia."
Navalny não é exatamente o democrata que aparenta. "No início do mês, assinou um manifesto nacionalista apoiando manifestações na pequena cidade de Pugachev contra imigrantes de pele mais escura da região do Cáucaso", observa a agência de notícias Bloomberg.
"A decisão foi totalmente inesperada para nós", declarou Navalny, solto com o corréu Peter Ofitserov, ao agradecer aos milhares de pessoas que saíram às ruas para protestar. "O que está acontecendo é inédito no sistema jurídico da Rússia."
Navalny não é exatamente o democrata que aparenta. "No início do mês, assinou um manifesto nacionalista apoiando manifestações na pequena cidade de Pugachev contra imigrantes de pele mais escura da região do Cáucaso", observa a agência de notícias Bloomberg.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Ex-capital mundial do automóvel declara falência
Ela já foi a quarta maior cidade dos Estados Unidos, depois de Nova York, Los Angeles e Chicago, sede da maior indústria automobilística do mundo. Com dívidas de US$ 18 bilhões, Detroit declarou-se falida e pediu concordata, ou seja, proteção contra seus credores.
É a maior falência municipal da História dos EUA. De 1,8 milhão de habitantes, caiu para apenas 700 mil. Com bairros inteiros com casas caindo aos pedaços, parece uma cidade-fantasma.
Depois de tomar posse, em 20 de janeiro de 2009, o presidente Barack Obama usou dinheiro público para salvar a General Motors e a Chrysler, que estavam falidas, sob protestos da oposição republicana, que preferia uma solução de mercado.
A indústria se salvou, mas sua cidade-símbolo, não.
É a maior falência municipal da História dos EUA. De 1,8 milhão de habitantes, caiu para apenas 700 mil. Com bairros inteiros com casas caindo aos pedaços, parece uma cidade-fantasma.
Depois de tomar posse, em 20 de janeiro de 2009, o presidente Barack Obama usou dinheiro público para salvar a General Motors e a Chrysler, que estavam falidas, sob protestos da oposição republicana, que preferia uma solução de mercado.
A indústria se salvou, mas sua cidade-símbolo, não.
Rússia condena líder da oposição a 5 anos de prisão
O líder oposicionista Alexei Navalny foi condenado hoje a cinco anos de prisão num campo de trabalhos forçados sob a acusação de roubar 10 mil toneladas de madeira de um projeto florestal num desvio de recursos públicos no valor equivalente a R$ 1,17 bilhão.
Um dos maiores críticos do presidente Vladimir Putin, o homem-forte da Rússia, ele era candidato a prefeito de Moscou e sonhava em disputar a Presidência. Quando a sentença foi anuncia, o oposicionista convocou seus seguidores a boicotar a eleição municipal de setembro.
Navalny rejeita todas as acusações e aponta o Kremlin e Putin como responsáveis pelo processo. O ex-primeiro-ministro Boris Nemtsov também descreveu o processo como perseguição política.
Um dos maiores críticos do presidente Vladimir Putin, o homem-forte da Rússia, ele era candidato a prefeito de Moscou e sonhava em disputar a Presidência. Quando a sentença foi anuncia, o oposicionista convocou seus seguidores a boicotar a eleição municipal de setembro.
Navalny rejeita todas as acusações e aponta o Kremlin e Putin como responsáveis pelo processo. O ex-primeiro-ministro Boris Nemtsov também descreveu o processo como perseguição política.
Manning não se livra de acusação de colaborar com inimigo
O ex-soldado americano Bradley Manning, denunciado por um tribunal militar por roubar segredos de Estado dos Estados Unidos e entregá-los ao WikiLeaks não conseguiu se livrar da acusação de "colaborar com o inimigo", que pode levá-lo à prisão perpétua sem direito a liberdade condicional.
Manning declarou ser inocente e pediu que essa acusação fosse retirada.
Manning declarou ser inocente e pediu que essa acusação fosse retirada.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Rolling Stone é acusada de glamurizar terrorista
A revista americana Rolling Stone, que já foi um símbolo da contracultura, está sendo acusada de transformar o jovem Djokhar Tsarnaev, denunciado pelo atentado contra a Maratona de Boston, num astro do rock ao colocá-lo em sua capa com os cabelos desgrenhados, numa foto comparada à de Jim Morrison, do lendário grupo The Doors.
Djokhar e seu irmão Tamerlan, de origem chechena, foram responsabilizados pelas duas explosões que mataram três pessoas e feriram mais de 260 na chegada da maratona, em 15 de abril de 2013. Tamerlan morreu em confronto com a polícia. Djokhar foi preso dias depois.
A revista alegou que o tema é de interesse dos jovens, maior parte de seu público.
Djokhar e seu irmão Tamerlan, de origem chechena, foram responsabilizados pelas duas explosões que mataram três pessoas e feriram mais de 260 na chegada da maratona, em 15 de abril de 2013. Tamerlan morreu em confronto com a polícia. Djokhar foi preso dias depois.
A revista alegou que o tema é de interesse dos jovens, maior parte de seu público.
Bisturi inteligente identifica células cancerígenas
Um bisturi inteligente criado por cientistas do Imperial College de Londres conseguiu diagnosticar tecidos cancerosos em 91 pacientes com 100% de precisão, informa hoje a revista acadêmica Science Translational Medicine.
"Estes resultados comprovam que o bisturi eletrônico pode ser utilizado numa ampla variedade de procedimentos cirúrgicos contra o câncer", declarou o Dr. Zoltan Takats, chefe da equipe de pesquisadores do Imperial College.
Nos cânceres com tumores sólidos, a remoção é o tratamento mais comum. Como era impossível determinar com precisão quais os tecidos doentes, o cirurgião optava por tirar um pedaço maior de tecido. Mesmo assim, não tinha garantia de ter completado o serviço.
Uma de cada cinco mulheres operadas por câncer de seio tinha de ser submetida a uma segunda cirurgia. Com o bisturi eletrônico, isso pode mudar. Se não restarem células cancerígenas, o risco de volta da doença diminui.
O bisturi eletrônico "dá resultados quase instantaneamente, permitindo aos cirurgiões fazer operações com um grau de precisão que era impossível antes", acrescentou o Dr. Takats. "Acreditamos que tenha o potencial de reduzir os índices de reincidência dos tumores e aumentar as chances de sobrevivência dos pacientes".
É mais um avanço da eletrocirurgia, uma tecnologia médica desenvolvida a partir dos anos 1920s. Os bisturis elétricos usam uma corrente elétrica para aquecer o tecido rapidamente e cortá-lo com perda de sangue menor. Ao fazer isso, vaporizam o tecido. O vapor é absorvido e examinado. Pode conter informações valiosas para a medicina.
Para inventar o bisturi eletrônico, a equipe liderada pelo Dr. Takats ligou um bisturi elétrico a um espectômetro de massa, um instrumento capaz de identificar as substâncias químicas presentes numa mistura.
A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional de Pesquisas de Saúde do Reino Unido, o Conselho Europeu de Pesquisas, o Centro Imperial de Pesquisas Biomédicas e o Escritório Nacional de Ciência e Tecnologia da Hungria.
"Estes resultados comprovam que o bisturi eletrônico pode ser utilizado numa ampla variedade de procedimentos cirúrgicos contra o câncer", declarou o Dr. Zoltan Takats, chefe da equipe de pesquisadores do Imperial College.
Nos cânceres com tumores sólidos, a remoção é o tratamento mais comum. Como era impossível determinar com precisão quais os tecidos doentes, o cirurgião optava por tirar um pedaço maior de tecido. Mesmo assim, não tinha garantia de ter completado o serviço.
Uma de cada cinco mulheres operadas por câncer de seio tinha de ser submetida a uma segunda cirurgia. Com o bisturi eletrônico, isso pode mudar. Se não restarem células cancerígenas, o risco de volta da doença diminui.
O bisturi eletrônico "dá resultados quase instantaneamente, permitindo aos cirurgiões fazer operações com um grau de precisão que era impossível antes", acrescentou o Dr. Takats. "Acreditamos que tenha o potencial de reduzir os índices de reincidência dos tumores e aumentar as chances de sobrevivência dos pacientes".
É mais um avanço da eletrocirurgia, uma tecnologia médica desenvolvida a partir dos anos 1920s. Os bisturis elétricos usam uma corrente elétrica para aquecer o tecido rapidamente e cortá-lo com perda de sangue menor. Ao fazer isso, vaporizam o tecido. O vapor é absorvido e examinado. Pode conter informações valiosas para a medicina.
Para inventar o bisturi eletrônico, a equipe liderada pelo Dr. Takats ligou um bisturi elétrico a um espectômetro de massa, um instrumento capaz de identificar as substâncias químicas presentes numa mistura.
A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional de Pesquisas de Saúde do Reino Unido, o Conselho Europeu de Pesquisas, o Centro Imperial de Pesquisas Biomédicas e o Escritório Nacional de Ciência e Tecnologia da Hungria.
Cuba alega enviar armas para conserto na Coreia do Norte
O governo comunista de Cuba alegou ontem que as armas apreendidas num navio da Coreia do Norte que cruzava o Canal do Panamá eram "defensivas" e "obsoletas, e estavam sendo enviadas para conserto. Várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas proíbem o comércio de armas com o regime comunista norte-coreano como sanções contra seu programa nuclear.
Cerca de 240 toneladas de armas foram descobertas sob uma carga de açúcar mascavo, inclusive mísseis antiaéreos.
"Encontramos contêineres que presumivelmente contêm mísseis sofisticados, o que não é permitido", declarou o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, para justificar a apreensão. "O Panamá é um país pacífico. O Canal do Panamá é um canal da paz, não da guerra."
Um oficial dos Estados Unidos acredita que os mísseis foram enviados para modernização e o açúcar seria o pagamento.
Cerca de 240 toneladas de armas foram descobertas sob uma carga de açúcar mascavo, inclusive mísseis antiaéreos.
"Encontramos contêineres que presumivelmente contêm mísseis sofisticados, o que não é permitido", declarou o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, para justificar a apreensão. "O Panamá é um país pacífico. O Canal do Panamá é um canal da paz, não da guerra."
Um oficial dos Estados Unidos acredita que os mísseis foram enviados para modernização e o açúcar seria o pagamento.
Vice-líder d'al Caeda no Iêmen é morto por drone
A rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, confirmou hoje que seu subcomandante, Said al-Cheri, também conhecido como Abu Sufian al-Azdi, foi morto num bombardeio de aviões não tripulados dos Estados Unidos. A data do ataque não foi revelada.
Os drones são a arma favorita do governo Barack Obama na luta contra o terrorismo e uma das grandes fontes de acusações de violações dos direitos humanos, já que os suspeitos são mortos sem julgamento sob a alegação de que Al Caeda está em guerra permanente contra os EUA.
Isso dá poderes de guerras permanentemente ao presidente dos EUA e acaba provocando a morte de muitos inocentes que por azar estavam na área bombardeada por controle remoto.
Os drones são a arma favorita do governo Barack Obama na luta contra o terrorismo e uma das grandes fontes de acusações de violações dos direitos humanos, já que os suspeitos são mortos sem julgamento sob a alegação de que Al Caeda está em guerra permanente contra os EUA.
Isso dá poderes de guerras permanentemente ao presidente dos EUA e acaba provocando a morte de muitos inocentes que por azar estavam na área bombardeada por controle remoto.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Guerra no Congo mata mais 130 pessoas
Pelo menos 130 pessoas foram mortas nos últimos dias em combates entre o Exército da República Democrática do Congo e o grupo rebelde M-23. Os confrontos em Goma, capital da província de Kivu do Norte, recomeçaram no fim de semana.
O M-23 é ligado ao governo de Ruanda.
Com o genocídio em Ruanda em 1994, houve uma fuga em massa de refugiados para o vizinho Zaire, nome do Congo na época. Entre eles, estava a milícia hutu Interahamwe, maior responsável pelos massacres, e membros da minoria tútsi, principal alvo dos massacres.
Essa onda migratória desestabilizou o Zaire, levando à queda do ditador Joseph Mobutu em 1997 e à chamada Primeira Guerra Mundial Africana, travada por nove exércitos nacionais e centenas de grupos armados irregulares com um total de mortes em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra de 5,4 milhões de pessoas. O novo ditador, Laurent Kabila, rebatizou o país como Congo.
Para combater os hutus refugiados no Congo, o novo líder de Ruanda, Paul Kagame, apoiou a formação do M-23, um grupo rebelde para combater seus inimigos dentro do território congolês, especialmente na província de Kivu do Norte, que fica na fronteira entre os dois países.
As Nações Unidas mantêm sua maior operação de paz hoje no Congo, sob o comando de um general brasileiro, mas até agora tem se mostrado impotente para pacificar efetivamente esse grandes país do Centro da África.
O M-23 é ligado ao governo de Ruanda.
Com o genocídio em Ruanda em 1994, houve uma fuga em massa de refugiados para o vizinho Zaire, nome do Congo na época. Entre eles, estava a milícia hutu Interahamwe, maior responsável pelos massacres, e membros da minoria tútsi, principal alvo dos massacres.
Essa onda migratória desestabilizou o Zaire, levando à queda do ditador Joseph Mobutu em 1997 e à chamada Primeira Guerra Mundial Africana, travada por nove exércitos nacionais e centenas de grupos armados irregulares com um total de mortes em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra de 5,4 milhões de pessoas. O novo ditador, Laurent Kabila, rebatizou o país como Congo.
Para combater os hutus refugiados no Congo, o novo líder de Ruanda, Paul Kagame, apoiou a formação do M-23, um grupo rebelde para combater seus inimigos dentro do território congolês, especialmente na província de Kivu do Norte, que fica na fronteira entre os dois países.
As Nações Unidas mantêm sua maior operação de paz hoje no Congo, sob o comando de um general brasileiro, mas até agora tem se mostrado impotente para pacificar efetivamente esse grandes país do Centro da África.
Mercado europeu de automóveis cai ainda mais
As vendas de carros novos recuaram mais 5,6% em junho e permanecem sem expectativa de recuperação em curto prazo, anunciou hoje a Associação Europeia dos Fabricantes de Veículos. Nos últimos seis meses, a queda foi de 6,6%.
Ao todo, 1,13 milhão de veículos novos foram emplacadas no mês passado em 27 países da União Europeia, o menor nível desde 1996. Não há dados disponíveis sobre a ilha de Malta.
Como nos meses anteriores, o único mercado em alta foi o Reino Unido (+13,4%). As outras três grandes economias da UE registraram fortes quedas: França (-8,4%), Itália (-5,5%) e Alemanha (4,7%). Na Espanha (-0,7%), as vendas ficaram praticamente estáveis por causa de um plano do governo de ajuda à compra de carros, mas estão no menor nível em 20 anos.
Ao todo, 1,13 milhão de veículos novos foram emplacadas no mês passado em 27 países da União Europeia, o menor nível desde 1996. Não há dados disponíveis sobre a ilha de Malta.
Como nos meses anteriores, o único mercado em alta foi o Reino Unido (+13,4%). As outras três grandes economias da UE registraram fortes quedas: França (-8,4%), Itália (-5,5%) e Alemanha (4,7%). Na Espanha (-0,7%), as vendas ficaram praticamente estáveis por causa de um plano do governo de ajuda à compra de carros, mas estão no menor nível em 20 anos.
Panamá apreende navio da Coreia do Norte com mísseis
O governo panamenho deteve hoje um navio da Coreia do Norte que atravessava o Canal do Panamá vindo de Cuba e prendeu seus 35 tripulantes, sob a alegação de que transportava uma "carga ilegal de armas ".
A suspeita era que o navio transportasse drogas, mas a inspeção, feita diante do presidente Ricardo Martinelli, revelou a presença de mísseis.
A suspeita era que o navio transportasse drogas, mas a inspeção, feita diante do presidente Ricardo Martinelli, revelou a presença de mísseis.
Conflitos de rua matam mais sete no Egito
Pelo menos sete pessoas morreram e outras 261 saíram feridas de mais uma noite de violentos conflitos entre a polícia do Egito e partidários da Irmandade Muçulmana e do presidente deposto, Mohamed Mursi.
Quatro mortes mortes ocorreram na Universidade do Cairo em Gizé, duas Praça Ramsés, no centro da capital egípcia, e outra também em Gizé, onde ficam as pirâmides do Egito.
Quatro mortes mortes ocorreram na Universidade do Cairo em Gizé, duas Praça Ramsés, no centro da capital egípcia, e outra também em Gizé, onde ficam as pirâmides do Egito.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
CIA avisa Hesbolá de ataque d'al Caeda
A rede terrorista Al Caeda planeja uma série de atentados terrorista contra a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) em resposta à sua intervenção na guerra civil da Síria ao lado da ditadura de Bachar Assad. O estranho é que o alerta tenha vindo da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.
Oficialmente, os funcionários do governo dos EUA estão proibidos de manter contato direto com o Hesbolá, considerado uma organização terrorista pelo Departamento de Estado americano. A informação foi passada pelo chefe do escritório da CIA em Beirute aos serviços secretos libaneses na expectativa de que chegasse à milícia xiita.
Com a interceptação de ligações telefônicas, a CIA conseguiu mapear as células d'al Caeda ao longo da fronteira com o Líbano do lado sírio e até mesmo em Beirute, pintando um quadro ao mesmo tempo realista e assustador, revela a empresa jornalísta McClatchy Newspapers, editora do jornal The Miami Herald.
Na Síria, um dos grupos jihadistas mais ativos na luta contra o governo Assad é a Frente al-Nusra, que sofreu grandes perdas com a derrota dos rebeldes na Batalha de Kussair, uma cidade estratégica junto à fronteira do Líbano.
Quando um carro-bomba explodiu num bairro xiita do Sul de Beirute controlado pelo Hesbolá, em 9 de julho de 2013, a ação foi vista como uma resposta dos grupos jihadistas sunitas derrotados em Kussair, onde a intervenção da milícia libanesa foi decisiva. A julgar pelo alerta da CIA, não será um ato isolado.
Oficialmente, os funcionários do governo dos EUA estão proibidos de manter contato direto com o Hesbolá, considerado uma organização terrorista pelo Departamento de Estado americano. A informação foi passada pelo chefe do escritório da CIA em Beirute aos serviços secretos libaneses na expectativa de que chegasse à milícia xiita.
Com a interceptação de ligações telefônicas, a CIA conseguiu mapear as células d'al Caeda ao longo da fronteira com o Líbano do lado sírio e até mesmo em Beirute, pintando um quadro ao mesmo tempo realista e assustador, revela a empresa jornalísta McClatchy Newspapers, editora do jornal The Miami Herald.
Na Síria, um dos grupos jihadistas mais ativos na luta contra o governo Assad é a Frente al-Nusra, que sofreu grandes perdas com a derrota dos rebeldes na Batalha de Kussair, uma cidade estratégica junto à fronteira do Líbano.
Quando um carro-bomba explodiu num bairro xiita do Sul de Beirute controlado pelo Hesbolá, em 9 de julho de 2013, a ação foi vista como uma resposta dos grupos jihadistas sunitas derrotados em Kussair, onde a intervenção da milícia libanesa foi decisiva. A julgar pelo alerta da CIA, não será um ato isolado.
México prende chefão do cartel Las Zetas
O México confirmou hoje a prisão de Miguel Treviño Morales, também conhecido como Z-40, o poderoso-chefão do cartel de traficantes de drogas Las Zetas. Ele teria sido preso no domingo na cidade de Novo Laredo, no estado de Tamaulipas, junto à fronteiras com os Estados Unidos, e estaria a caminho da Cidade do México.
A expectativa é de aumento da violência em Novo Laredo, um dos redutos de Las Zetas (Flechas), fundado por militares e policiais que mudaram de lado na guerra contra as máfias do tráfico de drogas deflagrada pelo governo Felipe Calderón (2006-12) com a participação das Forças Armadas.
Desde sua posse, o novo presidente Enrique Peña Nieto reduziu reduzir a importância do conflito para a escala policial.
Os cartéis de traficantes mexicanos ganham bilhões de dólares por ano vendendo drogas ao mercado americano e têm facilidade para comprar armas nos EUA, que já pediram a extradição de Treviño. Ele é acusado de assassinato, sequestro, tortura, tráfico de drogas, tráfico de armas e associação criminosa, entre outros delitos.
A expectativa é de aumento da violência em Novo Laredo, um dos redutos de Las Zetas (Flechas), fundado por militares e policiais que mudaram de lado na guerra contra as máfias do tráfico de drogas deflagrada pelo governo Felipe Calderón (2006-12) com a participação das Forças Armadas.
Desde sua posse, o novo presidente Enrique Peña Nieto reduziu reduzir a importância do conflito para a escala policial.
Os cartéis de traficantes mexicanos ganham bilhões de dólares por ano vendendo drogas ao mercado americano e têm facilidade para comprar armas nos EUA, que já pediram a extradição de Treviño. Ele é acusado de assassinato, sequestro, tortura, tráfico de drogas, tráfico de armas e associação criminosa, entre outros delitos.
Rajoy resiste a pressões para renunciar na Espanha
Ao receber hoje em Madri o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, passou a maior parte da entrevista coletiva dando explicações sobre um escândalo de corrupção envolvendo o financiamento ilegal do conservador Partido Popular e rejeitando as pressões para que se demita.
"O Estado de Direito não se submete a nenhum tipo de chantagem", defendeu-se o primeiro-ministro espanhol, acossado pela pior crise econômica desde a redemocratização da Espanha, em 1975.
No fim de semana, foram divulgadas mensagens de correio eletrônico trocadas entre Rajoy e o ex-tesoureiro do PP Luis Bárcenas, acusado de armar o esquema de corrupção que teria alimentado as contas bancárias da liderança do partido, inclusive do atual chefe de governo.
Hoje, em seu quarto depoimento à Justiça, o ex-tesoureiro declarou ter dado 32,5 mil euros em dinheiro a Rajoy só em 2010, informa o jornal El País, que revelou o escândalo em 31 de janeiro de 2013. Esses pagamentos "suplementavam" os salários dos dirigentes do partido. O dinheiro vinha principalmente de empresários e empresas do setor da construção civil.
A especulação imobiliária foi a maior causa da crise econômica em que a Espanha está desde a Grande Recessão mundial de 2008-9. Mais de 26% dos espanhóis em idade de trabalhar estão desempregados. Entre os jovens, o percentual passa de 55%. Em um quarto das famílias, ninguém está ganhando dinheiro regularmente.
"O Estado de Direito não se submete a nenhum tipo de chantagem", defendeu-se o primeiro-ministro espanhol, acossado pela pior crise econômica desde a redemocratização da Espanha, em 1975.
No fim de semana, foram divulgadas mensagens de correio eletrônico trocadas entre Rajoy e o ex-tesoureiro do PP Luis Bárcenas, acusado de armar o esquema de corrupção que teria alimentado as contas bancárias da liderança do partido, inclusive do atual chefe de governo.
Hoje, em seu quarto depoimento à Justiça, o ex-tesoureiro declarou ter dado 32,5 mil euros em dinheiro a Rajoy só em 2010, informa o jornal El País, que revelou o escândalo em 31 de janeiro de 2013. Esses pagamentos "suplementavam" os salários dos dirigentes do partido. O dinheiro vinha principalmente de empresários e empresas do setor da construção civil.
A especulação imobiliária foi a maior causa da crise econômica em que a Espanha está desde a Grande Recessão mundial de 2008-9. Mais de 26% dos espanhóis em idade de trabalhar estão desempregados. Entre os jovens, o percentual passa de 55%. Em um quarto das famílias, ninguém está ganhando dinheiro regularmente.
domingo, 14 de julho de 2013
China cresceu em ritmo de 7,5% ao ano no 2º trimestre
A economia da China avançou no segundo trimestre de 2013 num ritmo de 7,5% ao ano, dentro das expectativas dos analistas. No primeiro trimestre, o crescimento tinha sido de 7,7%.
Em 2012, o crescimento chinês foi de 7,8%. Para este ano, a meta do governo era de 7,5%. Na semana passada o ministro das Finanças reduziu a previsão para 7%. Um dia depois, teve sua declaração desautorizada pela agência oficial de notícias Nova China e a meta oficial voltou para 7,5%.
Em 2012, o crescimento chinês foi de 7,8%. Para este ano, a meta do governo era de 7,5%. Na semana passada o ministro das Finanças reduziu a previsão para 7%. Um dia depois, teve sua declaração desautorizada pela agência oficial de notícias Nova China e a meta oficial voltou para 7,5%.
Júri feminino absolve branco que matou negro na Flórida
Um júri formado por cinco mulheres absolveu ontem à noite o vigilante branco George Zimmerman, de 29 anos, de homicídio em segundo grau e homicídio culposo, entre outras acusações, aceitando o argumento de que ele agiu em legítima defesa ao matar o jovem negro Trayvon Martin, de 17 anos, num condomínio fechado de Sanford, na Flórida, em fevereiro de 2012.
O movimento negro americano convocou manifestações de protesto em todos os Estados Unidos, alegando que mais uma vez um branco matou um negro inocente e indefeso e não será punido por isso, um sinal de persistência do racismo no país. A proposta é denunciar a "opressão racial" e pedir "Justiça para Trayvon".
Zimmerman trabalhava voluntariamente como vigia da comunidade quando interpelou o jovem negro, que ia para a casa do pai. No primeiro momento, ele não foi preso. Diante do clamor popular, a Justiça da Flórida reabriu a investigação, prendeu-o e instaurou o processo criminal contra o assassino.
Agora, a única possibilidade de punir Zimmerman será levar o caso para a esfera federal, mas analistas observam que será difícil provar que o atirador agiu em legítima defesa.
O movimento negro americano convocou manifestações de protesto em todos os Estados Unidos, alegando que mais uma vez um branco matou um negro inocente e indefeso e não será punido por isso, um sinal de persistência do racismo no país. A proposta é denunciar a "opressão racial" e pedir "Justiça para Trayvon".
Zimmerman trabalhava voluntariamente como vigia da comunidade quando interpelou o jovem negro, que ia para a casa do pai. No primeiro momento, ele não foi preso. Diante do clamor popular, a Justiça da Flórida reabriu a investigação, prendeu-o e instaurou o processo criminal contra o assassino.
Agora, a única possibilidade de punir Zimmerman será levar o caso para a esfera federal, mas analistas observam que será difícil provar que o atirador agiu em legítima defesa.
sábado, 13 de julho de 2013
Carnê de racionamento faz 50 anos em Cuba
Ele foi criado em março de 1962, sob o impacto do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos no mês anterior em retaliação contra a declaração do caráter socialista da Revolução Cubana e a desapropriação de propriedades de americanos. Em 12 de julho de 2013, completou 50 anos.
O governo o chama de "carnê de fornecimento". Para o povo, é "carnê de racionamento" ou simplesmente libreta, caderneta em espanhol.
Cada cidadão cubano tem direito por mês a 3,15 quilos de arroz, meia garrafa de óleo de cozinha, pão suficiente para um sanduíche por dia e pequenas quantidades de ovos, feijão, carne de frango ou porco, massa, açúcares branco e mascavo, e gás de cozinha.
Na prática, a libreta virou um símbolo do fracasso do regime socialista liderado pelos irmãos Fidel e Raúl Castro. A agricultura estatizada não consegue produzir alimento suficiente para sua população de 11 milhões de habitantes, apesar das boas condições de clima e solo.
Para os defensores do regime comunista cubano, a culpa é do embargo, que Fidel chama de "bloqueio", embora isso sugira a presença de uma força naval inimiga cercando a ilha, como aconteceu durante a crise gerada pela tentativa de instalar mísseis soviéticos em Cuba, também em 1962, no momento mais perigoso da Guerra Fria. Nunca o mundo esteve tão perto de uma guerra nuclear.
O governo o chama de "carnê de fornecimento". Para o povo, é "carnê de racionamento" ou simplesmente libreta, caderneta em espanhol.
Cada cidadão cubano tem direito por mês a 3,15 quilos de arroz, meia garrafa de óleo de cozinha, pão suficiente para um sanduíche por dia e pequenas quantidades de ovos, feijão, carne de frango ou porco, massa, açúcares branco e mascavo, e gás de cozinha.
Na prática, a libreta virou um símbolo do fracasso do regime socialista liderado pelos irmãos Fidel e Raúl Castro. A agricultura estatizada não consegue produzir alimento suficiente para sua população de 11 milhões de habitantes, apesar das boas condições de clima e solo.
Para os defensores do regime comunista cubano, a culpa é do embargo, que Fidel chama de "bloqueio", embora isso sugira a presença de uma força naval inimiga cercando a ilha, como aconteceu durante a crise gerada pela tentativa de instalar mísseis soviéticos em Cuba, também em 1962, no momento mais perigoso da Guerra Fria. Nunca o mundo esteve tão perto de uma guerra nuclear.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Inflação mensal sobe para 0,8% nos EUA
O índice de crescimento de preços ao consumidor dos Estados Unidos registrou alta de 0,8% em junho de 2013, a maior taxa desde setembro de 2012. O núcleo do índice, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, ficou em 0,2%.
A taxa anual, preferida pelas autoridades monetárias, está em 1,3%, abaixo da meta informal, de 2% ao ano, mas a volta da inflação é um sinal de retomada do crescimento e do consumo na economia americana. Ao mesmo tempo, pressiona a Reserva Federal (Fed), o banco central do país, a reduzir seu programa de compra de ativos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e a cogitar altas de juros.
Desde a Grande Recessão de 2008-9, o banco central americano reduziu sua taxa básica de juros para praticamente zero para estimular a economia. Sem sucesso, passou a comprar US$ 85 bilhões mensais em títulos públicos. Prometeu fazer isso até a taxa de desemprego, hoje em 7,6%, cair para 6,5%.
A taxa anual, preferida pelas autoridades monetárias, está em 1,3%, abaixo da meta informal, de 2% ao ano, mas a volta da inflação é um sinal de retomada do crescimento e do consumo na economia americana. Ao mesmo tempo, pressiona a Reserva Federal (Fed), o banco central do país, a reduzir seu programa de compra de ativos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e a cogitar altas de juros.
Desde a Grande Recessão de 2008-9, o banco central americano reduziu sua taxa básica de juros para praticamente zero para estimular a economia. Sem sucesso, passou a comprar US$ 85 bilhões mensais em títulos públicos. Prometeu fazer isso até a taxa de desemprego, hoje em 7,6%, cair para 6,5%.
Snowden pede asilo à Rússia antes de vir para América do Sul
Depois de 19 dias retido na área de trânsito do Aeroporto Cheremetievo, em Moscou, o ex-técnico subcontratado pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos Edward Snowden, que revelou o programa de megaespionagem via Internet chamado Prisma, anunciou hoje que deve pedir asilo à Rússia antes de vir para a América Latina, onde recebeu ofertas de asilo da Venezuela, da Nicarágua e da Bolívia.
Snowden passou ao jornal esquerdista inglês The Guardian a informação de que o governo dos EUA instalou equipamentos de espionagem nos servidores de grandes empresas americanas de informática, como Apple, Facebook, Google, Microsoft, Skype, Twitter e Yahoo.
Quando a denúncia estourou, ele estava em Hong Kong, um território autônomo da China. Como Snowden deu detalhes sobre a espionagem eletrônica dos EUA contra o regime comunista chinês, as autoridades da China o deixaram escapar. Snowden seguiu para Moscou, de onde pediu asilo político para 21 países, inclusive o Brasil. Conseguiu em países latino-americanos com governos de esquerda antiamericanos.
Sob pressão dos EUA, o Equador não ofereceu asilo a Snowden. Mas, depois que o avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, foi proibido de entrar em Portugal, na Espanha, na França e na Itália por suspeita de que Snowden estivesse a bordo, Venezuela, Bolívia e Nicarágua estão dispostas a lhe acolher.
A questão é um dos temas centrais da reunião de cúpula do Mercosul que se realiza hoje em Montevidéu, no Uruguai, num momento em que só as críticas à descortesia diplomática da Europa e o repúdio à espionagem dos EUA unem o bloco sul-americano.
Cada vez com mais problemas de divisas, a Argentina reforça o protecionismo, violando um dos princípios básicos da integração regional, o livre comércio dentro do Mercosul. O Paraguai, que volta dia 15 de agosto depois de ser suspenso pelo golpe contra o presidente Fernando Lugo, rejeita a participação da Venezuela, que entrou pela porta dos fundos, sem ser aprovada pelo Congresso paraguaio, numa manobra do Brasil e da Argentina, aproveitando a ausência do sócio mais pobre..
Mesmo assim, Bolívia e Equador devem se tornar membros plenos do bloco. Até agora, eram membros associados. Participavam da zona de livre comércio, mas não das decisões políticas do Mercosul.
A entrada de mais dois países bolivaristas - antiliberais, anticapitalistas e antiamericanos - afasta ainda mais o Mercosul de sua proposta original de regionalismo aberto, uma associação de países interessada em ter uma voz mais forte e maior poder de barganha no mundo globalizado.
Um dos temas em pauta é a abertura de negociações de liberalização comercial com a União Europeia, que depende de fortes concessões do setor agrícola europeu para conseguir cobrir pelo menos 80% do comércio bilateral, uma exigência das normas da Organização Mundial do Comércio, tendo em vista a competitividade do agronegócio no Brasil e na Argentina. A entrada da Venezuela pode atrapalhar.
O governo venezuelano não negociou antecipadamente sua adesão às regras do Mercosul. A herança ideológica de Hugo Chávez e seu "socialismo do século 20" não valoriza o livre comércio nem a competição dentro do sistema capitalista. Na Venezuela, as empresas precisam de autorização do governo para demitir funcionários. Isso inibe investimentos.
A Venezuela vive uma séria crise de desabastecimento e inflação, e o presidente Nicolás Maduro, inexperiente e sem carisma, pouco mais do que um pelego chavista, não tem propostas para superar a situação.
Snowden passou ao jornal esquerdista inglês The Guardian a informação de que o governo dos EUA instalou equipamentos de espionagem nos servidores de grandes empresas americanas de informática, como Apple, Facebook, Google, Microsoft, Skype, Twitter e Yahoo.
Quando a denúncia estourou, ele estava em Hong Kong, um território autônomo da China. Como Snowden deu detalhes sobre a espionagem eletrônica dos EUA contra o regime comunista chinês, as autoridades da China o deixaram escapar. Snowden seguiu para Moscou, de onde pediu asilo político para 21 países, inclusive o Brasil. Conseguiu em países latino-americanos com governos de esquerda antiamericanos.
Sob pressão dos EUA, o Equador não ofereceu asilo a Snowden. Mas, depois que o avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, foi proibido de entrar em Portugal, na Espanha, na França e na Itália por suspeita de que Snowden estivesse a bordo, Venezuela, Bolívia e Nicarágua estão dispostas a lhe acolher.
A questão é um dos temas centrais da reunião de cúpula do Mercosul que se realiza hoje em Montevidéu, no Uruguai, num momento em que só as críticas à descortesia diplomática da Europa e o repúdio à espionagem dos EUA unem o bloco sul-americano.
Cada vez com mais problemas de divisas, a Argentina reforça o protecionismo, violando um dos princípios básicos da integração regional, o livre comércio dentro do Mercosul. O Paraguai, que volta dia 15 de agosto depois de ser suspenso pelo golpe contra o presidente Fernando Lugo, rejeita a participação da Venezuela, que entrou pela porta dos fundos, sem ser aprovada pelo Congresso paraguaio, numa manobra do Brasil e da Argentina, aproveitando a ausência do sócio mais pobre..
Mesmo assim, Bolívia e Equador devem se tornar membros plenos do bloco. Até agora, eram membros associados. Participavam da zona de livre comércio, mas não das decisões políticas do Mercosul.
A entrada de mais dois países bolivaristas - antiliberais, anticapitalistas e antiamericanos - afasta ainda mais o Mercosul de sua proposta original de regionalismo aberto, uma associação de países interessada em ter uma voz mais forte e maior poder de barganha no mundo globalizado.
Um dos temas em pauta é a abertura de negociações de liberalização comercial com a União Europeia, que depende de fortes concessões do setor agrícola europeu para conseguir cobrir pelo menos 80% do comércio bilateral, uma exigência das normas da Organização Mundial do Comércio, tendo em vista a competitividade do agronegócio no Brasil e na Argentina. A entrada da Venezuela pode atrapalhar.
O governo venezuelano não negociou antecipadamente sua adesão às regras do Mercosul. A herança ideológica de Hugo Chávez e seu "socialismo do século 20" não valoriza o livre comércio nem a competição dentro do sistema capitalista. Na Venezuela, as empresas precisam de autorização do governo para demitir funcionários. Isso inibe investimentos.
A Venezuela vive uma séria crise de desabastecimento e inflação, e o presidente Nicolás Maduro, inexperiente e sem carisma, pouco mais do que um pelego chavista, não tem propostas para superar a situação.
China reduz expectativa de crescimento para 7%
Diante da desaceleração da economia, a China revisou para baixo sua expectativa de crescimento para este ano para 7%, abaixo da meta oficial de 7,5%, admitiu hoje o ministro das Finanças, Lou Jiwei.
No ano passado, a China cresceu 7,8%, a menor expansão em 13 anos. No primeiro trimestre do ano, o avanço foi num ritmo anual de 7,7%.
No ano passado, a China cresceu 7,8%, a menor expansão em 13 anos. No primeiro trimestre do ano, o avanço foi num ritmo anual de 7,7%.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Irlanda aprova aborto em caso de risco para mãe
Um dos países mais católicos do mundo, a Irlanda aprovou hoje sua primeira lei de aborto. Por 127 a 31, a Câmara (Dáil) do Parlamento decidiu que a gravidez pode ser interrompida se houver risco de vida para a mãe, inclusive de suicídio.
A Lei de Proteção da Vida Durante a Gravidez teve amplo apoio da maioria governista. Líderes religiosos criticaram o artigo que autoriza o aborto por causa de risco de suicídio, considerando-o um furo na lei capaz de permitir abusos. Bastam atestados de dois médicos psiquiatras e um ginecologista e obstreta, informa o jornal irlandês The Irish Times.
Quando não houver risco para a vida da mãe, continua sendo crime "destruir a vida de um ser humano que ainda não nasceu". A pena vai até 14 anos de prisão.
Como a Irlanda faz parte da União Europeia, as irlandesas costumavam ir ao Reino Unido quando querem fazer aborto. Só em 2012, foram cerca de 4 mil.
A Lei de Proteção da Vida Durante a Gravidez teve amplo apoio da maioria governista. Líderes religiosos criticaram o artigo que autoriza o aborto por causa de risco de suicídio, considerando-o um furo na lei capaz de permitir abusos. Bastam atestados de dois médicos psiquiatras e um ginecologista e obstreta, informa o jornal irlandês The Irish Times.
Quando não houver risco para a vida da mãe, continua sendo crime "destruir a vida de um ser humano que ainda não nasceu". A pena vai até 14 anos de prisão.
Como a Irlanda faz parte da União Europeia, as irlandesas costumavam ir ao Reino Unido quando querem fazer aborto. Só em 2012, foram cerca de 4 mil.
Venda de computadores cai pelo quinto trimestre seguido
As vendas de computadores pessoais caíram em 76,5 milhões de unidades ou 11,4% no segundo trimestre de 2013 em relação ao mesmo período no ano passado, indica uma pesquisa da empresa IDC.
Foi o quinto trimestre consecutivo de baixa. Os consumidores estão optando por tabuletas e telefones inteligentes, muito mais baratos, observa um relatório da empresa de pesquisas Gartner.
"Nos mercados emergentes, as tabuletas, mais baratas, estão se tornando o primeiro computador de muita gente, que adia assim a compra de um PC", declarou Mikako Kitagawa, principal responsável pelo estudo. "Isto também está afetando o mercado de notebooks".
Foi o quinto trimestre consecutivo de baixa. Os consumidores estão optando por tabuletas e telefones inteligentes, muito mais baratos, observa um relatório da empresa de pesquisas Gartner.
"Nos mercados emergentes, as tabuletas, mais baratas, estão se tornando o primeiro computador de muita gente, que adia assim a compra de um PC", declarou Mikako Kitagawa, principal responsável pelo estudo. "Isto também está afetando o mercado de notebooks".
EUA separam bancos comerciais e de investimentos
Um grupo bipartidário do Congresso dos Estados Unidos vai propor a separação dos bancos comerciais dos bancos de investimentos, criando uma nova lei como a Lei Glass-Steagall, de 1933, que separou essas atividades.
A lei foi revogada em 1999. Alguns analistas atribuem a crise financeira de 2008 ao relaxamento dessa regulamentação do setor.
A lei foi revogada em 1999. Alguns analistas atribuem a crise financeira de 2008 ao relaxamento dessa regulamentação do setor.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Acusado do ataque a Boston pretexta inocência
Em sua primeira audiência diante da Justiça Federal dos Estados Unidos, o único suspeito preso pelo atentado contra a Maratona de Boston em 15 de abril de 2013, Djokhar Tsarnaev, de 19 anos e origem chechena, declarou-se inocente de todas as 30 acusações feitas pelo Departamento da Justiça.
Três pessoas foram mortas e mais de 260 feridas no ataque, considerado o pior em solo americano desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
Seu irmão mais velho, Tamerlan, apontado como idealizador da ação terrorista, morreu em confronto com a polícia.
Três pessoas foram mortas e mais de 260 feridas no ataque, considerado o pior em solo americano desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
Seu irmão mais velho, Tamerlan, apontado como idealizador da ação terrorista, morreu em confronto com a polícia.
Exportações e importações chinesas caem
Sob o impacto da prolongada crise internacional, o comércio exterior da China está em queda. Em junho de 2013, as exportações diminuíram 3,1% na comparação anual para US$ 174,32 bilhões, enquanto as importações registraram baixa de 0,7% em relação a junho do ano passado para US$ 147,19 bilhões.
Foi o pior resultado desde a crise financeira de 2008. O saldo comercial chinês recuou 14% para US$ 27,13 bilhões.
Com o desaquecimento da economia que mais cresceu no mundo nas últimas três décadas, a expectativa é de uma queda de 5% nos preços das commodities com reflexos para o Brasil, grande exportador de produtos primários para a China.
Foi o pior resultado desde a crise financeira de 2008. O saldo comercial chinês recuou 14% para US$ 27,13 bilhões.
Com o desaquecimento da economia que mais cresceu no mundo nas últimas três décadas, a expectativa é de uma queda de 5% nos preços das commodities com reflexos para o Brasil, grande exportador de produtos primários para a China.
Egito ordena prisão de líder da Irmandade Muçulmana
O Ministério Público do Egito ordenou hoje a prisão do líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, acusado de incitar a violência de seus partidários há dois dias diante da sede da Guarda Preisdencial, onde estaria preso o ex-presidente Mohamed Mursi, deposto na semana passada. Pelo menos 51 pessoas morreram em confronto com as forças de segurança.
Outros dirigentes da Irmandade também tiveram suas prisões pedidas.
Outros dirigentes da Irmandade também tiveram suas prisões pedidas.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Hesbolá é alvo de ataque por atuação na Síria
Em mais um sinal de que a guerra civil na Síria está atingindo o Líbano, um carro-bomba explodiu hoje num bairro do Sul de Beirute dominado pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que participa diretamente da luta ao lado da ditadura de Bachar Assad. Mais de 50 pessoas saíram feridas.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. A opinião generalizada é que se trata de uma reação ao envolvimento cada vez maior do Hesbolá na guerra civil síria. Depois de perder a Batalha de Kussair, o Exército da Síria Livre, principal grupo rebelde do país, prometeu se vingar da milícia xiita libanesa.
A bomba de hoje tinha cerca de 35 quilos de explosivos. Estava dentro de um carro parado num estacionamento. Em 26 de maio de 2013, dois foguetes foram disparados contra o Sul da capital libanesa, uma área pobre da maioria xiita dominada pelo Hesbolá.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. A opinião generalizada é que se trata de uma reação ao envolvimento cada vez maior do Hesbolá na guerra civil síria. Depois de perder a Batalha de Kussair, o Exército da Síria Livre, principal grupo rebelde do país, prometeu se vingar da milícia xiita libanesa.
A bomba de hoje tinha cerca de 35 quilos de explosivos. Estava dentro de um carro parado num estacionamento. Em 26 de maio de 2013, dois foguetes foram disparados contra o Sul da capital libanesa, uma área pobre da maioria xiita dominada pelo Hesbolá.
Letônia será 18º país a adotar euro como moeda
Enquanto a Polônia reluta por causa da crise na união monetária, a ex-república soviética da Letônia será o 18º país a entrar para a Zona do Euro, informou hoje a União Europeia.
Será o segundo país do antigo Bloco Soviético, depois da Eslováquia, a usar o euro como moeda.
Será o segundo país do antigo Bloco Soviético, depois da Eslováquia, a usar o euro como moeda.
China intensifica luta contra o Dalai Lama
Pelo menos nove tibetanos foram feridos no fim de semana quando a polícia da China disparou contra manifestantes que celebravam o aniversário de Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, exilado há 54 anos, na cidade de Daofu, na província de Sichuã.
A China deve intensificar sua luta contra indicou o Dalai Lama, o chefe da seção do Partido Comunista encarregada de minorias étnicas e religiosas, Yu Zhengsheng. Ele advertiu funcionários do regime numa área densamente povoada por tibetanos que as "atividades separatistas" do Dalai Lama não são parte da tradição budista e vão contra os interesses da China.
Diante da uma nova rebelião da minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang, no Noroeste do país, acreditava-se que a China estaria adotando uma posição mais suave em relação ao Dalai Lama, que luta pacificamente por autonomia para o Tibete para preservar sua cultura.
O regime comunista chinês corre o risco de radicalizar ainda mais o movimento nacionalista tibetano, duramente reprimido em 2008, meses antes da Olimpíada de Beijim. Desde 2011, mais de cem monges se autoimolaram tocando fogo nas próprias roupas para protestar contra a ditadura chinesa.
O Tibete foi incorporado à China na era de Gengis Khan, no século 13, quando os dois países faziam parte do Império Mongol.
Com o colapso do Império Chinês e a proclamação da república por Sen Yat-Sen, o Tibete tornou-se independente de 1912 até ser retomado, em 1951, pelo regime comunista instaurado por Mao Tsé-tung depois da vitória da revolução, em 1949. Em 1959, diante da derrota de uma revolta contra a dominação chinesa, o Dalai Lama fugiu para o exílio na Índia.
Hoje o Tibete é oficialmente uma "região autônoma" da China, mas esta autonomia está só no papel. Na prática, o regime comunista adota políticas de assimilação cultural acusadas de destruir a cultura tibetana, além de incentivar a migração de chineses do grupo étnico han, majoritários na China, que conseguem os melhores empregos e negócios.
Como Tenzin Gyatso está velho e doente, o risco para a China é de radicalização do movimento nacionalista tibetano e da escolha de um Dalai Lama disposto a lutar pela independência total do Tibete. O regime comunista está manobrando para indicar seu próprio sucessor. Assim, haveria dois dalais lamas concorrentes.
O maior temor da ditadura comunista chinesa é que o movimento nacionalista tibetano reivindique toda a região conhecida como Grande Tibete, que reúne quatro províncias (Tibete, Gansu, Qinghai e Sichuã), num total de 1,1 milhão de quilômetros quadrados, 11,45% do território da China.
A China deve intensificar sua luta contra indicou o Dalai Lama, o chefe da seção do Partido Comunista encarregada de minorias étnicas e religiosas, Yu Zhengsheng. Ele advertiu funcionários do regime numa área densamente povoada por tibetanos que as "atividades separatistas" do Dalai Lama não são parte da tradição budista e vão contra os interesses da China.
Diante da uma nova rebelião da minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang, no Noroeste do país, acreditava-se que a China estaria adotando uma posição mais suave em relação ao Dalai Lama, que luta pacificamente por autonomia para o Tibete para preservar sua cultura.
O regime comunista chinês corre o risco de radicalizar ainda mais o movimento nacionalista tibetano, duramente reprimido em 2008, meses antes da Olimpíada de Beijim. Desde 2011, mais de cem monges se autoimolaram tocando fogo nas próprias roupas para protestar contra a ditadura chinesa.
O Tibete foi incorporado à China na era de Gengis Khan, no século 13, quando os dois países faziam parte do Império Mongol.
Com o colapso do Império Chinês e a proclamação da república por Sen Yat-Sen, o Tibete tornou-se independente de 1912 até ser retomado, em 1951, pelo regime comunista instaurado por Mao Tsé-tung depois da vitória da revolução, em 1949. Em 1959, diante da derrota de uma revolta contra a dominação chinesa, o Dalai Lama fugiu para o exílio na Índia.
Hoje o Tibete é oficialmente uma "região autônoma" da China, mas esta autonomia está só no papel. Na prática, o regime comunista adota políticas de assimilação cultural acusadas de destruir a cultura tibetana, além de incentivar a migração de chineses do grupo étnico han, majoritários na China, que conseguem os melhores empregos e negócios.
Como Tenzin Gyatso está velho e doente, o risco para a China é de radicalização do movimento nacionalista tibetano e da escolha de um Dalai Lama disposto a lutar pela independência total do Tibete. O regime comunista está manobrando para indicar seu próprio sucessor. Assim, haveria dois dalais lamas concorrentes.
O maior temor da ditadura comunista chinesa é que o movimento nacionalista tibetano reivindique toda a região conhecida como Grande Tibete, que reúne quatro províncias (Tibete, Gansu, Qinghai e Sichuã), num total de 1,1 milhão de quilômetros quadrados, 11,45% do território da China.
Ex-ministro das Finanças será primeiro-ministro do Egito
O ex-ministro das Finanças Hazem al-Biblawi, foi nomeado hoje chefe de governo interino do Egito. É um economista liberal, fundador do Partido Social-Democrata Egípcio. Seu nome não tinha sido citado em dois anúncios anteriores não confirmados.
Favorito no primeiro momento, o ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005, foi vetado pelo partido salafista Nour. Hoje foi indicado para vice-presidente.
Líder da Frente de Salvação Nacional, que se opõe à islamização da política, ElBaradei é uma das principais vozes liberais do Egito revolucionário. É visto com desconfiança por parte do país por ter passado a maior parte de sua vida pública no exterior.
Ontem, o presidente interino Adli Mansour anunciou que um referendo para aprovar uma nova Constituição preparada por uma comissão de notáveis será realizado dentro de quatro meses e meio. As eleições parlamentares devem ocorrer no início de 2014. Depois da instalação do novo Parlamento, haveria uma nova eleição presidencial
Favorito no primeiro momento, o ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005, foi vetado pelo partido salafista Nour. Hoje foi indicado para vice-presidente.
Líder da Frente de Salvação Nacional, que se opõe à islamização da política, ElBaradei é uma das principais vozes liberais do Egito revolucionário. É visto com desconfiança por parte do país por ter passado a maior parte de sua vida pública no exterior.
Ontem, o presidente interino Adli Mansour anunciou que um referendo para aprovar uma nova Constituição preparada por uma comissão de notáveis será realizado dentro de quatro meses e meio. As eleições parlamentares devem ocorrer no início de 2014. Depois da instalação do novo Parlamento, haveria uma nova eleição presidencial
A Irmandade Muçulmana rejeitou o cronograma do presidente interino, insistindo na reinstauração no poder do presidente deposto, Mohamed Mursi.
Rússia anuncia asilo para Snowden na Venezuela
O ex-técnico subcontratado pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos Edward Snowden, procurado por ter revelado o programa de megaespionagem via Internet conhecido como Prisma, aceitou a oferta de asilo da Venezuela, anunciou hoje um porta-voz da Rússia, que depois retirou a notícia do Twitter.
Snowden está há semanas na área de trânsito do aeroporto Cheremetievo, em Moscou.
No domingo, o jornal O Globo denunciou que a espionagem americana atingiu também o Brasil, inclusive com a instalação de equipamento de monitoramento telefônico em Brasília. Em encontro com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o embaixador americano, Thomas Shannon afirmou que o Brasil não é alvo da espionagem.
O Brasil abriu investigação para ver se empresas brasileiras participaram da espionagem. Deve recorrer às Nações Unidas contra os EUA.
Snowden está há semanas na área de trânsito do aeroporto Cheremetievo, em Moscou.
No domingo, o jornal O Globo denunciou que a espionagem americana atingiu também o Brasil, inclusive com a instalação de equipamento de monitoramento telefônico em Brasília. Em encontro com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o embaixador americano, Thomas Shannon afirmou que o Brasil não é alvo da espionagem.
O Brasil abriu investigação para ver se empresas brasileiras participaram da espionagem. Deve recorrer às Nações Unidas contra os EUA.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Inflação na China atinge maior nível em quatro meses
O índice preços ao consumidor na China atingiu o nível mais alto em quatro meses. Subiu de 2,1% ao ano em maio para 2,7% em junho, acima da expectativa dos economistas.
Com a alta da inflação em meio ao declínio na taxa de crescimento, as autoridades chinesas enfrentam o dilema de estimular uma economia que se enfraquece ou se reduzem o fluxo de dinheiro para conter os preços.
O índice de preços ao produtor registrou em junho queda de 2,7% nos últimos 12 meses. Está em deflação há 16 meses, pressionado pela queda nos preços dos produtos primários e pela fraca demanda interna.
Com a alta da inflação em meio ao declínio na taxa de crescimento, as autoridades chinesas enfrentam o dilema de estimular uma economia que se enfraquece ou se reduzem o fluxo de dinheiro para conter os preços.
O índice de preços ao produtor registrou em junho queda de 2,7% nos últimos 12 meses. Está em deflação há 16 meses, pressionado pela queda nos preços dos produtos primários e pela fraca demanda interna.
Irmandade Muçulma pede levante antigolpe no Egito
A Irmandade Muçulmana, afastada do poder pelo golpe de quarta-feira passada contra o primeiro presidente eleito da História do Egito, Mohamed Mursi, convocou a população hoje para um levante popular contra o governo imposto pelas Forças Armadas.
Durante a madrugada, as forças de segurança atiraram contra uma multidão de manifestantes islamitas, matando pelo menos 51 pessoas e ferindo outras 435, noticia o sítio Jeune Afrique. Em nota oficial, os militares acusaram "terroristas armados" de atacar a sede da Guarda Presidencial, onde Mursi estaria preso.
Ao apresentar suas "condolências" ao povo egípcio, o Exército advertiu: "Não permitiremos nenhuma ameaça contra a segurança nacional do Egito quaisquer que sejam as circunstâncias", declarou o porta-voz militar Ahmed Ali.
A sede do Partido da Liberdade e Justiça, da Irmandade, foi fechada pela polícia, que alega ter encontrado armas de fogo, facas e líquidos inflamáveis no prédio.
Diante do aumento da violência, o partido salafista Nour abandonou as negociações com o governo para participar do processo político pós-golpe.
Durante a madrugada, as forças de segurança atiraram contra uma multidão de manifestantes islamitas, matando pelo menos 51 pessoas e ferindo outras 435, noticia o sítio Jeune Afrique. Em nota oficial, os militares acusaram "terroristas armados" de atacar a sede da Guarda Presidencial, onde Mursi estaria preso.
Ao apresentar suas "condolências" ao povo egípcio, o Exército advertiu: "Não permitiremos nenhuma ameaça contra a segurança nacional do Egito quaisquer que sejam as circunstâncias", declarou o porta-voz militar Ahmed Ali.
A sede do Partido da Liberdade e Justiça, da Irmandade, foi fechada pela polícia, que alega ter encontrado armas de fogo, facas e líquidos inflamáveis no prédio.
Diante do aumento da violência, o partido salafista Nour abandonou as negociações com o governo para participar do processo político pós-golpe.
domingo, 7 de julho de 2013
El Baradei agora é nomeado vice-presidente do Egito
O presidente interino do Egito, Ali Mansour, o presidente do Supremo Tribunal do país, nomeou hoje o ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohamed El Baradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005, para o cargo de vice-presidente e Ziad Bahaa el-Din como primeiro-ministro, informou à noite a televisão estatal.
Enquanto extremistas muçulmanos revoltados com o golpe de quarta-feira passada contra o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, lançavam novos ataques contra postos militares no Deserto do Sinai, o novo governo fez um apelo à Irmandade para que participe do processo político.
Enquanto extremistas muçulmanos revoltados com o golpe de quarta-feira passada contra o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, lançavam novos ataques contra postos militares no Deserto do Sinai, o novo governo fez um apelo à Irmandade para que participe do processo político.
sábado, 6 de julho de 2013
ElBaradei é anunciado e rejeitado como primeiro-ministro
O ex-diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) Mohmaed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005, foi anunciado hoje como primeiro-ministro interino do Egito. Horas mais tarde, um porta-voz da Presidência desmentiu a notícia, dizendo que é um dos nomes considerados, mas ainda não houve uma decisão final.
Três dias do golpe contra o primeiro presidente eleito democraticamente da história do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, a indicação é vista como uma tentativa de dar uma face civil e liberal ao governo imposto pelas Forças Armadas em resposta a uma ampla mobilização popular.
Fortemente secularista, contrário à mistura de política com religião, ElBaradei sofre forte oposição dos partidos islâmicos. A Irmandade Muçulmana incluiu o repúdio ao ex-diretor de AIEA entre os palavras de ordem gritadas em suas manifestações.
O partido salafista (mais radical do que a Irmandade), que apoiou a convocação das Forças Armadas para participar das futuras eleições, também o rejeita. Ameaçou deixar o processo se ElBaradei fosse confirmado no cargo.
Três dias do golpe contra o primeiro presidente eleito democraticamente da história do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, a indicação é vista como uma tentativa de dar uma face civil e liberal ao governo imposto pelas Forças Armadas em resposta a uma ampla mobilização popular.
Fortemente secularista, contrário à mistura de política com religião, ElBaradei sofre forte oposição dos partidos islâmicos. A Irmandade Muçulmana incluiu o repúdio ao ex-diretor de AIEA entre os palavras de ordem gritadas em suas manifestações.
O partido salafista (mais radical do que a Irmandade), que apoiou a convocação das Forças Armadas para participar das futuras eleições, também o rejeita. Ameaçou deixar o processo se ElBaradei fosse confirmado no cargo.
Polícia turca enfrenta protesto na Praça Taksim
Com canhões de água e jatos de gás lcacrimogênio, a polícia da Turquia dispersou hoje manifestantes que tentavam reocupar a Praça Taksim, uma das últimas áreas verdes do Centro de Istambul, a maior cidade do país.
Um projeto de construção e reforma da praça e do vizinho Parque Guézi provocou uma onda de protestos que começou pacificamente em 28 de maio e terminou como um movimento pela renúncia do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Nesta semana, foi revelado que a Justiça vetou a obra, o que encorajou os manifestantes a retomar os protestos.
Um projeto de construção e reforma da praça e do vizinho Parque Guézi provocou uma onda de protestos que começou pacificamente em 28 de maio e terminou como um movimento pela renúncia do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Nesta semana, foi revelado que a Justiça vetou a obra, o que encorajou os manifestantes a retomar os protestos.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Venezuela e Nicarágua oferecem asilo a Snowden
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu hoje asilo ao ex-técnico subcontratado pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos "para que ele possa viver sem ser perseguido pelo Império".
Na Nicarágua, o presidente Daniel Ortega declarou estar disposto a receber Snowden "se as circunstâncias permitirem".
Snowden está sendo procurado pelos EUA por ter revelado o programa de megaespionagem via Internet conhecido como Prisma. Ele está há duas semanas no setor de trânsito do aeroporto Cheremetievo, em Moscou.
Na Nicarágua, o presidente Daniel Ortega declarou estar disposto a receber Snowden "se as circunstâncias permitirem".
Snowden está sendo procurado pelos EUA por ter revelado o programa de megaespionagem via Internet conhecido como Prisma. Ele está há duas semanas no setor de trânsito do aeroporto Cheremetievo, em Moscou.
Novo governo dissolve Parlamento do Egito
O presidente interino Adli Mansour dissolveu hoje por decreto o Senado do Egito.
Em reação ao golpe de quarta-feira passada, houve confrontos nas ruas de pelo menos cinco cidades entre partidários da Irmandade Muçulmana, do presidente deposto Mohamed Mursi, e ativistas que apoiaram a intervenção militar por medo da islamização do país. Pelo menos 10 pessoas morreram e 210 saíram feridas.
A Irmandade Muçulmana deve continuar realizando manifestações de massa nos próximos dias. Diante da prisão de líderes do grupo e da repressão, o mais provável é o aumento da violência.
O Egito e o Oriente Médio vivem um momento crítico. A tentativa de atrair os islamitas para o jogo político sofreu um golpe. Isso pode aumentar o recurso à violência como arma política.
Em reação ao golpe de quarta-feira passada, houve confrontos nas ruas de pelo menos cinco cidades entre partidários da Irmandade Muçulmana, do presidente deposto Mohamed Mursi, e ativistas que apoiaram a intervenção militar por medo da islamização do país. Pelo menos 10 pessoas morreram e 210 saíram feridas.
A Irmandade Muçulmana deve continuar realizando manifestações de massa nos próximos dias. Diante da prisão de líderes do grupo e da repressão, o mais provável é o aumento da violência.
O Egito e o Oriente Médio vivem um momento crítico. A tentativa de atrair os islamitas para o jogo político sofreu um golpe. Isso pode aumentar o recurso à violência como arma política.
EUA criaram 195 mil empregos e mais em junho
A economia dos Estados Unidos abriu 195 mil postos de trabalho a mais do que fechou no mês de junho de 2013, anunciou há pouco o Departamento do Trabalho. O resultado ficou acima da expectativa dos economistas, que era de um saldo de 160 mil vagas. Os dados de abril e maio foram revisados para cima, acrescentando 70 mil empregos.
O índice de desemprego permaneceu inalterado em 7,6%.
Esses números confirmam a recuperação da maior economia do mundo e indicam que a Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, deve mesmo reduzir seu programa de compra de títulos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação com o objetivo de estimular a economia.
Alguns analistas acreditam que já em setembro o Fed comece a desativar o programa de alívio quantitativo.
O índice de desemprego permaneceu inalterado em 7,6%.
Esses números confirmam a recuperação da maior economia do mundo e indicam que a Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, deve mesmo reduzir seu programa de compra de títulos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação com o objetivo de estimular a economia.
Alguns analistas acreditam que já em setembro o Fed comece a desativar o programa de alívio quantitativo.
Egito prende líder do maior partido islâmico
O Egito prendeu hoje Helmy al-Gazzar, secretário-geral do Partido da Liberdade e Justiça, ligado à Irmandade Muçulmana, o mesmo do presidente deposto, Mohamed Mursi, sob a alegação de que ele incitou à violência que resultou em mortes nas manifestações contra e a favor do golpe militar contra o grupo.
A Irmandade Muçulmana convocou para hoje uma série de protestos, uma "sexta-feira da rejeição" do golpe. Os militares decretaram estado de emergência em Suez e no Sul da Península do Sinai depois de um ataque a um aeroporto.
A Irmandade Muçulmana convocou para hoje uma série de protestos, uma "sexta-feira da rejeição" do golpe. Os militares decretaram estado de emergência em Suez e no Sul da Península do Sinai depois de um ataque a um aeroporto.
Papa João Paulo II vai virar santo
O papa João Paulo II será canonizado pela Igreja Católica, anunciou hoje o Vaticano.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Sarkozy tem contas de campanha rejeitadas na Justiça
Depois de ter as contas de suas campanha eleitoral de 2012 rejeitadas, o ex-presidente Nicolas Sarkozy pediu demissão hoje do Conselho Constitucional, o supremo tribunal de justiça da França. Apesar da condenação, estaria preparando sua volta à política.
Com a rejeição, Sarkozy não terá direito a um reembolso previsto pela lei eleitoral no valor de 11 milhões de euros, 47,5% das despesas autorizadas, e terá de devolver 153 mil euros que recebeu antecipadamente do Tesouro, informa o jornal Le Monde.
Sarkozy recorreu ao máximo tribunal francês em 10 de janeiro de 2013, depois de ter as contas rejeitadas pela Comissão Nacional de Contas de Campanha e Financiamentos Políticos.
Desde então, os relatores do caso examinaram 46 caixas com documentos sobre arrecadação e gastos da candidatura à reeleição do ex-presidente, derrotado em maio do ano passado pelo socialista François Hollande. Em várias ocasiões, os advogados de Sarkozy apresentaram novos esclarecimentos e explicações.
Essa auditoria concluiu que a candidatura Sarkozy gastou 23,095 milhões de euros, superando o limite legal de 22,509 milhões de euros para quem chega ao segundo turno da eleição presidencial na França. Por isso o Conselho Constitucional rejeitou as contas.
Com a rejeição, Sarkozy não terá direito a um reembolso previsto pela lei eleitoral no valor de 11 milhões de euros, 47,5% das despesas autorizadas, e terá de devolver 153 mil euros que recebeu antecipadamente do Tesouro, informa o jornal Le Monde.
Sarkozy recorreu ao máximo tribunal francês em 10 de janeiro de 2013, depois de ter as contas rejeitadas pela Comissão Nacional de Contas de Campanha e Financiamentos Políticos.
Desde então, os relatores do caso examinaram 46 caixas com documentos sobre arrecadação e gastos da candidatura à reeleição do ex-presidente, derrotado em maio do ano passado pelo socialista François Hollande. Em várias ocasiões, os advogados de Sarkozy apresentaram novos esclarecimentos e explicações.
Essa auditoria concluiu que a candidatura Sarkozy gastou 23,095 milhões de euros, superando o limite legal de 22,509 milhões de euros para quem chega ao segundo turno da eleição presidencial na França. Por isso o Conselho Constitucional rejeitou as contas.
França também espiona Internet em grande escala
Se a França não manifestou a mesma indignação que outros países da Europa com a descoberta do programa americano de megaespionagem da Internet chamado Prisma, tinha duas boas razões, revela hoje o jornal Le Monde: o governo francês já sabia e faz o mesmo.
No Big Brother francês, a Direção Geral de Segurança Exterior (DGSE), um serviço secreto, coleta sistematicamente os sinais emitidos por computadores e telefones da França, e todo o fluxo de comunicações com o exterior. Todas as comunicações são espionadas.
Todas as mensagens de correio eletrônico e de texto, e as enviadas a redes sociais como Facebook e Twitter são armazenadas durante anos.
Se esta imensa base de dados só fosse utilizada pela DGSE, que só pode operar fora do território francês, o programa já seria ilegal, observa o principal jornal francês. Mas outros seis serviços de inteligência da França também têm acesso regular a todos os dados de seu interesse. Os políticos o conheciam, mas o segredo de Estado é a regra.
A França também se envolveu numa crise diplomática ao negar passagem por seu espaço aéreo do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, que voltava de uma viagem a Moscou. Havia suspeita de que Morales estivessse levando o ex-agente americano que denunciou o programa Prisma, Edward Snowden.
O governo socialista francês também negou um pedido de asilo de Snowden, que já recorreu a 21 países, inclusive o Brasil, sem sucesso.
No Big Brother francês, a Direção Geral de Segurança Exterior (DGSE), um serviço secreto, coleta sistematicamente os sinais emitidos por computadores e telefones da França, e todo o fluxo de comunicações com o exterior. Todas as comunicações são espionadas.
Todas as mensagens de correio eletrônico e de texto, e as enviadas a redes sociais como Facebook e Twitter são armazenadas durante anos.
Se esta imensa base de dados só fosse utilizada pela DGSE, que só pode operar fora do território francês, o programa já seria ilegal, observa o principal jornal francês. Mas outros seis serviços de inteligência da França também têm acesso regular a todos os dados de seu interesse. Os políticos o conheciam, mas o segredo de Estado é a regra.
A França também se envolveu numa crise diplomática ao negar passagem por seu espaço aéreo do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, que voltava de uma viagem a Moscou. Havia suspeita de que Morales estivessse levando o ex-agente americano que denunciou o programa Prisma, Edward Snowden.
O governo socialista francês também negou um pedido de asilo de Snowden, que já recorreu a 21 países, inclusive o Brasil, sem sucesso.
ElBaradei deve ser primeiro-ministro do Egito
O ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005 junto com a instituição, é o candidato mais provável à vaga de primeiro-ministro interino do Egito.
ElBaradei chefia o Partido da Constituição e é um dos líderes da Frente de Salvação Nacional, que luta contra a islamização da política do país. Chegou a lançar sua candidatura à Presidência no ano passado, mas desistiu porque estava mal nas pesquisas e apoiou o ex-ministro do Exterior e ex-secretário-geral da Liga Árabe, Amir Moussa.
Como diretor da AIEA, ElBaradei foi enfático em 2003 ao negar as acusações dos Estados Unidos de que o Iraque estaria desenvolvendo armas nucleares antes da invasão do país a mando do então presidente George W. Bush, supostamente para tomar as armas de destruição em massa de Saddam Hussein, nunca encontradas. Também defendeu o regime fundamentalista do Irã das acusações de Israel e do Ocidente de que estaria desenvolvendo bombas atômicas.
ElBaradei chefia o Partido da Constituição e é um dos líderes da Frente de Salvação Nacional, que luta contra a islamização da política do país. Chegou a lançar sua candidatura à Presidência no ano passado, mas desistiu porque estava mal nas pesquisas e apoiou o ex-ministro do Exterior e ex-secretário-geral da Liga Árabe, Amir Moussa.
Como diretor da AIEA, ElBaradei foi enfático em 2003 ao negar as acusações dos Estados Unidos de que o Iraque estaria desenvolvendo armas nucleares antes da invasão do país a mando do então presidente George W. Bush, supostamente para tomar as armas de destruição em massa de Saddam Hussein, nunca encontradas. Também defendeu o regime fundamentalista do Irã das acusações de Israel e do Ocidente de que estaria desenvolvendo bombas atômicas.
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Egito empossa presidente interino após golpe
O comando das Forças Armadas do Egito deu posse hoje ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Adli Mansour, como presidente interino, depois de derrubar ontem o primeiro chefe de Estado e de governo eleito democraticamente na história do país, Mohamed Mursi, que está em prisão domiciliar.
Ao suspender a Constituição, depois de dar um ultimato de 48 horas para que o governo da Irmandade Muçulmana e as oposições se entendessem, o ministro da Defesa, general Abdel Fattah al-Sissi, prometeu realizar eleições parlamentares e presidencial, mas não disse quando.
Mais confrontos entre partidários da Irmandade Muçulmana e da oposição elevaram para 35 o total de mortos desde domingo. Pelo menos 300 ativistas do grupo islamita foram presos.
A Irmandade se nega a trabalhar com o atual governo, que considera usurpador e responsável pelas mortes, prisões, censura a jornalistas e fechamento de emissoras de televisão de partidos religiosos. Está convocando protestos de massa para amanhã, que pretende converter na "sexta-feira da rejeição".
Os partidários de Mursi criaram um movimento inspirado pelo Tamarod (Rebelde), que convocou manifestações de massa contra o presidente deposto. O Tamarod al-Islamia quer fazer o mesmo contra o juiz Mansour.
A União Africana ameaça suspender o Egito por considerar a mudança de governo inconstitucional. A Turquia condenou o golpe.
Ao suspender a Constituição, depois de dar um ultimato de 48 horas para que o governo da Irmandade Muçulmana e as oposições se entendessem, o ministro da Defesa, general Abdel Fattah al-Sissi, prometeu realizar eleições parlamentares e presidencial, mas não disse quando.
Mais confrontos entre partidários da Irmandade Muçulmana e da oposição elevaram para 35 o total de mortos desde domingo. Pelo menos 300 ativistas do grupo islamita foram presos.
A Irmandade se nega a trabalhar com o atual governo, que considera usurpador e responsável pelas mortes, prisões, censura a jornalistas e fechamento de emissoras de televisão de partidos religiosos. Está convocando protestos de massa para amanhã, que pretende converter na "sexta-feira da rejeição".
Os partidários de Mursi criaram um movimento inspirado pelo Tamarod (Rebelde), que convocou manifestações de massa contra o presidente deposto. O Tamarod al-Islamia quer fazer o mesmo contra o juiz Mansour.
A União Africana ameaça suspender o Egito por considerar a mudança de governo inconstitucional. A Turquia condenou o golpe.
Oposição da Tunísia se inspira no Egito
Sob a inspiração do movimento Tamarod (Rebelde), responsável pelas manifestações de massa que levaram à queda do presidente do Egito, a oposição da Tunísia já se organiza para seguir o exemplo.
Os líderes do Tamarod tunisiano acusam o partido governante Nahda de querer criar um Estado islâmico que restringe as liberdades individuais enquanto não consegue resolver os problemas econômicos do país, as mesmas acusações que o governo da Irmandade Muçulmana sofria no Egito.
Como no Egito, na Tunísia e também na Turquia, uma classe média urbana e cosmopolita foi às ruas para lutar pela democracia, mas quem venceu as eleições foram partidos conservadores de base religiosa com grande apoio nas zonas rurais, gerando um impasse político.
Este é um desafio que as transições democráticas nos países árabes terão de enfrentar. Neste momento em que alguns se apressam em declarar o fim da Primavera Árabe, cabe destacar que a democracia é um processo. Não vai surgir do dia para a noite. Levou um golpe hoje, mas sua trajetória nunca seria linear.
Os líderes do Tamarod tunisiano acusam o partido governante Nahda de querer criar um Estado islâmico que restringe as liberdades individuais enquanto não consegue resolver os problemas econômicos do país, as mesmas acusações que o governo da Irmandade Muçulmana sofria no Egito.
Como no Egito, na Tunísia e também na Turquia, uma classe média urbana e cosmopolita foi às ruas para lutar pela democracia, mas quem venceu as eleições foram partidos conservadores de base religiosa com grande apoio nas zonas rurais, gerando um impasse político.
Este é um desafio que as transições democráticas nos países árabes terão de enfrentar. Neste momento em que alguns se apressam em declarar o fim da Primavera Árabe, cabe destacar que a democracia é um processo. Não vai surgir do dia para a noite. Levou um golpe hoje, mas sua trajetória nunca seria linear.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Forças de segurança do Egito invadem Al Jazira
Horas depois da queda do presidente Mohamed Mursi num golpe militar, quatro emissoras de televisão foram retiradas do ar no Egito, a da Irmandade Muçulmana e três de grupos radicais salafistas. Há pouco, as forças de segurança invadiram o escritório no Cairo da TV Al Jazira, a rede árabe de notícias com sede no Catar, prendendo funcionários e convidados que discutiam a situação do país.
Al Jazira foi proibida de transmitir ao vivo uma manifestação da Irmandade Muçulmana em apoio ao presidente deposto, que está em prisão domiciliar. Mais tarde, cinco jornalistas foram presos na sede da emissora na capital egípcia; quatro foram libertados.
O porta-voz da Frende Salvação Nacional, uma aliança oposicionista, Khaled Dawoud, não condenou o fechamento das TVs: "Infelizmente, estas são circunstâncias excepcionais. Não acredito que fechar jornais ou TVs seja uma boa medida... mas estamos num momento crítico e a situação é perigosa", alegou.
"Estamos preocupados por causa de relatos de que as autoridades estão fechando canais de televisão por sua perspectiva política", declarou Sherif Mansour, do Comitê de Proteção a Jornalistas, com sede em Nova York.
O presidente do Supremo Tribunal, que será presidente interino durante a transição, é o juiz Adli Mansour, que deve tomar posse amanhã. Ele tem 67 anos e três filhos. Estudou na Escola Nacional de Administração da França, em Paris, por onde passam os principais líderes franceses.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama declarou que cabe ao povo do Egito decidir o futuro do país. Evitou falar com golpe. Pela legislação americana, se o governo reconhecer que houve golpe não poderá mais dar ajuda oficial ao país.
Ao lado da Arábia Saudita, o Egito é o principal aliado dos EUA no mundo árabe. Como maior país árabe em população, é um líder e uma inspiração, além de ter assinado um acordo de paz com Israel considerado chave pelos EUA para a estabilidade do Oriente Médio.
Al Jazira foi proibida de transmitir ao vivo uma manifestação da Irmandade Muçulmana em apoio ao presidente deposto, que está em prisão domiciliar. Mais tarde, cinco jornalistas foram presos na sede da emissora na capital egípcia; quatro foram libertados.
O porta-voz da Frende Salvação Nacional, uma aliança oposicionista, Khaled Dawoud, não condenou o fechamento das TVs: "Infelizmente, estas são circunstâncias excepcionais. Não acredito que fechar jornais ou TVs seja uma boa medida... mas estamos num momento crítico e a situação é perigosa", alegou.
"Estamos preocupados por causa de relatos de que as autoridades estão fechando canais de televisão por sua perspectiva política", declarou Sherif Mansour, do Comitê de Proteção a Jornalistas, com sede em Nova York.
O presidente do Supremo Tribunal, que será presidente interino durante a transição, é o juiz Adli Mansour, que deve tomar posse amanhã. Ele tem 67 anos e três filhos. Estudou na Escola Nacional de Administração da França, em Paris, por onde passam os principais líderes franceses.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama declarou que cabe ao povo do Egito decidir o futuro do país. Evitou falar com golpe. Pela legislação americana, se o governo reconhecer que houve golpe não poderá mais dar ajuda oficial ao país.
Ao lado da Arábia Saudita, o Egito é o principal aliado dos EUA no mundo árabe. Como maior país árabe em população, é um líder e uma inspiração, além de ter assinado um acordo de paz com Israel considerado chave pelos EUA para a estabilidade do Oriente Médio.
Comandante militar suspende Constituição do Egito
O comandante supremo das Forças Armadas do Egito, general Abdel Fattah al-Sissi, anuncia neste momento o "roteiro de viagem" proposto pelos militares para romper o impasse político no país, suspendendo a Constituição, dissolvendo o Parlamento e entregando a Presidência da República ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Adli Mansour.
Sob a presidência do chefe do Poder Judiciário, serão realizadas eleições parlamentares e presidenciais abertas à participação de todos os partidos políticos, declarou o general.
Uma comissão de notáveis será encarregada de reescrever a Constituição, organizar as eleições e promover a reconciliação nacional. Também será criado um código de conduta para os meios de comunicação, nas palavras do general, para proteger os jornalistas, mas também coibir seus excessos.
"As Forças Armadas aconselham a todo o povo do Egito que mantenha suas manifestações pacíficas, de acordo com a lei", concluiu o comandante militar.
Logo após o anúncio da suspensão da Constituição, a multidão reunida na Praça da Libertação, no Centro do Cairo, explodiu em júbilo.
Em seguida, falou na televisão o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005, alegando que não houve golpe, mas, sim "um recomeço da revolução egípcia e da Primavera Árabe".
Sob todos os aspectos, é um golpe militar contra o presidente Mohamed Mursi, ainda que apoiado pela oposição secularista, que repudia o governo da Irmandade Muçulmana. Em entrevista à CNN, um porta-voz da Irmandade admitiu que "Mursi cometeu erros, mas não se afasta um presidente eleito cada vez que comete um erro".
O general da reserva Sameh Sei Eliazal argumentou na mesma CNN que não houve golpe porque "as Forças Armadas não têm intenção de governar o país" e só intervieram para "manter a ordem", mas, sim, "uma nova revolução no Egito, desta vez contra o fascismo islâmico".
Depois da queda de Mubarak, o Comando Supremo das Forças Armadas fez um acordo com a Irmandade Muçulmana, que tinha interesse numa transição rápida por ser o único grupo político organizado do Egito. Os islamitas ganharam as eleições parlamentares e presidenciais, sob protesto da dividida oposição secularista.
Como os revolucionários liberais e de esquerda não se uniram para lançar um candidato forte, o segundo turno da eleição presidencial de um ano atrás foi disputado entre um candidato islamita e outro militar. Mursi ganhou por 51,7% a 48%. Os revolucionários que mesmo envergonhados votaram no segundo turno no ex-primeiro-ministro Ahmed Chafik hoje apoiam o golpe, na expectativa que leve a uma democracia liberal e não a um regime islâmico.
O risco é de ditadura, guerra civil ou ambas.
Sob a presidência do chefe do Poder Judiciário, serão realizadas eleições parlamentares e presidenciais abertas à participação de todos os partidos políticos, declarou o general.
Uma comissão de notáveis será encarregada de reescrever a Constituição, organizar as eleições e promover a reconciliação nacional. Também será criado um código de conduta para os meios de comunicação, nas palavras do general, para proteger os jornalistas, mas também coibir seus excessos.
"As Forças Armadas aconselham a todo o povo do Egito que mantenha suas manifestações pacíficas, de acordo com a lei", concluiu o comandante militar.
Logo após o anúncio da suspensão da Constituição, a multidão reunida na Praça da Libertação, no Centro do Cairo, explodiu em júbilo.
Em seguida, falou na televisão o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005, alegando que não houve golpe, mas, sim "um recomeço da revolução egípcia e da Primavera Árabe".
Sob todos os aspectos, é um golpe militar contra o presidente Mohamed Mursi, ainda que apoiado pela oposição secularista, que repudia o governo da Irmandade Muçulmana. Em entrevista à CNN, um porta-voz da Irmandade admitiu que "Mursi cometeu erros, mas não se afasta um presidente eleito cada vez que comete um erro".
O general da reserva Sameh Sei Eliazal argumentou na mesma CNN que não houve golpe porque "as Forças Armadas não têm intenção de governar o país" e só intervieram para "manter a ordem", mas, sim, "uma nova revolução no Egito, desta vez contra o fascismo islâmico".
Depois da queda de Mubarak, o Comando Supremo das Forças Armadas fez um acordo com a Irmandade Muçulmana, que tinha interesse numa transição rápida por ser o único grupo político organizado do Egito. Os islamitas ganharam as eleições parlamentares e presidenciais, sob protesto da dividida oposição secularista.
Como os revolucionários liberais e de esquerda não se uniram para lançar um candidato forte, o segundo turno da eleição presidencial de um ano atrás foi disputado entre um candidato islamita e outro militar. Mursi ganhou por 51,7% a 48%. Os revolucionários que mesmo envergonhados votaram no segundo turno no ex-primeiro-ministro Ahmed Chafik hoje apoiam o golpe, na expectativa que leve a uma democracia liberal e não a um regime islâmico.
O risco é de ditadura, guerra civil ou ambas.
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