Ao receber hoje em Madri o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, passou a maior parte da entrevista coletiva dando explicações sobre um escândalo de corrupção envolvendo o financiamento ilegal do conservador Partido Popular e rejeitando as pressões para que se demita.
"O Estado de Direito não se submete a nenhum tipo de chantagem", defendeu-se o primeiro-ministro espanhol, acossado pela pior crise econômica desde a redemocratização da Espanha, em 1975.
No fim de semana, foram divulgadas mensagens de correio eletrônico trocadas entre Rajoy e o ex-tesoureiro do PP Luis Bárcenas, acusado de armar o esquema de corrupção que teria alimentado as contas bancárias da liderança do partido, inclusive do atual chefe de governo.
Hoje, em seu quarto depoimento à Justiça, o ex-tesoureiro declarou ter dado 32,5 mil euros em dinheiro a Rajoy só em 2010, informa o jornal El País, que revelou o escândalo em 31 de janeiro de 2013. Esses pagamentos "suplementavam" os salários dos dirigentes do partido. O dinheiro vinha principalmente de empresários e empresas do setor da construção civil.
A especulação imobiliária foi a maior causa da crise econômica em que a Espanha está desde a Grande Recessão mundial de 2008-9. Mais de 26% dos espanhóis em idade de trabalhar estão desempregados. Entre os jovens, o percentual passa de 55%. Em um quarto das famílias, ninguém está ganhando dinheiro regularmente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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