Se a França não manifestou a mesma indignação que outros países da Europa com a descoberta do programa americano de megaespionagem da Internet chamado Prisma, tinha duas boas razões, revela hoje o jornal Le Monde: o governo francês já sabia e faz o mesmo.
No Big Brother francês, a Direção Geral de Segurança Exterior (DGSE), um serviço secreto, coleta sistematicamente os sinais emitidos por computadores e telefones da França, e todo o fluxo de comunicações com o exterior. Todas as comunicações são espionadas.
Todas as mensagens de correio eletrônico e de texto, e as enviadas a redes sociais como Facebook e Twitter são armazenadas durante anos.
Se esta imensa base de dados só fosse utilizada pela DGSE, que só pode operar fora do território francês, o programa já seria ilegal, observa o principal jornal francês. Mas outros seis serviços de inteligência da França também têm acesso regular a todos os dados de seu interesse. Os políticos o conheciam, mas o segredo de Estado é a regra.
A França também se envolveu numa crise diplomática ao negar passagem por seu espaço aéreo do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, que voltava de uma viagem a Moscou. Havia suspeita de que Morales estivessse levando o ex-agente americano que denunciou o programa Prisma, Edward Snowden.
O governo socialista francês também negou um pedido de asilo de Snowden, que já recorreu a 21 países, inclusive o Brasil, sem sucesso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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